5. Hogwarts

-Nós temos que contar logo a eles, Hermione. – disse Lupin pela terceira vez, enquanto caminhava nervosamente pela suíte do hotel em que Hermione e Ginny estavam hospedadas.

-Sei disso, Remo. – respondeu a morena, também andando pelo quarto, sem rumo – mas imagine só o choque que todos vão ter. Principalmente ele. – falou abaixando a voz.

-Mas não temos como agir sem eles. Sabe disso melhor do que eu. – parou de andar por um momento e encarou Hermione – o bebê já esta desaparecido por uma noite e um dia inteiro, Hermione. Você sabe que eles não o levariam sem motivos.

-Sim, Remo. Já pensei nisso. Mas como você acha que todos vão conseguir trabalhar estando em estado de choque? Querendo saber o porque ela esqueceu tudo? Onde ela esteve, quem é o pai...

-Não é uma opção manter isso apenas entre nós se quisermos recuperar a criança. – disse ele, mantendo a mesma voz calma de sempre – Hermione, precisamos leva-la para um lugar seguro o mais rápido possível e mandar uma busca para recuperar a criança.

A ruiva olhava os dois discutirem, ficando cada vez mais nervosa. Levantou-se da cama em que estivera sentada, completamente ignorada pelos dois até então. Toda a sua ira contida explodindo em palavras:

-Da para vocês dois pararem de discutir a vida do meu filho como se eu não estivesse aqui? É de mim que vocês estão falando, e eu posso ouvir tudo, apesar de não entender toda essa maluquice sobre guerra e magia. Não sou estúpida. – continuou ameaçadoramente – Não se esqueçam.

Os olhos de Lupin brilharam estranhamente na direção da ruiva. Sentiu o peito apertar ao ouvi-la falar realmente como Ginny Weasley falaria, com a mesma fúria por estar sendo deixada de fora, com o mesmo fogo dos Weasley lhe subindo à face, deixando-a rubra.

Virou-se para Hermione, um sorriso abobalhado surgindo no rosto pela primeira vez desde que chegara ali.

-É realmente a Ginny. – riu-se - Poderia dizer que era uma gêmea perdida, – disse ele tornando a olhar a ruiva que agora parecia levemente desconfortável com o comentário - mas esta é a nossa Ginny.

-Te falei que era, Remo. – Hermione retribuiu o sorriso por um momento, e então voltou as sombras da preocupação – Temos que nos concentrar. Precisamos de soluções.

-Hermione, - Lupin olhou-a resignadamente durante alguns instantes. Ela sabia o que ele iria dizer, mas não queria ter que convir que aquela seria a única solução viável. – Temos que convocar a Ordem. Devemos ir para Hogwarts imediatamente. É a única maneira de recuperar o bebê.

Ela abaixou a cabeça, encarando o chão por alguns instantes, e quando levantou os olhos para encara-lo novamente, tinha aquele brilho único que ninguém jamais tiraria de Hermione Granger; o brilho de quem está para enfrentar de braços abertos um grande desafio.

Ginny abriu a boca, mas não emitiu som algum. Queria dizer alguma coisa, mas simplesmente não sabia o que estava acontecendo ao certo.

Sentiu em seu coração a angustia de não saber se Luke estava bem, mas podia senti-lo vivo. Hermione prometera trazer seu filho de volta, e por alguma razão, que nem ela mesma entendia, sabia que podia confiar em sua palavra.


Harry olhou pela janela sentindo-se extremamente desconfortável. O campo de quadribol estava ocupado por meia dúzia de pessoas treinando manobras perigosas em suas vassouras. Normalmente sentiria vontade de estar ali, mas naqueles dias nem voar estava tirando todas as aflições de sua mente.

Ouviu a porta ser aberta, mas não se virou.

-Tinha certeza que você estaria aqui. – a voz feminina já tão conhecida por Harry invadiu sua sala.

-Me diga do que é que você não tem certeza, Penny. – Harry deu uma risada quase irônica e finalmente se virou para olha a mulher.

Penny caminhou suavemente até ele, seu robe azul turquesa esvoaçando com o vento que sempre parecia atingir só a ela. Os longos cabelos prateados pela idade brilhando tanto quanto seus olhos muito claros que davam a ela toda a aura mística que a cercava.

-De muitas coisas, Harry. E não seja mal criado. – censurou ela. – Você tem se tornado ainda mais amargo do que de costume. – olhou pela janela notando os treinos com vassouras, e voltou a olhar para o moreno, ainda sentado – Achei que você estaria dando as aulas de vôo.

-Achei melhor passar para o Herbert. Estou com a cabeça doendo. – mentiu, desviando o olhar.

-Se você pretende tentar mentir para mim, é melhor que faça isso fechando a sua mente, Harry – ela falou friamente – Parece que todos os nossos treinos não te servem para nada quando você age assim. Isso me ofende ainda mais do que o fato de ser enganada.

Harry suspirou pesadamente. Estava cansado de ser cobrado o tempo todo, de ter que dizer aos outros o que fazer, e principalmente de depois de tanto tempo, ainda estar em guerra. De falar sobre mortes, e desaparecidos, e em espionagem.

-É deselegante bufar quando fala com uma pessoa mais velha. – foi a vez dela dar um sorriso irônico.

- Penny, eu realmente preciso de algum tempo sozinho. – ele falou, passando a mão pelos cabelos nervosamente.

-Esta bem. Vou te deixar a sós com seus monstros enquanto você poderia estar treinando as suas deficiências de combate.

Ele sabia o que ela estava fazendo; deixando-o com peso na consciência por estar ali sentado sem fazer nada útil, alem de remoer seus pensamentos, mas daquela vez não iria cair em seu joguinho mental.

-Mais tarde temos mesmo que fazer o duelo. – resmungou ele.

-Sim, o duelo. – ela falou de maneira distante. – Quase me esqueci do motivo da minha vinda aqui, a propósito. Recebi um recado do Lupin. Está vindo com Hermione e um outro visitante para o castelo. Devem chegar esta noite.

-Ótimo. – Harry sorriu, satisfeito em saber que a amiga já estava de volta da misteriosa viajem – Vai ser bom tê-los por aqui.

-Sim. – Penny sorriu – Quem sabe assim você fique menos rabugento.

No fundo, ela duvidava disso. Sabia o que estava por vir, mas como todos que sabem demais, desejava estar errada.


Ginny e Remo espiavam de dentro do táxi trouxa Hermione discutir com Christopher em frente à casa do casal. Lupin recostou a cabeça no assento parecendo ainda mais cansado.

-Não sei porque ela ainda insiste nisso. – comentou – os dois só fazem brigar o tempo todo.

-Eles parecem bem chateados... – comentou a ruiva, ainda olhando o casal, e notando Hermione tomar o bebê do colo do marido de maneira nada amigável.

-Sim. A Hermione tinha deixado o Chris na casa da Molly... – Lupin engoliu seco por um momento. Será que deveria dizer quem era sua mãe para que Ginny não tivesse surpresa?

-E então? – Ginny cobrou, quando notou que Lupin havia se perdido na historia.

-Ah, sim...Então o Christopher foi buscar o bebê e disse para Molly que seria só por uma tarde, mas acabou ficando com ele o final de semana inteiro, enquanto Hermione esteve fora.

-Mas ele é o pai. – disse Ginny, voltando a olhar os dois – ela deveria confiar nele para cuidar do bebê.

-O Christopher tem uma banda de rock muito famosa, Ginny. – explicou Lupin – Ele não tem muito tempo entre as gravações de disco e as turnês mundiais para cuidar de um bebê.

-Ele é bruxo? – perguntou ela, ainda olhando para os dois.

-É, mas faz muito sucesso no mundo dos trouxas também. Ganharam o terceiro disco de ouro ou alguma coisa assim...E cuidar de um bebê não é fácil nem mesmo para os bruxos.

Ginny olhou atentamente o marido de Hermione por um instante. Já o havia visto na televisão de certo.

Realmente os dois não pareciam ter muito em comum sequer na aparência. Christopher tinha um físico de fazer inveja a muitos homens, cabelos louros encaracolados, e estava usando calças pretas de couro, enquanto Hermione parecia toda séria com seus cabelos castanhos longos em cachos bem formados, meio preso.

Desviou o olhar, constrangida quando notou Hermione vindo em direção ao carro.

-O Christopher me enlouquece – disse a morena entrando no taxi com o filho nos braços – e não digo isso de uma maneira positiva.

-Hermione, ele só estava tentando ficar um pouco com o filho.

-Não o defenda, Remo! – replicou ela, ainda vermelha.

Christopher entrou no carro, e logo depois de bater o porta-mala, o motorista trouxa do táxi se juntou a eles parecendo descontente com a situação.

-O taxímetro continuou rodando todo esse tempo. – reclamou o motorista trouxa.

-Não tem problema. – disse Hermione carrancuda – Christopher paga.

-Sim, eu pago. - O loiro se virou para trás e apertou a mão de Lupin dando um sorriso muito branco. -Como vai cara? – virou-se para Ginny, ainda sorrindo – Sou Christopher, muito prazer.

-Muito prazer – respondeu a ruiva, sem entender como Hermione podia brigar tanto com um homem tão bonito como aquele.


-Não há uma maneira de chegar mais rápido a este tal lugar? – perguntou Ginny quando viu que estavam em uma estação de trem.

-Infelizmente não. – disse Lupin – você pode ser rastreada se fizer magia.

-E se estiverem querendo saber se você está por perto seria a melhor maneira de te encontrar. – completou Hermione parando em frente a uma pilastra entre a plataforma 9 e 10 da estação.

-Eu vou primeiro – anunciou Christopher, andando despreocupado em direção a plataforma carregando o pequeno Chris em seus braços. Ginny observou atônita o homem sumir pela pilastra.

-Você agora, Ginny. – a ruiva olhou insegura para a sólida pilastra, mas depois de tudo que vira até ali, resolveu fechar os olhos e seguir em frente. Se batesse, seria apenas um galo na testa afinal.

-Primeira vez? – perguntou Christopher quando viu Ginny olhando deslumbrada a plataforma nove e meia.

-Segundo eles, não. – ela disse, sentindo o cheiro da fumaça que saia da grande locomotiva vermelha à sua frente e lembrando-se do odor de algum tempo muito distante de sua vida.

-Eu sei. – disse Christopher ficando sério – me apresentei porque Hermione disse que você está desmemoriada. Nós nos conhecemos há algum tempo atrás quando comecei a namorar a Mione.

-Não é momento para historias, Christopher – Hermione surgiu ao lado dos dois, seguida por Lupin. – Vamos logo.

A única maneira de se chegar em Hogsmead naqueles dias era pegando o Expresso de Hogwarts na plataforma Nove e Meia. A vila havia sido protegida pelo Ministério por conta de ataques surpresa no único lugar inteiramente bruxo da Grã Bretanha, e o único lugar por terra que se chegava a Hogwarts.

Acharam um vagão vazio no final do trem, o lugar preferido de Hermione desde a primeira vez que entrara na locomotiva.

Ginny se acomodou, e não demorou muito para que o apito do trem anunciasse que estavam de partida.

-Agora, Ginny, infelizmente nós vamos ter que lhe falar as coisas chatas. – começou Hermione.

-Querida, porque você não a deixa relaxar um pouco? – sugeriu Christopher dando uma piscada para a esposa.

-Porque, Christopher – retrucou Hermione irritada – ela vai ter que lidar com um mundo totalmente desconhecido, e é meu dever instrui-la.

-Hermione, - Lupin interviu na discussão do casal pela primeira vez - creio que o Christopher tem razão neste ponto. Cada coisa no seu tempo. Deixe-a descansar. É uma longa viajem. Chegando em Hogwarts ela já terá que lidar com muitas coisas.

A morena pareceu ouvir o conselho de Lupin, pois logo mudou de assunto, falando sobre pessoas e feitiços, e ervas que tinha descoberto para curar alguma coisa.

Ginny tentou entender sobre o que eles falavam, mas sua cabeça latejava. Seu mundo já não estava mais sendo controlado por ela. A poderosa Ginny Wilde, grande empresaria bem sucedida ali não tinha voz ativa. Não era informada sobre os planos importantes.

Foi olhando os campos passarem rapidamente pela locomotiva, e logo caiu em um sono pesado e sem sonhos.


Acordou quando o céu começava a se tornar totalmente escuro, e a noite caia ao seu redor. Christopher e Hermione riam de alguma gracinha que o pequeno Chris fazia para os pais, enquanto Lupin comia um chocolate.

-Pegue um, - ele lhe deu um chocolate – eles vem com um cartão de algum bruxo famoso.

Abriu o seu, e comeu o delicioso chocolate em forma de sapo. Olhou sua figura, que mostrava uma bela bruxa com um sorriso misterioso e olhos tão claros como nunca vira.

-Quem você tirou? – perguntou Christopher, desviando a atenção do bebê.

-Perenelle Flamel – leu Ginny.

-Ah, é uma bem difícil de tirar... – comentou Hermione – Rony procura essa a anos.

-De essa a ele, então. – Ginny entregou a Hermione o cartão.

-Você sempre se lembra o que ele queria, não é mesmo? – disse Christopher, enciumado.

-Seria difícil não me lembrar já que convivo com ele a mais de dez anos.

-Será que vocês dois poderiam se conter? – interviu Lupin, ao ver que outra discussão seria desenrolada dali. – deviam ter vergonha de ficar discutindo assim o tempo todo por qualquer coisa.

Os dois se calaram como duas crianças envergonhadas por brigar com um colega de sala em frente ao professor.

Desceram do trem para a noite escura e fria. Ginny olhava deslumbrada a paisagem conforme iam andando.

-Hermione, - disse um pouco insegura – todos os outros passageiros estavam andando para o outro lado...Acho que o vilarejo fica pra lá. – disse apontando para trás.

-Nós não vamos para o vilarejo. – Hermione sorriu, simpática para a ruiva enquanto cobria a cabeça do pequeno Chris com uma manta.

Ginny os olhou tristemente, pensando em seu próprio bebê. Lupin pareceu notar seu olhar, pois logo lhe ofereceu o braço para que se apoiasse enquanto andavam pela estreita estrada de terra.

-Nós vamos acha-lo logo. Não se preocupe.

Ela tentou retribuir o sorriso confiante que ele lhe dava, mas conseguia ler por trás daquela expressão segura, que ele estava tão incerto quanto ela. Resolveu pensar que era apenas fruto da sua imaginação e insegurança.

-Sim. Confio em vocês para isso.

Continuaram caminhando por mais alguns minutos, e logo que fizeram uma curva, Ginny sentiu o peito apertar. Encarrapitado no alto do penhasco que vinham subindo pela estrada, as janelas cintilando no céu escuro, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas. A construção se agigantava à medida que chegavam mais perto de um grande portão que estava fechado. A ruiva observou o brasão no topo do portão, e durante alguns instantes teve a nítida impressão de ver o leão do brasão se mexer.

-Penny mandou a coordenada exatamente para as nove e vinte e dois. – disse Remo checando algo em seu bolso, que Ginny não pode ver.

-Faltam dois minutos. – Christopher disse checando seu relógio.

-Agora escute Ginny. – falou Hermione – teremos exatamente 20 segundos quando der o horário. O feitiço de proteção será desativado somente por este tempo, então vamos entrar rapidamente, mas em hipótese alguma ouse correr, isso é muito importante.

Ginny pareceu levemente assustada, mas se manteve quieta.

-Pronto, é agora. – Anunciou Christopher, olhando o relógio.

Lupin se adiantou puxando do bolso um objeto na mesma forma do brasão gravado no portão, e o encaixou no que parecia ser uma ondulação feita exatamente para encaixe do objeto.

-Temos quinze. – anunciou Christopher. – vá primeiro Hermione.

Hermione passou pelo portão segurando o bebê. Lupin fez um gesto para que Ginny a seguisse, e então Christopher. Tirou rapidamente o objeto que fizera o portão se abrir e caminhou logo atrás dos outros.

-Porque me disse para não correr? – perguntou Ginny, curiosa.

-Sentinelas. – limitou-se Lupin a responder, deixando-a ainda mais curiosa.

Subiram a curta escadaria que levava ao que parecia ser a porta de entrada do castelo, uma enorme porta de carvalho, que se abriu no momento em que Hermione atingiu o ultimo degrau.

Uma mulher com longos cabelos prateados sorria alegremente para eles, enquanto suas vestes esvoaçavam pelo vento que nenhum dos outros podia sentir. Ginny reconheceu seus olhos claros imediatamente.

-É a mulher do cartão do chocolate. – disse baixando a voz para Christopher, que confirmou com a cabeça.

-Então Hermione – disse a mulher sorrindo – você sempre provando o impossível.

-Como você pode ver, Penny. – respondeu Hermione também sorrindo e recebendo um abraço da mulher.

-Creio que valeu a pena ter te liberado, Remo. – Continuou ela, desta vez olhando para Lupin que retribuiu seu sorriso.

-Você sabe que sempre sou prestativo. – falou fingindo gabar-se.

-E finalmente algum entretenimento por aqui, bem vindo Christopher. Estávamos sentindo falta de você por aqui com as musicas e as piadas.

-E você está linda como sempre, Penny. – disse o loiro, dando seu sorriso branco e encantador, enquanto Hermione revirava os olhos.

-Olhem só, - disse ela finalmente encarando Ginny. Seus olhos muito claros fixos nos da ruiva - sempre digo a vocês que a vida leva a caminhos inexplicáveis. – estendeu sua mão pegando a de Ginny, que continuava quase hipnotizada pelos olhos da outra – venha minha querida. A muito venho pensando em como seria nosso reencontro.

Ginny deixou-se ser abraçada. Mas Penny distanciou-se dela rapidamente, como se tivesse levado um choque.

-Porque você está tão assustada? – voltou a encara-la por um instante, mas olhava muito alem do belo rosto da ruiva, procurando algo que pudesse lhe explicar a dor que sentira ao abraça—la. A dor que Ginny sentia no fundo de seu coração. Se virou para os outros três tornando a expressão que antes era amigável, totalmente fria – O está havendo com ela? Quero uma explicação.

-Penny, - Hermione se adiantou – é melhor a levarmos para algum lugar onde não seja vista por enquanto. Precisamos conversar. Seu conselho é muito importante neste momento.

Penny olhou os rostos de cada um durante alguns momentos, e então, pareceu se convencer de que realmente seria melhor ouvir a história de Hermione antes de jogar a estranha e amedrontada Ginny no meio dos outros, e principalmente ao já tão atormentado Harry.


N/A: GENTE, SEI QUE ESTOU ENRROLANDO UM POUCO COM A HISTÓRIA, MAS TUDO ISSO É NECESSARIO PARA OS ACONTECIMENTOS FUTUROS...!

NO PROXIMO CAPITULO, ELES SE ENCONTRAM! E COMEÇA A CORRERIA PARA ENCONTRAR LUKE, E FAZER COM QUE GINNY SE LEMBRE DO PASSADO!

DEIXEM REVIEWSSSS!

BEIJOS