Capítulo IV - Cinco Dias

No dia seguinte acordou cedo novamente, dessa vez a causa não era falta de sono, mas uma dor forte no peito que a impedia de respirar direito. Tentou chamar uma das colegas de dormitório, mas as meninas dormiam profundamente. Com muita dificuldade levantou-se da cama e foi andando em direção a saída. Depois do que pareceram horas, atravessou o retrato da Mulher Gorda e seguiu para a Ala Hospitalar.

A dor aumentava a cada passo dado. Sentia a morte se aproximar cada vez mais. Ia morrer ali mesmo no corredor. Sem conseguir mais andar, apoiou-se em uma parede em busca de ar, mas era em vão. Sentiu que tudo em sua volta começava a girar, deixando-a tonta. Fechou os olhos e esperou que a morte enfim a levasse.

Minutos depois a dor cessou, mas quando abriu os olhos só viu escuridão. Tentou andar, mas suas pernas não obedeciam. Percebeu que seu corpo, lentamente escorregava pela parede, caindo logo em seguida. Então, não sentiu mais nada, enfim todo o tormento acabara.

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Quando abriu os olhos viu um teto, o qual parecia muito com o teto da Ala Hospitalar. Olhou para os lados e constatou que realmente estava na Ala, várias camas rodeavam a sua, mas somente ela estava lá. Então sentiu uma estranha sensação de alívio, por ter escapado mais uma vez da morte e ao mesmo tempo a decepção tomou conta de si, pelo mesmo motivo.

Viu Madame Pomfrey se aproximar da sua cama com um frasco nas mãos:

"Tome isto."- disse a mulher estendendo o pequeno frasco.

"E o que é?"

"É para a sua doença."

"Sabia que isso aqui não serve de nada? Eu tomo e continuo sentindo dores."

"Está enganada, Srta. Por acaso, ontem a Srta. não veio aqui tomar a dose da tarde e da noite, por isso sentiu-se mal. Agradeça ao Sr. Malfoy por tê-la encontrado no corredor. Nem quero pensar no que teria acontecido se ele não estivesse passando naquela hora."

"O Malfoy me salvou?"

"Sim, agora tome logo."- disse colocando a poção quase a força na boca de Ginny.

Assim que a enfermeira saiu, Ginny ficou imaginando o motivo de Draco tê-la salvo. Era do conhecimento de todos os seres mágicos que Weasley's e Malfoy's se odiavam e que qualquer oportunidade de um matar o outro seria muito bem aproveitada. Então, não existia explicação para aquele ato.

Saiu da Ala logo depois do almoço e sob recomendações médicas foi dispensada das aulas do dia. Seguiu para o mesmo lugar que ficara na tarde anterior. Sentou-se na grama e fitou o céu sem prestar muita atenção às nuvens que se juntavam deixando o céu totalmente nublado. Sentiu que algumas gotas de chuva começavam a cair, lentamente.

Lembrou-se da época em que era criança e adorava correr na chuva. Sempre se sentia bem quando fazia isso e agora tudo o que ela mais desejava era ter um pouco dessa sensação novamente. Cogitou a hipótese de piorar caso continuasse ali na chuva, mas logo lembrou que em breve morreria, poderia ser cinco dias ou até mesmo em cinco minutos, por isso aproveitaria os últimos momentos que a vida lhe oferecia.

Tirou os sapatos e levantou-se da grama. Primeiro andou lentamente, queria sentir as gotas da chuva tocando sua pele, para uns podia ser uma coisa estúpida ou sem graça, mas para ela era a sensação melhor que podia sentir. A cada passo que dava, aumentava o ritmo da caminhada. Em poucos minutos estava correndo na chuva, que pelos olhos dos outros poderia parecer uma completa loucura, mas não se importava.

A única coisa que a impediu de continuar com aquele momento foi o cansaço que tomou conta de seu corpo. Sentou-se embaixo da árvore próxima ao lago e esperou que a chuva parasse. Minutos depois, voltou para o dormitório, trocou de roupa e desceu para o jantar.

Uma vez no Salão Principal, procurou Draco na mesa sonserina, mas não o encontrou. Fez sua refeição normalmente, ignorando o irmão que sempre soltava alguma piadinha para ela ouvir ou então, Hermione que lamentava o fato de Ginny ter atentado contra a própria vida.

Quando terminou o jantar partiu para a Sala Precisa e mesmo tendo saído cedo do Salão, foi a primeira a chegar na Sala. Agora o local parecia bem menor e com certeza tinha menos cadeiras, havia apenas três. Não queria acreditar que seus pais iam participar da reunião com ela. Seria muito doloroso vê-los sofrendo por algo que ela fez.

Minutos depois, entraram na Sala Draco e o Dr.Timmonhs, ambos disseram um "Boa Noite" fraco para Ginny e sentaram-se. O médico começou:

"Vejo que a Srta. desistiu da sua decisão."

"Sim, mas só porque foi um pedido de Dumbledore."

"Tudo bem. Vamos começar. Vocês devem estar achando estranho a reunião de hoje ter só os dois, não é mesmo?"- os dois concordaram- "A partir de hoje, as pessoas serão atendidas por grupos, vocês dois formam o grupo dos quase suicidas."- disse o homem com um ar de riso

Ambos ficaram calados e o médico continuou:

"Bem, começaremos hoje pela história do Sr.Malfoy, já que a história da Srta.Weasley é do conhecimento de todos."

Draco continuou calado.

"Vamos, Sr.Malfoy."

O garoto permaneceu calado.

O médico pegou alguns papéis que estavam em cima da mesa e disse:

"Bem, então vejamos. Seus pais, Draco, onde eles estão?"

Silêncio.

"Tudo bem. Eles estão em Azkaban, não é?"

"Não."

"Não? E onde eles podem estar?"

"Eles receberam o beijo do dementador há uma semana."

"E por isso você quis morrer?"

"Não."

E depois de uma longa pausa:

"Sim. Eu sei que eles eram péssimos, mas eram meus pais. Eu estou errado quando digo que amo meus pais, mesmo sabendo que eles eram assassinos cruéis?"

"Não, Draco, claro que não."

"E você sabe o que é um beijo do dementador? É muito pior do que a morte. Eu não tenho mais ninguém. Perdi meus pais, meus únicos e verdadeiros amigos. É como se estivesse sozinho, sem rumo, sem saber o que fazer. Agora, estou e Hogwarts, mas e depois? Não tenho mais casa, tudo está no poder do Ministério. Estudo aqui porque meu padrinho é professor e ele pediu a Dumbledore que me deixasse ficar, já que este é meu último ano. Então, além de não ter rumo, não tenho dinheiro, não tenho nada."- disse emocionado.

Ginny estava profundamente impressionada em ver alguma demonstração de sentimento da parte de Malfoy. Pensou que já tinha ouvido tudo, quando o garoto continuou:

"Eu não tenho perspectiva de vida. Estou arruinado. A única solução é acabar logo com essa vida que não tem fundamento algum, não acha? Eu não sou como uns e outros que tentam suicídio porque acha que a vida é monótona. Tenho razões suficientes para querer morrer."

"Sr.Malfoy, eu discordo do Sr. Não existe razão suficiente para ninguém achar que pode tirar a vida de outra pessoa ou a própria vida. O seu problema é que o Sr. Tem orgulho. Sim, orgulho de pedir ajuda a Dumbledore, tenho certeza de que ele estaria pronto a lhe ajudar. Ou até mesmo ao Prof.Snape, já que ele é o único familiar que lhe restou."

"Eu não sou orgulhoso."

"Sr. Malfoy, sua família é conhecida pela idéia de que os melhores só são os sangue - puros e ricos. Nunca vi um Malfoy se rebaixar a ninguém, a não ser a Voldemort."

"Mas o Lorde..."

"Sinceramente, não vamos falar sobre ele, mas sobre o senhor. Tente mudar. Não é nada vergonhoso pedir ajuda. O Sr. é novo e ainda tem tempo de mudar. Guarde esses sentimentos. Agora voltem para suas salas comunais, amanhã no mesmo horário estaremos aqui."

Quando os dois saíram, Ginny começou:

"Bem, eu..."

"Você o quê, Weasley? Sentiu pena de mim? Ah, por favor, não sinta! Não preciso da sua pena, Weasley imunda."

Estava acostumada às ofensas de Malfoy e sempre respondia à altura, mas agora tudo que sentia era vontade de chorar, talvez fosse pelo seu estado de saúde.

"Malfoy."- disse tentando conter as lágrimas- "Eu só queria agradecer por hoje você ter me levado à Ala Hospitalar. Mas eu acho que me enganei quando pensei que você podia ser humano e ter algum coração ai dentro. Eu não sou imunda, mas você é. Por fora parece um ser humano, mas por dentro é um monstro que só tem os sentimentos mais terríveis que existem. Eu te odeio, Malfoy."- disse chorando e logo em seguida saiu correndo para o Salão Comunal da Grifinória.

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Foi para o dormitório e mais uma vez ignorou Hermione e os outros. Queria ficar sozinha. Trocou de roupa e deitou-se. Chorou baixinho para evitar perguntas de alguma menina curiosa. Pensou no amanhã, só faltava mais três dias para enfim o seu sofrimento terminar, ao pensar nisso chorou mais, mesmo que tentasse acreditar que queria morrer, a verdade é que não queria, a idéia de morte parecia tão terrível, ainda mais tendo a consciência de que seria muito doloroso, tanto por ter que deixar os pais, como por sentir as fortes dores no peito.

Adormeceu pensando em tudo que estava acontecendo.

E sem notar, mais uma vez, esqueceu de tomar a poção para dor, mas logo mais se lembraria...

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AGRADECIMENTOS:

ChunLi Weasley Malfoy: Amiga, obrigada pela força. Por favor, continue lendo minhas fics, ok? Beijos!

Taty M. Potter: estou fazendo de tudo para os capítulos ficarem grandes. Espero que tenha gostado desse. Beijos!

Rema: Concordo...e agora vai faltar soh 4...hehehehehe Continua lendo. Beijos!

Lanuxa: Ah, amiga, se eu disser que a Ginny não vai morrer não tem graça (isso não quer dizer que ela vai viver ou morrer, entendes? Eh segredo, moxa). Estou esperando a atualização da sua fic, hein? Beijos!

Anabel Black: A única coisa que eu posso dizer é que você é muito inteligente, ou meu mistério é muito malfeito...hehehehehehe Continua lendo! Beijos!

Anita Joyce Belice: Fia, eu acho que ngm esperava q o Draconildo tentasse se matar pelos pais, mas é a vida. A forma como ele tentou se matar nós saberemos nos próximos capítulos...hahahahhaha Então lê, hein? Beijos!

Nota da Autora: Gente, não to gostando muy, mas estou fazendo o possível...espero que gostem... essa fic ta muito sem nexo...hehehehehe...mas sei lá, qm sabe um dia eu melhoro, né? Beijos! E obrigada pelas reviews! E mandem reviews!

Beijos

Manu Black