Capítulo VI - O dia depois do fim...

Abriu os olhos.

Uma parede.

Uma parede particularmente familiar.

Não podia ser, podia? Estava viva?

Olhou para os lados e constatou que estava viva. Estava deitada na mesma cama de sempre na Ala Hospitalar. Virou-se para o outro lado da cama e viu Draco sentado em uma cadeira próxima a cama. O rapaz cochilava.

Draco por acaso não estava com ela quando se sentiu mal? Lembrava-se vagamente do rapaz levando-a nos braços e depois tudo ficou escuro.

Levantou-se da cama e foi até a cadeira onde Draco estava. Abaixou-se e olhou o rosto do garoto mais de perto. Era tão bonito. (N.a: até demais...ain ain) Acariciou o rosto do rapaz, sentindo uma espécie de choque quando a sua mão quente foi de encontro a pele gelada dele.

O garoto foi acordando aos poucos, sem entender muito bem onde estava. Quando abriu os olhos, encontrou Ginny o olhando atentamente. Como se achasse muito improvável a menina estar ali, esfregou os olhos e quando os abriu novamente, viu Ginny novamente:

"Ah, Merlim...então você?"

"É...pelo que parece, não, né?"

"Merlim."- disse sorrindo, um sorriso aliviado, como se toneladas tivessem sido tiradas de suas costas. "E então aquele médico safado estava mentindo?"

"Não sei. Talvez. Ou talvez ele tenha errado o diagnóstico."

"Ginny, você não imagina como estou feliz."- disse abraçando-a.

Os braços de Draco envoltos em volta de si a fazia sentir-se mais viva do que nunca. Ficaram abraçados por muito tempo, até se afastarem, mas só um pouco, ainda estavam próximos o bastante para sentirem a tensão que os envolvia.

"Ginny, eu queria saber... o que você disse ontem..."

"O quê eu disse?"- era horrível só ter alguns flashes da noite passada.

"Sobre...bem...sobre eu ser a melhor coisa que aconteceu na sua vida."

Ah, meu Merlim, não tinha dito isso! Tinha sim, sabia que era idiota o bastante para fazer isso.

"É verdade."- disse tentando se desvencilhar dos braços de Draco.

"E sobre...bem...sobre me amar?"

"Para que você quer saber, Malfoy?"

"Apenas responda."

"Por que? Você quer ter um motivo para rir da minha cara depois?"- disse se afastando de Draco bruscamente.

"Claro que não. Você sabe que não."

"Eu não sei de nada. Agora, Malfoy, saia."

"Mas...Ginny..."

"Saia!"- disse com raiva.

O rapaz obedeceu ao "pedido", deixando a ruiva sozinha na Ala.

Não podia dizer que tudo o que dissera na noite anterior era verdade. Pela lógica teria sete dias de vida e se em sete dias não morrera, então agora viveria, não é? E não podia viver com Malfoy lhe azucrinando sobre o fato de estar perdidamente apaixonada por ele. Eles tinham se unido por causa da doença dela e agora, que não tinha mais doença, não podiam ficar juntos.

Madame Pomfrey entrou na Ala e entregou a Ginny uma carta.

"Tome, menina. Vejo que agora está bem. Depois do almoço pode voltar para o seu dormitório."

"Mas..."

"Mas nada... Leia a carta e depois você saberá."- disse a mulher saindo logo em seguida.

Ginny abriu a carta. Era de Dumbledore.

"Srta.Weasley,

Esteja hoje, depois do jantar, na Sala Precisa.

Atenciosamente,

Alvo Dumbledore."

O dia correu igual, com a única diferença que teria que ir às aulas. Podia estar presente na sala, mas só o corpo, a mente estava voltada para Draco. Ignorou os apelos de Draco quando passava pelo corredor e até no Salão Principal, não deixaria que ele a humilhasse.

Depois do jantar, seguiu para a Sala Precisa e se surpreendeu quando encontrou Draco e o Dr.Timmohns na sala.

"Boa Noite."- ela disse

"Boa Noite."- só o Dr. Respondeu.

"Bem, eu acho que vocês querem saber o motivo pelo qual estão aqui, não é?"

"Sim."

"Srta.Weasley, não é uma surpresa a srta. ter sobrevivido aos sete dias?"

"Sim."

"Para mim não é. Primeiro, peço que tudo o que eu disser aqui, fique nessa sala."

Os dois concordaram.

"Ginny, você nunca esteve realmente doente. Draco, você nunca caiu da Torre de Astronomia."

Os dois ficaram perplexos. O médico enlouquecera de vez.

"Os dois tentaram o suicídio no mesmo dia, não foi?"

Ginny e Draco concordaram.

"Antes, devo dizer que é necessário esperar mais cinco minutos."

Os dois continuaram olhando para Jeff Timmonhs como se ele fosse um louco. Passados os cinco minutos, algo no rosto do Dr. Começou a mudar. A aparência jovem foi substituída por rugas. Os cabelos pretos foram trocados por cabelos brancos e longos. Em poucos segundos, Draco e Ginny não estavam olhando para Jeff, mas sim para outra pessoa:

"DUMBLEDORE?"- disseram os dois num coro.

"Sim, meus queridos."

Draco e Ginny permaneceram calados. Perplexos demais para tentarem falar algo.

"Na noite em que vocês tentaram se matar eu fui avisado antes mesmo que o ato se concretizasse. Primeiro, fui até a Torre e vi quando o Sr. Malfoy pulou. 'Amorteci' a queda, fazendo o Sr. levitar. Mandei-o para o St.Mungus para que meu plano desse certo. Depois, através de uma técnica que aqui não importa, entrei no sonho de sua amiga, Ginny, a Srta. Hermione Granger e pedi a ela que fosse até seu dormitório. Mandei-a para o St.Mungus porque, no seu caso, era necessário."

Fez uma pausa e continuou.

"Meu amigo, Jeff Timmonhs, me ajudou muito nessa missão. Além de ceder alguns fios de seu cabelo para a poção polissuco, me ajudou dando uma poção para Madame Pomfrey que fazia a Srta. Weasley, sentir algumas dores no peito, mas nós sabíamos que não seria nada de prejudicial a sua saúde."

"Mas por que o Sr. fez isso?"- disse Ginny.

"Por que era necessário. Vocês eram duas almas desacreditadas, jovens que queriam deixar de viver. Eu, simplesmente, não poderia deixar que isso acontecesse. Creio que os Srs. Aprenderam a apreciar a vida, assim como ela nos é dada. Agora, vocês estão aptos a enfrentarem qualquer obstáculo que a vida oferecer. Mas acredito que uma última coisa deve ser feita."

"O quê?"- disse Ginny.

"A Srta. deve acreditar nos outros. Escute o Sr.Malfoy e eu darei minha missão como cumprida."

Ah, Merlim, ele sabia?

Dumbledore levantou-se, despediu-se de ambos e disse, baixinho, só para Ginny ouvir:

"Eu sei de tudo."

E saiu.

Ginny ficou olhando para os sapatos, enquanto Draco fitava uma mancha qualquer no teto. Cansados do silêncio, falaram:

"Bem...eu..."- disse Ginny

"Olha..."- disse Draco ao mesmo tempo.

Ginny fez sinal para que Draco continuasse:

"Por que você não quer me responder?"

"Você vai rir de mim."

"Não vou, Ginny."

"Tudo bem, então. Eu o amo, Malfoy e daí?"

Draco apenas riu.

"Eu não disse? Você é muito cínico."

"O que eu fiz?"

"Você é ridículo."- disse levantando-se

Quando estava na porta, Draco a deteve:

"E daí que eu também te amo."- disse se aproximando- "É um amor louco, insuportável, que às vezes me faz querer tentar suicídio de novo, mas ao mesmo tempo, só de pensar que você poderia ter morrido ou ontem ou há oito dias atrás e eu nem mesmo te conhecia direito, me deixa perturbado." – disse, colocando as mãos na cintura de Ginny- "Ontem, quando você desmaiou, senti o mesmo vazia que tomou conta de mim quando meus pais morreram. Era como se algo meu tivesse sido arrancado. E hoje, quando eu te vi, viva, olhando para mim, quase morri de emoção. Foi como se o pedaço que faltava tivesse sido encaixado novamente."

"Draco...eu..."

"Não fala nada."- e sem dizer mais nada a beijou apaixonadamente. Era um beijo selvagem, como se tivesse guardado há muito tempo. Depois tudo ficou mais calmo, era como se agora eles quisessem apenas sentir aquele momento.

Separaram-se para busca ar, por alguns minutos, até juntarem os lábios novamente e assim permanecerem durante quase toda a noite.

Saíram da Sala Precisa quando já era bem tarde. Não se preocuparam com Filch, nem com Madame Nora ou qualquer outra pessoa que pudesse atrapalha-los. Depois de se despedirem, cada um foi para seu dormitório, certos de que agora seriam felizes.

O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O.

Nota da Autora: Bem, esse capítulo vai p/ minha amiga ChunLi, que me ameaçou de morte, caso eu não fizesse logo...hehehehe Espero que tenham gostado. O próximo é o final! (eh o epílogo)...Beijos, povoooo!

Manu Black