Cap 5 – Dúvidas

Alguns dias se passaram desde o incidente na torre. Nenhum dos dois passou uma boa semana. Sem sono, sem fome, com os amigos sempre perguntando qual era o problema, tinham simplesmente vontade de sumir. Porém esse direito não os era concedido, por isso tentavam evitar a todos, e um ao outro, o máximo possível. Porém não paravam de pensar um no outro, e quando menos esperavam estavam, novamente, os dois ao mesmo tempo na torre leste.

- Malfoy.

- Weasley.

- O que fazes aqui Malfoy?

- O que você faz aqui Weasley? – neste ponto os dois já estavam quase encostando as pontas dos narizes.

- Não sabes que é falta de educação responder uma pergunta com outra Malfoy?

- Não sabes que é falta de educação dar um tapa numa pessoa e depois sair correndo Ginevra? – Draco disse enlaçando Ginevra pela cintura, decidido a impedi-la de fugir desta vez.

- Solte-me.

- Não.

- Gritarei!

- Duvido. – No instante seguinte Ginevra estava abrindo a boca para gritar. Porém, antes que conseguisse soltar qualquer som que fosse, Draco lhe beijou. Um beijo diferente do primeiro. Ao invés de um beijo delicado e paciente, os dois se beijavam avassaladoramente, como se tivessem que recuperar todo o tempo perdido. Nenhum dos dois pensavam que aquilo poderia estar errado ou que alguém poderia aparecer. Apenas que preciasavam um do outro mais do que nunca. Se beijaram por longos minutos. Quando se separaram sentaram no chão encostados em uma parede e ficaram apenas abraçados. Não precisavam dizer nada. Apenas estarem ali, juntos, sem nada que os impedisse já era o suficiente. Naquele momento, perceberam o quanto haviam sentido falta um do outro naquela semana. O quanto necessitavam dos braços, lábios, cheiro um do outro. Ficaram ali o resto da tarde até que Gina falou:

- Está ficando tarde, e ainda faltamos a todas as aulas da tarde.

- Pois eu nunca mais sairia daqui, se isso incluísse que você estivesse aqui ao meu lado.

- Eu também não, mas nós dois sabemos que isso não será possível.

- O que irá acontecer quando nos separarmos?

- Não sei, mais sei que gostei muito desta tarde.

- Gosto muito de ti Ginevra.

- Oras Malfoy, estás a dizer que gostas de uma Weasley?

- Ginevra, em primeiro lugar você não é qualquer Weasley, em segundo, não sabes o meu primeiro nome ou fazes isso para me irritar?

- Não quero perder o costume para não acontecer de chama-lo de "Meu Draquinho" na frente de todos.

- E por algum acaso sou seu Ginevra?

- Não sei, só se lhe agradar...

- Pois saibas, que me agradas ser seu, porém, só serei "Seu Draquinho" se você também for "Minha Ginevrazinha".

- E por que não Gininha?

- Simplesmente porque todos lhe chamam de Gininha. E eu não lhe chamarei assim. Afinal, sou o lindo, gostoso e inteligente Draco Malfoy.

- Já que é assim, Sr. Lindo, Gostoso e Inteligente Draco Malfoy, fico como Ginevrazinha para ti.

- "Minha Ginevrazinha", gostei.

- Bom, acho que precisamos ir.

- Sim também acho, mais nos encontraremos de novo certo?

- Certo, mas precisaremos esperar um pouco, pois esta semana tenho reunião de monitores.

- Ok, nos falamos.

- Bem, então tchau, Draco.

- Até Ginevra.

Gina seguiu para o salão principal. Estava morta de fome. Enquanto isso Draco seguiu para seu dormitório. Lá, tomou um banho e também desceu para jantar. Aquela tarde havia sido especial. Tanto para o Malfoy, tanto para a Weasley.

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Chegando na mesa da grifinória, Gina tentou desfarçar ao máximo sua cara de leveza e alegria, porém de nada adiantou. A primeira a reparar foi Hermione, que sentou-se ao lado da amiga.

- Hoje não é domingo e o tempo está péssimo. Então qual seria o motivo para tua fome, Gi?

- Bom considerando que eu não tomei café nem almocei, acho até que estou com pouca fome.

- Realmente Gina, não tens comido quase nada nos últimos dias. Porém hoje estás com fome, e seu humor também está bem melhor, o que aconteceu, Gi? – insistiu Miome.

- Nada, Mi, estou apenas um pouco mais acesa, sei lá. – disse Gina colocando um pedaço de frango na boca.

- Sei. Já que é assim... Onde estivestes a tarde toda Gi? Não fostes a nenhuma aula da tarde. Todos ficamos preocupados.

- Estava muito cansada e acabei cochilando na biblioteca. Quando acordei, já estava tarde e aproveitei para acabar os deveres. Bom agora preciso ir. Minha reunião com os monitores começa daqui a pouco. Tchau para todos.

- Tchau, Gi. – disseram Rony, Harry e Hermione ao mesmo tempo estranhando a cordialidade da menina.

Gina foi para a reunião. Quando voltou para seu dormitório, viu uma coruja em sua janela. Pegou o bihete que ela trazia, em seguida viu-a voar rumo a escuridão. Abriu o envelope e leu:

"Durma bem.

D.M."

Ginevra jogou-se na cama agradecendo por ter tido a brilhante idéia de ir até a torre leste. Aquela tinha sido a melhor tarde de sua vida.

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O dia seguinte transcorreu normalmente na medida do possível para os dois. Gina tentou voltar ao seu humor costumeiro para não deixar todos muito desconfiados, o que realizou com mais sucesso do que no dia anterior. Draco dispensou seu guarda-costas brutamontes e passou o dia estudando e pensando em seus "sentimentos" que ele, apesar de não entender ainda, percibia o quanto lhe fazia bem estar perto dela. No final do segundo dia sem se falarem, estavam os dois cheios de dúvidas e medos. Draco não se aguentando mais de dúvidas mandou uma coruja para Ginevra dizendo:

"Precisamos conversar. No lugar de sempre após o jantar.

D.M."

Ginevra após receber o bilhete agradeceu por ele ter feito aquilo antes dela. Estava prestes a lhe mandar uma coruja mais preferiu espera mais um pouco. Tinha dúvidas. Nenhum dos dois conseguiu comer nada naquela noite. Lançavam olhares discretos um ao outro e após enrolarem a comida durante um tempo se dirigiram para a torre leste. Draco chegou primeiro pois pegou um atalho. Queria ter tempo para refletir. Sentou-se no chão e esperou. Quando Ginevra chegou observou-a sentar-se a sua frente e lhe lançar um olhar interrogatório. Ficaram se fitando durante algum tempo até que ele falou.

- O que está acontecendo entre nós?

- Esperava que você me respondesse.

- Não sei como se sente, mas eu não consigo pensar em mais nada além da tarde que passamos aqui.

- Eu também não. Achas que estamos agindo errado?

- Errado Ginevra? Não gostastes do que aconteceu aqui?

- Claro que gosti de passar a tarde contigo Draco mas, al coisas não são tão simples.

- Não me interessa os outros Ginevra, o que me importa que não consigo lhe tirar da cabeça. Gosto de ti. – falou Draco passando o braço pela cintura de Gina e segurando seu queixo com a outra mão.

- Também gosto de estar com ti Malfoy. Mais não podemos continuar fingindo que não há nada de errado pois há. Não é muito natural, pelo menos para mim e minha família, ficar aos beijos com um Malfoy e se encontrar as escondidas com ele.

- Então o que propões?

- Não sei, preciso pensar. Acho que tudo isto está muito confuso. Acho que estou agindo por impulso, e você também. Estamos nos enganando e machucando. Não quero me machucar Malfoy.

- Não acredito que disses isso Ginevra. Porque nãopodemos tentar? O qe há de tão ruim assim?

- Nada Malfoy. Só acho que pessoas não mudam assim de uma hora para outra.

- O que queres dizer Ginevra?

- Nada Malfoy, apenas que não tenho certeza do que estou fazendo?

- Então acho melhor você saber. Afinal, pessoas não mudam de uma ora para outra. Boa noite, Ginevra.

- Boa noite Malfoy.

Ginevra foi para seu dormitório. Chegando lá, se jogou na cama com a mesma roupa que estava. Se sentia exausta. Sua cabeça estava a mil por hora. Falou de mais e agora não sabia o que fazer.

- Foi melhor assim. Não entendo como pude me iludir tanto. Afinal, ele nunca vai deixar de ser um Malfoy. Nunca. E eu nunca deixarei de ser quem eu sou. Uma Weasley.

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Draco viu Ginevra se distanciar. Não podia acreditar naquilo. O que estava acontecendo! Porque sentia aquele vazio dentro de sí? Tinha vontade de correr atrás dela e se desculpar. Não queria magoá-la. Queria apenas te-la em seus braços. Poder sentir o seu cheiro, passar sua mão pelos seus cabelos. Beijar seus lábios doces. Porém conteve-se. Viu-a indo embora e não fez nada. Não entendia. Achou melhor ir dormir. Estava triste, vazio. Sentia sua falta mais do que nunca.

Fim do 5° Capítulo