Cap 6 – Recomeço
Gina acordou séria. Estava disposta a esquecer tudo o que tinha acontecido nas últimas semanas e era isso que faria. Esquecê-lo. Tomou um banho e desceu para o café. Todos estranharam a volta de seu mau humor, já que nos últimos dias ela tinha estado alegre, duvidosa, distraída, tudo, menos de mau humor. Parecia triste e aparentava estar doente. Não comeu e foi em seguida para aula ignorando as preocupações dos amigos. Passou o dia todo calada e quando lhe perguntavam algo respondia com monossílabos e o mais seca possível.
Evitou ao máximo falar com todos. Porém, na hora do jantar, com o olhar perdido, acabou fitando a mesa da sonserina. E então o viu. Pela primeira vez desde a torre. Seus olhos se encheram de lágrimas. Não queria vê-lo. Não queria encará-lo. Sabia que cedo ou tarde isto aconteceria, mais não esperava que fosse tão cedo. Seus olhares se encontraram. Ele parecia ler seus pensamentos. Estava com um olhar triste e distante. Gina não agüentando mais conter as lágrimas saiu correndo do salão principal. E quando se deu conta estava no único lugar que não queria estar: A torre leste. Não sabia como tinha ido parar ali. Suas pernas a haviam levado. Sabia que não o encontraria ali. Mas gostava daquele lugar.Mais do que qualquer outro. Sentou-se próximo a janela e olhou em volta. Lembranças lhe vieram à mente. Boas e ruins, porém lembranças. Derramou mais lágrimas até que sentiu aqueles olhos pousados em si. Sabia que ele a observava mas não queria olhá-lo. Não queria ter que encará-lo. Sentiu-o se aproximar, sentar em sua frente e a abraçar. Aquele abraço que só ele lhe sabia dar. Cessou as lágrimas, sua respiração voltou ao normal. Tinha que ser forte, precisava resistir. Sentia ele tão próximo de si. Suas mão acariciando seu cabelo. O seu cheiro ali tão perto. Queria que ele nunca a soltasse. Porém outra parte de si queria se soltar dele e ir embora. Sabia que aquilo não podia dar em nada. Mas, enquanto estava envolta em seus pensamentos, Draco a soltou. Ergueu a cabeça de Ginevra pelo queixo e olhou-a nos olhos. Ficaram se olhando algum tempo até que ele se levantou, erguendo-a também. Os dois de pé, ele lhe deu um beijo delicado nos lábios e foi embora. Gina acompanhou-o com os olhos confusa, e em seguida foi para seu dormitório.
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Uma semana transcorreu sem os dois se falarem. Ginevra não parava de pensar na noite em que se encontraram pela última vez na torre. Estava fria e mais fechada do que nunca. As lágrimas já escorriam de seus olhos naturalmente. Não se dava o direito de sentir saudades de Malfoy, porém, lá no fundo, sabia que isto era inevitável e seu coração já se desesperava com aquele sentimento. A aproximação das provas deixava todos mais atentos e preocupados, fazendo com que a biblioteca lotasse e o castelo ficasse silencioso. Gina, que em outros tempos estudava na biblioteca, passou a estudar em seu dormitório; primeiro, pelo grande número de alunos que se encontravam na biblioteca e segundo, para evitar a todo custo ter que responder aos infindáveis interrogatórios, que agora se tornavam constantes e quase que diários. Com tantos trabalhos nem percebeu o tempo passar e sentiu-se aliviada por ter tanto o que fazer e tão pouco tempo para pensar em Draco. Sentia sua falta, era verdade, mas fazia de tudo para não pensar nele ou ao menos fingir que não pensava.
Novembro chegou trazendo um outono com ventos mais uivantes e secos, de cortar a pele de qualquer trasgo. Certa noite em seu dormitório, estava a tentando estudar poções quando seu olhar se voltou para o escuro céu sem estrelas. Um imenso vazio tomou conta de si e, pela primeira vez em algumas semanas, sentiu uma intensa vontade de poder se aconchegar nos braços de Draco. Sabia que seu desejo, no momento, era quase que impossível, porém também sabia que, aquele era o único lugar que se sentia protegida de tudo e de todos. Pensou em lhe escrever um bilhete, mas desistiu. Não teria coragem e nem o que dizer depois de tanto tempo sem se falarem. E além do mais, depois de tanto tempo, acreditava que finalmente poderia conseguir esquecer o loiro. Seu coração não dizia o mesmo. Olhou para o relógio. Ainda faltava um pouco até a hora do jantar e como não conseguia estudar resolveu sair um pouco do castelo. Quando passou pelo salão da Grifinória não pôde deixar de notar alguns olhares de desconfiança de Rony, Harry e Hermione, porém fingiu não os ver. Ultimamente, a melhor saída que encontrava para não responde-los era ignorá-los. Saiu do castelo e sentiu o vento gelado em sua pele. O céu estava escuro e era uma noite sem estrelas. Resolveu não ir muito longe por causa do frio e andou até o lago. Sentou-se na beirada e ficou a olhar para o céu. Não se deu conta que um loiro se aproximava e sentava-se ao seu lado, olhando-a tristemente. Virou-se, sentindo alguém a fitando e seus olhos se encontraram. Viu os olhos cinzentos dele a observa-la. Neles só havia tristeza. Tentou entender o que eles queriam lhe dizer, mas nada mais conseguiu extrair deles. Sentiu uma enorme vontade de abraça-lo e chorar, porém ele falou antes.
- Senti sua falta ruiva. Vi você saindo do castelo e quando me dei conta estava sentado ao seu lado. Minha presença te incomoda?
- Não. Sua presença me faz sentir uma enorme vontade de te abraçar e chorar.
- Então acho que podemos resolver isso. – Disse Draco se aproximando de Ginevra e lhe envolvendo pelos ombros em um abraço calmo e aconchegante. A garota começou a chorar dolorosamente como se lhe tivessem arrancado o coração. Draco olhou-a preocupado e sem solta-la, falou.
- O que foi ruiva? Algo lhe dói ou machuca?
- Não...não – disse Ginevra entre soluços – apenas me abrace. – Draco fez o que a ruiva pediu, porém com mais força, como se pudesse tomar toda a tristeza dela para si. Gina sentiu seu coração aliviar e sua respiração voltou ao normal. As lágrimas cessaram e Draco olhou-a com um sorriso carinhoso, secando-lhe as lágrimas. Ficou a admirar-lhe a face que se encontrava muito vermelha, principalmente a ponta do nariz. Viu-a sorrir e se aconchegar em seu braço como há muito desejou que ela fizesse. Ficou a brincar com seus cachos ruivos e desejou que aquele momento nunca acabasse. De repente, Ginevra virou-se para ele.
- Está tarde. Preciso voltar para o castelo, senão acabarei perdendo o jantar.
- Realmente acho que não precisamos jantar em grandes mesas a metros de distância com um monte de gente nos olhando. Tenho algo melhor em mente. Venha comigo.
- Para onde vamos, Draco?
- Você verá. – Disse o rapaz, puxando Gina em um andar rápido, quase correndo. Entraram no castelo e correram até o 4° andar. Ginevra viu Draco parar em frente a duas estátuas de serpentes e viu-o dizer uma senha. Em seguida entraram em um corredor comprido e cheio de portas nas duas paredes. Seguiram até o final do corredor e entraram na última porta. Ginevra viu uma sala iluminada apenas por velas, muito simples e aconchegante. Uma lareira estava acesa e em frente a ela um sofá com almofadas muito atrativas. Em outro canto da sala viu uma mesa não muito grande com um castiçal e duas tigelas. Draco fechou a porta e tirou o casaco da ruiva e em seguida o seu. Gina o olhou com cara de surpresa e interrogação, e também um sorriso de uma menininha recebendo algo que queria muito. Ele lhe levou até uma das cadeiras e a fez sentar. Jantaram e em seguida sentaram-se no sofá em frente ao fogo. Até que Gina quebrou o silêncio.
- Obrigada.
- Pelo o que ruiva?
- Por ter me encontrado esta noite, por ter me consolado, por este jantar e por este momento maravilhoso Draco.
- Eu faria tudo isso de novo e de novo e de novo, e mais quantas vezes fosse necessário para ver este seu sorriso. – Falou Draco abraçando Ginevra enquanto ela se aconchegava em seu colo.
- Desculpe-me por aquela noite Draco, eu não sabia o que sentia e...
- Não Ginevra. Desculpe-me você. Fui rude e grosso sem motivo. Agora não importa mais se estamos ou não fazendo a coisa certa. Percebi, somente no momento que te beijei há algumas semanas na torre, que não consigo mais viver sem ti. Não me interessa mais se é certo ou errado. O que importa é que gosto de ti, ruiva e farei o que for necessário para lhe mostrar que quero muito estar contigo. Quero ser o motivo dos seus sorrisos e quero também poder presenciá-los. Quero estar ao seu lado quando você estiver triste e com raiva. E quero tudo isso, ruiva, porque te amo. Não sabia que podia ter este sentimento dentro do meu coração frio. Mas você o aqueceu, ruiva. E me fez perceber que a vida pode ser muito mais que apenas dinheiro, orgulho e mimos. A vida pode ser bem melhor quando há amor.
- Também quero descobrir este sentimento, Draco. Não sei o que sinto, só sei que me sinto segura contigo. Quero te pedir paciência para que eu possa, aos poucos, me entender. E peço sua ajuda nisso também.
- Pois saiba que pode contar comigo, ruivinha. – Disse Draco dando um selinho em Gina antes de olhar para o relógio. – Já está tarde. Acho melhor irmos dormir.
- Infelizmente tenho que concordar. Boa noite, Draco. – Falou Ginevra passando os braços no pescoço de Draco.
- Boa noite, ruiva. – Falou o loiro e dando um beijo em Ginevra. Em seguida viu-a sair da sala, apagou algumas velas que ainda estavam acesas e também foi para seu dormitório.
Nota da Besta- Reader: Oie! A Fic está boa, muito muito boa e tinha poucos errinhooossss êêêÊêêÊ Continua assim e manda logo o outro capituloooo! Beijocas da tia Manu Black :P
