Chegamos em casa e eu caminhei, esperando que papai abrisse a porta com a chave. Entrei em casa e fui direto pra sala. Liguei a T.V e fiquei quietinha, esperando que alguém me desse alguma noção de para onde ir ou o que fazer.

- Como andam as coisas? – entrei no quarto vendo-a na cama com Lauren em seus braços.

- Acho que já arrumei tudo.. – ela apontou pra mala – deixei espaço caso você queira por algo que eu esteja esquecendo..

Não falei nada mas percebi que aquela carinha não tinha melhorado nada e sim piorado. Mexo na mala e vejo que falta pouca coisa. Que aquilo ficasse pra depois. Voltei a cama e sentei ao seu lado passando a mão em seu rosto.

- Já falei com Julie.. – ele confirmou o que eu já sabia.

- E ela? – perguntei já imaginando algumas das reações que ela teve.

- Até que eu acho que ela entendeu.. – ele tirou a mão de meu rosto e tornou a falar - meu único problema é o dente mole dela.. mais daqui a pouco dou um jeito nisso e a gente vai poder viajar mais tranqüilo..

- Melhor assim.. – olhei pra porta do quarto sem saber direito o que fazer agora. A minha vontade de já estar lá era enorme contrastando com o medo de deixar a minha filha sozinha com seus avós.

- Vamos então resolver isso.. – ele levantou da cama e me encarou – você vem?

Ouvi os passos na escada, olhei pra trás e vi que os três desciam. Voltei a olhar pra tv esperando alguma reação daqueles dois.

- Vamos?- ouvi papai dizendo. Mamãe com Lory no colo, papai com a mala dela e uma mochila preta.

- Vamos...- desliguei a t.v. Eu ainda estava de uniforme, mas nenhum dos dois mandou eu me trocar. Papai saiu no jardim, provavelmente indo deixar comida pro Carby.

Entramos no carro e tinha um silencio no ar. Julie não parecia nada contente, mas eu achei melhor não falar nada, antes que piorasse as coisas. De repente, ela pula no meio dos bancos e começa a perguntar.

- A vovó vai saber cuidar da Lory, pai?- ela nem deu tempo de eu responder- acho que ela não sabe trocar frauda..- agora sim, eu iria argumentar- nem esquentar mamadeira. Tem que fazer que nem a mamãe...por na mão...e se estiver muito quente...A Lory pode se queimar...ou muito fria...ela pode não gostar- Deus, como essa menina falava!- acho que vou ter que ajudar...

- Ela vai com a gente!- Abby gritou no carro, deixando Julie com dois olhos arregalados.

- O que?- o problema iria recomeçar. Não tinha pensado nisso. Olho pra John que piscava pesadamente, já imaginando o que viria a seguir.

- Sua irmã vai com a gente.. – eu repeti sem olhar pra trás. Que ela não me viesse com drama que hoje eu não estava com paciência pra isso não.

- Mas porque! – ela pulou do seu banco pra frente – porque ela pode e eu não posso ir!

- Porque ela é muito pequena e ainda não esta na escola Julie.. – John falou tentando fazer com que ela entendesse logo, o que parecia impossível.

- Então significa que vocês gostam mais dela que de mim? – pronto, agora o choro ia começar e ia me fazer sentir ainda pior do que estou.

- Julie por favor.. – mamãe se virou pra falar comigo – entenda seus pais. Nós não estamos indo pra nos divertir. Estamos indo pra resolver um problema e voltaremos logo, e por favor meu amor – ela realmente parecia chateada - tente entender, pra mamãe já ta sendo difícil ter que de deixar esses dias com seus avos, mas é que a gente tem que ir mesmo.. não tem outra solução..

Eu me calei diante daquele discurso. O que eu podia falar mais? No caminho, fui me acostumando com a idéia de ficar na vovó e pensando positivo..não seria tão ruim assim...Pelo menos eu espero.

O silencio toma conta do carro. O único som que eu ouço é Lory chupando a chupeta. Em mais alguns minutos, estaciono em frente a mansão e desço do carro, abrindo a porta pra Julie e pegando a mala de Lory. Abby pega ela e vamos entrando, pelo porta que é aberta pela empregada.

- Minha mãe...- eu ia reclamar a presença dela, mas não foi preciso. Vejo-a descendo as escadas, com um sorriso no rosto. É...não fomos só nós que mudamos nesse tempo..

- Oi- ela dá um beijo em John e Julie e vem me cumprimentar.

- Sinto muito...- ah, legal. Não sabia que John tinha contado tudo para ela. Bom, enfim, agora não era hora pra dar importância pra isso. Eu aceno e ela estende os braços pra pegar Lory no colo.

- Vocês têm certeza que não querem deixá-la comigo também? Não tem problema algum...acho até que Bárbara virá fazer uma visita por esses dias...Ela ainda não conhece Lory, não é mesmo?- ela sorri. Oras...e eu lá tenho culpa que ela tem uma filha que aparece uma vez por ano?

- Não, Obrigada... – eu olho pra John que parecia concordar – acho que a gente volta a tempo de Bárbara conhece-la..

- Esta certo então.. – a vovó começou a fazer careta pra Lauren e ela começou a fazer cara de choro. Eu hein, porque esse povo acha que bebe gosta de careta? - o que foi? – vovó a balançou de um lado pro outro – quer a mamãe?

Mamãe se aproximou pegando-a no colo e lhe calando de imediato. Talvez seria melhor mesmo ela ir com eles.

- Vamos então mostrar onde você vai ficar Julienne? – vovó segurou minha mão e eu acenei. Espero que ela começasse a me chamar pelo outro nome, esse é tão longo.

- Vamos.. – eu falei e papai acompanhou segurando minha mão.

Todos subimos as escadas e para deixar Julie acomodada.

- Você vai querer ficar em quarto de hospedes ou no que era do seu pai? – Julie olha pra mim piscando forte pra saber se eu concordava com aquilo.

- Acho que no do papai- ela sorri e nós vamos para o último quarto do corredor.

Entramos e eu vejo aquele quarto impecável. Parecia até que nada tinha sido tocado. Julie pula na cama e parecia bem a vontade. Eleanor senta e começa com aquelas histórias de quando John era pequeno, que eu ouvia pela milésima vez.

- Ei- eu disse baixinho perto do ouvido dele. Ele sorriu e foi indo pra perto da cama, acelerar o processo "estamos indo".

- Vamos nos levar até a porta, princesa?- vejo papai sorrindo e me convidando para o seu colo. Já tinha me conformado, o jeito era ir.

Descemos as escadas e vi vovó dar um beijo em mamãe e outro em papai. Ela ainda pegou Lory no colo antes de devolvê-la a mamãe.

- Tchau, pequena- papai abaixa e me da um beijo no rosto- se comporta, a gente não vai demorar. Eu acenei e ele subiu de novo. Agora era a vez da mamãe. Ainda com o bebê no colo, ela agachou e veio me beijando na testa.

- Tchau, bebê. Amo você- ela me deu outro beijo e eu peguei na mão da minha irmãzinha, retribuindo o beijo em Lory.

- Traz presente? – eu pedi assim que me aproximei da porta da sala.

- Claro.. – eu disse olhando pra Abby – traremos sim..agora temos mesmo que ir.. ate mais linda.. eu ligo quando chegarmos lá...

Saímos de lá e seguimos com o motorista de meus pais. Evitei olhar pra trás pro meu coração não apertar mais ainda. Olhei pra Abby que estava mais seria do que nunca. Talvez fosse melhor manter aquele silencio. Logo chegamos ao aeroporto e pegamos o primeiro vôo que tinha pra Minessota.

- Me dá ela? – eu peguei Lauren de volta no colo. Não sei porque hoje eu estava com uma vontade de ficar abraçadinha a minha vida.

- Você prefere janela ou no meio? – ele pergunta ajeitando as malas.

- Tanto faz.. – eu disse sentando na janela. Ajeitei Lory no meu colo e ela estava caidinha. Balancei um pouco e ela logo caiu no sono. John começou a mexer num papéis dentro da pasta.

Fiquei olhando para fora, pensando em várias coisas. Como a minha vida podia virar de ponta cabeça em menos de uma hora? Ter que deixar de trabalhar, deixar a minha pequena, viajar, encarar fatos de uma realidade que eu queria esquecer? Acho que era um pouquinho demais pra mim. Eu não abri a minha boca durante grande parte da viagem e tudo o que Carter sabia fazer era ler uns papéis e falar no celular...Grande apoio!

Fico deitada, olhando o teto daquele tal quarto. Vou até a janela e vejo o jardim e a piscina. Aquela casa era grande demais, eu poderia até mesmo me perder por ali. Vejo que o sol estava forte e nenhum pouquinho de frio. Seria uma bela hora para dar um mergulho... isto é, se vovó deixasse.

Saio no corredor, olhando para aquele mundaréu de quartos. Qual seria o da vovó? Bato em um, nada. Bato em outro, menos ainda... Continuo andando até encontrar a Tina.

- Julie, o que você tá fazendo?- eu sorrio. Eu adorava aquela moça! Ela era a única que me dava um monte de coisa gostosa pra comer... inclusive SORVETE.

- Cadê a vovó?- ela ri, talvez de mim, por estar perdida na casa que vovó sempre fazia questão de dizer que era minha a partir do momento em que eu fui parar na barriga da mamãe. Até hoje, eu ainda não sei direito com o fui parar lá, mas enfim...a parte da casa também ser minha, me agrada.

- Você não acha que esta na hora de dar algo pra Lauren comer? – eu a tirei de seus pensamentos vendo que já passava do horário da pequena comer.

- É.. – ela também olhar o relógio – esta na hora mesmo..

- Deixa comigo.. - abro a bolsa que havíamos levado, e tiro uma espécie de papa que havíamos comprado pra ela. Tiro a colher, coloco uma fralda no ombro e abro o pote colocando a comida na colher pra dar a Lauren.

Enquanto isso percebia que Abby reparava em todos os nossos movimentos. O que será que estava passando na cabeça dela? Eu sempre senti que ela ainda tinha algumas coisas a resolver com o seu pai e agora a oportunidade foi embora. Ela se sentia culpada por algo? O complicado nisso tudo é que apesar do tempo, algumas vezes as suas emoções eram como um mistério pra mim, o qual sempre era difícil de desvendar.

- E você? – ele pergunta ainda dando de comer a Lauren – quer alguma coisa?

- Não.. – torno a encarar a janela – estou bem assim... será que Julie já comeu!

- Espero que sim.. – ele me responde no meio de uma "gracinha" pra Lauren. – com certeza vão entupi-la tanto de comida que quando voltarmos sua filha vai estar com uns quilos a mais...

Depois de me abarrotar com aquelas guloseimas que vovó me deu (é, ela estava boazinha hoje) eu fui tratar de tentar saber o motivo da viagem repentina dos meus pais. Sabia que algo muito estranho acontecia, mas com sempre, eu nunca sabia.

- Vovó- eu chamei para que ela parasse de prestar atenção no livro que lia, e olhasse pra mim. Ela me deu um sorriso e ficou me encarando, pra que eu desse continuidade.

- Diga, Julienne...- ele ajeitou o óculos e ficou me olhando.Será que eu deveria mesmo falar? Ou deveria esperar até que vovô chegasse? Ele era tão mais legal...

- Esquece- eu disfarcei, e voltei a olhar pra t.v. Ela me olhou com aquela cara, eu sabia que ela não gostava disso, mas enfim, eu tinha que me cuidar.

Quando vejo que Lauren já estava mais do que satisfeita, cuspindo o pouco de comida que eu insistia em lhe dar, guardo tudo e levanto para andar um pouquinho com ela, para que ela fizesse digestão.

De nada adianta... Logo que eu ponho as pernas pra fora do assento, a aeromoça me impede de sair.

- Sr., nós já vamos aterrissar. Coloque seu cinto por favor- ela me dá aquele sorrido amarelo típico de comissárias de bordo e eu cumpro suas ordens. Olho pro lado e vejo Abby na mesma posição. Poderia até mesmo dizer que ela estava dormindo, se não fosse os olhos abertos e estagnados em um só ponto da janela.

- Chegamos.. – ouço ele dizer e olho pros lados vendo que o avião estava se esvaziando. Hoje eu definitivamente estava com a cabeça nas nuvens. Me levanto do assento e pego minha bolsa, minha filha, e vou me dirigindo pra sair do avião.

John vai me seguindo tentando acompanhar meu passo. Vou ate onde pegaríamos nossa mala e paro esperando que ele pegasse a nossa. Feito isso, saímos dali e fomos atrás de um carro de aluguel. Pegamos um, colocamos as nossas coisas no porta malas e entramos no carro.

- Deixa que eu dirijo.. – eu pego a chave do carro e me sento no banco do motorista. Eu espero que eu ainda lembre o caminho ate a casa de minha mãe.

Fiquei na minha ate que finalmente o meu avô chegou. Ele sempre trabalhava demais com esse negocio da Fundação da família que eu nem sei pra que servia. Era esse uma outra coisa que a vovó dizia que eu iria tomar conta quando crescesse.

- Vô!- eu pulei no colo e ele me recebeu com um olhar diferente, provavelmente estranhando a minha presença ali.

- Oi, princesinha...- vovó vinha chegando e eles cruzaram um olhar questionador- cadê seus pais?- ele continuou olhando pra vovó.

- Em...- eu tentei lembrar o nome da cidade, mas não consegui.

- Minesotta- vovó me ajudou. Ele continuou não entendendo e eu resolvi explicar.

- Mamãe correu pra lá...alguém morreu- eu disse e deixei que eles se entendessem.

- Como assim? Quem faleceu?- ele encarou a minha avó, que se sentava na cadeira, perto do sofá maior.

- Depois nós conversamos...- eu escutei ela responder meio entre dentes e vovô logo mudou de assunto.

- É aqui?- eu percebi que ela estava um pouco perdida. Os fatos realmente a tinham abalado bastante...Ou não. Abby nunca foi de visitar muito a mãe.

- Por aqui...- ela olhou nos dois lados da rua, procurando pelo nome- não, acho que é a debaixo- ela virou a direita e a direita mais uma vez, estacionando em uma casa média, com um cachorro no portão.

- É aqui mesmo? - perguntei assim que saímos do carro.

- Se eles não tiverem se mudado... - ela vai diretamente ate a porta e olha pela janela antes de apertar a campainha.

Ficamos por alguns segundos nos encarando quando finalmente ouvimos o barulho de chaves abrindo a porta.

- A Maggie esta? - pergunto vendo uma senhora que eu nunca tinha visto na vida.

- Espera.. - ela fechou a porta na nossa cara e olhei pra John que também não entendia nada.

- Quem é essa? - ele me pergunta vendo que demoravam de novo.

- E eu que sei...

Novamente a porta foi aberta e dessa vez foi Eric que me abriu.

- Abby! - ele me puxa pra um abraço apertado. - John.. - ele se afasta de mim e aperta a mão de John.. - essa é Lauren? - ele sorri a ela que permanecia serissima.

- Onde esta a Maggie? - perguntei olhando pra dentro da casa, que parecia não ter mudado muito.

- Entre.. - ele indicou pra dentro - ela esta esperando vocês lá dentro..

Nenhuma ligação? Nada, nenhum contato. Eu não sabia se ficava preocupada ou brava com aqueles dois...dois e meio, considerando Lory. Fiquei deitada no sofá da sala até que o telefone toca. Ufa, ainda bem que ele ligaram. Vendo que não havia ninguém por perto, achei que não haveria mal em atender.

- Han?- é, talvez eu estivesse errada- Julie, é você?- eu conhecia aquela voz de mulher...mas...quem?

- Tia?- eu joguei. Uma mulher ligando pra casa da vovó a essa hora e não sendo minha mãe, só podia ser...

- Julie, fofinha! Qu bom falar com você!- ela começou a desembestar a falar no telefone. Bem que diziam que ela não era nada parecida com papai- que você está fazendo aí? Cadê seu pai? A vovó tá aí?

Eu comecei a rir, já que não conseguia falar. Assim que ela fechou a matraca, eu fui respondendo tudo calmamente. Já podia ver o vovô descendo as escadas e indo para a minha direção, pra ver quem era.

- Peraí que o vovô vai falar..- eu passei o telefone pra ele logo depois de me despedir dela.

Fomos para o último quarto que estava com a porta fechada. Abby bateu e entrou logo em seguida, encontrando Maggie falando ao telefone. Ela sinalizou para nós e terminou a conversa assim que eu sentei em uma cadeira, com Abby sentada na minha coxa, por falta de espaço.

- Pensei que vocês chegariam só amanha.. – Maggie falou sem se levantar da cadeira.

- Pois é.. – Abby respondeu se ajeitando no meu colo – quis vir logo resolver isso..

- E cadê as meninas? – ela foi se levantando e vindo em nossa direção – elas não vieram?

- Julie esta em aula, - eu falei tentando aparecer ali atrás de Abby - não pôde vir e Lauren esta na sala com Eric.

- Ah.. – ela tornou a sentar. Pra que ela enrolava tanto e não dizia o que queria me entregar pra eu me ver livre disso tudo?

Olhei pra Carter que também estava mais calado do que nunca. Tornei a olhar pra Maggie que encarava o chão. Alo? Terra chamando! Alguém me esclarece o que eu vim fazer aqui!

- Bom.. – ela tornou a se levantar – pedi para que você viesse aqui pra lhe entregar uma coisa que seu pai pediu que eu lhe desse assim que ele falecesse.

Bom.. ate ai eu já sei, mas o que era isso! Acenei a ela que abriu a porta e saiu de onde estávamos. Olhei pra Carter e ao invés de segui-la, preferi ficar ali esperando o que ela tinha a me entregar.

Escutei vovó contar toda aquela ladainha, agora pra titia. Ouvir aquilo era um saco, muito mais sabendo que eles estavam sem mim, somente com Lory. E não saber o que eles estavam fazendo, sem me ligar...Isso estava me deixando pra lá de brava.

Vejo ele desligar o telefone ao mesmo passa que a minha avó entra na sala. Eles se olham, e como sempre, ela espera uma satisfação.

- Bárbara chega em dois dias...- ele disse e vovó sorriu.

- Que bom- ela sorriu a mim- não está com saudade dela, Julie?- uhu! Vovó me chamando de Julie...É isso que eu chamo de milagre.

- Tô com saudades é dos meus pais- eu deitei com força no sofá, e virei o rosto. Argh! Por que eles não ligavam?

Vi Abby passar pra lá e pra cá naquele quarto e nada de Maggie voltar. Quando vi que ela já estava sem paciência, ouço Maggie dizer um "vem aqui" do outro quarto. Ok, privacidade. Olhei pra ela que pegou na minha mão, implorando com os olhos pra que eu fosse com ela.

- Não- eu me fiz soltar da mão dela e ela caminhou pra fora do quarto. Enquanto ela estava lá, eu pensei em muitas coisas. Como aquele fato interferiria na nossa vida, se é que fosse interferir. Como ela ia lidar com isso... Do mesmo jeito de sempre? De repente, lembro de Julie e da minha mãe. Deveríamos ter ligado...será que poderíamos ir embora logo pela manhã no dia seguinte? Havia mais alguma a fazer? Teríamos que ir ao cemitério ou algo parecido? Nunca tínhamos passado pelo fator "morte" juntos. Isso me assustava, uma vez que a morte da minha avó agravou a nossa crise e pos fim ao nosso relacionamento.