Gundam Seed pertence a dona Bandai e dona Sunrise
Fic cheia de spoilers e inspirado na música Borderline de Chihiro Onitsuka
Borderline. Linha de borda. Era assim que se encontrava. No limite. No limiar de tudo. Sentia o seu fardo pesar ainda mais a cada decisão. O destino jogara seus dados e designou a ela a tarefa de proteger o único dos gundams que não fora roubado e involuntariamente comandar uma nave. Archangel. A nave de guerra escondida nas sombras da pacata e neutra colônia espacial Heliopolis. Lembrou-se de seu comandante, o Almirante Halberton e toda a 8ª Frota. Admirava-o como um pai. No calor do combate, ambos se sacrificaram em sua totalidade para que a Archangel pudesse ter ao menos uma chance de "sair viva" e mesmo assim as provações não pararam até chegar ao Alaska, para no calor de outra dura batalha contra ZAFT, descobrir que na verdade eram meras iscas e que aquela faraônica base iria pelos ares. A sigla dos coordinators já lhe causava uma torrente de sentimentos que já não sabia mais definir. Desespero, despreparo e raiva eram os mais freqüentes. Os ataques eram quase diários e em grande número, assim como os reparos. Posteriormente, seu descontentamento veio da própria Aliança Terrestre. Depois do incidente de JOSH-A, a Archangel era uma nave fugitiva e ela juntamente com a tripulação, desertores, pelo fato de terem sobrevivido àquela catástrofe. Estava vivendo além do estado de alerta, vivendo sob pressão e tensão permanentes. Quando Natrarle ainda era integrante da tripulação, fazia questão de manter sua marcação cerrada para que no primeiro deslize relevante que ela cometesse, pudesse de pronto denunciá-la ao Conselho e assim tomar seu posto. De Kira, a quem tratava como um irmão mais novo, tinha uma enorme sensação de culpa e remorso. Nunca se perdoaria por envolvê-lo involuntariamente na guerra que era obrigado a travar contra seus semelhantes genéticos, assim como Flaga nunca se perdoaria pelo fato de Tolle morrer em combate. Isso a perturbava. Medo de fraquejar, de perder o controle e as esperanças, medo de deixar escapar e perder (mesmo na situação desesperadora em que se encontrava) o que estava considerando o amor de sua vida.
Flaga. Ao transportar seus pensamentos para o major, suspirou involuntariamente. Um acaso os juntou e uma tenente descontente descontando sua raiva em seus relatórios, resolveu separá-los inutilmente. Se perguntava o que teria sido da Archangel todo esse tempo, em todas as batalhas que vieram, se ele não estivesse fazendo e tornando o impossível possível mesmo com seu jeito impulsivo. Em batalha, dar o 100 por cento não bastava. Ele era o Falcão de Endymion, que sempre iria mais além e que sempre defenderia aqueles que amava. Sentiu a intensidade do amor dele ao voltar para ela. E por amor à ela. Quente, impetuoso e inesperado. O beijo que momentos atrás acabaram de trocar. Apaixonado, ardente, inesquecível. Abriu os olhos para se certificar de que não estava sonhando nem tendo alucinações. Deixou-se levar. Foi a confirmação de que não estava sozinha. Que seu fardo de peso inestimável estaria sendo dividido. Eram somente eles, o toque dos lábios e a confirmação de toda a admiração, respeito, cumplicidade e amor um pelo outro.
by Sharon Apple 04/11/05
