Realmente
By Marmaduke Scarlet
Capítulo 2 - Perseguição
Ele estava olhando para mim, não para o vidro, com um sorriso misterioso. Eu odeio sorrisos misteriosos, mas no caso dele do Tiago não. Qualquer sorriso que ele dê é maravilhoso.
- Você está com uma cara de maníaco. – eu comentei. E ele riu.
Nesse momento o Tiago me puxou para mais perto dele. Em algum espaço de tempo entre o instante em que ele colocou a mão na minha cintura e o instante que ele baixou a cabeça em minha direção, meu cérebro totalmente atrapalhado conseguiu registrar que aquilo significava que ele iria me beijar, e eu deveria estar fechando os olhos e esperando os lábios dele encostarem nos meus. Só que foi aí que eu vi uma faísca púrpura passar por cima de nossas cabeças.
- Não!
Tiago se afastou como se tivesse levado um choque elétrico.
- O que?
Eu tirei a minha varinha do bolso do casaco. Faíscas púrpuras passando pela sua cabeça não são muito comuns, principalmente quando você está no Museu de Madame Tussaud. Esse é o negócio de ser uma bruxa. A maior parte das pessoas ali não perceberam a faísca púrpura. Lily, o corredor estava deserto exceto por você e o Tiago. Ela tinha que estragar com a minha alegria.
Então ouvimos passos no corredor que antecedia ao nosso. Não que o corredor fosse nosso de fato, mas é porque nós éramos as únicas pessoas que estavam ali. Pelo menos por enquanto.
- Lily, o que... – o coitado do Tiago estava perdido. Não o culpo. Eu também não iria entender nada se estivesse quase beijando minha namorada e do nada a criatura se afastasse de mim, manda-se eu ficar quieto e segui-la, enquanto ela se esgueirava pelo corredor. Mas isso foi antes de nós ouvirmos os gritos de pavor vindos de longe. Tiago olhou pra mim e eu assenti com a cabeça. Comensais.
Os passos estavam cada vez mais próximos. Eu apressei o passo. Os passos no corredor aumentaram de velocidade também. Aí eu entrei em pânico. Quer dizer, eu tinha visto número suficiente de filmes do Alfred Hitchcook pra saber que quando esse tipo de coisa acontece ou a você está sendo perseguido, ou b está na hora de você trocar de terapeuta porque já está ficando paranóico. Na duvida, eu fico com a primeira opção.
Certo, em vez de ficar e combater o inimigo com coragem, bravura e sangue frio, eu simplesmente resolvi deixar toda a precaução de lado e comecei a correr na direção contrária aos passos. Tiago também deve ter tido essa mesma idéia, assim como o nosso 'perseguidor'. A partir daí, as coisas aconteceram numa fração de segundo. Num minuto eu estava passando correndo pela escultura de uma velhinha vestida de preto com uns óculos escorregando pela ponta do nariz, e no outro eu estava sendo praticamente jogada dentro de um armário. Eu levei alguns segundos para me dar conta da situação. Eu estava espremida entre o fundo do armário e o Tiago. Vendo pelo ponto... er... físico da coisa, até que a situação não era das piores. Quer dizer, o corpo do Tiago não era exatamente feio, e eu estava numa posição que favorecia o contato físico entre nós, e qualquer tentativa de movimento acabaria simplesmente agravando esse estado. Eu jamais estive com ele dentro de um armário, embora fosse muito comum casais a fim de mais privacidade, digamos assim, se trancarem em armários, enquanto a gente estava em Hogwarts. Só que a gente não teve muito tempo para aproveitar os armários de vassouras, porque Tiago e eu começamos a sair de fato no finzinho do último ano (até então ele era apenas meu melhor amigo) , e quando o nosso namoro começou realmente a aprofundar o suficiente para... irmos para uma armário de vassouras, digamos assim, nós já tínhamos terminado a escola.
Então, os passos vieram em direção do armário. Meu coração começou a bater mais rápido e não foi por causa da proximidade. Tiago e eu prendemos a respiração.
- Ué... Eu jurava que tinha algum bruxo por aqui... Deve ter desaparatado. – disse a voz do dono dos passos, uma voz meio rouca e esganiçada. Régulo Black, o irmão do Sirius.
Tiago e eu ficamos em profundo silêncio, espremidos dentro de um armário, as respirações presas, os corações batendo tão rápido que eu senti que podia ter uma parada cardíaca ali mesmo.
Para a nossa sorte, Régulo pareceu ter realmente achado que nós tínhamos desaparatado, porque seguiu adiante, e se afastou. Quando Tiago julgou que ele já estava longe o suficiente, abriu a porta do armário com uma agilidade incrível para quem mal podia se mexer ali dentro, e nós saímos de lá.
Eu apenas olhei para ele e ele entendeu na hora o que eu estava querendo dizer. Essas são as vantagens de namorar o seu melhor amigo. Comunicação visual: um sabe o que o outro quer só pelo olhar. Ele saiu andando apressado, a varinha em punho pro lado contrário ao que o Régulo tinha ido, e eu o segui. Preciso lembrar de dizer ao Sirius para dar uns bons murros na cara daquele irmãozinho nojento dele.
Quando me pareceu que nós já tínhamos passado 3 vezes em frente da mesma estátua, por sinal a da Rainha Elizabeth, eu resolvi perguntar:
- Tiago, não é por nada não, mas o que estamos procurando afinal?
- Eu preciso de um 'letefone' ou qualquer outra coisa do tipo para avisar ao Ministério que eles estão aqui.
- Ah, um telefone.
- Isso!
- Por que a gente simplesmente não pergunta para alguém? Quer dizer, é meio óbvio que a gente está perdido aqui dentro, não?
Aparentemente, ele me ignorou. Legal, beleza.
Aí eu vi a salvação. Lá estava a luz no fim do túnel. Ou no nosso caso, um funcionário do Museu parado no fim do corredor.
Eu me aproximei dele.
- Com licença, o senhor poderia me dizer onde eu acho um telefone?
O mal-educado me ignorou. Que droga, não deveriam empregar pessoas assim. Aí me ocorreu que ele talvez fosse do programa do governo para empregar deficientes. Meu pai comentou qualquer coisa do tipo numa manhã dessas. Eu fiz sinais, perguntando se ele podia me ouvir. E, de novo, a criatura me ignorou. Eu já estava a beira de chuta-lo nos países baixos pra ver se ele me via ali. Foi ai que eu olhei pro lado.
Lúcio Malfoy estava parado com um sorrisinho sádico do outro lado do corredor, que, devido a extensão desse corredor, não era tão longe assim. E o Tiago me empurrando na direção contrária, sem tirar os olhos do Malfoy.
- Evans, ele não vai falar com você. E sabe porque? Porque ele é de cera. – e nisso apontou a varinha para o cara, o boneco, o sei lá eu o que era exatamente aquilo, começou a cair na minha direção. Num reflexo invejável, o Tiago me empurrou para longe, mas mesmo assim não foi suficiente. Eu caí no chão com o empurrão, e o boneco caiu em cima da minha perna. Ele era de gesso, pesado e de gesso. A dor foi dilacerante. E aí eu apaguei.
N/A: Capitulo pequeno, eu sei, não me matem. Mas foi um dos que eu mais me diverti escrevendo.
Eu adoraria responder os comentários um por um (eu me diverti muito lendo todos eles!), mas hoje excepcionalmente eu estou com um pouco de pressa, então só vai dar para mandar um kissu rápido para: Anny, Naty, Thata Radcliffe, Flavinha Greeneye, ViviSorrisinhu, BaBi Evans, Luci Potter, Nanda Rosadas, Poison, Palas e Lara Potter. Podem crer, eu li cada um dos comentários de vocês (eu sempre leio!) e amei cada um deles. Espero que gostem desse cap. O end da capa da fic ta no meu profile. Kissus!
