Título: Luz e Sombras
Por: Sissi
Disclaimer: IY não é meu.
Capítulo IV
Kikyou acordou num sobressalto. Ela esfregou seus olhos vermelhos, e levantou seu pulso esquerdo, de onde seu relógio digital tocava incessantemente. Ela apertou um botão do lado direito, e o barulho irritante cessou como num piscar de olhos. Ela bocejou, cobrindo a boca aberta com uma mão, e olhou de novo para o seu relógio.
Eram sete horas da noite.
- Droga! – Ela exclamou. Ela havia dormido demais, e agora, iria chegar tarde ao seu encontro com Inuyasha. Levantando-se rapidamente, ela colocou seu estetoscópio dentro de uma bolsa de couro, e esta, por sua vez, foi colocada dentro de sua mochila. Ela se despiu de seu avental e o dobrou o melhor possível, dada a sua pressa. Ela o colocou dentro de sua mochila, e abriu a porta. Ela fez tudo isso em poucos minutos. Seu turno já havia acabado há uma hora. Ela quase xingou em voz baixa, refreando-se no último momento. Acalmando-se rapidamente, ela deu uma última olhada ao redor da sala, verificando se tudo estava em seu devido lugar. Não encontrando nada errado, e observando que não havia se esquecido de nada sobre a mesa, ela desligou a luz, e fechou a porta atrás de si.
Ela abriu sua mochila e retirou seu celular, que era prateado e muito pequeno, com um pequeno cachorro de brinquedo pendurado por um fio no celular. Parecia um brinquedo, como muitas enfermeiras já haviam dito a ela. Ela discou um certo número que estava na memória do telefone, e esperou a pessoa do outro lado atender. À medida que ela ouvia o som do telefone tocando, seus sapatos de salto alto faziam barulho no corredor do hospital. Quando ela chegou ao elevador, ela ouviu uma voz masculina em seu ouvido. Ela sorriu.
- Oi Inuyasha.
Ela sorriu ainda mais quando percebeu como a voz dele se suavizou quando ele a reconheceu.
- Não, não, eu estou bem, não aconteceu nada. Só queria avisar que vou chegar atrasada. Só isso.
Ela assentiu com a cabeça, esquecendo-se que seu namorado não podia vê-la. Ela sorriu ainda mais quando ele lhe ofereceu buscá-la no hospital.
- Eu quero passar em casa antes, então não se preocupe. Vejo você daqui a pouco. Eu te amo, Inuyasha.
Ela desligou o telefone com um grande sorriso nos seus lábios.
As portas do elevador se abriram, e ela entrou. Sem ao menos olhar ao seu redor, ela apertou o botão subsolo´ e se recostou nas paredes do cubículo metálico. Ela fechou seus olhos, murmurando uma canção que não lhe saía da cabeça, ao mesmo tempo que sentia seu corpo leve como uma pluma. Ela estava feliz.
O elevador chegou rapidamente ao seu destino. Ele abriu suas portas, e Kikyou pôs um pé para fora. Ela olhou ao seu redor, tentando se lembrar onde havia estacionado seu carro, um Renault 206 azul. Ela o avistou a poucos metros de onde se encontrava, e caminhou confiantemente a ele.
Ela retirou de seu bolso um pequeno molho de chaves. Ela apertou um botão do controle do alarme, desativando-o. Kikyou enfiou a chave no carro e girou-o, abrindo a porta. Ela olhou ao seu redor mais uma vez. Não gostava muito de estar sozinha à noite, sem ninguém para acompanhá-la. Ela suspirou, aliviada quando avistou um guarda andando no outro lado da garagem. Este acenou para ela, a qual acenou de volta.
Ela ligou o carro, e pisou no acelerador, retirando seu pé esquerdo da embreagem ao mesmo tempo. O carro começou a andar, e ela lançou um último olhar ao hospital. Seus olhos ficaram aguados momentaneamente. Ela esfregou-os com o dorso da mão, observando o prédio alto e plácido, com as luzes acesas.
- Boa noite, Kagome.
Ela sabia que a garota estava em boas mãos.
Ela chegou em casa em pouco mais de meia hora. O trânsito não estava ruim, estava até muito bom. Eram as férias, ela pensou, um pouco triste porque seu trabalho demandava atenção e dedicação total. Ser médica era se comprometer à sociedade, significando nada de férias, ou pelo menos, evitando ao máximo querê-los. Ela suspirou. Estava realmente cansada.
Ela jogou as chaves no balcão da cozinha. Quando chegou à soleira da porta que conectava a cozinha e a sala-de-estar, ela retirou seus sapatos, e caminhou sobre o chão de madeira. Ela ligou a luz e a televisão. Um homem de terno preto e gravata azul, com detalhes vermelhos, apareceu na tela. Era o homem do tempo, o qual começou a dizer as previsões do tempo para o dia seguinte. Ela quase revirou os olhos.
Lavando as mãos na pia, ela observou como estava suja. Não de sangue ou qualquer coisa do gênero, mas suja da poluição da cidade.
- Preciso de um banho urgentemente – ela sussurrou para consigo mesma. Ela andou até o seu quarto, e ligou a luz. Sua cama estava muito convidativa, macia e aconchegante. Ela fechou os olhos, resistindo o mais bravamente possível contra sua vontade de ir dormir, e disse não. Ela ligou a luz do banheiro, e abriu a torneira de água quente. No início, a água estava fria, porém, com o tempo, começou a ficar cada vez mais quente. Quanto ficou escaldante, Kikyou abriu a torneira de água fria. Usando a mesma mão, ela começou a regular a temperatura, até que ficou satisfeita e foi para o quarto.
Enquanto ela se despia, ela começou a olhar o seu guarda-roupa. Vários vestidos, saias, e camisas sociais estavam pendurados, e ela mordeu o seu lábio inferior. Ela queria vestir algo sensual, porém nada muito revelador. Ela também queria uma cor diferente dos tons pastéis que ela usava para ir ao trabalho. Talvez um vermelho, ou então uma roupa preta que pudesse realçar a brancura de sua pele.
Por fim, ela desistiu de escolher a roupa, e foi ao banheiro. Ela fechou as duas torneiras de água, e colocou um dedo na água.
Estava perfeita.
Um pé entrou na água, e ela não pôde conter um longo suspiro de prazer. Ela enfiou o outro pé logo em seguida, até que ela se sentou dentro da banheira. A água alcançava mais ou menos o seu umbigo, e Kikyou sorriu de satisfação. Ela pegou o xampu que estava ao seu lado, e abriu a tampa, derramando uma quantidade generosa sobre a palma de sua mão. Ela o aplicou sobre seus cabelos, massageando sua cabeça, criando muita espuma branca, que começou a encobrir os seus olhos. Ela assoprou de leve e para cima, fazendo com que os tufos de espuma caíssem sobre a água cristalina. Estes tufos brancos pareciam icebergs, Kikyou pensou, e não pôde conter seu riso.
Ela parecia uma criança feliz.
Quando ela sentiu que seu cabelo já estava limpo o bastante, ela prendeu a respiração, tapou o nariz com uma mão, e entrou dentro da água. Ela ficou submersa por alguns segundos, e seu cabelo flutuava à sua volta como as serpentes de medusa. Por fim, ela emergiu da água, abrindo a boca e inspirando profundamente. Seus olhos se abriram, e gotas de água respingaram sobre seus cílios. Ela piscou algumas vezes, e sorriu.
- Agora, o condicionador.
Ela passou o creme condicionador sobre seus longos cabelos, e pegou uma esponja. Ela abriu a tampa da garrafa de sabonete líquido, e derramou o líquido sobre aquele objeto macio e áspero ao mesmo tempo. Quando se deu por satisfeita, ela fechou a garrafa, e começou a esfregar o objeto sobre a sua pele, criando mais e mais espuma. Ela começou pelo pescoço, e foi descendo, até chegar à sua barriga. A partir daí, ela começou a trabalhar nos seus braços. Quando ela terminou, levantou uma perna, e começou a limpá-la, partindo do calcanhar, avançando para cima muito lentamente. Gotas de água pingavam de sua pele, partindo do ponto mais alto, e descendo até chegar à borda inferior. Com muito coragem e determinação, as gotas se prendiam à sua pele, mas a gravidade, impiedosa, soltava suas mãos invisíveis, e elas caíam para a eteridade.
Quando quase todo o seu corpo estava coberto por espuma, ela se levantou e terminou de se cobrir por completo de branco. Deixando a esponja cair para dentro da água, ela se sentou, e logo em seguida, deitou-se , deixando apenas sua cabeça do lado de fora. Ela fechou os olhos, e suspirou, aliviada. A tensão do dia havia se dissipado com o banho.
Ela prendeu a respiração, e afundou dentro da banheira novamente. Com as mãos debaixo da água, ela desembaraçou seu cabelo, sentindo a suavidade dos fios.
Quando ela saiu da água, ela retirou o excesso de água dos cabelos, e da região dos olhos. Ela se levantou da banheira, e pegou uma toalha limpa. Ela enrolou-a em volta de seu corpo, produzindo um vestido temporário. Com uma outra toalha, ela enrolou esta em volta de seu cabelo.
Ela pisou no chão frio, e fez uma careta. Ela havia se esquecido de seus chinelos.
Suspirando, pois não havia o que fazer, ela saiu correndo para o seu quarto, em que o chão de madeira se mostrava mais quente que o chão de azulejos brancos de seu banheiro.
Ela se aproximou de sua cama, e se abaixou. Colocando suas mãos no chão, ela abaixou sua cabeça, e espiou por baixo da cama. Seus chinelos estavam lá. Esticando um braço, ela os alcançou e os puxou para fora. Ela os calçou e voltou ao banheiro. Era a hora dos cremes.
Em cima da pia, havia vários produtos de higiene. Kikyou pegou um pote contendo creme para o corpo. Ela o abriu, e colocou um pouco do produto na palma da mão. Com a outra mão, ela pegou um pouco de creme, e a passou-o no seu corpo, massageando suas pernas, seus braços, seu abdome, seu peito e seu pescoço. Quando ela terminou, ela fechou o porte, e abriu o outro, este contendo creme para o rosto. Ela fez a mesma coisa, porém desta vez, com mais delicadeza.
- Pronto.
Kikyou andou até o seu quarto, e abriu o seu guarda-roupa. Era a hora da decisão, mas ela ainda não fazia idéia do que vestir. Ela franziu o cenho, colocando um dedo no seu queixo.
Subitamente, seu rosto se iluminou, e ela avançou para o seu guará-roupa. De dentro, ela retirou dois cabides, um com uma saia preta com detalhes de babados e um pouco de brilho, e o outro com um top vermelho, de alças, em que havia dois laços de seda no lado esquerdo da peça, que se cruzavam como em zigue-zague até que um nó era dado, impedindo que um se separasse do outro.
Ela vestiu as duas peças de roupa com rapidez, e se olhou no espelho.
Ela estava linda.
Kikyou foi até o banheiro, e começou a se maquiar. Não queria algo muito forte, pois não gostava de cores fortes. Um pouco de batom rosa e de lápis já estavam de bom tamanho, além de corretivo para corrigir qualquer imperfeição. Sua pele era bastante branca, e, portanto, nem parecia que ela havia aplicado base. Ela fechou a tampa do batom, e se olhou no espelho mais uma vez.
Perfeito.
Ela foi até um outro armário, de onde tirou um par de sandálias de salto alto. Kikyou os calçou e ficou de pé, olhando para baixo para ver como seus pés ficavam. Nada resta a dizer que as sandálias combinavam o conjunto perfeitamente, como se um tivesse sido feito para o outro.
Kikyou colocou um pouco de perfume no pescoço, atrás das orelhas, e nos seus pulsos.
Ela estava pronta.
O local onde ocorreria o encontro era um restaurante no centro da cidade. Era um restaurante pequeno, porém aconchegante, que servia comida de vários lugares, em geral, com um toqueafrodisíaco. O cozinheiro chef do local era um homem de cinqüenta anos, de cabelos grisalhos que favorecia imensamente pimenta-do-reino, salsinha e gengibre. Não era um local famoso, mas a comida era muito boa ( bastante apimentada, deve-se ressaltar), e o preço, razoável, e por isso, as pessoas tinham que reservar mesas se quisessem comer lá. Além disso, este fora o lugar onde Inuyasha pediu Kikyou em namoro, e por isso, este local era perfeito para o encontro.
Kikyou chegou bem em cima da hora. Na verdade, ela chegou cinco minutos atrasada, mas Inuyasha não se importou nem um pouco. Kikyou desceu de seu carro, e se dirigiu ao maitre, que procurou pelo nome de Inuyasha na área reservada. Ela assentiu a cabeça quando encontrou o nome, e pediu que ela o seguisse. Ela sorriu, e começou a andar, seguindo-o.
Ela o encontrou sentado na mesma mesa onde ele lhe havia pedido em namoro. Ele estava absorto em seus pensamentos, observando a noite com olhos sonhadores. Ela sorriu, e se aproximou dele. Quando ela estava atrás dele, ela o cercou com seus braços, e plantou um beijo sobre seus lábios. Ele se assustou, pulando da cadeira. Quando ele sentiu seu perfume, seu corpo relaxou, e ele fechou os olhos, saboreando o momento.
- Kikyou...
- Inuyasha...
Ele pousou suas mãos sobre os braços dela, e com muita delicadeza, retirou uma mão e beijou o seu dorso.
- Desculpa pelo atraso, - ela disse, desenrolando-se de seu namorado. Inuyasha abanou a cabeça.
O garçom se aproximou do casal uma vez que a cena havia acabado. Ele pigarreou, chamando a atenção dos dois.
- Em que posso ajudá-los?
Kikyou abriu o menu que estava colocado em cima da mesa, e relanceou seus olhos sobre os diferentes pratos servidos naquele local. Ela escolheu uma salada e um salmão marinado com maracujá, com pitadas de Lourenço e salsa. Inuyasha, por outro lado, pediu uma bisteca com molho madeira, acompanhado por batatas assadas. Por último, eles escolheram por um vinho branco para acompanhá-los.
- Ótimas escolhas, devo comentar, - e dito isso, o garçom se retirou.
Inuyasha abriu o guardanapo e o colocou sobre o seu colo.
- Como foi o seu dia? O Sesshoumaru te deu muito trabalho, como sempre?
Kikyou abanou a cabeça.
- O Sesshoumau se comportou muito bem comigo, porém, ele ganhou uma inimiga no hospital.
Inuyasha arqueou uma sobrancelha.
- É mesmo?
Kikyou riu com a expressão dele.
- Sim, é a verdade. Não sei direito o que aconteceu, mas a garota gritou aos quatro ventos que ela o odiava. Foi bastante... corajosa, levando-se em conta como o Sesshoumaru pode ser mau.
Inuyasha virou os olhos, sorrindo ao mesmo tempo em que Kikyou lhe deu um tapa de leve sobre sua mão.
- Ei! Ele é seu irmão, lembra-se?
- Como eu poderia me esquecer? Tenho marcas no meu corpo como provas.
Kikyou lhe deu um olhar de reprovação. Engolindo em seco, Inuyasha retificou:
- Meu cabelo e meus olhos mostram que temos o mesmo sangue. No que você pensou que eu estava me referindo?
- Seu chato! – e dizendo isso, Kikyou beijou seu rosto. Inuyasha cruzou seus braços sobre seu peito, demonstrando falsa indiferença.
O garçom interrompeu o momento, trazendo consigo uma grande bandeja de prata, com dois pratos de porcelana chinesa contendo comida que exalava um odor de provocar água na boca, duas taças de cristal e uma garrafa de vinho branco dos mais caros. Uma fumaça branca era emitida dos pratos, embaçando os óculos do garçom, que se esforçava em não errar seus movimentos diante de um dos casais mais prestigiados do restaurante.
- Muito obrigada. - Kikyou replicou quando seu prato foi colocado na sua frente. Ela olhou a salada com molho italiano e o salmão. Ambos pareciam muito apetitosos, e ela lambeu seus lábios, antecipando o momento.
- Obrigado. Inuyasha murmurrou por sua vez quando sua bisteca foi colocada à sua frente. Ele pousou um guardanapo branco que estava em cima da mesa sobre o seu colo. Kikyou fez o mesmo do outro lado da mesa.
Inuyasha limpou a garganta, e pegou uma das taças de vinho. Kikyou enrubesceu, todavia fez o mesmo.
- Eu só queria dizer... – seus olhos se fixaram nos delas – o quanto eu te amo, e o quanto este dia é importante e especial para mim.
A esta hora, Kikyou já apresentava olhos brilhantes, cheios de lágrimas ainda não derramadas.
- Um brinde ao nosso primeiro ano de namoro.
- Um brinde ao nosso primeiro ano de namoro e, - ela sorriu, e acrescentou, - ao nosso amor.
Inuyasha corou, mas aceitou o acréscimo, e suas taças tocaram levemente uma na outra, provocando um som agudo que ressoou pelo restaurante. Várias mesas haviam parado de jantar para observar o casal, e aplaudiram quando o brinde havia terminado. Ambos coraram, mas agradeceram a atenção não esperada das pessoas.
Ambos começaram a comer, não sem um pouco de esforço, mas logo ficaramconfortáveis com o ambiente e com a situação. Eles não puderam esconder a satisfação quando suas línguas saborearam a comida. Era um manjar dos deuses, os sabores envolvendo suas mentes e levando-os ao paraíso. Uma mistura única lhes entorpeceu as mentes, e ambos se esqueceram, por breves momentos, onde estavam, e com quem estavam.
Kikyou pousou seu garfo sobre seu prato, e começou a observar seu namorado. As garfadas que ele fazia, seus olhos brilhando com intensidade à medida que ele comia fizeram-na sorrir. Ela sempre havia gostado observar seu namorado comer. Era como se a comida fosse sua outra namorada. Ela riu consigo mesma.
- Desta namorada eu não tenho ciúmes, - ela murmurou em voz baixa.
Inuyasha parou de comer, e ainda com a boca aberta, olhou-a interrogativamente.
- Não foi nada, continue a comer, - Kikyou o instruiu, e abaixando os ombros, ele colocou mais um belo pedaço de carne na sua boca.
Kikyou pegou seu garfo e voltou a comer.
Alguns minutos depois, quando ambos já estavam quase terminando seus pratos, e haviam começado a conversar sobre assuntos mundanos ( o jogo de futebol que a televisão mostraria ao vivo, para o delírio de Inuyasha ), o celular de Kikyou tocou. Não era apenas o som de um telefone tocando, mas era uma bela melodia de uma música da trilha sonora de um filme bastante conhecido no Brasil.
Kikyou retirou seu telefone de sua bolsa, e suspirou quando viu que era do hospital.
- Alô?
- Doutora Kikyou? É uma emergência. A paciente Kagome Higurashi está numa crise neste exato momento.
Kikyou fechou seus olhos. Uma mão quente pousou sobre sua, e ela abriu-os novamente, e viu um par de olhos dourados a olhando com emoção e um pouco de resignação.
- Está certo, irei aí neste momento. Dêem um calmante por enquanto, nada mais.
- Muito bem.
A conversa fora rápida, porém o clima havia mudado drasticamente. Num momento, era agradável e cheio de amor, e no outro, estava carregado com tristeza, pois mais uma vez, ela era trazida para a realidade.
- Eu sinto muito, - Kikyou começou a dizer, mas Inuyasha abanou a cabeça.
- Você é uma médica. Eu estou preparado para estas situações, - e acrescentou, - é claro que eu não gosto nem um pouco, mas tenho que aceitar, não é?
- É...
Ambos se levantaram da mesa. Inuyasha pediu desculpas ao garçom, e pediu a conta, que chegou rapidamente. Ele retirou seu cartão de crédito, e lho entregou.
Alguns momentos mais tarde, o casal estava na entrada do restaurante. Inuyasha colocou suas mãos dentro de seu bolso, e não a olhava diretamente. Kikyou ficou um pouco furiosa, mas nada comentou. Sabia que ele estava muito desapontado, mas aquela situação não era culpa dela, ela pensou amargamente. Ela podia sentir uma estranha sensação dentro de seu corpo, um calor vindo do peito e que fazia com que sua mente ficasse nublada. Ela piscou algumas vezes. A névoa dissipara, porém algo já havia mudado. Alguma peça se soltara, e ela se sentia estranha, com uma raiva não inerente à sua personalidade.
- Boa noite, Inuyasha. Ligue-me um dia desses, está bem? – ela disse, entrando em seu carro. Sua voz estava gélida como um vento do inverno.
Inuyasha assentiu com a cabeça, estremecendo inconscientemente. Kikyou ligou seu veículo, e este começou a andar.
Inuyasha levantou seus olhos, e não conseguia fazer com que seu coração parasse de doer.
- Droga... – ele murmurou.
A noite estava totalmente arruinada.
Escrito em Dezembro e em Janeiro.
Resposta a Reviews:
Kaoru: estou feliz que esteja gostando, e se você quer mesmo algumas dicas de leituras, recomendo Shadows Against a Shoji Screen da cappie; Moonstruck da Aiwenduil Amaurea e seu sequel, Landfall; All odMy Tomorrows da deleria; Tales From The House Of The Moonda Resmiranda e Fugue, também da Resmiranda.
Kanna: eu sei que demorei, mas aqui está aatualização que você tanto pediu. O próximo capítulo deverá sair no final de Janeiro ou início de Fevereiro. Boa leitura até então.
Priscila Marvolo: obrigada pelas suas palavras, e ainda bem que você não me azucrinou, ou então este capítulo teria demorado ainda mais para sair. ;; Eu também amo a Rin e a Kikyou. Se o Naraku vai aparecer? Não sei. Talvez. Quem sabe?
Dani: oi amiga, tudo bem com você? Obrigada pelo seu review; como sempre, eles sempre são inspiradores e me fazem querer escrever só para voce. Espero que goste deste capítulo.
kiki-chan: nossa, seus elogios me fizeram ficar vermelha. Escrever bem, eu? O.o VOCÊ é quem escreve bem, e ainda por cima, com frequência. Essas pessoas perfeitas, né?
Brass-dono: estou feliz que esteja gostando desta história, e mais feliz ainda ao saber que você também ama fics com Kag/Maru como casal principal. Sei que não atualizo faz tempo, mas a faculdade toma a maior parte d meu tempo. Só para você saber: minhas aulas começam no dia 31 de janeiro e terminam dia 3 de julho, só para recomeçarem dia 17 de julho. Cansativo? Sim, porém gratificante. Ah, recebi seu outro review de A Minha Garota, e obrigada de novo. Eu conheço o site de A Single Spark. É um dos meus sites favoritos; entro lá quase todos os dias.
MaHn: Estou feliz que você também seja outra pessoa que gosa de Kag/Maru fics. aqui está uma atualização para você, e espero que continue se divertindo com a história. E siiiiim, a Kikyou está meiga aqui, não está? Estou tentando escrever como eu a imagino que seja antes da traição, antes do Naraku ter interferido na sua vida, e se você gostou dela, então acho que meu trabalho está dando certo.
