A Queda do Príncipe

Se havia algo o incomodando não era o vento gelado e cortante uivando em seus ouvidos, mas sim a sensação inconfundível de que alguém o seguia.

Snape conhecia aquela presença, mas não conseguia identificá-la. Mesmo assim, estava calmo. Ele apertou a varinha em seus dedos praticamente congelados e respirando fundo, parou de andar.

Batendo a varinha na própria cabeça, aplicou-se um feitiço de Desilusão que fez com que ele aparentemente desaparecesse na noite escura. Em seguida, olhou em volta e percebeu que, o que quer que fosse que o estava seguindo, havia parado de caminhar também.

De repente, o vulto alto de um homem de cabelos compridos e bagunçados apareceu e começou a caminhar em direção a ele, que encontrava-se estacado, como se seus pés estivessem grudados no chão por alguma magia. O vulto parou à uma distância considerável e iluminou a ponta de sua varinha.

Snape cambaleou para trás e engasgou-se, uma expressão de puro terror estampada em seu rosto praticamente invisível.

"Sabe, Severo, feitiços de Desilusão não funcionam muito bem à curta distância." Sirius falou despreocupadamente, sorrindo com o canto de sua boca.

"Como!" murmurou Snape, voltando a ficar visível "Você morreu, Black, está morto... não pode..." Ele então encarou com cuidado o homem à sua frente, incrédulo. Parecia que ele não conseguiria falar mais nada quando, de repente, ele cortou o ar com sua varinha e um feitiço atingiu Sirius com força, mas este apenas cambaleou um pouco e logo recuperou o equilíbrio. Apesar dos cortes esbranquiçados que agora atravessavam seu rosto e seu peito, o animago não mostrava sinal algum de ter sido atacado.

Mais uma vez, Snape pareceu terrivelmente abalado.

Desmanchando seu sorriso, Sirius aproximou-se ainda mais do traidor e, olhando-o com desprezo, apontou-lhe a varinha.

Um forte jato de luz verde iluminou a escuridão e o corpo do Príncipe Mestiço tombou no chão para nunca mais se levantar.

ps.: um dos meus textos preferidos