Capítulo 5
Dia 6 de Julho
O Agente Z utiliza-se de todo o potencial de suas pernas para correr dos seres caninos infectados, mas infelizmente eles vão ganhando aproximação conforme os segundos seguem. Passando pelo salão onde foi capturado, Z sente que há alguém no fim de uma das escadarias, talvez a pessoa que lhe preparou a armadilha. Dando uma rápida olhada ele não vê ninguém, provavelmente está escondido. Dez dos cães também percebem o indivíduo e prosseguem pela escadaria, se separando do grupo e deixando apenas quatro ameaças para o agente.
Ainda não conhecendo bem os caminhos da imensa nave, Z corre pelos corredores puramente por instinto, esperando encontrar alguma porta que o leve a um lugar seguro antes de ser alcançado pelos cães. Nesse momento a sua atenção está completamente voltada para os cachorros em decomposição, fazendo com que se esqueça das outras ameaças: os funcionários infectados. Porém, Z logo lembra de seus "queridos amigos" ao deparar-se com um grupo de cinco cientistas em um estado sem volta, querendo irracionalmente saborear de sua carne. Cercado de inimigos, o agente dá uma rápida olhada para trás e, ao ver os quatro animais saltando para morder seu pescoço, se joga no chão deslizando pelo mesmo. Os caninos acabam colidindo com os zumbis, derrubando-os e iniciando uma breve batalha por sobrevivência: um ser tentando se alimentar do outro. Obviamente Z é esperto o suficiente para sair do local, mas inconvenientemente dois dos cães o percebem e disparam a persegui-lo.
Depois de mais uma exaustiva corrida ele termina em outro corredor sem saída, mas Z logo nota algo de diferente nele: no fim do mesmo há um cadáver se segurando em um painel com um dos últimos modelos de monitor de plasma. Ignorando o que vê e não tendo mais o que fazer, o agente vira-se apontando sua pistola para as criaturas e logo nota que elas se aproximam lentamente.
Z - Não deviam ter me dado tempo para atirar.
Mirando precisamente, o gatilho é pressionado. No mesmo momento a cabeça de um dos cachorros infectados explode em pedaços, lavando as paredes do corredor. Assim que mira a segunda ameaça, Z escuta uma voz feminina vinda do monitor.
?-?-? - Ei você! Socorro!
Dando uma rápida olhada de canto de olhos, Z vê no aparelho uma linda cientista de longos e lisos cabelos escuros, usando óculos e com uma expressão de desespero no rosto. Ainda com o cão em mira, ele abre fogo enquanto fala com a moça.
Z - Huh? Eu sou um clandestino na nave, querendo desmascarar a Umbrella. Porque eu ajudaria você?
?-?-? - Desmascarar? Do que está falando? Por favor, me ajude!
Z - Ou você é muito inocente ou está fingindo de modo incrível. Feh... Está bem, mas se tentar me enganar ou prejudicar, mato-a na hora. Onde está?
?-?-? - No segundo andar, porta 244! Eles estão esmurrando a entrada, rápido!
Z - Agüente, estou indo.
Caminhando pelo corredor banhado em sangue e carne podre, o Agente Z segue de volta ao salão, o único meio rápido de ir ao andar superior que ele conhece por agora. No meio da corrida ele vê aqueles cinco cientistas zumbis devorando o corpo dos cachorros infectados, ficando um pouco mais aliviado e prosseguindo para o salão. Ao subir uma das escadarias da localidade e dar alguns passos, Z visualiza o corpo de mais três cães mortos. Prosseguindo ele cai em outra armadilha: uma arma é apontada diretamente contra o lado direito de sua cabeça. Dando uma discreta olhada ele vê que se trata de Kyron, que parece ter sobrevivido à infecção do local.
Kyron - Ora, ora... Meu amigo Z sobreviveu...
Z - Que chato, nem um vírus mortal pode dar cabo de você.
Kyron - Como eu disse, começamos um jogo a partir daquele momento... Está preparado?
O cientista se afasta, ainda apontando sua arma para a cabeça do agente. Z também aponta sua pistola G-3 contra o rosto de Kyron, usando o gesto como resposta para a pergunta.
Kyron - Ha ha ha... Seu idiota, acha que eu não percebi que você está sem carga em sua arma?
Z - Droga, achei que podia te enganar... Hahaha
Do salão, o barulho de um disparo explodindo alguém ecoa pelo ambiente.
