Até a eternidade

Epílogo

- Ande rápido, elas logo vão chegar! - Sesshoumaru gritou da cozinha, para alguém no segundo andar. Passos apressados correram até metade da escada e voltaram:

- Estou indo! - Gritou uma delicadamente fina e aguda voz infantil - Estou quase pronta!

Sesshoumaru balançou a cabeça, negativamente, com um sorriso nos lábios. Era estranho para ele entender as mulheres, independente da idade delas. Kikyou, por exemplo, apesar do pouco tempo que passava se arrumando, sempre saía deslumbrantemente linda. E mesmo assim odiava tirar fotos e sempre achava que não havia perdido tempo suficiente em determinado detalhe. Apesar de seu crescimento não ter sido diretamente acompanhado por Kikyou, Rin estava ficando igualzinha à ela. Em termos. Ela adorava se arrumar. Quando achou numa mala grande, algumas coisas de Kikyou que Sesshoumaru planejava dar para Kagura ou as outras, ela teve um acesso de felicidade instantânea tão grande que ele não teve coragem de desfazer-se da mala. Eram coisas simples, como alguns perfumes, a maquiagem e, a coisa que Rin mais gostou : As jóias. Como Kikyou não gostava de andar parecendo uma "árvore de Natal", como ela mesma dizia, suas jóias eram simples e lindas ao mesmo tempo. Sesshoumaru ria sozinho, lembrando-se de quando Rin o obrigara a ficar na sala como platéia, quando ela vinha exibir sua arrumação. A roupa de Kikyou embolava em seus pés, e muitas vezes ela tropeçou. Os adornos no cabelo foram a parte mais fácil de mostrar.

- Rin... - Ele chamou novamente, a menina que ele ouvia andar de um cômodo ao outro no andar de cima.

- Já estou pronta, um minuto! - Ela gritou, correndo para o banheiro.

Ele girou os olhos, sorrindo. Deu um laço no pano verde que envolvia o almoço da menina e deixou o pequeno embrulho sobre a mesa da cozinha.

Rin acostumou-se rápido com a casa. No primeiro dia, já conhecia cada detalhe de cada cômodo. Adorara a decoração de seu quarto, e da quantidade de bonecas que nele haviam. A solidão também não fora problema. Ela ia à creche praticamente todos os dias, e, quando Sesshoumaru não podia levá-la, ela simplesmente atravessava a rua e pedia que Kohaku ou qualquer um a levasse, já que a nova casa de Sesshoumaru era de frente para a república.

Era um bem maior na vida de Sesshoumaru. Qualquer detalhe em sua vida passava batido, quando ela caminhava até seu quarto, chorando, dizendo que havia tido um pesadelo. Não havia problema que pudesse impedí-lo de acalmá-la em noites de raios. Não havia nada que o fizesse mais feliz do que o simples ato da menina de contar sobre o seu dia na escola

- E então? Como eu estou? - Ele ouviu ela lhe dizer, da porta da cozinha. Ele abaixou os olhos para a menina.

Ela parecia uma boneca. A pele branca e os cabelos castanhos num contraste deslumbrante. O uniforme azul da escola impecável, uma linda fivela de Kikyou que ela adorava ao lado da boina, posta jeitosamente sobre os cabelos. Entre outras coisas mais, como algumas pulseiras com pequenas contas. Eram poucas as coisas que a escola permitia, mas ela não parecia se importar.

- Linda. - Ele disse, sorrindo serenamente para a menina, cujo rosto iluminou-se com o elogio. Em seguida, ele fingiu seriedade - E extremamente atrasada.

Rin pôs uma mão na nuca, sorrindo atrapalhada. Sesshoumaru indicou com a cabeça o relógio pregado sobre a porta da cozinha.

- Que horas são? - Ele perguntou-a.

- Hn... - Ela apertou os olhos para o relógio, como se tentando decifrá-lo. Depois virou-se brusca e animadamente para Sesshoumaru - Sete e vinte!

- Exato. - Ele consentiu. Ela deu um pulo pelo objetivo conquistado - Isso significa que elas devem estar chegando...

A campainha tocou.

- Agora. - Ele concluiu.

- Minha mochila! - Ela correu até a mesa da sala, pegou a mochila e preparou-se para sair.

- Rin... - Sesshoumaru chamou novamente. Da porta, a menina olhou-o interrogativamente. Ele mostrou-lhe o embrulho verde.

- Meu almoço! - Ela sobressaltou-se ainda mais. Ela correu até a cozinha. Abriu a mochila sobre a mesa e pôs o pequeno embrulho dentro.

- Vá com cuidado. - Ele disse, quando ela pôs a mochila sobre as costas.

Eu irei! - Ela sorriu, angelicalmente. Num pulo, ela alcançou o seu pescoço, envolvendo-o com seus bracinhos. Deu-lhe um beijo doce, afundando seus lábios em sua bochecha. Retornou ao chão, e sorriu-lhe.

- Tchau, papa... - Ela parou, com um olhar assustado. Seu rosto corou, e ela abaixou-o, envergonhada. Soltou um muxoxo parecido com um 'Desculpa', e ele respondeu-a serenamente com um 'Tudo bem'.

A menina puxou o braço de Sesshoumaru, para que ele lhe acompanhasse até a porta. Lá, um grupo de meninas de sua classe e uma menina pouco mais velha a aguardavam. Rin acenou largamente para Sesshoumaru, até que desaparecesse no fim da rua. Sesshoumaru sorriu, para o lugar onde a menina havia desaparecido.

- Ela gosta muito de você. - Ele ouviu uma voz serena dizer atrás de si. Ele sorriu, sem se virar.

- De você também. - Respondeu, com a voz branda - É como se ela não percebesse que você não está aqui. Kikyou.

Uma risada divertida ecoou pela sala, num feixe rápido de luz, ela já estava lá. Sesshoumaru virou-se devagar, encostando-se no beiral da porta. Sorriu, para o feixe que rapidamente tomava a forma do corpo de Kikyou. Ela estava linda. Seus olhos brilhavam como antes o fizeram, sua túnica dava-lhe o aspecto de uma princesa. Seus pés estavam a menos de vinte centímetros do chão.

- E você? - Ela perguntou, voando em sua direção e pousando diante dele, olhando fixa e serenamente para os olhos de Sesshoumaru.- Percebe que eu não estou aqui?

- Não. - Ele lhe sorriu - Você disfarça muito mal. Sei que não sai daqui nunca. - Ele brincou

- Hn... Talvez... - Ela disse, sarcástica - É bom saber que é indiferente se eu mostro-me ou não para você.

- Então não foi um sonho? - Ele guardou as mãos no bolso da calça, mantendo o sorriso brando para Kikyou. Ela balançou a cabeça, negativamente - É, eu sabia disso.

- Você é oniciente por acaso? - Ela brincou, fingindo um semblante duvidoso - Sabe que eu estou aqui sem me ver, sabe o que é sonho e o que é real... O que mais sabe?

- Sei que você é a pessoa mais impressionante que eu já conheci - Disse, com a voz rasteira, sem perder o sorriso - E que eu espero que chegue logo a hora da gente se encontrar. De novo.

Ela sorriu, erguendo uma das mãos para acariciar-lhe a face. Já não haviam mais cortes visíveis sobre a pele branca.

Ainda falta muita coisa por aqui. Não acha impressionante, como algo tão pequeno e delicado quanto a Rin pode depender tanto de você? Ela vai crescer e ter em você a imagem de algo que ela sempre usará como modelo. Ela ensinará para seus filhos os mesmos princípios que você ensinará para ela. Eu quero acompanhar cada passo dela. Quero ver vocês dois estabilizando uma família feliz. Quero ver você tornar-se um profissional, com grande destaque em sua empresa. A jornada de vocês pela Terra será tão maravilhosa que, quando vocês chegarem ao Paraíso, verão que não é tudo isso que dizem. - Ela terminou a frase, seu corpo subindo alguns metros acima do chão.

- Então... - Ele disse, olhando-a de baixo - Isso é um 'até a vista'? - Ele brincou

Ela sorriu, descendo um pouco e curvando seu rosto próximo ao dele. Beijou docilmente seus lábios, tomando como uma dívida não-cumprida do encontro anterior. Afastou-se poucos centímetros dos lábios de Sesshoumaru, sorrindo, e dizendo, quase num murmúrio.

- Até a eternidade, Sesshoumaru.

Em seguida, uma fenda de luz abriu no teto da sala, ela lançou-lhe um útlimo sorriso por cima do ombro, e voou, atravessando essa luz, que logo desapareceu.

Ele sorriu, olhando para o teto. Sabia que aquele era um adeus que duraria o resto de sua vida. Mas... Quem precisa do resto da vida quando se tem o infinito em mãos?

FIM


Obrigada para Mariana (Eu confio inteiramente no seu ponto de vista n-n Não precisa sentir-se culpada por falar mal da Kagome em público, queime-a na fogueira >:3 Concordo msm, as pessoas tomam a Kagome como boazinha e sofrida pq ela é a heroína e pq a Kikyou qr separar o Inuyasha dela. Tá, a ÚNICA atitude da Kikyou que eu não concordei foi querer levar o InuYasha pro inferno, mas eu qro entender cm as pessoas conseguem gostar da Kagome msm ela sendo tão... irritante 9-9 Foi o maior review q eu já recebi na vida e eu estou emocionada 8-8), kiky (Se empolgue, solte as frangas \o\ Parece coisa d filme o.o? Vc é tão... boazinha ;-; Mto obrigada por gostar n-n), Sweet Ruby Moon (Eita que essa vai demorar xD Primeiramente, obrigada por ser uma leitora tão assídua da minha história. Quanto às acusações sobre catar muita coisa de Constantine, eu não sei do que você está falando u.U (capota) Brincadeira. Não vou negar, eu não li a Bíblia .-. (herege o.x) Então muitas coisas dessa fic são realmente partes tanto de Constantine como de outros filmes que também enfocam o inferno que eu concordo. A maioria são só conceitos que eu tirei na hora de fazer o inferno e tal, o mais gritante mesmo foi o sacrificio da Kikyou xD Não lembro como é o sacrifício do Constantine no filme o.o A referência do paraíso eu tirei do 'Todos os cães merecem o céu" /o/. Anyway, mto obrigada novamente n-n Vc tem mtas fics Sess/Kik, eu pretendo ler todas 8D)

Obrigada também para Ayami-chan, Naomi H. N, Lika Junge, Raissa e a mala da Yuka-san xD, a meninas que leram e comentaram os capítulos anteriores.

Obrigada para todo mundo que leu, mesmo sem deixar reviews ; ) Até a próxima o/