Uma breve explicação antes de começar. Eu inverti a ordem dos capítulos – novamente. Então, aquilo que eu tinha publicado como Capítulo 1, vai virar Capítulo 3. Claro que agora não tem nem mais lógica tirar o capítulo do ar, vou inserindo os outros no meio, espero que não confunda a cabeça de todo mundo.
Não sei o que deu na minha própria cabeça para publicar aquele como o Capítulo 1, enfim, agora vai ficar do jeito que tem que ser.
Ah! E tem spoilers de Hades, mas especificamente daquela famosa cena em que a Saori morre.
Beijos e boa leitura!
Retratação: CDZ não me pertence!
000000
Mais uma vez, te amo
Por Lola Spixii
Capítulo 1
Eu ouvia a voz de Saga longe, mas não tinha forças para arrancar o meu rosto de entre as minhas mãos. Depois eu já não ouvia mais nada, não sei se por que eu mergulhava cada vez mais fundo na minha insanidade ou se por que ele realmente acabou desistindo. O fato foi que, quando eu resolvi erguer os olhos já não havia mais nem sombra de Saga.
Então levantei a muito custo do chão, meus membros pareciam pesar dezenas de quilos e meus olhos queimavam. Coloquei a mão na maçaneta e por alguns instantes as velhas dúvidas voltaram a me assombrar.
Lembrei da tarde em que Shaka me disse aquilo que mais ninguém tivera coragem.
Miro, Camus não voltará.
Foi dilacerante.
Uma dor terrível.
Me sentia perseguido pelos Deuses, um desgraçado que não tinha o direito de... Ser feliz? Não, ser feliz nunca foi um objetivo. Amplo demais. Talvez vê-lo vivo fosse o suficiente. Quem sabe ele até pudesse me perdoar. Eu realmente não esperava que retornasse e me tomasse entre seus braços cobrindo-me de beijos e declarações de amor eterno. Até mesmo por que esse nunca foi o estilo dele. Eu queria apenas poder vê-lo novamente...
Então tudo me irritava, especialmente a cara de pena com que me olhavam. E, duas semanas depois já não havia nem isso. Logo todos passaram a levar suas vidas normalmente. Subiam e desciam as escadarias como se nada tivesse acontecido. E eu os odiava por isso... Todos...
Não sei nem dizer quantos dias fiquei sem colocar os pés fora de Escorpião. A primeira vez que saí foi na intenção de sumir do Santuário. Entretanto o único conhecimento que eu tinha do mundo fora dos limites das ruínas sagradas era a Ilha de Milos. E seria uma idiotice tentar me isolar do Santuário naquela ilha...
Passei horas errante pelas ruas de Atenas, subia e descia em vielas que eu nem sabia o nome, desfrutando uma sensação de conforto medíocre e que foi esmaecendo enquanto o tempo se arrastava. E como eu também ainda não considerasse a possibilidade de retornar para o Templo de Escorpião, entrei no primeiro estabelecimento que encontrei em funcionamento. A luz fraca e a calefação me aconchegaram, os euros mantiveram o líquido cor de âmbar ao meu alcance. Aquele bem-estar também se diluía com o tempo, mas demorava um pouco mais, era o suficiente. Noite após noite eu me colocava em frente ao balcão, sozinho, a despeito de todos os olhares interessados que eu recebia.
Certa vez permiti a aproximação de uma mulher, hipnotizado pelos cabelos ruivos dela. Beija-la foi decepcionante, entretanto, quando não estava com a língua dentro da minha boca ela fazia perguntas demais. Uma mulher, afinal... Não consigo me lembrar do por que de ter me deixado ser arrastado até o apartamento dela. Eu já tinha feito sexo com algumas na minha vida, três ou quatro servas do Santuário, que mais pareciam bonecas de tão passivas, e uma moça da ilha, que teve vergonha até de tirar a roupa... Enfim, não chegava a considerar repugnante, mas...
Perto da lembrança que ela me trazia, qualquer comparação seria injusta. Então tudo foi insuficiente, os toques, os gemidos, o gozo... Tudo errado, eu continuava desejando um homem que estava morto.
Morto...? Talvez ele não estivesse mais... Do outro lado daquela porta...
Voltei para a relutância da maçaneta sob a minha mão. Me sentia emocionalmente cansado, não tinha mais forças para continuar naquele circulo vicioso de dúvidas, sofrimentos e lembranças. Reuni todo o resto de energia e coragem que eu ainda tinha e abri a porta. Sem querer fechei os olhos nesse instante, tentando retardar uma possível decepção, um gesto infantil que eu não pude evitar.
Quando os abri eu vi o corpo esguio, os cabelos de fogo, o rosto de traços finos... Era Camus.
Minhas pernas não respondiam. Eu me sentia aliviado mas isso não se refletia no meu corpo, todos os músculos continuavam tensos. Caminhei lentamente até o leito. Então pude avaliar melhor o quão debilitado ele estava. Os olhos fundos, o rosto muito mais pálido e magro que o normal.
Eu o olhava meio abobalhado, sem saber ao certo o que fazer, ele parecia tão frágil... Entretanto o tórax subia e descia com regularidade, denunciando a vida.
Inclinei meu corpo sobre o dele até que o meu rosto tocasse o peito, apenas coberto por um tecido de algodão branco e irrelevante.
O coração de Camus soava manso, fraco, como se pudesse parar a qualquer instante. E eu esperava apreensivo por cada batida, incapaz de me afastar do peito dele. Não pensava em nada, tudo o mais era desimportante, secundário.
Sentia esvaírem-se pelos meus poros tudo o que precedera aquele singelo momento, cedendo espaço para uma sensação de paz ímpar. Meus músculos finalmente foram relaxando e, pouco a pouco minha consciência foi se perdendo naquela sensação boa. Adormeci.
000000
– Shaka... Você está sentindo isso?
– Sim, Mu.
– Será possível?
000000
Primeiro percebi a mão passando pelos meus cabelos, só depois ouvi a voz calma me chamando.
– Miro... Miro...
Ergui-me da posição em que estava, todo o meu corpo doía. Através da janela constatei que o dia mal havia acabado de amanhecer. Em seguida encontrei a face surpresa de Mu, que olhava admirado para Camus, inerte sobre a minha cama.
– É ele? Camus...?
Mirei o rosto pálido e se dissolveram quaisquer traços de dúvida que ainda restassem dentro de mim. Fiz que sim com a cabeça.
– Ele... Está vivo?
Mu não esperou minha resposta, se aproximou e tocou a face de Camus como que para certificar-se de que era mesmo real. Depois colocou os dedos em frente ao nariz dele, constatando que respirava.
– Como foi...
– Eu não sei.
– Não sabe? – Mu parecia estranhamente impaciente.
– Ontem, quando cheguei à noite ele estava aqui. Acho que foi o Saga, não sei ao certo. Não me lembro bem...
– O cosmo dele está quase imperceptível.
– Ele parece estar tão fraco, tão debilitado...
Enquanto eu falava Mu se afastou, pensativo.
– Será que é ele mesmo?
– Como assim?
– Eu não sei, Miro. Mas o Camus, você sabe, Athena havia desistido...
– O que você quer dizer?
– Pode ser uma ilusão. Ou alguém se passando por Camus... Há quem seja capaz de fazer isso...
– Não, eu tenho certeza, eu sei... Eu sinto...
– Vamos até a Sala do Mestre, Miro. Precisamos saber o que está acontecendo aqui.
– Não... Ele está muito fraco, Mu, eu não quero sair de perto. Se acontecer alguma coisa com ele... Se acontecer, Mu, eu juro... Eu não vou...
Senti o ar me faltar aos pulmões só de pensar que o miserável fio de vida que prendia Camus àquela cama poderia se desintegrar.
– Se acalma, Miro. Se acalma...
– Você não entende...
Ele saiu do quarto e retornou logo em seguida com um copo d'água, que colocou entre as minhas mãos.
– Então eu vou chamar o Shaka para ficar aqui com você enquanto eu vou até a Sala do Mestre.
– Não, eu não quero ninguém aqui.
– Mas você está descontrolado, Miro.
– Não, Mu. Eu não quero ninguém aqui, não quero. Não quero que o vejam assim, que tenham pena dele, de mim...
– Mas, Miro...
– Por favor, Mu. Por favor!
– Está bem. Mas prometa que vai se acalmar... Eu volto.
000000
Athena entrou na Sala do Mestre onde os dois Cavaleiros a aguardavam.
– Senhora.
Ambos inclinaram a cabeça reverenciando a Deusa.
– Shaka, Mu. O que desejam com tanta urgência?
– Algo estranho parece estar acontecendo em Escorpião, Athena – foi a ariano quem disse, com um tom preocupado na voz.
– Miro?
– Não exatamente... Acabo de vir do 8º Templo. Camus está lá. Vivo.
– O que está dizendo, Mu? – a testa da jovem franziu.
– Está desacordado, o cosmo muito fraco. Miro tem certeza que é mesmo Camus, mas nós sabemos que a Senhora o desenganou... Temo que seja algum espectro remanescente se passando por ele.
A face da Deusa se contraiu levemente ao relato de Mu, em seguida deu dois ou três passos para trás fixando a atenção em algum ponto muito além das imensas janelas que ocupavam as paredes da Sala do Mestre.
Mu voltou-se para o indiano em busca de algo que explicasse aquela reação estranha de Athena, entretanto os olhos dele permaneciam parados sobre Ela, estudando-a minuciosamente. O ariano sentiu-se tentado a quebrar o silêncio que parecia apenas estar sendo incômodo para ele mesmo. Entretanto quem o fez foi a própria Deusa, ao perceber que o Cavaleiro de Gêmeos atravessava o majestoso arco de mármore que conectava seus aposentos íntimos à Sala onde estavam.
– Saga...
– Athena.
– Foi você?
– Sim.
– Isso... foi um grande erro.
000000
Eu ainda estava muito cansado, não sabia quanto tempo havia dormido mas sabia que não fora o suficiente para desanuviar o meu corpo e a minha cabeça de toda aquela tensão.
E depois que Mu saiu eu fiquei ainda mais inquieto. Não por duvidar que aquele era mesmo Camus, eu tinha absoluta certeza que era. Entretanto... Aquilo estava realmente muito estranho.
Sentei novamente na beira da cama. Coloquei a mão sobre o rosto dele em uma carícia extremamente cuidadosa, frente àquela fragilidade tão pungente.
– Camyu... Lindinho...
Chamei-o algumas vezes, ao que ele não demonstrou nenhuma reação. Não, Camus costumava ter o sono leve, toda aquela movimentação já o teria acordado se estivesse apenas dormindo. Então também não ia adiantar muito eu ficar ali, andando de um lado para o outro como se ele pudesse abrir os olhos a qualquer instante. Por mais que a idéia não me agradasse, talvez fosse razoável procurar Saga para alguma explicação.
Afastei uma mecha ruiva, revelando a mancha arroxeada próxima ao olho, na têmpora esquerda. Quem tivera a ousadia de investir contra aquele rosto de anjo? De perturbar a beleza contida nos traços finos e exóticos da fisionomia dele?
– Eu...
Sim... Eu havia dado uma significativa contribuição. Sentia aquelas memórias se aproximarem como uma parede d'água prestes a desmoronar sobre a minha cabeça, a lembrança daqueles terríveis instantes voltando com uma intensidade surpreendente. Dirigi minha atenção para o pescoço e lá estavam os hematomas provocados pelas minhas mãos.
Jamais a expressão morto-vivo poderia ter sido melhor aplicada. Apenas lhe restava o sentido da audição e eu fiz questão de chamá-lo de traidor, de mentiroso, de dizer muitas vezes que eu o odiava, que eu me sentia imundo por tê-lo amado em algum momento da minha vida.
Ao som dessas palavras foi que o carreguei, em meus braços, até aos pés da estátua da Deusa. Depois, quando Ela finalmente enfiou a adaga dourada no peito, eu apertei o pescoço de Camus até quase sentir câimbras nos dedos, só então chorei... Ele não tinha forças para revidar, eu fui um grande covarde... Mas naquele momento eu só pensei em descontar nele toda a minha frustração por amar um traidor, por nunca ter conseguido esquecê-lo.
Foi Mu quem me impediu de ir até o fim, de arrancar com minhas próprias mãos aquela vida idiota de que ele fizera tanta questão.
Então era pela Deusa... Como eu pude suspeitar de que ele se voltava contra nós? Como eu pude não perceber a tristeza absoluta dentro dos olhos de Camus...? Como?
Eu me ajoelhei na frente dele por que simplesmente não conseguia mais me manter de pé ante aquele semblante vazio, quase morto. Rodeei a cintura com meus braços possessivos, ansiando pelo contato reconfortante que já não havia. Havia apenas o metal anegrado da sapuris, e uma aura de angústia que chegava a quase me sufocar.
Por que teve que ser daquele jeito?
O "eu te amo" que tentei dizer ficou entranhado entre o pulmão e a garganta quando ele se afastou reticente de mim, utilizando a réstia de cosmo que ainda tinha para elevar-se até o céu e partir.
E agora ele estava de volta, como das tantas outras vezes...
000000
Tão absorto estava pelas minhas memórias que não percebi a aproximação dos cosmos muito antes dos quatro atravessarem a porta do meu quarto. A Deusa vinha na frente, exibindo o rosto corado de quem atravessou as escadarias às pressas. Em seguida entraram Saga, Shaka e Mu, que me lançou um olhar apreensivo.
000000
Tão logo avistou o aquariano estirado sobre o leito, a Deusa aproximou-se.
– Ainda está vivo... – disse para si mesma, sentindo-se muitíssimo aliviada.
Em seguida dirigiu sua atenção para Miro, que estava de pé ao seu lado. Era evidente que ele tinha chorado e, apesar do semblante cansado, a encarava daquele jeito quase insubordinado que Ela bem conhecia.
– Miro, escute, Camus está muito mal...
– Athena, por que omitiu que ainda havia chance?
– Chance?
– De Camus retornar...
– É... uma história longa.
– Que seja... Eu tinha o direito de saber de uma mínima possibilidade que fosse...
A jovem engoliu em seco, o olhar de Miro era duro como pedra, e pesava sobre si sem hesitação alguma. Sentiu-se pequena diante dele e desviou a atenção para a cama enquanto tomava fôlego para enfrentá-lo. Se pudesse, continuaria evitando...
– Eu também não gostaria que fosse assim...
– Mas foi assim.
– As circunstâncias...
– Circunstâncias? A vida desse homem nunca foi circunstancial para mim...
– Eu não menti para você, Miro!
– Como é que ele está vivo, então? O espírito dele não estava perdido entre o mundo dos vivos e mundo dos mortos? Não foi isso que a Senhora mandou me dizerem? Será que Shaka não soube me passar o recado corretamente? Ou será que fui eu que entendi errado?
Ele falava baixo, mas era evidente a profusão de sentimentos sob as inflexões da voz.
– Não, você não entendeu errado...
– Então eu devo ter perdido alguma parte.
Ambos ficaram em silêncio por alguns instantes, tempo suficiente para que Athena concatenasse uma forma de escapar daquele fuzilamento.
– Miro, se você quer que Camus viva, então terá um pouco de paciência. Existem muitas coisas que você realmente precisa ficar sabendo, mas não há tempo agora, ele precisa ser levado daqui o quanto antes.
Era uma estratégia condenável, atirar sobre Miro a responsabilidade pela sobrevivência do aquariano. Mas fora eficiente, finalmente encontrou traços de indecisão nos olhos dele.
– Para onde? – ele perguntou para o vazio, por que a Deusa deixou de encará-lo tão logo pronunciou o "quanto antes".
– Pegue-o com cuidado – Ela dirigiu-se para Saga com frieza, virando-se quase de costas para Miro e se esforçando para ignorar a incômoda sensação de estar sendo observada por ele.
– Athena...
– Obedeça – Ela foi ríspida.
– Talvez não seja necessário, se ele está vivo até agora...
– Não vou tolerar sua insubordinação novamente!
Saga recebeu o olhar fulminante da Deusa e sentiu seu rosto pegar fogo. Não esperava que Camus sobrevivesse tanto tempo longe dos aparelhos e medicamentos. Entendera os acontecimentos da noite anterior como um pedido de morte e, apesar dos riscos que sabia estarem correndo, aquiesceu a tal pedido... Entretanto Camus continuava vivo!
E, apesar da veemência com que a Deusa lhe ordenou, se aproximou do leito sem a certeza de que obedeceria. Nenhum deles contava com a intervenção de Miro.
– Ninguém vai encostar nele sem que eu saiba exatamente o que está se passando... E permita.
Era um atrevimento. Um grande atrevimento. Mas todos sabiam que aquilo não era de brincadeira. Encobrindo toda aquela tensão, havia um silêncio mordaz, que só Miro parecia autorizado a interromper.
– Para onde pretendem leva-lo?
Athena suspirou. Um erro, um grande erro, foi o único pensamento que lhe atravessou a mente. Miro nunca deveria ter tomado conhecimento...
– Para o único lugar onde ele tem chances de sobreviver... Um hospital.
Tão logo Athena completou a frase, Mu percebeu, pela primeira vez desde que entraram na Casa de Escorpião, uma alteração na expressão do rosto de Shaka. Uma solitária ruga na testa, por trás da franja loira, denunciava que algo ali não ia bem, que algo não estava certo.
– Hospital... – Miro repetiu para si mesmo no outro extremo do quarto, estranhando aquela afirmação por motivos completamente diferentes dos ocultos sob os olhos do virginiano.
Afinal, nunca fora necessário que saíssem do Santuário para que curassem quaisquer problemas de saúde que tivessem. Desde as comuns doenças de criança – sarampo, rubéola, caxumba... – até as fraturas decorrentes dos treinamentos... Sempre eram tratados pelas servas ou sacerdotisas. E agora que tinham a própria Deusa entre eles... Agora precisariam recorrer a um hospital? – Pra que?
– A situação dele é muito grave, Miro. Muito grave! Então, seja razoável... Camus precisa ser levado de volta para o hospital logo!
De volta... O semblante dele passou do preocupado ao raivoso em um segundo.
– Levado de volta? Há quanto tempo...? – uma lágrima furtiva escorreu pelo rosto.
– Miro...
– Responda...
– Alguns meses...
– Quanto tempo?
– Ele foi revivido uma semana depois de Shaka ter lhe dito...
– Que ele não retornaria... – apertou os olhos com força, na tentativa de impedir que mais lágrimas lhe molhassem o rosto – Uma conspiração...
– Não!
– Fui o último a saber... Por que?
– Não, ninguém sabia, ninguém. Somente nós – ela olhou ligeiramente para Saga.
– Cruéis...
– Miro, entenda, Camus está vivo, mas... Os médicos disseram... Existe a possibilidade de Camus jamais sair do coma, jamais! E se ele sair... Se ele sair... É certo que terá alguma seqüela. Pode ser que ele perca os movimentos, Miro, que fique entrevado... Para sempre! Ou talvez ele esqueça tudo, tudo... De quem ele é, do Santuário... de você...
– Chega! Chega... – cerrou os punhos e o cosmo começou a se expandir, agressivo e descontrolado, avançando sobre todos, indistintamente, até tomar o quarto por completo.
Os pensamentos todos enevoados pela ira, não era capaz de individualizar seus "inimigos" dentro daquele aposento. Era borrões o que via e isso pouco importava. Tinha ganas de acabar com tudo, ouvir estalar sobre sua cabeça cada uma das pilastras que sustentavam o 8º. Templo, e todos os demais em seqüência, até que tudo não passasse de pó...
Perdeu a consciência logo em seguida.
000000
Ah, meu aniversário é amanhã (21 de janeiro)! Não esqueçam os parabéns!
Visitem: www ponto thesenseiclub ponto blogspot ponto com.
(janeiro de 2006)
