-O que você sabe sobre Legilimência?
Harry soltou um grande bocejo antes de começar a explicar o que lembrava das aulas de Snape. Não entendia porque ela o havia mandado dormir se era pra acorda-lo tão cedo.
Se bem que pela, cara de Bellatrix, ela também não dormira nada. Na verdade Harry tinha quase certeza disso já que acordara várias vezes durante o pouco que restou da noite, e viu que a luz da sala não tinha sido apagada.
Quando levantou na manha seguinte (em meio aos berros de ACORDA PREGUIÇOSO! de um berrador que ela ativou em sua orelha) seu malão estava no canto do quarto, nem se deu ao trabalho de perguntar como, porque sabia que não haveria resposta.
-Muito bem, pelo visto você sabe o suficiente da parte chata... – disse ela ao final da explanação do rapaz.
Bellatrix foi até uma mesinha de cabeceira, abriu-a e tirou nada mais nada menos que a varinha de Harry lá de dentro.
-Vamos passar logo pra melhor parte então. – falou jogando a varinha para ele.
-Não tem medo que eu tente fazer alguma coisa? – disse o rapaz imitando o cinismo dela enquanto levantava a varinha em posição de ataque.
Bellatrix deu de ombros.
-Pior pra você se fizer... Nunca vai saber o que aconteceu com o seu padrinho, realmente.
Como esperava, Harry baixou a varinha.
-Não preciso saber nada além de que ele não volta mais...
-Será? – disse ela arregalando os olhos – Quer respostas bebe? Elas estão aqui. – apontou para a própria cabeça – Vai ter que entrar aqui para pagá-las. Acha que consegue?
Ele estreitou o olhar da forma como seu pai fazia a anos atrás, muito, muito parecido mesmo... Mas havia algo diferente, algo que fazia Bellatrix ter um certo respeito por ele, ainda que fosse mínimo, os olhos da mãe sempre a lembravam que Harry não era Tiago. O que pro garoto era muito bom já que ela e Tiago nunca tiveram boas relações
Foi tão rápido que Harry nem percebeu o movimento direito. Aproveitando o contato visual Bellatrix levantou a própria varinha e gritou:
-Legilimens!
Foi horrível ter que dividir com ela as lembranças da sua infância, mas foi muito pior perceber que Bellatrix assistia o seu primeiro beijo e por um estranho motivo isso lhe era mais humilhante que as lembranças com Duda.
-Bom! – ele ouviu a voz dela quando se percebeu novamente na sala do apartamento que ocupavam – Muito bom, Baby Potter! Mas por favor tente algo que não vá incendiar o apartamento da próxima vez, ok.
-Eu te deixei ir muito longe... – resmungou ele se levantando.
-Você achou foi? Discordo. Pra quem foi pego de surpresa você até que reagiu bem rápido... Mas terá mais sucesso se conseguir impedir que eu entre, e não simplesmente me expulsar depois que já estou aí dentro.
-É.. o professor Snape vivia dizendo isso... Pra eu esvaziar a mente, por de lado toda a emoção. Mas eu nunca conseguia... Ele parecia ficar bem feliz quando isso acontecia, alias.
-Snape jamais confessaria sua capacidade em nada, apenas porque você é... – ela fez um gesto com a varinha – quem é...
-Apenas porque eu sou filho do meu pai.
-Exato. Não tiro muito a razão dele por isso... seu pai era insuportável mesmo.
Harry fez uma careta, mas não respondeu.
-Snape dizia que demonstrar emoções é uma fraqueza.
-E é. Pelo menos na guerra... Você dá segurança aos outros e apresenta seus pontos mais fracos, o que em uma guerra, é fatal. Anda, vamos tentar de novo.
Eles passaram o resto da manhã naquilo, praticando, cada vez Harry a deixava ver menos, mas mesmo assim eram situações constrangedoras.
-Você teve uma vida muito agradável ao lado dos seus tios, heim. – disse ela após uma das investidas, num tom nada satisfeito – Preciso me lembrar de agradecer melhor a sua [i]tia[/i] da próxima vez.
-Acho que você já fez demais com ela na visita de ontem.
-Acha é? Pois eu achei pouco para o que andei vendo ai. – ela apontou a varinha para a cabeça dele – mais uma vez: Legilimens!.
A aula com Bellatrix fora infinitamente melhor do que os suplícios que foram as de Snape. Não sabia bem porque, mas o ambiente era mais leve e suas explicações mais claras, tanto que no final da manhã, quando Sam chegou chamando-os para almoçar, ele considerava ter tido um avanço maior do que em todas os meses de preparação com o [i]Ranhoso[/i].
-Podem ir primeiro, eu tenho que resolver uma coisa antes.
-Vê se não vai se meter em encrencas, dona Black.
Ela riu.
-Isso vai ser difícil, Sam. Eu sempre me meto em encrencas, lembra? – ela sumiu para seu quarto, deixando os dois sozinhos na sala. Sam fez sinal para Harry seguí-lo em direção ao pub lá em baixo.
-A que horas você abre o bar?
-O Black Star só abre após as 6 da tarde. – disse ele – O movimento não costuma ir até muito tarde durante a semana, por isso não encontraram ninguém quando chegaram ontem.
-E ela parecia saber disso... – ponderou o menino.
-Claro que ela sabe. A senhora Black é dona disso aqui.
"Dona... interessante..." pensou o garoto, ao mesmo tempo que resolveu tentar descobrir algo sobre a mulher. Era a primeira vez que ele e Sam ficavam sozinhos, e o cozinheiro talvez lhe contasse algo mais interessante.
-Por que você a chama de senhora Black?
-Ué, esse é o nome dela.
-Não, não é.. Esse é o nome de solteira dela... Mas ela se casou e...
-Nome de solteira? – Sam soltou uma pequena gargalhada enquanto levantava o tampo do balcão para entrar em direção da cozinha – Engraçado, eu sempre achei que...
-Achou que? – perguntou Harry sentando-se em um dos enormes bancos esperando Sam voltar com a comida.
-Achei que ela e o seu Black eram casados... – respondeu o cozinheiro retornado com a garrafa de suco e alguns copos.
Harry deu um sobresalto.
-Ela e quem?
Sam o encarou sorridente.
-Pelo visto você não sabe de nada mesmo... Eu e a dona Black ainda não tivemos tempo de conversar, mas já haviam me dito algo sobre o que aconteceu.. por alto... Imagino que seu Black não tenha te falado sobre isso...
-Sobre isso o que? – Harry estava começando a se desesperar – Peraí? O senhor Black de que você está falando é o Sirius? O Sirius Black, meu...
-...Padrinho. – completou Sam – Exatamente... Se quiser olhar melhor mais tarde há fotos dele espalhadas pelo pub... – disse o homem apontando para alguns quadros fixados na parede oposta a eles.
-Isso é ridículo! – gritou o garoto se levantando do banco – Ele mesmo me disse uma vez que não via essa mulher desde que tinha a minha idade!
Mas Sam não parecia abalado com o nervosismo dele.
-Então ele mentiu. Eu trabalho nesse pub desde que o seu Black o abriu, a vinte anos atrás, e ele já era bem mais velho que você... bom, na verdade não muito mais velho. Olha, eu tenho uma aqui que vai gostar, é a minha preferida...
-Ele não mentiria sobre isso... – disse Harry antes de engasgar ao ver que Sam puxava um porta retrato que parecia guardar de baixo do balcão.
Era uma foto trouxa, onde o cozinheiro, nitidamente mais novo, estava abraçado a duas pessoas de cabelos igualmente negros. De um lado sua atual professora de Oclumência, mais corada (se é que aquela pele branca corava alguma vez, mas parecia ter sangue no corpo, ao menos), estampava um meio sorriso, demonstrando uma certa felicidade. E do outro... A mesma imagem da lembrança de Snape, a não ser que o Sirius daquela foto tinha o cabelo um tantinho mais cumprido que na época em que prestou seus N.O.M.´s.
-Eu adoro essa foto, tiramos no primeiro ano do Black Star.. – ele olhava a imagem com um ar bastante saudoso – Bons tempos aqueles....
Em seguida ouviram passou vindos da escada e Sam abaixou a foto novamente.
-Não começaram a comer ainda? – perguntou Bellatrix aparecendo no salão.
-Não, claro que não... Estávamos esperando à senhora. – disse Sam.
Ela olhou para ele com uma cara de "você não me engana", depois para Harry que parecia envolto em seus pensamentos.
-Você contou pra ele, não contou?
Sam deu de ombros.
-Tinha problema?
Bellatrix olhou novamente para o garoto.
-Não, mas ele não vai acreditar
-Claro que eu acredito. Você matou ele depois de terem vividos juntos, o que mais eu poderia esperar de uma Comensal da Morte? – disse ele secamente – Isso só faz o meu desprezo por você aumentar.
-Como se eu estivesse preocupada com isso. Além do mais você não sabe o que foi viver com o seu padrinho perfeito, Baby Potter, por isso não me irrite com essa conversinha.. Você não sabe de nada!
Por algum motivo a mulher parecia ter ficado mais ofendida do que deveria.
Ela virou-se para a escada novamente.
-A senhora não vai comer? – perguntou Sam.
-Estou sem fome. – sentenciou ela sumindo escada a cima.
Sam fez cara de bravo.
-Vocês bruxos acham que sobrevivem de vento né... que coisa...
Resmungou ele enquanto voltava a cozinha para pegar os pratos de comida, deixando um Harry muito pensativo no balcão.
-Legilimens!
Aquela foi a palavra mais usada durante toda a tarde. Harry se empenhava cada vez mais na aula, por um motivo que Bellatrix percebeu logo na primeira investida.
-Protego!
Cabelos negros, muito negros, uma reunião deles. A jovem menina de 8 anos tentava comer da mesma forma elegante que a mãe ao seu lado. Olhava cada movimento, tão atenta aos detalhes que nem percebeu que a cor do líquido em seu copo mudara enquanto o levava até os lábios. E quando já o estava quase o entornando na boca, num passe de mágica ele escapou de sua mão entornando todo o conteúdo negro e leitoso em sua roupa nova.
-Bellatrix! Isso são modos! – gritou a mãe antes de começar o longo discurso sobre as boas maneiras de uma dama da sociedade, mas a menina não escutava, seus olhos faiscavam de raiva para o garoto sentado a sua frente, que não parava de rir.
-Sirius! Foi você seu cretino! – disse ela pulando por cima da mesa e voando no pescoço dele enquanto o mesmo soltava uma enorme gargalhada.
Mas a imagem mudou, assim como o tom e a intensidade da gargalhada que ouvia agora. Uma garota loira caia estuporada no chão para em seguida ser deixada sozinha no sótão.
Foi quando ele sentiu como se um empurrão o tirasse dali.
-Querendo invadir minha mente, bebe? – falou Bellatrix quando ele voltaram a enxergar a sala onde estavam.
-Querendo não.. Conseguindo. – disse ele em resposta – Ser sua irmã deve ter sido uma tarefa muito difícil... – falou ele cinicamente, levantando a varinha novamente em posição de ataque.
-Não tanto quanto era ser prima do Sirius... – ela deu um sorriso sarcástico - ou do tal do Duda... mas eu me empenhava.
-Posso tentar agora?
Ela deu um novo sorriso, mas esse era de satisfação.
-Claro bebe. Sua vez...
-Legilimens!
Nada.
Bellatrix sorriu.
-Não se sinta mal. Até o Lorde tem dificuldade para entrar aqui, às vezes, ele dizia que havia me ensinado bem demais. – disse se gabando – Por isso se você quiser vai ter que me pegar desprevenida como...
-Legilimens! – gritou ele de novo.
Foi o beijo mais ardente que ele viu na vida, alias, nunca imaginara que alguém pudesse beijar daquele jeito. Tinha a nítida impressão que seu padrinho não largaria os lábios dela nunca.
-É daí pra pior bebe... Tem certeza que vai querer ver isso?
Ele saiu rapidamente da mente dela, bastante envergonhado por sinal, já que havia acabado de constatar que não havia roupas naquela lembrança.
-Descobriu o que queria?
Harry deu-lhe um olhar irritado, como ela conseguia ser tão cruel? Como conseguira ter tido algo tão forte com Sirius e depois mata-lo? Sim, porque a julgar por aquele beijo, o caso entre eles não fora brincadeira entre primos.
-Aprendeu pelo menos como se beija?
Ele soltou um muxoxo, lembrando que ela vira o fiasco que fora seu relacionamento com Cho Chang.
-Porque o matou?
-Quem disse que e o matei? Legilimens!
Os olhos de Rony lhe acusavam de ter trapaceado para participar do Torneio Tribuxo.
-Protego!
Olhos acusadores também, mas eram cor de mel, num rosto muito parecido com o dele.
-Vamos com calma Tiago, você não está pensado em acusar a Bellatrix, não é? – disse uma ruiva ao lado dele.
Quem mais aqui sabia da ação?[/i] – perguntou ele friamente.
-Todos vocês! – respondeu Bellatrix.
-Muito bem, vou refazer a pergunta então. Quem mais sabia da operação e adoraria que ela desse errado e que esses maníacos assassinos exterminassem todos os trouxas da face da Terra?
Ele tomou um novo empurram, caindo novamente no chão da sala. Levou alguns segundos para se recompor.
-Do que ele te acusou?
-De algo que eu não fiz... – sentenciou ela com um tom magoado na voz.
Ele desviou o olhar. Respirou fundo enquanto tentava juntar o quebra-cabeça.
-Sirius acreditou nele?
Ela não respondeu, nem precisou, estava na cara que sim.
Os dois se encararam mais uma vez.
-Legilimens! – gritou novamente o rapaz, certo que ela não esperava por isso.
Olhos vermelhos piscavam pra ela.
-Aqui estará segura, querida. Nós cuidaremos de você... E eles vão pagar por tudo que lhe fizeram, esteja certa disso.
Ela desviou a lembrança de Voldemorth. Em seguida Harry viu Rodolphus Lestrange sorrindo para ela no altar, era como se pudesse sentir a dor no peito dela quando ouviram o padre pronunciar;
-Eu vos declaro marido e mulher.
Bellatrix desviou a imagem de novo, ainda incapaz de expulsa-lo, parecia irritada por ele estar conseguindo ir tão longe.
De repente algo lhe chamou a atenção.
A porta de um carro abrindo e a jovem garota de seus dezessete anos e cabelos negros sentou no banco do carona, com a cara fechada e parecendo bastante irritada.
-Pronta?
Era uma voz extremamente familiar. Harry virou a cabeça achando sinceramente que não identificaria a dona da voz, mas os longos cabelos ruivos que viu o fizeram tomar um susto.
-Como nunca antes, Evans... Anda, vamos descobrir logo o que esses dois estão aprontando.
Harry piscou duas vezes, ainda incerto de estar vendo sua mãe nas lembranças daquela mulher.
- Ah, acho que vai gostar dessa lembrança.. – disse Bellatrix.
Então ela já havia se recomposto, ele não estava a invadindo mais, ela que estava permitindo sua presença ali.
-Por que não me expulsa?
-Porque quero que veja isso...
O carro parecia andar mais rápido que os demais.
-Lílian sempre foi uma boa motorista... – disse ao perceber a excitação dele com a velocidade.
E realmente a jovem Bellatrix não parecia estar preocupada com aquilo. Os olhos faiscavam, mas por outros motivos. Parecia concentrada com algo em suas mãos, um espelho...
Só que de repente, a lembrança dela foi cortada com um tremendo estrondo.
-O que houve? – perguntou ele assim que voltou a enxergar a sala – Por que a lembrança foi quebrada?
-Porque eu perdi a consciências naquele momento.
-O carro... bateu?
Bellatrix fez que sim enquanto tentava esconder o cansaço que fora tê-lo invadindo sua mente.
-Bateram no carro, pra ser mais exata. Sua mãe disse que avançaram um sinal quando ela atravessava. Pegaram a porta do carona.. a onde eu estava.
-E ai? O que aconteceu depois?
-Acordei num hospital trouxa.
-Porque?
-Bom, estávamos saindo escondida dos nossos pais, pra tentar descobrir o que Tiago e Sirius estavam aprontando naquele feriado de Natal... Se meus pais soubessem a onde eu estava e com que eu estava.. e pior... atrás de quem eu estava... Eu podia me considerar uma pessoa morta mesmo. Então...
-Então?
-Sua mãe me levou pra uma emergência trouxa. Parece que o cara que bateu na gente fugiu e ela teve que me levar sozinha. Não podia usar magia porque havia o perigo de alguém no Ministério identificar-nos e delatar pros meus pais... eu estava muito mal, havia batido a cabeça e os vidros haviam feito vários cortes no meu corpo, estava perdendo muito sangue.... mas ao que parece os trouxas deram conta do recado... Pra azar seu não é... – disse ela rindo – Ainda estou viva.
Harry se pois pensativo enquanto a via se levantar e seguir para a pequena copa.
-Você recebeu sangue trouxa, então.
-Ela tentou disfarçar o incomodo em falar sobre aquilo enquanto abria a geladeira.
-Não. Recebi sangue de um bruxo.
-Como sabe? Que eu saiba não há como distinguir se o sangue é bruxo ou não... Os trouxas com certeza não fazem esse tipo de teste...
-Foi a Lílian quem me doou sangue.
Harry piscou várias vezes. Não podia ser, ela não estava dizendo a verdade, era tudo mentira, a lembrança que ele vira era provavelmente uma armadilha muito bem planejada e...
-Por isso que aqui é seguro pra você bebe. Porque, a minha casa também está protegida pelo sangue da sua mãe. Foi por isso que decidimos traze-lo pra cá.
-Isso é loucura! – gritou ele.
Era loucura pensar que logo aquela mulher, que era seguidora de Voldemort, que gritara aos quatro ventos em seu póprio julgamento a lealdade a ele, que matara seu padrinho... era loucura pensar que ela tinha sido alguém tão próxima de sua mãe assim.
De Sirius era até aceitável, eles eram primos, tiveram contato desde a infância, obviamente. Mas de Lilian? Não, aquilo era uma mentira, tudo aquilo só poderia ser uma farsa, montada exclusivamente com o intuito de enganá-lo e...
Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta se abriu e ninguém menos do que Remo Lupin apareceu.
-Oi Harry. Pelo visto ela já está te tirando do sério, heim... – falou o homem com um imenso sorriso nos lábios.
Harry olhou para Lupin, depois para Bellatrix, em seguida para Lupin de novo, o encarou por alguns segundos, desconfiado.
-Muito bem, o senhor mesmo me ensinou isso: Em que se transformou o meu bicho papão quando eu o enfrentei na sua aula?
-Não sei. Você nunca enfrentou um bicho papão nas minhas aulas... – disse Lupin, com um sorriso satisfeito – Mas eu me lembro bem do bicho papão do Longbotton...
Ele abriu um sorriso em resposta, aquele era realmente o Remo Lupin, o lobisomem, amigo de seu pai e seu padrinho. O que o levava a uma outra questão.
-O que está fazendo aqui, professor, porque a está ajudando?
Lupin olhou para Bellatrix.
-Como ele está indo?
-Acabou de invadir a minha mente.
-Nossa. Então está mais avançado que supúnhamos.
-Claro que sim... Ao que parece ele já sabe tudo que precisa... Por isso Snape parou de ensina-lo, só esqueceu de dizer a ele que ele sabia fazer...
-Bem conveniente... – resmungou Lupin.
-Sim, muito. Água?
Lupin fez que não enquanto caminhava até a bancada da copa.
Harry parecia confuso.
-Como assim eu já sei? Está dizendo que eu já sei Oclumência?
-E Legilimência... – completou a mulher – Você só precisa praticar mais um pouco. Mas domina muito bem a técnica. E, tenho certeza que , agora que sabe o perigo que é deixar a sua mente aberta para o Lorde, vai fecha-la sempre.
Na verdade ele já estava fazendo isso desde a morte de seu padrinho, nunca mais Voldemorth conseguira penetrar nos seus sonhos ou lhe fazer acreditar ver coisas que ele queria. Acreditava que isso se devia ao fato do inimigo não ter tentado mais, mas ao que parecia, suas tentativas de esvaziar a mente antes de dormir estavam dando certo.
Ele só havia conseguido penetrar novamente em sua mente quando estavam no carro, porque Harry estava preocupado demais em matar Bellatrix para se importar com as suas próprias franquezas.
Mas agora, saber que consegui evoluir alguma coisa naquela prática lhe dava ânimo para continuar tentando.
Isso quer dizer que podem me contar o que está acontecendo então?
Lupin sorriu e fez que sim em resposta.
Senta aqui, vamos explicar tudo direitinho.
Eu só quero saber de uma coisa: O Sirius está vivo, não está?
N/A: Quer saber mais sobre o Black Star? Sobre o Sam? Sobre a acusação que Tiago fez? Então leia a songfic Iris, é uma das minhas preferidas...
