-Harry! Harry!
Foi muito engraçado ver aquela trupe de cabelos vermelhos correndo pela estação.
Gina foi a primeira a abraçá-lo e foi bastante difícil para Rony e os gêmeos chegarem perto dele depois que ela o fez.
-Você está vivo.. eu sabia.. sabia.. sabia... – murmurava ela abraçada em seu ombro, o fazendo corar um pouco – Eu tinha certeza, falava isso pra Edwiges dia e noite.
Ele sorriu pra ela.
-Eu estou sabendo. Remo me disse que você cuidou dela pra mim.
Ela fez que sim ainda abraçada a ele, tão fortemente que Rony teve que se contentar em dar tapinhas no ombro de Harry já que a irmã não o largava de jeito nenhum.
Mas todos tiveram que abrir espaço quando finalmente a Sra. Weasley o alcançou e, o tirando as mãos da filha, o apertou fortemente contra o peito.
-Harry, Hary, meu menino, você está bem???
-Eu disse para não se preocupar, não disse?
-Sim, sim, Remo.. eu sei... – disse ela enquanto averiguava a integridade física do menino – Mas eu simplesmente não conseguia me tranqüilizar...
-Cara, a onde você esteve todo esse tempo? – perguntou Rony – Estávamos muito preocupados. A última notícia que tivemos foi o seus sumiço da casa de seus tios... O Profeta Diário tava fazendo o maior estardalhaço... diziam que você estava morto.
-Você pode imaginar como mamãe ficou né? – disse Jorge.
-É, chegamos até a esconder o Profeta Diário sempre que ele chegava lá em casa, pra ela não ver as manchetes mirabolantes sobre a sua morte. – completou Fred.
-Vocês o que?! – gritou a Sra.Weasley.
-Ora mãe, era tudo mentira, não era.. Ele ta aqui, vivinho na nossa frente não ta...
-Será mesmo..... – era a voz de Hermione vinda de trás deles.
Ela tinha o olhar firme e desconfiado e Harry logo entendeu do que se tratava.
-Sou eu mesmo Mione.
-Prove.
Ele deu uma olhada para Lupin, que sorriu em resposta, pelo visto não era só a ele que o professor havia ensinado os princípios básicos de sobrevivência em uma guerra de bruxos.
-Que tal isso: Segundo ano, ala hospitalar.. uma certa garota dormia com o cartão que o professor Lockwarts lhe mandara em baixo do travesseiro.
Ela abriu um sorriso e deu mais alguns passos até ficar frente a frente com ele.
-Que bom que é você mesmo. Seu cretino! – gritou ao mesmo tempo que dava um tapa no braço direito dele – Como pode?! – outro tapa, só que agora no esquerdo – O verão todo sem notícias! – mais um tapa, e como ela batia doido – Nós achávamos que estava morto! – novo tapa.
-Mione, Mione, calma! Desse jeito que vai mata-lo é você. – disse Rony a segurando.
-Calma o caramba! Custava escrever, heim? Mandar uma carta, um bilhete, um sinal de fumaça que fosse?
-Eu não podia... lembra quando proibiram de vocês me contarem qualquer coisa no verão anterior?
-Mas você sabia que estávamos vivos!
-A culpa foi minha Hermione. – disse Lupin – O plano para protege-lo não daria certo se mais alguém soubesse. Era muito arriscado...
Hemrione soltou um muxoxo.
-Mas eu tenho uma notícia que vai agradar e muito, pelo que eu te conheço... Eu aprendi Oclumência.
Os olhos da garota brilharam de alegria e em menos de um segundo ela já o estava abraçando.
-Ai Harry! Que bom! Que bom! Eu estava tão preocupada...
-Todos nós estávamos. – disse Rony secamente – Agora solta ele, anda, deixa o cara respirar.
Harry riu da cara de brava que Hermione lançou para o ruivo enquanto o soltava.
-Bom, além disso tenho presentes pra vocês três, disse apontando as duas garotas e Rony. Desculpem, - falou para os gêmeos – Mas não imaginei que vocês viriam para Hogwarts esse ano.
-Mamãe nos obrigou.. – resmungou Fred – [i]vocês tem que terminar a escola..[/i] – disse imitando a voz da Sra. Weasley, que agora conversava com Lupin, desatenta a conversa deles.
-É... uma verdadeira tirana... – murmurou Jorge – Ainda bem que ela não é parceira do outro lá, se não o mundo tava perdido!
Ele riu, em seguida foi até o seu malão e pegou um embrulho e entregou-o para Hermione.
-"Mil e uma poções interessantes e suas variações possíveis". – disse ela ao abrir o embrulho e se deparar, logicamente, com um livro.
-Achei que podia ser útil. – ele esticou um caixa de madeira trabalhada de tamanho médio para a garota mais nova – Esse é pra você Gina... Isso é por você ter cuidado da Edwiges pra mim...
A garota não escondeu a surpresa ao abrir a caixa e dar de cara com uma belíssima gata de pelo completamente negro e com aparência bastante dócil.
-Harry! É linda! Não precisava...
-Claro que precisava.. que eu lembre você não tem nenhum animal de estimação.
-Qual o nome dela?
-Nome? Não sei. A dona é você. – ele tirou um novo embrulho e entregou a Rony.
-Nossa! Um par de luvas de Dragão novinhas!
-Gostou?
-Claro, cara!
Eles não se demoraram muito para entrarem no trem. Pela primeira vez Harry achava engraçado os olhares surpresos em sua direção, era, de certa forma, uma vitória estar ali, vivo. E ele sabia muito bem disso. Pelo menos depois dos dois meses que passou treinando Oclumência com Bellatrix e vendo do que seus inimigos eram capazes na mente dela.
Alias, ele teve uma grande dificuldade de aceitar as coisas que a mulher fizera, para poderem ter uma convivência razoável durante aquele tempo.
Por mais magoada que estivesse, havia certas crueldades que não pareciam nem um pouco perdoáveis para Harry. Mas a julgar pela criação que Bellatrix tivera (coisa que ele também teve mais conhecimento naquele período), e do seu gênio forte e por vezes vingativo, era até de se esperar suas reações.
E na verdade, ele tinha que concordar com Sirius porque, exatamente o que a fizera passar para o outro lado era o que a deixava mais atraente aos olhos masculinos.
Foi até engraçado no dia em que se pegou imaginando que poderia ter se apaixonado pela garota das lembranças dela, ela era tão viva, tão impetuosa, até o cinismo dela era interessante (às vezes).
O fato era que havia aprendido também a entende-la, até certo ponto, claro, porque jamais lhe imaginaria fazendo o que ela fez com os Longbottosn, por exemplo.
-Harry? Você está me escutando?
Ele voltou a atenção para Gina, sentada ao seu lado na cabine.
-Eu estou te chamando faz horas...
A sua frente Luna Lovegood o encarava com um olhar curioso e, do lado dela, Longbotton também parecia preocupado.
A viajem já havia começado e Hermione e Rony tiveram que se retirar para a reunião dos monitores. Mas, ao contrario do ano passado, ele não se sentia abandonado. Era certo que eles lhe faziam falta, havia tanta coisa pra contar, pra dizer, mas haveria tempo quando estivessem em Hogwarts, além de ser mas seguro.
-Ah, desculpa Gina, diga. O que foi?
-Eu queria sua ajuda... Não consigo escolher um nome para ela. – disse apontando a gata que se lambia em seu colo.
-Que tal Lambusgada? – disse Neville - Ela não para de se lamber.
A gata arqueou o corpo e arrepiou os pelos enquanto entoava um miado ameaçador para o garoto.
-Acho que ela não gostou. – disse Gina acariciando-lhe o pelo – Calma, querida, eu não faria isso com você.
-Nossa, ela é bravinha, né. – falou Luna.
-Digamos que ela tem personalidade... – disse Harry com um meio sorriso.
-Que tal Caprichosa? – falou a loira.
A gata deu um novo miado de desagrado, não tão intenso quanto o anterior, mas bem claro.
-Doce? O que acha em? Gostaria de ser chamada de Doce? – perguntou Gina carinhosamente.
Novo miado descontente.
-Acho que ela sabe que não é nenhum doce... – disse Harry rindo – Mas eu tive uma idéia... que tal... Estrela?
-Estrela?
Gina olhou para a gata que não fez som nenhum.
-O que acha? – perguntou ao felino – Gosta de Estrela?
A gata começou a esfregar a cabeça da mão dela.
-Parece que ficou contente. – disse Gina para Harry – Vai ser Estrela então.
-Me parece meio idiota... – disse Luna com olhar indiferente – Digo, o que uma gata tem haver com Estrela.
-Eu concordo com ela. – disse Neville.
Mas a gata não parecia ter ligado pros comentários de desagrado dos dois, se enroscou no colo de Gina e fechou os olhos.
-Ela deve gostar de brilhar... – disse a ruiva sorrindo.
-De qualquer forma é muito melhor que Perebas... – falou Harry com um ar divertido.
-Ou Pichi. – disse Gina.
-Bichento.....
E os dois começaram a rir incontrolavelmente.
A viajem seguiu descontraída até o final. Ele reencontrou os melhores amigos já na mesa da sua casa, um pouco antes da seleção começar.
-Muito bem. – disse Mione sentando do seu lado esquerdo – Imagino que tenha muitas coisas pra nos contar, não é?
-Isso mesmo. – falou Rony sentando do outro lado – Seu verão deve ter sido agitado, pelo menos mais que o nosso foi.
-É.. foi agitado sim. – disse ele sorrindo.
-E feliz pelo visto. – concluiu a menina – Nunca te vi voltar das férias de verão tão bem humorado.
-É que eu recebi uma noticia muito boa.
-Qual?
Ele olhou para os lados e falou baixinho.
-O Sirius não morreu.....
-O que?! – gritaram os dois juntos.
-Shiisssss!!!! É segredo, seus malucos, falem baixo.
-Como assim não morreu, Harry? – falou Rony, tentando manter o mesmo tom que o amigo usara – Você mesmo disse que aquela mulher o jogou naquele véu da onde ninguém volta...
-Há uma forma de voltar sim, um combinado de poções te deixa imune a percepção do véu, e te permite sair dele em até 24 horas depois que entrou.
-Mas... Como assim? – perguntou Rony confuso – Nem o próprio Ministério sabe disso, como...
-Bellatrix sabia. O véu era da mãe dela.
-Está querendo dizer que aquela mulher não tinha intenção de matar o Sirius? – perguntou Hermione – Como soube disso?
-Ela me contou.
-Você esteve com Bellatrix Lestrange!?!
-Já mandei falarem baixo, se continuarem a se exaltar eu não conto mais nada.
Rony e Hermione engoliram as exclamações seguintes.
-Bom, foi ela que me tirou da casa dos meus tios... Com a história do véu o Sirius foi dado como morto é assim tem mais liberdade para agir. A Bellatrix precisava de um lugar seguro depois de ter traído Voldemort e eu também precisaria de um lugar seguro pra ficar...
-Por que? A casa dos seus tios era perfeita, não era?
-Não exatamente. – disse ele num tom sombrio – Há um traidor na Ordem, Mione.
-O que? – gritou Rony – Mas quem?
-Não sabemos. Esse era o problema, se me deixassem lá o traidor ia acabar me atraindo para fora da casa... então...
-Os três planejaram tudo... – disse Mione – Primeiro encenaram a morte do Sirius. Depois a senhora Lestrange tira você da vista de todos e ninguém consegue acha-los... – ela ponderou por um segundo – O fiel do segredo foi o Lupin, não foi? – Harry fez que sim - Nossa, belo plano...
-Caramba, deixa mamãe saber disso, ela vai cozinhar o professor Lupin... e em banho-maria.
-E de quebra a Bellatrix me ensinar Oclumência.
-Mas como essa mulher entrou na casa dos seus tios? – perguntou o ruivo – Dumbledore não falou que você estava protegido lá por causa da proximidade do sangue da sua mãe?
-Mais uma prova de que ela não queria fazer mal pra ele. – decretou a garota.
-Há outra coisa também.... – os dois amigos o olharam curiosos – Ela tem sangue da minha mãe...
Levou um bom tempo para que Harry conseguisse explicar para Rony e Mione tudo que havia descoberto sobre Bellatrix naquele verão.
Tanto que na manhã seguinte o assunto ainda era esse.
-Eu ainda não acredito que eles tiveram alguma coisa... – murmurava Rony, atônito no café da manhã.
-E bota alguma coisa nisso viu... – falou Harry, se fazendo ser muito bem entendido pelos outros dois.
-Não sei porque a dúvida Rony. Na verdade era até previsível.
-Ai Mione, você e sua lógica que ninguém entende. Por que era previsível?
-Ora, do jeito que ele era, seria previsível que o Sirius tivesse se envolvido com uma mulher... perigosa... E envolvimento entre primos é bem comum também.
-Ele é.. – disse Harry – Do jeito que ele é... Quantas vezes eu vou ter que repetir que ele não morreu Hermione.
-Pois para mim isso ainda é discutível. Você não o viu? Viu? – Harry fez que não – Então pronto. Acho muito estranho que ele não tenha aparecido pra te ver, do jeito que ele se preocupa com você...
Ele olhou raivoso para a amiga, mas não disse nada, seu peito se apertou por culpa da dúvida que ressurgia. Estava cansado de saber que Hermione sempre estava certa em suas suposições e temia que ela estivesse certa novamente.
-Peraí. Mas se ele não estiver realmente vivo o Lupin estaria mentindo. – Rony balançou a cabeça de um lado para o outro – Pode me chamar do que quiser mas eu acredito no professor Lupin.
-Eu também. – disse Harry feliz com a afirmação do amigo.
-Eu também confio... – falou Hermione em tom chateado – Mas é que.. é tão estranho... É realmente muito estranho que o Sirius não tenha te procurado Harry, nem te escrito, você sabe como ele é.
O rapaz deu um longo suspiro.
-Eu sei. Mas pelo pouco que eu entendi ele e a Bellatrix fizeram um acordo e...
Ele foi interrompido pela curiosidade, curiosidade essa que atingiu praticamente o colégio todo. Enquanto conversavam, uma garota sonserina, de cabelos amarrados em um rabo de cavalo, caminhou até a mesa da sua casa, como fazia, provavelmente, todos os dias para tomar seu café. Mas naquele manhã em questão, algo muito estranho aconteceu. Enquanto ela se aproximava da mesa, seus companheiros de casa simplesmente se afastavam dela, como se ela tivesse uma doença contagiosa ou coisa parecida. Resultou que quando ela se sentou, foi aberto um vão a sua volta.
Harry observou a cena intrigado, era a primeira vez que vira aquela menina no colégio (porque provavelmente não havia se dado conta da sua existência), apesar disso teve uma incomoda sensação de já conhecê-la de algum lugar, coisa que o deixava mais curioso ainda já que não conseguia imaginar da onde.
-Mas que diabos está acontecendo ali? – perguntou Rony.
-Vocês não sabem? – perguntou o jovem Colin que havia sentado na frente deles a alguns segundos – Não estão sabendo ainda?
-Sabendo do que Colin, estamos no primeiro dia de aula e no café da manhã! Como quer que a gente já saiba de alguma coisa? O que aconteceu?
-Desculpa Weasley, não quis ofender... Mas é que o colégio todo já ta sabendo...
-Do que Colin? Diz logo. – disse Hermione irritada com a demora.
-Aquela menina mandou o Malfoy para a enfermaria ontem... – falou o garoto em tom de segredo, para em seguida virar-se e seguir para outro grupo de grifinorianos.
O trio se entreolhou por um segundo e caiu na gargalhada.
-Do que estão rindo? – perguntou Gina se aproximando da mesa acompanhada por Luna e com sua gata Estrela nos braços.
-Parece que o Malfoy foi azarado por uma menina ontem. – disse Hermione, já que Harry e Rony não conseguiam parar de rir.
-Azarado, não... Espancado.
-Como assim espancado, Gina? – perguntou o irmão engolindo a última gargalhada.
-Espancado de espancado mesmo... Pelo método trouxa. – falou a ruiva – Pelo que entendi eles iam começar um duelo, ela o desarmou primeiro, jogou-o no chão e começou a soca-lo.
-Estão dizendo que ela quebrou todos os ossos do corpo dele. – disse Luna pensativa – Mas acho que deve ser exagero.
-Deve ser... Mas seria legal que não fosse. – disse Rony caindo na gargalhada novamente.
-Mas por que ela fez isso, alguém sabe?
-E alguém precisa de muita coisa pra querer bater no Malfoy, Hermione? – perguntou Harry.
-Bom, a Mira é filha de trouxas sabe... – disse Luna – Imagino que ele deve ter feito uma das muitas grosserias que sempre fazia com ela, volta e meia. Certa vez ela me disse que aquilo não ia durar por muito tempo...
Harry quase engasgando com o suco que ia começar a beber.
-Como um filho de trouxas foi parar na Sonserina? – perguntou.
-Não sei, - disse Luna dando de ombros – Eu particularmente acho que foi muita maldade do Chapéu Seletor com ela... Vocês podem imaginar como ela é tratada lá dentro não é? Totalmente ignorada, tadinha...
-Vai por mim, se ela ta na Sonserina, a última coisa que ela é, é [i]tadinha[/i]... – disse Rony.
-Mas é tão triste as vezes... – disse a loira – Quando tem alguma coisa pra fazer em dupla ninguém quer dividir a tarefa com ela... Eu sempre me prontifico, até por que não sou uma das preferidas da minha casa por causa desse meu jeito esquisito.
-Você não é esquisita, Luna! – ralhou Gina.
-Sou sim. Eu sei que sou. – respondeu a garota sem nenhum resquício de resentimento na voz - Mas a Mira nunca se importou com isso. Bom, voce também não Gina, mas você é diferente né... Você não é Sonseriana.
-Tudo bem, esquisitices a parte todos temos que concordar que aquilo é ridículo – ponderou Hermione apontando para a mesa rival – Um exagero... toda a Sonserina parece estar com medo dela agora.
-No caso deles, melhor o medo que a indiferença. – disse Harry – De preferência os dois. Sinceramente, ela não perdeu nada.
-É mesmo... – concordou Gina – Mas eu tenho pena dela, duvido que o Malfoy e seus "seguidores" vão a deixar em paz agora sabe... Que foi Harry? – perguntou ela percebendo que ele não tirava os olhos da sonseriana.
-Não sei.. eu to com uma impressão que já conheço aquela garota...
-Caramba, Harry. Lógico... Vai dizer que você nunca viu aquele cabelo antes?
Harry olhou mais atento ao que Hermione dizia, os cabelos da garota eram coberto com mechas roxas, que terminavam num vermelho escuro, um efeito conseguido com tinturas trouxas, com certeza.
-Não, nunca tinha visto esse cabelo por aqui, - um estalo na sua mente o fez recordar – Ah, claro... é o cabelo mesmo, é igualzinho ao daquela cantora nova que o Duda adora, caramba eu tive que ouvir o CD dela durante todos os dias que fiquei lá e.. – ele estreitou os olhos – Não acredito!
-Que foi, cara?
-Ela não é parecida com a cantora, Rony... Ela é a Purplered!
-A cantora que ganhou o prêmio revelação do ano passado? – perguntou Hermione com certa confusão – Não pode Harry, a Purplered é trouxa.
-É ela sim Mione, to dizendo... o Duda colocou um pôster dela até no banheiro...
Rony fez uma careta para o comentário.
Então, um certo ar malicioso surgiu no rosto do jovem Potter.
-Imaginem o que o Duda vai dizer se descobrir que sua cantora favorita é uma bruxa?
-Para com isso Harry, você nem sabe se é ela mesma.
-Bom, só há um jeito de descobrir. – disse ele se levantando.
-Harry, Harry a onde você vai...
Ele não respondeu, mas foi ficando cada vez mais obvio a medida que ele dava a volta e se aproximava da mesa verde e prata, com Hermione e Rony no seu encalço, claro.
-Com licença?
A garota demorou tempo demais para tirar os olhos do copo e encará-lo. Os demais integrantes da mesa pareciam muito surpresos pela aproximação do grupo adversário, mas ela não.
-Sim? – perguntou com um olhar de superioridade que fez os três entenderem o PORQUE dela estar na sonserina.
-Eu queria tirar uma dúvida, você poderia me ajudar?
-Não costumo ajudar ninguém. – disse ela secamente – E também não imagino no que poderia ser útil...
Harry não parecia se intimidar com a grosseria polida da menina.
-Bom, é que eu e minha amiga aqui, – disse apontando para Hermione – estamos em dúvida, ela acha que você não é a cantora Purplered e eu acho que você é...
A garota levantou uma das sobrancelhas, em seguida abriu um sorriso.
-Você conhece a Purplered? – ele fez que sim – E gosta das músicas dela?
-Gosto.. gosto sim... não tanto para pedir um autógrafo é verdade. Mas se ela tiver mandado o Malfoy pra enfermaria eu realmente não vou resistir.
Ela riu, era impressionante como o sorriso mudava a impressão que ela passava.
-Muito bem Harry Potter, - disse se levantando da mesa - eu te dou um autógrafo, se você me der o seu, claro. Também sou sua fã...
-Minha fã? Jura? – ele parecia surpreso de uma sonseriana ter lhe dito isso.
-Claro... Eu adoro o jeito que você humilha aquele verme platinado no quadribol.
