CAPÍTULO 5 – VELHOS INIMIGOS

A garota esticou-lhe a mão num cumprimento.

-Prazer Purplered.. mas por favor, me chame de Mira.

-O prazer é meu. Esses são...

-Hermione Granger e Ronald Weasley... – disse ela com um certo desdém na voz – Eu sei. A CDF perfeita e o goleiro da grifinória... Fiquei realmente muito chateada quando você começou a pegar os goles, sr. Weasley... acabaram com a minha música...

-Foi você que inventou aquele negócio?

Ela deu um novo sorriso de lado.

-Achou que fosse quem, aqueles idiotas do Goyle e Crabbler? Por favor... Bom, eu tenho que ir Potter, aula com a MaGonagall... – nova careta de desagrado - Outra hora a gente troca os autógrafos.

Ele acenou enquanto a via se afastar. Hermione lhe deu uma leve cotovelada.

-Fecha a boca e disfarça... – murmurou. Enquanto ele lhe olhava irritado.

-Disfarçar o que Hermione?

-A sua cara abobada... Anda, vamos logo pra aula também. Não é com a MaGonagal mas é com o Snape.

-Aff! Primeira aula com o Snape, numa segunda feira... – resmungou Rony – É pra matar o ânimo de qualquer um.

E foi mesmo. Snape humilhou a todos, como de costume, ou melhor, a quase todos já que Hermione foi a única a conseguir produzir a coloração exata da poção Dormentedora, como de costume também.

Depois tiveram aula de Herbologia, em seguida Trato com Criaturas Mágicas, Transfiguração e etc.

A semana correu tranqüila, e mesmo as aulas com a Sonserina não geraram nenhuma desavença (fora do comum), isso por que Draco Malfoy estava incomumente quieto. Diziam que a sua estadia na enfermaria havia lhe rendido até uma visita de sua mãe e que a mesma não parecia ter ficado muito feliz com a confusão que ele armara logo no primeiro dia no colégio.

Mesmo assim o grupo de grifinórios parecia preocupado com a sonserina Mira.

-É realmente muito estranho que ainda não tenha acontecido nada com ela. – disse Mione certo dia, no salão comunal. - O Malfoy costuma ser mais vingativo.

-Costuma? – desdenhou Harry – Ele vingativo Mione... Eu já disse, acho melhor essa menina se cuidar viu, mais cedo ou mais tarde ele vai aprontar algo com ela. Ela tinha que fazer alguma coisa pra se proteger... e logo...

-Eu concordo... Ela podia fazer algo do tipo.. mudar de casa.... – brincou Rony – Você não acha Gina?

A irmã não respondeu, ela acariciava o pelo de sua gata enquanto mantinha um olhar perdido para a lareira.

-Gina?

-Ah? Que foi Rony?

-To falando com você, caramba... O que você acha?

-Da Mira? Ah, sei lá, acho que o Malfoy não vai se meter com ela de novo não... Parece que a mãe dele proibiu...

A gata soltou um ronronar estranho no seu colo, mais parecido com um risinho. Mas o som foi totalmente encoberto pelas gargalhadas de Rony e Harry.

-A mãezinha dele proibiu, foi????

-Ai Rony, para de palhaçada que você também sempre faz que a mamãe manda. – disse a garota irritada.

-Eu sei... mas não vou perder a chance de tirar sarro da cara dele por isso...

-Você não vai fazer nada, Rony! – gritou Gina se levantando do sofá onde estava, tão rápido que se não fosse os reflexos felinos da Estrela ela provavelmente se esborracharia no chão – Já temos problemas demais, entendeu?

-Ta bom, ta bom... – disse o irmão achando divertido a cara de brava de Gina – Ta parecendo até a mamãe... Vamos Harry, temos treino agora. Vamos pegar as vassouras.

-É verdade. Vamos logo porque eu já não agüento mais de vontade de jogar Quadribol, não faço isso a séculos.

-Fico muito feliz que você e os gêmeos tenham voltado para o time. – disse Mione – E você Gina, não vai também? Você disse que ia tentar a vaga de artilheira quando o Harry voltasse.

-É, vou. – disse ela sem muito ânimo – Eu vou no dormitório pegar minha vassoura também, podem ir na frente.

Era pra ser um primeiro treino tranqüilo, mas a presença do pessoal da Sonserina no campo já demonstrava que não seria bem assim.

Se bem que, conforme iam se aproximando, Rony e Harry puderam perceber que o time adversário discutia entre si sem nem perceber presença deles.

-Não me interessa se ela joga bem ou não! – gritava Draco Malfoy no meio do grupo – Eu não vou jogar no mesmo time que uma Sangue Ruim!

Harry não precisou nem esticar a cabeça para tentar encontrar a pequena menina de mexas roxas no cabelo no meio daquele monte de marmanjos, era lógico que Draco só poderia estar falando de Purplered.

-Mas ela passou no teste Malfoy. – dizia o capitão.

-Dane-se! Isso é uma vergonha para nós!

-Eu? Vergonha? Tem certeza que está falando da pessoa certa? Não fui eu que apanhei e fui parar na enfermaria, queixo de vidro.

Malfoy ia responder, mas foi interrompido por uma gargalhada escandalosa de Rony, e todo grupo da Sonserina teve a atenção desviada por esse mesmo motivo.

Mas mesmo tendo se tornado de repente, o centro das atenções, Weasley simplismente não consegui parar de rir, chegava mesmo a se apoiar em Harry para não rolar pelo chão.

-Qual a graça Weasley? – rosnou Draco.

-Queixo de vidro?! – ele ria e apontava o dedo para o loiro – Queixo de vidro! Essa foi muito boa!!!!

-Cale a boca ou eu vou te fazer engolir essas risadas Weasley. – ameaçou ele.

Mas Rony simplesmente não parava. E a risada era tão contagiante que até mesmo alguns integrantes do time verde e prata tiveram que segurar o riso para não piorar o humor de Malfoy.

Draco olhou revoltado para a garota.

-A culpa é sua!

-Minha? – perguntou fazendo cara de desentendida – Mas eu só falei a verdade... Você é um queixo de vidro mesmo. Onde já se viu, cair com um simples direto de direita. – desdenhou.

Ele deu uns três passos em direção a ela, os olhos acinzentados faiscavam de raiva, era como se ele fosse capaz de lançar um Avada Kedava somente com o olhar.

-Melhor ser isso do que ser uma Sangue Ruim... Alias, você é pior do que uma Sangue Ruim...

Harry estranhou o comentário, o que poderia ser pior do que uma Sangue Ruim para Malfoy?

-Você é uma rejeitada, garota. – concluiu o loiro, com um sorriso maquiavélico nos lábios de quem sabia muito bem que estava atingindo o ponto certo.

Foi muito estranho ver como as feições de Mira mudaram da água para o vinho, realmente aquilo parecia ter sido muito pior do que o insulto anterior.

-Não fale do que não sabe, Malfoy. – rosnou a garota ao mesmo tempo que cerrava os punhos – Você não sabe nada da minha vida entendeu? NADA!

Draco inclinou a cabeça e falou perto do ouvido dela.

-Nem seus pais te quiseram, não é?

Ela deu um soco certeiro no queixo dele. Draco caiu pra trás, de costas no chão, mas ainda assim mantinha um sorriso de vitória nos lábios.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro, numa negação cínica de reprovação.

-Deve ter sido por esses modos que seus pais te deixaram, Rejeitada. – disse ele rindo.

-Cala a boca, Malfoy!

-Rejeitada! Rejeitada! Rejeitada! – repetiu o garoto num acesso de criancice exagerado, para enerva-la ainda mais.

-Ela mandou você calar a boca, Malfoy! – gritou Harry.

Draco o olhou, como que, pela primeira vez se desse conta da presença insignificante dele.

-O que é isso? Arrumou um protetorzinho, Rejeitada? – disse o loiro se levantando - E da Grifinória? Como eu disse, você é uma vergonha pra nossa casa, ela não pode jogar como batedora no nosso time.

-Não posso mesmo! – gritou ela – Porque é capaz de eu acertar um balaço na SUA cabeça, seu cretino.

-Ei! Quem acerta balaços no Malfoy somos nós. – era a voz de Jorge.

Todos se viraram para encontrar o restante do time da grifinória a admirar a discussão, com os gêmeos a frente.

-É isso ai. Balaços no Maçfoy é exclusividade nossa... – disse Fred – Só abrimos exceção pros batedores da Corvinal e da Lufa-Lufa... Mas da Sonserina não...

-Cala boca Weasleys, ninguém chamou vocês aqui.

-Quem está sobrando aqui são vocês Malfoy. – disse Gina, saindo de trás dos irmãos mais velhos (e mais altos) – O horário de treino da Sonserina já acabou faz tempo, é a nossa vez.

O capitão adversário fez um sinal com a cabeça mandando todos se retirarem.

-Ai que meda!!!! – disse Draco olhando fixamente para Gina, enquanto os demais saiam do campo – Uma reunião de Weasleys... Você acha realmente que eu quero ficar perto de vocês, garota? Eu vou embora com prazer, vai que a pobreza de vocês pega. – disse enquanto passava rente a ela, (rente demais pro gosto dos irmãos, alias) mas Gina não pareceu se intimidar com isso. Nem mesmo quando ele pegou uma mecha do seu cabelo – Vocês se merecem mesmo. – falou, com algo na voz que, se Harry não soubesse que Malfoy não tinha coração, poderia até identificar como rancor – A Rejeitada, os pobretões e o PotterPodre...

-Qualquer coisa é melhor que ser um Malfoy. – respondeu a ruiva dando um tapa na mão dele e o fazendo soltar seu cabelo.

Draco deu um novo sorriso cínico e se retirou. Acabou que Mira foi a única sonserina que sobrou no campo. Ela olhou ara Gina e disse, num tom que poderia ser considerado autoritário demais.

-Quero falar com você, me encontre depois do treino. – em seguida lançou um olhar gélido para o garoto – E você senhor Potter, nunca mais se meta em uma briga minha.

-Desculpa. – disse ele meio sem jeito – Eu só quis ajudar.

-Da próxima vez não me ajude.

-Bravinha ela não? – disse Rony depois que Mira se afastou do grupo – Mas que eu adorei a história do queixo de vidro.. ah, adorei heim... – ele deu uma nova risada.

-Bom, vamos começar logo o treino, anda. Não agüento mais esperar. – falou Harry subindo em sua vassoura.

Quando o treino acabou todos desceram ao solo certos de que aquele seria o melhor time a ser formado na Grifinória, desde que iniciaram no colégio.

A noite já começava e Harry arrumou uma nova desculpa esfarrapada para se afastar do grupo.

Seguiu a passas discretos pelos corredores da ala sul, conforme andava o número de pessoas com quem cruzava ia diminuindo, até que, a alguns corredores do seu destino ele já não encontrava mais ninguém.

Chegou a sala vazia, sentou-se em uma das cadeiras empoeiradas e esperou alguns segundos, perdido em pensamentos, até que um barulho lhe chamou a atenção.

-Ah! Ai está você. – disse quando Estrela deu um pulo gracioso em cima da mesa a sua frente – Você demorou, sabia?

Ele não pareceu ficar nada surpreso quando a pequena gata se transformou na mulher de longos cabelos negros.

-Quase que a ruivinha me pega quando voltou do treino.. – disse Bellatrix cruzando as pernas – Você me arrumou uma dona muito grudenta.

Harry sorriu.

-Foi o melhor que pude fazer. Eu podia dar esse presente pra ela sem levantar suspeitas, a outra opção seria Hermione, mas ela já tem um animal de estimação, além de ser esperta demais. Ia acabar descobrindo quem você era antes que eu dissesse: surpresa... Alias, como você está se dando com o Bichento?

Ela deu de ombros.

-Ele é desconfiado demais. – disse ela – Lógico que já percebeu que eu não sou uma simples gata, mas também já notou que você sabe muito bem o que está acontecendo e, a que parece, isso basta pra ele. Ainda assim não confia totalmente em mim... Mas é fácil de despistar na maioria das vezes.

-Tome cuidado. A última coisa que o bichento é, é bobo... como a dona. – ela acenou despreocupada -Viu o treino?

-Não. Fui passear depois da briga. Eu nunca achei muita graça em quadribol mesmo. – Bellatrix jogou uma mexa de cabelo que lhe caia sobre os olhos para trás, seu rosto já não trazia a aparência maltratada e cansada de alguns meses atrás, apesar de continuar magro já não deixava a mostra os ossos o que deixava suas feições mais vivas e bonitas – Gostei daquela menina... – comentou sarcasticamente – como é mesmo o nome dela?

-Mira.

-Mira... – repetiu ela, esperando por um sobrenome.

-Não sei. Ela se apresentou somente como Mira, e todo mundo a trata assim.

-Menos o Malfoy, não é.

-É, menos o Malfoy.

-Interessante... – disse ela com a mão no queixo.

Harry se levantou, sem dar importância as ponderações dela.

-Bom, vamos começar a aula logo. – disse puxando a varinha – O Rony e a Mione já estão ficando desconfiados dessas minhas sumidas.

Ela pulou da mesa, fazendo lembrar o pulo que dera como Estrela, a minutos atrás.

-Faça como o seu padrinho fazia quando ia me encontrar. Diga que está "saindo" com alguém.

-A diferença é que ele não estava mentindo.

Ela percebeu o tom chateado na voz dele.

-Todos nós temos segredos, Baby Potter.

Ele balançou a cabeça de um lado para outro.

-Droga, Bellatrix, não gosto de esconder nada deles.

-Isso é imprescindível para a minha segurança, Harry. Já conversamos sobre isso.

-Eu sei! Eu sei! Não se preocupe, prometi que ia guardar segredo e vou guardar. Mas eu realmente preferia poder falar abertamente com eles.

-Enquanto o Lupin não descobrir quem é o traidor não há como falar abertamente com seus amigos.

Harry voltou a sentar-se.

-Então o trabalho do Remo é descobrir o traidor. – Bella fez que sim – E o seu?

-Cuidar de você, da sua segurança. O fato de eu ter sangue da sua mãe é um trunfo que o Lorde e os seus comensais desconhecem.

E qual a função do Sirius nesse trato de vocês?

-Você sempre pergunta isso, bebê.

-E você sempre me enrola...

Ela riu gostoso.

-Já que quer tanto saber a resposta vamos começar a estudar Legilimens Avançada. Você já consegue entrar na mente de qualquer pessoa, e me atrevo a dizer, com facilidade, se quiser. Vamos passar a estudar Foco das Lembranças, ou seja: como encontrar a resposta que você quer na mente dos outros.

-Não estou certo se quero aprender isso.

Mas ela não lhe deu ouvidos, no segundo seguinte já estava gritando o feitiço e entrando na mente dele.

As mexas de cabelo roxos, presos num volumoso rabo de cavalo, se viraram dando lugar aos olhos negros envoltos em uma maquiagem pesada. "Nossa, que linda..." Harry não pode conter o pensamento que só fez reforçar quando a boca dela se abriu em um sorriso, "que garota linda..."

Ele ouviu a gargalhada de Bellatrix quando abriu os olhos e estavam de volta a sala vazia.

-Como eu pensava... Você está caidinho pela sonseriana.

Ele a olhou irritado.

-Como fez isso?

-Calma, bebê. Eu vou te ensinar. Basicamente você tem que saber o que está procurando. Então vá direto ao ponto. Fica mais fácil se o adversário não souber o que você quer.

Harry balançou a cabaça positivamente, levou mais alguns minutos ouvindo as explicações da mulher e outros tantos tentando encontrar respostas na mente dela. O mais perto que chegou, porém, foi quando Sirius e ela se reencontraram, depois de anos, em um lugar que ele não conseguia reconhecer.

-O que você quer aqui? – seu padrinho, já com a aparência que ele conhecera, a encarava com a varinha em punho.

-Preciso de sua ajuda.

-E por que eu te ajudaria?

-Troca de favores... eu sei de muitas coisas que seriam úteis a vocês.

Mas não era nada fácil manter-se concentrado nessa lembrança até o final. Bellatrix o iludia jogando imagens diferente no meio daquela, para atrapalhá-lo e cansá-lo.

-Snape não está ensinando Oclumência pro garoto. Eu não preciso dizer que é imprescindível que ele aprenda isso... e rápido.

Harry está tendo aulas como Dumbledore mandou. – rosnou seu padrinho – Snape não seria idiota em desobedece-lo.

Ele ouviu a gargalhada divertida que agora lhe era tão comum e familiar.

-A,i Sirius... Você mesmo sempre disse: Snape é um idiota! Acha mesmo que ele ia ajudar justamente o filho do Potter?

Mas antes que ele chegasse a onde queria, ela o empurrava para fora da sua mente, de novo.

O resultado foi uma das aulas mais cansativas que já tivera, que terminou sem ele conseguir descobrir o motivo que levara Bellatrix a trair Voldemorth e a tão misteriosa missão de Sirius, que o afastara de todos, até do próprio afilhado.

E, pra piorar, a cada investida dela, Bellatrix descobria uma nova nuance do seu passado que ele preferia deixar escondido, até de si próprio. Como a ódio mortal que sentiu dela no primeiro confronto que tiveram. Ou a raiva que estava de Sirius quando o conheceu. Ou mesmo o sentimento abobado que tinha toda vez que cruzava com Cho Chang, coisa que, graças a Merlin, não acontecia mais.

O fato que ele chegou para o jantar certo de que devia se empenhar mais naquela novo método, ou então Bellatrix ia saber mais dele do que ele próprio.

-Muito bem, senhor Harry Potter. – disse Mione, ao lado de Rony quando ele apareceu no salão comunal – Pode ir falando, a onde o senhor esteve?

-Por ai, Mione. – disse calmamente – Eu preciso de um banho... Daqui a pouco a gente se fala, ok.

-Não, não está ok não. Nós queremos respostas e queremos agora! – disse a garota.

Ele a encarou, fingindo surpresa, porque, afinal, ele sabia muito bem que mais cedo ou mais tarde Hermione faria aquilo. Em seguida olhou para Rony, que apenas deu de ombros.

-Muito bem, Mi. O que você quer saber? – perguntou divertido, enquanto cruzava os braços sobre o peito.

-A onde estava?

-Numa das salas abandonadas da ala sul.

Ela franziu o cenho.

-Ala sul... O que você estava fazendo lá? Você não... Por Merlin... Ai, Harry desculpa. – ela parecia encabulada – Caramba, eu nem pensei nisso..

-Isso o que? – perguntou o outro confuso.

-Ele está tendo encontros Rony, não é óbvio?

-Encontros?

-Bom... Eu realmente preciso de um banho... A gente se fala no jantar.

Ele subiu a escada rapidamente a tempo de ouvir amigo perguntar:

-Encontros com quem?

Mas achou melhor deixar essa pergunta no ar. Afinal, Hermione estava certa quanto aos encontros, só tinha viajado um pouco nos motivos deles, se bem que, do jeito que ele saia de fininho quando tinha aulas com Bellatrix, aquilo estava bem parecido com encontros amorosos mesmo.

Ele chegou no corredor que dava para os dormitórios e foi surpreendido por Bichento, que sem mais nem menos mordeu-lhe a bainha da calça e começou a puxá-lo.

-Ei, o que foi Bichento? O que você quer? - ele o levou em direção a um dos dormitório feminino – Eu não posso entrar ai... – disse, mesmo assim o bichano insistiu.

Harry abriu cautelosamente a porta, imaginando que seria algo com Bellatrix, já que aquele se tratava do dormitório do quinto ano, mas não havia nenhum resquício de Estrela no recinto. O que ele viu foi Gina Weasley, entregando uma correspondência a uma coruja totalmente negra, que saiu pela janela em seguida.

Ele voltou rapidamente a cabeça para fora do dormitório quando Gina se virou, se escondeu atrás de uma das cortinas e em seguida a viu sair do dormitório e seguir escada a baixo.

Quando a garota se fora ele olhou preocupado para o gato laranja.

-O que diabos a coruja de Draco Malfoy estava fazendo aqui? – perguntou a Bichento, que parecia lhe fazer a mesma pergunta com o olhar.