Oi gente, bom, vcs não vão acreditar (na verdade quem me conhece vai acreditar sim, pq isso é a minha cara) mas eu esqueci de postar um capítulo... ou melhor, postei errado...
Vcs perceberam que o cap um é o prólogo... sendo assim o cap 1 seria o dois e assim por diante... mas eu esqueci de postar exatamente o segundo capítulo....
agora que me dei conta do erro eu já arrumei... os dois estão juntos no cap 2 da seqüência no Fanfiction, ok. Vão lá e dêem uma olhadinha, ele explica melhor a onde o Harry e a Bella se esconderam durante o verão.
Bjs e desculpem, mais uma vez.
AMB
-O que aconteceu aqui? – perguntou a garota alarmada, percebendo as roupas cheias de pó e alguns arranhões discretos nos dois e, é claro, a porta caída.
-Aconteceu? – repetiu Mira fingindo incompreensão – Nada, ué.
-Nada? –Draco riu – Eu não acredito, a Rejeitada e o PotterPodre estavam se agarrando?
-Cala a boca, Malfoy! – berrou Harry apontando-lhe a varinha, já a ponto de perder a paciência.
-Parem com isso vocês dois! –Gina entrou no meio dos dois – Draco, você prometeu!
Ele fez uma careta desanimada, em seguida cruzou os braços e escorou o corpo na parede. Em contra partida Harry abaixou a própria varinha.
Gina suspirou aliviada, Mira soltou um muxoxo.
-Muito bem, agora podemos conversar civilizadamente. – "com o Malfoy?" pensou Harry, "a Gina deve estar louca" – Eu e o Draco conversamos muito, Harry e... Bom, eu o fiz vir até aqui pra conversar com você.
-Comigo?
Draco bufou em desagrado.
-Bom, vou deixar vocês a sós então... – disse Mira, fazendo menção de sair da casa, mas Harry a impediu levantando o braço a sua frente.
-Peraí.. nós ainda temos que conversar. – ela acenou meio contrariada, é verdade, mas acabou aceitando ficar. Harry se virou pra Gina novamente – Muito bem, qual é o assunto?
A ruiva olhou para Malfoy, nitidamente atrás de apoio, mas ele continuou sem abrir a boca. Então ela decidiu falar por si só.
-Bom, já que você sabe da gente... Queríamos sua ajuda.
-Você quer a ajuda dele. – disse Draco – Por mim a gente tirava ele e a Granger do nosso caminho e pronto.
-Por que não tenta, Malfoy?
-Porque ela não deixa...
-Está obedecendo a namorada agora? – alfinetou.
-Pelo menos eu tenho uma e não preciso ficar inventando que namoro alguém que não namoro!
-Já mandei pararem com isso! – berrou Gina de novo.
Mira segurou o riso, enquanto observava os dois tentando se acalmar.
Weasley esperou alguns minutos até que voltou a falar.
-Bom, a questão Harry...
-Gina, se vocês vieram aqui para me pedir para encobrir o namoro de vocês dois, ESQUEÇA! – disse o moreno, já imaginando que ela não havia terminado de vez com Draco, coisa nenhuma – Eu falei pra você que hoje seria a primeira e a última vez que eu acobertaria isso.
Não quero que você acoberte, só quero que prometa que não vai falar nada.
-Não vou prometer isso... – "até por que não precisa, não posso falar nada mesmo" pensou – Se você quer continuar com essa loucura vai ter que enfrentar a sua família. Eu não vou me responsabilizar por isso.
-Mas Harry...
-Sem mais, Gina. Já estou muito enrolado com o Rony por não ter dito nada pra ele até agora, se quer saber... Além do mais tem a Hermione, você sabe muito bem que ela pensa sobre isso. E sabe melhor ainda que não há como enrolá-la.
-Por isso prefiro o meu plano... – murmurou Draco, mas quando a namorada olhou tristemente para ele, algo parecia ter mudado na expressão do seu olhar, mesmo que momentaneamente, até que finalmente ele se recompôs - Eu disse que não adiantaria... – falou, indiferente.
Harry, - Gina tentou mais uma vez, olhando-o com suplica – Por favor...
Seu coração chegou a dar uma leve esmorecida, mas ele se prendeu na certeza de estar fazendo o que era correto.
-Não, Gina. É a minha palavra final.
Ela encarou o namorado, depois voltou os olhos pra ele.
-Muito bem, você não me deixa outra saída... – disse com voz firme - Vamos, Draco.
O mais incrível foi que Malfoy obedeceu, (ao que parecia ele já tinha aprendido que não se deve contrariar Gina quando ela usa um certo tom de voz). Mas é claro que ele não perdeu a chance de dar um tchauzinho debochado para Harry assim que a namorada virou as costas.
Ele encarou Mira, ela ainda prendia o riso.
-Qual é a graça, Mira?
Ela acabou por soltar uma gargalhada.
Eles vieram te pedir autorização... O Malfoy veio te pedir autorização pra namorar a Weasley!!!! – Harry fez cara feia, mas Mira não deu a menor bola pra isso e continuou a rir – Juro que se não precisasse do panaca ainda, eu ia tirar muito da cara dele hoje.
-Eles não vieram pedir minha autorização, vieram pedir minha ajuda. – disse ele, ainda sentindo uma pequena pontada no peito ao lembrar que na verdade não ajudara a amiga – E como assim precisar do Malfoy? Você acabou de descobrir o que queria não foi.
Mira engoliu o riso e o encarou séria por algum tempo.
-Eu já sabia que era ele... Por uma coisa que o Malfoy disse outro dia...
-O que ele disse?
-Que meu pai era como os meus cabelos... "da cor natural, claro" – ela imitou a voz pomposa de Draco – Não foi difícil ligar o sobre nome dele a cor dos meus cabelos, que são pretos... Pra falar a verdade foi uma charada muito idiota do Malfoy.
-Por que não me contou?
Ela deu de ombros.
-Achei que não ia gostar de saber que eu era filha do cara que entregou os seus pais pro Você-Sabe-Quem... Eu realmente não queria que você pensasse que sou como ele.
Harry sorriu.
-Está tudo bem. O Sirius não fez isso... Ele não era o fiel do segredo dos meus pais como todos pensam e... bom é uma longa história.
Eles se encararam por alguns segundos, até que Harry, meio sem jeito, continuou.
-Ele é meu padrinho, sabia?
-É? – ela parecia não se importar muito.
-É. Ele e meu pai eram grandes amigos... – ele se aproximou, mais do que acharia próprio se aproximar. Foi algo muito espontâneo, na verdade nem se deu conta de que tinha transposto o que seria uma distância aceitável – Talvez consigamos ser pelo menos amigos... o que acha?
Ela sorriu de lado.
-Garotos e garotas nunca são somente amigos, sabia?
-Não concordo. – disse, hipnotizado pelos olhos dela – Eu e a Hermione, por exemplo, somos só amigos.
-Bem se vê que ela não é tão inteligente quanto dizem... Se pudesse estar sempre perto de você, como ela pode, eu não ia querer ser só sua amiga.
Foi o suficiente para que ele inclinasse a cabeça e capturasse os lábios dela num longo beijo. Sem mais palavras ou perguntas vagas. Apenas o gosto doce da boca dela.
E Harry tinha que admitir, pelo menos para si mesmo, que era aquilo que queria desde o começo. Hermione estava certa, Bellatrix estava certa... até Rony percebeu isso antes dele.
Mas quer saber? Isso não importava nem um pouco agora. A única coisa que importava era a boca de Mira, os lábios macios, o gosto indescritível, o cheiro de orvalho que parecia vir dos cabelos dela. Mira tinha cheiro de chuva prestes a cair, cheiro de temporal. Não era de se espantar, isso era provavelmente o que a garota era, um enorme, perigoso e atraente temporal. Daqueles que a gente não quer que acabe nunca.
Assim que retornara ao colégio, a professora McGonagall apareceu no salão comunal e pediu para que Harry a acompanhasse até à sala do diretor, coisa que ele obedeceu prontamente, e sem perguntas.
Fazia algum tempo que não via o professor Dumbledore. Desde que chegara a Hogwarts, na verdade, só o vira uma vez, quando ele o chamou para conversar sobre seu "sumiço", Harry sabia que não conseguiria mentir pra ele, então apenas se reservou o direito de não contar exatamente o que acontecera, o que Dumbledore aceitou sem discutir.
Quando chegou a sala, porém, encontrou mais gente do que esperava. Lá estavam o diretor, Neville Longbotton e o professor Severo Snape, que ao que parecia já tinha se recuperado parcialmente das brotoejas.
-Senhor Potter, entre. – disse Dumbledore quando ele apareceu, apontando a cadeira ao lado de Longbotton – Sente-se por favor.
Harry não pode deixar de perceber que Neville trazia a cara abatida, bem pior do que quando o encontrara, mais cedo, no bar de Hogsmead.
-O motivo de tê-lo chamado aqui, Harry, é simples. Queria lhe perguntar diretamente se você teve algum contato com a sra. Lestrange, ultimamente.
Como de costume, o diretor usou o seu tom mais calmo e despreocupado possível.
-Não.
Dumbledore virou-se para Snape.
-Viu. Ele não sabe dela.
-Esse moleque está mentindo, diretor! – gritou o outro.
-Devo lembrar-lhe que "moleque" não é um tratamento adequado a um de nossos alunos, professor Snape. – disse McGonagall.
Mas o professor de poções parecia não ouvi-la.
-Ela está aqui diretor. Eu tenho certeza disso. Foi ela que fez aquilo comigo... Potes não caem sozinhos das prateleiras.
-Potes costumam cair quando mal apoiados. – replicou novamente McGonagall.
Dumbledore levantou as mãos antes que Snape retrucasse e a discussão continuasse.
-Rapazes. – disse, olhando para os ele e Neville– Não queremos que fiquem preocupados com isso, entenderam?
-Como não vou ficar preocupado professor? – perguntou o outro, sem nenhum resquício da sua timidez na voz – Como não vou me importar se a mulher que fez aquilo com os meus pais está por perto!
-Ela não está por perto. – disse McGonagall – Acalme-se, sr. Longbotton.
Harry viu Snape apertar fortemente as mãos quando ela o desmentiu. Era evidente que ele tinha certeza absoluta da presença de Bellatrix no castelo. E, pelo olhar mortal que ele lhe dava, era evidente também que ele sabia que Harry tinha algo haver com aquilo. Novidade... ele sempre achava que Harry tinha culpa em tudo... Na maioria das vezes tinha mesmo, mas Snape não era muito bom para provar suas teorias, por isso o garoto não se preocupou muito.
-É só isso diretor? – perguntou ele se levantando da cadeira.
-Sim Harry... é só, por enquanto.
Potter sentiu um soco no estômago. Pela resposta, Dumbledore não estava totalmente convencido da sua mentira. Mas, por mais que confiasse no diretor, por mais que quisesse contar pra ele a verdade, não podia, tinha prometido a Bellatrix que não contaria. E ele entendia muito bem que daquilo dependia a segurança dela.
Ele e Longbotton se retiraram da sala em seguida. Mas assim que cruzaram o primeiro corredor, o colega da classe o parou.
-Harry, - disse Neville – Você falou a verdade, não falou?
Potter apenas balançou a cabeça positivamente.
-Que bom... Só de pensar que ela pode estar por aqui... eu, eu...
Havia uma coisa nos olhos de Neville que Harry nunca vira antes, mas sabia bem o que era. "dio. Um ódio tão grande que chegava a ser assustador.
-Olha, cara, acho que você devia se acalmar, sabe. Não faz bem a gente guardar tanto rancor...
-COMO É QUE É?! ELA ACABOU COM A VIDA DOS MEUS PAIS, HARRY! ACABOU! COM A DELES E COM A MINHA!!! ELA OS TIROU DE MIM QUANDO EU MAIS PRECISAVA DELES!! – ele controlou a cólera assim que percebeu o assombro do outro – Achei que você entendesse como estou me sentindo.
-E eu entendo. – disse Harry, sinceramente – Você sabe muito bem que... bom, eles também tiraram os meus pais de mim... Mas o que estou tentando dizer é que sentir raiva não vai te ajudar Neville, pelo contrário, só vai te atrapalhar mais ainda quando precisar enxergar melhor as coisas.
-Eu não preciso enxergar melhor nada.
Harry se calou, se dissesse algo mais ia acabar se delatando e pior, delatando Bellatrix. Apenas acenou levemente, dando a conversa por encerrada.
-Não vai voltar pro dormitório? – perguntou Longbotton quando ele se virou para seguir outro caminho.
-Ah, não. Agora não. Ainda está cedo, preciso fazer umas coisas antes.
Ele se despediu com um aceno e seguiu para seu tradicional encontro noturno imaginando o dia atribulado que tivera. A aparição de Sirius, a discussão com Gina e Malfoy, o inquérito sobre Bellatrix e, é claro, o beijo em Mira. Resumidamente teria que inventar uma boa desculpa para não treinar Legilimens Avançada, ou então Bellatrix ia descobrir mais coisas do que ele queria (como de costume).
Foi então que teve uma estranha sensação, como se estivesse sendo seguido. Parou de repente e aguçou os ouvidos, nenhum passo extra. Voltou a caminhar e a sensação continuou. Por isso, nem pensou duas vezes quando se desviou do caminho. Se Snape o estava seguindo, ele não iria entregar fácilmente o paradeiro de Bellatrix.
Mas agora precisava de um álibi, afinal de contas Snape provavelmente ouvira ele dizer a Longbotton que ainda tinha algo a fazer, por isso não dava pra voltar imediatamente para o dormitório. Resolveu vagar sem compromisso, até que, em um corredor próximo à biblioteca, encontrou o álibi perfeito.
-Oi... – disse docemente no ouvido de Mira, que estava muito entretida em algo que lia, fazendo-a dar um pulo.
-Caramba, Potter! Você me assustou...
"Potter? Que tipo de garota chama o cara que estava beijando a pouco tempo atrás pelo sobrenome?" pensou ele irritado.
-Desculpa. Não foi minha intenção... – disse, se afastando um pouco.
Ela o olhou de rabo de olho por alguns segundos, depois sorriu, fazendo com que qualquer sentimento de raiva se dissipasse do coração dele.
-Tudo bem, Harry... O que você está fazendo por aqui? Achei que só te veria amanhã.
-Eu resolvi dar uma volta... Na verdade estava querendo esbarrar em você... Consegui.
Ela olhou em volta, como se quisesse se certificar que ninguém os observava, para em seguida, dar-lhe um celinho rápido.
Mas Harry não se contentou com isso. Ele enlaçou a cintura dela, antes que Mira pudesse se afastar por completo, e a prendeu num beijo mais longo.
Ela demorou um pouco para empurra-lo devagar.
-Aqui não, Harry... – falou baixinho, tentando esconder o rosto vermelho. Quando que ele poderia imaginar que a famosa cantora Purplered sentia vergonha?
-Por que? – ele perguntou, ainda prendendo-a junto de si, não pretendia deixá-la ir tão facilmente.
-Porque alguém pode ver.
-E daí?
-E daí que eu não quero. – ela se desvencilhou um pouco bruscamente.
Harry ficou meio sem graça, não entendeu muito bem o porque daquilo, mas achou que não era a hora de perguntar. Foi então que percebeu o pergaminho na mão dela e, por uma estranha razão, aquilo lhe chamou a atenção.
-O que é isso?
-Ah, nada... – ela falou, como se dando conta do papel que carregava – Eu... Ta bom, ta bom.. estava pesquisando sobre... ele...
-Ah. – Harry sorriu – Posso te ajudar um pouco. Não vai encontrar muita coisa verdadeira sobre ele, nos jornais, pra dizer a verdade.
-Tem umas coisas que eu encontrei que acho que você também vai gostar. – ela pegou a mão dele e o carregou de volta a biblioteca – Vem.
Sentaram-se numa mesa sozinhos, ela foi até uma determinada prateleira, pegou um livro e trouxe pra ele. Enquanto isso Harry lia o pergaminho que ela tinha guardado pra si, uma matéria sobre a morte de Sirius no Ministério da Magia, ou melhor, sobre a Volta de Voldemort, com uma pequena citação da morte do temido assassino de trouxas.
-Acho que você pode me explicar o que aconteceu, não pode? – perguntou ela, quando voltou à mesa – Afinal você estava lá também...
Harry deu de ombros.
-Não acho que seja muito seguro pra você saber de algo. – disse em tom preocupado – mas pelo visto você vai fuçar até descobrir, não é? – ela fez que sim – Certo então. Vou falar o que sei... – ela sentou-se ao lado dele e se pois a ouvi-lo, atenta.
Harry contou sobre o resgate, sobre como os Comensais os encurralaram, ela até se assombrou com a coragem de Gina e Luna (bom, muito mais de Luna do que a de Gina, já que a última é uma grifinória, ou seja, adora se meter em confusões – palavras da própria Mira).
Contou como a Ordem apareceu, o duelo entre Sirius e Bellatrix (que ele teve o cuidado de citar como a prima Comensal do padrinho), o véu e como todos pensaram que ele estava morto.
-Mas ele não está, nós o vimos hoje. E você não parecia surpreso.
-Não, por que já sabia que ele não tinha morrido. Mas é imprescindível que continuem acreditando nisso, tanto os Comensais, quanto o Ministério da Magia. Enquanto não conseguirmos provar que não foi ele que explodiu aqueles trouxas, é melhor que achem que ele está morto. Entendeu?
Ela acenou positivamente.
-Muito bem, o que queria me mostrar.
-Ah, sim. O livro de formatura deles... – disse ela abrindo um enorme livro de capa preta intitulado: "Hogwarts – Formandos 1984" – Veja, aqui está ele. – ela apontou para uma foto onde um jovem rapaz, de olhar atraente e sorriso maquiavélico, jogava a franja negra para trás, tentando tirar-lhe os cabelos dos olhos – E aqui... bom, ficou meio óbvio... seu pai – Harry olhou para a figura de Tiago e pode perceber algo diferente da imagem que vira na penseira de Snape. Aos 17 anos Tiago trazia um olhar mais responsável, apesar do sorriso continuar denunciando que ele se tratava de alguém com poucos limites – Você se parece muito com ele. A não ser pelos olhos...
-São da minha mãe. – disse Harry, folheando o livro – Veja, aqui está ela. – Mira olhou atenta para a garota de cabelos ruivos e olhos verdes.
-A Gina se parece com ela.
Harry olhou para a foto da mãe.
-Você acha? – ela fez que sim – Eu não, tirando os cabelos ruivos não vejo nada parecido entre as duas... A Gina se parece com a mãe dela, como você...
Mira piscou duas vezes para ele.
-O que você disse?
-Que a Gina se parece com a mãe dela...
-Não.. você disse que ela se parece com a mãe dela... como eu...
-Eu disse isso?
-Disse, Potter. – falou ela impaciente.
-Desculpa. – ele sorriu meio sem graça – Que besteira, da onde eu tirei isso não é?
-Talvez, daqui... – disse ela virando novamente as páginas, até alcançar a turma da Sonserina, e, dentre as tantas fotos, ela apontou certeira para a que trazia o nome Bellatrix Black – É dela que você está falando não é, Potter? Ela é minha mãe e você sabe disso!
-Eu não SEI disso Mira. Eu suponho, é diferente. Mas é provável que seja ela mesmo.
-É... – ela disse meio sem emoção – Eu sou a cara dela.
-Bom. Não é exatamente por isso. Veja bem, ela e o Sirius se parecem muito, seria natural que, se ele tivesse uma filha parecida com ele, ela seria parecida com... – ele apontou a foto.
-Então por que acha que, provavelmente, ela é a minha mãe.
-Porque eles tiveram alguma coisa no passado. Bom, eu não sei detalhes também... Mas acredito que ela seja a sua mãe mesmo.
Mira deu um soco na mesa antes de levantar e começar a andar de um lado para o outro, com olhar pensativo, visivelmente incomodada com aquilo.
-O que foi? – perguntou ela e, mesmo que já soubesse a resposta.
-Acho que, para a maioria dos sonserinos, ter uma Comensal da Morte como mãe seria a gloria, não é?
-Uma Comensal não... A Comensal. Bellatrix é considerada a mais poderosa dos Comensais, além de ser a única mulher entre eles. - é claro que Mira achou esquisito que ele tratasse a mulher em questão pelo primeiro nome, mas não disse nada – Acho que a maioria dos sonserinos adoraria estar no seu lugar sim.
-É... Mas não parece tão legal assim ter uma mãe Comensal quando se tem um irmão trouxa... – ela tinha um tom triste e distante. Devia ser muito ruim descobrir finalmente quem eram seus pais e, ao mesmo tempo, descobrir que jamais conviveria em paz com a eles e a única pessoa que considerava sua família até então - Se bem que isso explica muita coisa.
-Explica o que?
-Bom, o sr. Black disse que não sabia de mim até pouco tempo... Isso quer dizer que minha mãe escondeu isso dele... Sabendo quem é agora eu entendo por que.
Harry sabia muito bem que Mira estava errada, mas apenas acenou calado.
Ela o olhou por uns segundos.
-Eu tenho que ir.. está tarde.
-Ok. Eu também. Eu te acompanho..
Ela levantou a mão em sinal de pare.
-Não. Não precisa.. eu vou sozinha...
-Está bem...
Ele não quis discutir, até por que não adiantaria. Deixou que ela fosse embora sozinha, para só então se levantar e seguir para o seu salão comunal.
O dia tinha sido muito, mas muito cansativo. Precisava de um bom banho e cama. Mas assim que entrou no dormitório, descobriu que a noite também não seria das mais calmas.
Estrela estava lá, enrolada na sua cama, esperando por ele. Pela cara de desagrado de Rony ele já havia tentado expulsa-la.
-Por onde você andou? Eu já estava pra chutar essa gata daqui... – disse o ruivo irritado – Ela não sai de jeito nenhum...
-Eu tive um probleminha. – falou ele, mas para Bellatrix do que para Rony – Acho que estavam me seguindo...
-Te seguindo? Por que? Tem algo haver com o motivo de terem te chamado na sala do Dumbledore? – Harry fez que sim. Bellatrix devia estar bem feliz por Rony estar fazendo as perguntas que ela queria fazer.
-É. Acham que eu sei a onde está a sra. Lestrange. – disse enquanto sentava-se na cama, ao lado da gata, e lhe dava um olhar irritado – Snape acha, pra ser mais exato.
Claro que Rony nem ao menos percebeu o olhar dele para Estrela.
-Snape é? Nossa, da onde ele tirou isso.
-Não sei... Mas tenho certeza que ele estava me seguindo.. pelo menos alguém estava. Então fui dar uma volta, já que ele queria me seguir resolvi dar algum trabalho, não é... Não ia ter muita graça eu voltar direto pra cá.
Rony riu enquanto Estrela pulava no colo de Harry e começou a esfregar a cabeça no peito dele. Ele respirou aliviado, pelo menos aquele problema estava resolvido.
Mas ainda havia outra coisa que queria resolver com ela, já tinha tardado muito em se envolver, mas não havia mais como fingir que não se importava.
Foi por isso que no encontro do dia seguinte, a primeira coisa que fez quando começaram os exercícios foi procurar o que queria descobrir. E deu certo, pegá-la desprevenida foi fundamental para que ele visse boa parte do que queria.
-Legilimens!!!
Era uma casa arejada, com enormes paredes de vidro. A porta estava aberta e uma Bellatrix entrava pé ante pé, parecendo preocupada com o silêncio e a escuridão."Ela não costuma deixar a casa as escuras... mesmo quando sai..." pensou a mulher da lembrança.
-Alice, Alice você está ai? Eu preciso falar com você...
Harry pode sentir o coração dela acelerado. Ela precisava de ajuda, estava assustada com algo e queria a opinião da única pessoa que ainda confiava... ou a única que sobrara. Uma amiga de infância que não tinha contato a muitos anos, mas que sabia bem, não lhe negaria apoio, apesar das coisas terríveis que andara fazendo.
Havia descoberto alguma coisa sobre seus novos aliados, coisas que não a agradava, mas ela não poderia ir contra eles antes, mas agora, sem a presença de Voldemort, talvez... De qualquer forma precisaria de ajuda.
Ela ouviu vozes. Um murmúrio vindo da cozinha.
-Está doendo ainda? Heim??? Está doendo, minha querida? Que bom... é pra doer mesmo!
Bellatrix entrou na cozinha a tempo de ver um homem (que Harry tinha a impressão de conhecer de algum lugar) apontar a varinha para alguém caído atrás de uma mesa e gritar:
-Crucius!
Então ela ouviu um grito. Um grito assustado, de dor profunda, mas, principalmente, um grito conhecido.
A mulher de cabelos negros deu um empurram no homem, para, em seguida ver a imagem da amiga estendida no chão inconsciente.
E foi quando Harry reconheceu Alice Longbotton, desfalecida, com a expressão mais frágil do que jamais tivera, que ele pode entender tudo o que acontecia.
Ele ouviu os pensamentos de Bellatrix, confusos e agitados... Não havia mais ninguém a quem ela pudesse recorrer agora. Ninguém nunca acreditaria nela, ou a ajudaria.
Mas nada daquilo era pior que ver a amiga que conhecia desde pequena no estado lamentável que Alice se encontrava...
-Frank! Seu, seu, seu... – ela simplesmente não conseguia achar um palavrão forte o suficiente - O que fez com ela?! – berrou a morena levantando a varinha para ele.
-O que ela merecia! – gritou o homem – Dei a essa vagabunda o que ela merecia!
O ódio se alastrou por cada molécula de sangue dela.
-Crucius!! – Frank se contorceu de dor e Harry pode sentir a satisfação de Bellatrix ao ver a cena – E o que ela merecia, heim Frank? Isso? Crucius!
Foi realmente difícil sentir pena do sr. Longbotton depois de ver a mulher dele caída no chão. Harry sabia que ele nunca teria tido a mesma reação de Bellatrix, não na intensidade que ela teve, porque estava claro que ela levara Frank a loucura, assim com ele havia feito com sua esposa. Mas não pode deixar de pensar que ele teve o que merecia.
Então, finalmente ela conseguiu expulsá-lo dali. Foi o empurrão mais forte que ela já lhe dera, chegou mesmo a sentir o braço dolorido quando caiu no chão.
-O que pensa que esta fazendo Potter! – gritou Bellatrix.
-Tentando entender por que fizera aquilo com eles... – disse o garoto levantando-se enquanto Bellatrix bufava pra ele – Por que não contou a verdade no tribunal?
-Quem acreditaria em mim? Além disso Rodolphus e aqueles dois idiotas chegaram logo depois disso... E pensaram que eu tinha feito o serviço todo. Era melhor assim...
-Por que? Porque era melhor assim? – Harry não podia acompanhar o raciocínio dela – Por que ir para Askaban era melhor que contar aos tribunais que você fizera o sr. Longbotton pagar pelo que ele tinha feito com a esposa?
-Por que eu teria que contar o PORQUE ele fez aquilo com ela!
Harry franziu o cenho.
-E você sabe o por que?
-Sei. Mas não vou te contar. E se você tentar voltar nessa lembrança de novo eu juro que faço com você o mesmo que fiz com ele!
O garoto engoliu seco, não duvidava que ela fosse capaz disso.
Ela o encarou por alguns segundos, depois disse em tom cansado:
-Vá embora.
-Mas... A nossa aula?
-Acabou. Anda, vá embora, eu quero ficar sozinha...
Ele obedeceu, meio encabulado. Afinal fora por conta dele que ela ficara furiosa daquele jeito. Mas pelo menos a lembrança do enlouquecimento dos Longbottons não a trazia alegria nenhuma, como a maioria pensava e isso era um bom sinal.
Ele não teve mais aulas com ela, até o fim daquela semana, Bellatrix simplesmente não aparecia. Tão pouco a via como Estrela, e ficava difícil perguntar agora que Gina não falava direito com ele.
Ficou preocupado de inicio, mas depois de constatar que Snape não sabia de nada também, se contentou em pensar que ela estava apenas se "escondendo" das aulas, para que ele não fosse mais longe do que deveria, o que era bastante injusto, se lembrar que ela vivia indo mais longe do que ele queria.
Mas teve que deixar esses pensamentos de lado, quando a história entre Gina e Malfoy estourou.
Naquela noite, o mais novo dos Weasley andava de um lado para o outro no salão comunal, às vezes lançava olhares mortais para os dois amigos, sentados a sua frente, em seguida voltava a andar.
-Rony, desculpa a gente, vai... Fizemos isso por que, por que...
-Por que eu sou um idiota, não é Hermione?! Por isso que vocês fizeram esse teatro todo pra que eu não descobrisse sobre a Gina.
-Bom, na verdade a gente só queria que você não a matasse, ou chamasse o Malfoy para um duelo, ou coisa parecida.
-Ah sim! E isso logicamente foi muito melhor do que eles abrirem pra ESCOLA INTEIRA que estão NAMORANDO, não é Harry?????!!!!!
Harry e Hermione se entreolharam.
-Na verdade nós não imaginávamos que o Malfoy fosse realmente assumir esse namoro, Rony.
-Pois você estava errada! Ele assumiu, Hermione! Como se sente agora, heim? Finamente a grande Hermione Granger estava errada sobre algo.
-Calma, cara! A Hermione não tem culpa, ninguém tem culpa...
-Você diz isso por que não é você que terá que aturar o Malfoy e a mãe dele almoçando conosco no dia de Natal!
-Como é que é?!!!!
-É isso mesmo que vocês ouviram. A Gina disse que já escreveu pra casa avisando do namoro e da "visita"... – ele fez uma careta – Não da pra acreditar, simplesmente não da pra acreditar.
-Não da mesmo. – disse Hermione encarando Harry novamente – O que a Narcisa Malfoy vai fazer na sua casa?
-Conhecer a família... – resmungou ele.
-Pois eu acho que essa é a última coisa que ela vai fazer por lá... – disse a garota se levantando num pulo – é claro que ela está atrás de informações sobre a Ordem... Por Merlin, será que a Gina não percebe isso?
-Bom, se o encontro for na Toca, acho que não terá perigo nenhum, Mione. – ponderou Harry – Deixa ela pensar que vai conseguir alguma informação...
Ela ficou em silencio, mas pela cara não estava nada convencida de que não haveria perigo.
-Pronto, está decidido. Eu vou passar o natal com vocês também, Rony! Meus pais vão ter que entender...
Rony deu de ombros.
-Se acha melhor... – ele voltou se para o amigo – E você? Vai passar com a gente, ficar em Hogwarts, ou sumir que nem nas férias de verão?
Harry deu de ombros.
-Pra falar a verdade, não sei. Mas, se por um acaso perguntarem a minha opinião, eu queria passar com vocês na Toca... embora desconfie que não é bem isso que vai acontecer.
