Oi gente Primeiro quero agradecer os muitos comentários, eu não devia passar o endereço do blog aqui, porque quem não comenta também vai ter acesso a essa informação e cá entre nós quem não comenta NÃO merece ler os capítulos com antecedência...

Mas eu tenho o coração mole demais.

Por isso lá vai, o endereço do blog é http : mirablack . blig . ig . com . br

Além do capítulo 11, que já está postado, vocês também vão encontrar a planta do Black Star, fanarts S/B e muito mais (muito mais nada, mas como sou publicitária, não resisti em usar esse chavão tosco.. hahahahahaahaah)

Bom, muitos eu já respondi por e-mail os comentários.. mas não deu pra responder a todos. Por isso quero agradecer mais uma vez, ok.

Ah Kika, vc está certa, eu também achei o aparecimento do Sirius muito chocho... mas o povo que tava acompanhando a fic pelo meu blog ficava me enchendo o saco diariamente para ele aparecer logo.. nem deu pra trabalhar direito nessa cena.... risos.. brincadeira.... ele apareceu assim na verdade porque queria que fosse algo rápido mesmo e sem muitas explicações, principalmente no que diz respeito a Mira... elas devem acontecer só no cap 12.. que eu ainda estou escrevendo... exatamente por ter muitas explicações... risos...

Ahhhh Saky!!!!!!! Só deixou comentário nessa... mas as Songs tb precisam de "números" risos.. brincaderinha, que bom que leu e gostou de todas viu... brigada mesmo.

EngelyMalfoy... o que posso dizer além de muito obrigada pelos elogios... mas nem é tanta verdade assim, a Li escreve muittto melhor que eu e tem metade da minha idade... (risos. Eu adoro puxar saco dela tb...)

Bom Lara, eu posso te indicar algumas fic S/B... sou apaixonada por Eu amo Voc, da Li, mas não sei se ela postou essa fic no FF, eu a acompanhava no 3V... A Entre o Céu e o Mar, da Ameria Asakura Black, também é muito legal, embora não seja só S/B. Recíprocos e Contraditórios, do Sam (samhershey), tem umas NC lá que eu ameiiii, Como amantes vão da Luize Black (mainha gêmea) é uma short muito bonita deles, dentre outras. Tem coisa muito legal deles sendo escrita, viu... com tramas interessantes e muito bem contadas.

E pra finaliza, vocês estão achando essa fic cheia de mistérios??? Mas eu nem comecei ainda.... bem, até o fim dessa mais um mistério bombástico pra vcs e, é claro... sem explicação ainda.... Por isso mande comentários ANTES de lerem o cap 11 no blog, se não, não vale... quero o xingamento de vocês... risos...

Bjs pra todos

Divirtam-se

AMB

CAPÍTULO 10 – O TÃO ESPERADO ENCONTRO

-Bem vindos! Bem vindos!

Foi bastante agradável voltar ao pub e se deparar com o enorme sorriso do simpático Sam (assim como sentir o cheiro agradável de algo que ele preparava vindo da cozinha).

Era bem verdade que a idéia de passar o Natal com os Weasleys e Hermione era muito melhor do que a de passá-lo no Black Star. Afinal, apesar da alegria de Sam, havia uma mal-humorada Bellatrix (que ao que parecia não havia o perdoado por invadir as lembranças dos Longbottons, já que não lhe dirigira a palavra, ainda). Mas ele já estava esperando por aquilo, já que com a proteção do Segredo que Lupin guardava e do sangue de sua mãe que corria nas veias da mulher, aquele provavelmente era o lugar mais seguro para eles, depois de Hogwarts.

-Olá Sam... – Bellatrix não parecia nada animada com aquele regresso – Como vão as coisas por aqui?

-Bem, muito bem, senhora! – por sua vez, o cozinheiro parecia mais alegre que o normal – Você devem estar cansados da viajem, não? – Harry fez que sim, estava exausto – Porque não sobem, tomam um banho e descansam um pouco, enquanto isso eu preparo um lanche...

Foi o que fizeram.

Harry não via a hora de cair na sua cama (engraçado como ele já considerava a cama do quarto do apartamento do Black Star, a onde passara apenas um verão, mais sua do que a do quarto da casa dos Drusleys, a onde ele passara praticamente a vida toda) e dormir até o dia seguinte. Duvidava muito que fosse levantar se quer para comer o lanche que Sam prepararia.

"Talvez quando acordar Bellatrix esteja com o humor melhor." foi o que pensou quando girou maçaneta da porta, mas, como por encanto, aquele cansaço todo que sentia desapareceu assim que pois os olhos na imagem de Sirius, sentado no sofá da sala, lendo despreocupadamente o Profeta Diário.

-Padrinho?

Sirius abaixou o pergaminho que lhe escondia o rosto, e abriu um enorme sorriso.

-Olá Harry.

-É você mesmo? – perguntou o menino, abrindo um sorriso tão intenso quanto o do mais velho, e andando em direção a ele.

Black olhou para si e apalpou o próprio corpo.

-É, parece que sou eu mesmo sim... – disse divertido, em seguida deu um olhar bem menos emotivo para a mulher que permanecia parada na porta – Oi pra você também, Bellatrix.

Ela não respondeu. Soltou apenas um ruído esquisito, que Harry imaginava ser uma demonstração de desagrado, parecia que todo aquele amor que vira nas lembranças dela tinha, realmente, acabado.

-Então você está ai... eu devia ter imaginado que aquele sorriso do Sam era algo mais que boas vindas... Fico pensando por que ele não disse nada...

-Por que eu pedi. –um sorriso cínico formar nos lábios do homem.

-Imaginei...

Só depois dessa conversa (se é que se pode chamar assim) a mulher entrou, seguindo a passos curtos para a cozinha.

-Correu tudo bem na vinda?

Harry fez que sim.

-O professor Lupin pegou a gente na estação. Fomos pra Toca... Por algum tempo eu achei que iam me deixar ficar com os Weasley...

-Desculpe, mas não era seguro.

-Eu sei. Então, quando anoiteceu, eles prepararam a minha partida. Não sei como o professor conseguiu convencer a sra. Weasley que eu estaria mais seguro em um lugar que ela não sabia a onde era... mas nós partimos de vassouras.

-Imagino que seja por que ela confia muito nele... Remo está ai?

-Não ele partiu assim que chegamos já que a Estrela estava nos esperando na porta... Disse que tinha algo urgente pra fazer.

-Estrela?

-Ah! É, bom... é o nome que a Gina deu pra gatinha que eu dei de presente pra ela... – ele olhou sorridente para Bellatrix, que fingia não ouvir a conversa dos dois.

-Estrela? – Sirius parecia surpreso apesar do olhar cínico – Por que, Estrela?

Ela deu de ombros, despreocupada, enquanto procurava algo em baixo da bancada da copa, provavelmente um copo.

-Não sei... Por que?

-Humm, nada, achei que você tivesse escolhido.

Harry abriu a boca para tecer o comentário de que, na verdade Bellatrix tinha, praticamente, obrigado a Gina a colocar esse nome nela, mas ela o interrompeu antes mesmo que começasse a falar.

-E por que eu teria escolhido um nome tão idiota?

Sirius deu de ombros, ainda mantinha o olhar cínico pra ela, embora ela se esforçasse pra não deixar transparecer que aquilo a estava irritando, mas estava, Harry já tinha percebido isso e provavelmente Sirius também.

-Não sei. Talvez por que te lembrasse algo...

Ela se pois pensativa.

-É verdade... me lembra sim... Nome idiota, me faz lembrar gente idiota... o que me lembra que você tinha mais o que fazer e não devia estar aqui. – é bem verdade que Harry já esperava que ela começasse com os insultos, mas o que ele não esperava foi que Sirius fosse achar graça daquilo. Ele chegou a soltar um riso abafado enquanto Bellatrix virava-lhe as costas - Por acaso já terminou o seu serviço?

-Não. – respondeu ele, piscando em seguida para Harry que estava com expressão de espanto, afinal ele havia entendido o "serviço" do seu padrinho era encontrar a filha deles, coisa que ele já tinha feito – E você, como está se dando com o "seu serviço"?

-Pergunte pro bebê. – disse ela abrindo a porta da geladeira – Que coisa Sirius, é tão difícil colocar água nas garrafas! – reclamou ao encontrar o vidro vazio, como se soubesse que tinha sido ele. E devia ter sido mesmo já que Sirius não deu atenção, voltou-se novamente para Harry.

-Ela está te tratando bem? – o garoto fez que sim – Que bom... pelo menos isso, já que o "serviço" dela está deixando a desejar...

Harry se surpreendeu com o comentário, mas sua reação foi bem menos intensa que a de Bellatrix, que virou a cabeça com fúria para encarar Sirius, jogando os longos cabelos pra trás.

E ao que parecia, aquela atenção, mesmo que raivosa, era tudo que o homem queria.

-O que você quer dizer com isso?

-Quero dizer que se a gatinha estivesse fazendo o seu trabalho direito eu não precisaria ter aparecido em Hogsmead no último domingo...

-Hogsmead? – ela levou as duas mãos a cintura – O que você estava fazendo em Hogsmead, Sirius?

-Minha parte no trato. Mas era uma pista errada... – a onde ele aprendera a mentir daquele jeito? – De qualquer forma eu tive que enfrentar um Lobo Branco enquanto você fazia sei lá o que...

-Lobo Branco? – ela encarou Harry – Você foi atacado por um Lobo Branco? – o garoto fez que sim - Por que não me disse nada?

-Nós... bem... – ele achou melhor não entrar no assunto você não estava falando comigo na frente do padrinho - não tive oportunidade... Mas correu tudo bem.

-Por que eu apareci.

Por incrível que pareça, Bellatrix não parecia estar se preocupando com a cobrança do homem, muito menos com a "gabação" pelo ato, ela tinha o olhar perdido e preocupado.

-Mas não existem Lobos Brancos naquela parte da Inglaterra. Alias, não existem Lobos Brancos NA Inglaterra... – ponderou, em seguida deu um olhar significativo para Sirius – Já mandou alguém investigar isso?

Ele fez que sim.

-Claro, também achei muito estranho... Mas, voltando a questão anterior.

-Serio, Sirius. A Bellatrix cuidado muito bem de mim. Ela tem sido uma ótima professora e até passou a noite inteira do meu lado quando fiquei de cama no último sábado...

Sirius olhou surpreso para a mulher, que soltou um muxoxo, como se Harry tivesse falado demais.

-Jura? – seu padrinho parecia se divertir com a idéia – Quer dizer que está sumindo o seu posto, Bellatrix? Já não era sem tempo.

-Posto? Que posto?

-Você ainda não contou pra ele?

Ela soltou um novo muxoxo, depois disse displicentemente.

-Eu não ligo pra essas coisas, você sabe mito bem que o sentimental aqui é você.

-Do que vocês estão falando? O Que ela não me contou?

-Provavelmente muita coisa ainda. Mas nesse caso.. bem... – ele abriu um sorriso estranho, como se estivesse revelando algo agradável e tenebroso, ao mesmo tempo – Ela não te disse que é a sua madrinha...

Harry ficou sem reação e deu graças a Merlin por Bellatrix fingir tão bem que não se importava com isso já que ele demorou até conseguir assimilar a idéia.

-Madrinha? Mas.. mas.. meu pai te detestava.

-O sentimento era mútuo.

Harry devolveu a pergunta para Sirius.

-Ei, não olhe pra mim, eu também não sei como Tiago permitiu isso...

-Do mesmo jeito que Lílian permitiu que você fosse o padrinho... Você sabe muito bem que ela te achava muito irresponsável para o cargo. Mas Tiago era irredutível nesse ponto...

Eles ficaram se encarando por alguns segundos e Harry quase acreditou que se beijariam, como vira acontecer em algumas lembranças deles. Mas Bellatrix desviou o olhar, provavelmente antecedendo o fato também.

-A verdade é que sua mãe me escolheu, bebê. – ele pode perceber um certo tom de orgulho na voz – Ela dizia que se você resolvesse aprontar metade do que o seu pai e padrinho aprontavam juntos, ela precisaria de muita ajuda... e que eu era a pessoa mais indicada pra isso.

-Ela disse isso? – Sirius parecia surpreso.

Bellatrix fez que sim, abrindo, pela primeira vez na noite, o seu sorriso cínico de vitória. E, mesmo sabendo que a intenção do sorriso não era essa, Harry não pode deixar de constatar como ela ficava infinitamente mais bonita com aquela expressão nos lábios.

-Pensando bem, sabe que ela tinha toda razão... Se eu resolvesse seguir os seus passos e os do meu pai, minha mãe realmente teria muito trabalho comigo. E com certeza precisaria da ajuda de alguém como a Bellatrix, afinal ela era a única que te colocava limites, não é? – falou o garoto, arrancando uma longa gargalhada da mulher. Uma gargalhada tão animada que o cativou nos primeiros segundos e os dois se puseram a rir juntos.

-Muito, muito engraçado... Pelo visto vocês estão se dando muito bem mesmo.– bufou Sirius, fazendo Harry engolir a risada.

-Ta com ciúmes? – perguntou Bellatrix, soltando uma gargalhada ainda maior que a anterior.

-Claro que não...

-Está sim... Eu conheço essa cara como ninguém... – continuou ela – Você é ciumento demais, Sirius, sempre foi.

Harry não pode deixar de achar engraçado a cara de desagrado do padrinho, mas teve o cuidado de não demonstrar isso dessa vez.

Já Bellatrix parecia querer aproveitar aquilo para deixá-lo mais e mais irritado. Ela saiu da copa e andou até a frente dos dois, parando de costas para a TV desligada.

-Está com ciúmes porque eu e o seu afilhado estamos nos dando bem, é?

-Não. Só estou surpreso que você esteja se dando bem com o NOSSO afilhado, afinal, você não é muito boa em se dar bem com as pessoas.

Harry abriu a boca para tentar falar algo, mas foi subjugado pela voz feminina.

-O NOSSO afilhado, pode até ter a cara do chato do pai dele... mas é mais parecido com a mãe: de gênio, digo. E você sabe bem que apesar da gente fingir que não, nós duas nos dávamos muito bem...

-Ah sim, quando era pra ir atrás de mim e do Tiago vocês eram amigas inseparáveis...

-E vocês detestavam isso.. confesse.

Sirius não confessou, mas também não desmentiu.

-Sabe, eu garanto que você está morrendo de medo que eu e o bebê nos demos tão bem, desse jeito.

-Pelo visto você está achando que conhece o garoto, não é?

Harry abriu a boca novamente, na tentativa de cortar os ânimos que já estavam começando a se exaltar. Mas dessa vez foi Sirius que o impediu de falar algo.

-Acha realmente que o conhece bastante? Só por causa dos poucos meses que passaram juntos?

-Padrinho...

-Nós passamos esses meses estudando Oclumência, lembra? Eu devo conhece-lo melhor que ele mesmo...

-Na verdade, eu...

-Ai Bellatrix, você e essa sua mania de grandeza!! É preciso muito mais do que acesso às lembranças de alguém para conhecê-lo, sabia?

-Vocês dois estão exagerando um pouco...

-Ah é sabichão? O que, por exemplo?

-Sério, isso não é importante...

-Que tal compreendê-lo, heim? Ou melhor ainda, gostar dele? Garanto que não pensou nisso.

Pela cara da mulher, Harry sabia que ela não havia gostado nada da insinuação de Sirius, embora ele duvidasse que ela fosse confessar isso.

-Você e seu sentimentalismozinho barato, Sirius! – berrou ela – Sempre tentando supervalorizar esses sentimentos que só te fazem ser um tolo! Muito bem, se quer ser um tolo o problema é seu! – ela cruzou a sala em direção ao corredor que terminaria no banheiro – Fiz minha parte no trato, o SEU afilhado já sabe o que precisava saber e está vivo. – antes se retirar, porém, ela virou-se mais uma vez pra ele – Por isso espero que você cumpra a sua parte do trato, e logo!

Houve um silencio constrangedor entre ele e o padrinho, de repente ele não tinha mais nada a dizer, tampouco Sirius. Era como se o motivo da conversa tivesse sumido para o banheiro (e nesse exato momento estivesse ligando o chuveiro). Até que, finalmente, Black falou:

-Desculpa... – ele parecia sem jeito e um pouco casado – E que a Bellatrix sempre me...

-Tira do sério... – completou o garoto – É, eu sei. Não foi só ela que andou passeando pelas lembranças dos outros. - Harry ensaiou um sorriso animador, mas não achou que foi convincente – Bom, pelo menos vocês não quebraram nada...

Sirius o olhou de rabo de olho, e ele chegou a pensar que havia falado demais, devia ter imaginado que aquelas lembranças irritariam o padrinho tanto quanto a presença da própria Bellatrix, mas o homem acabou abrindo um enorme sorriso, quase saudosista.

-É mesmo... bem que eu senti falta de algo... Foi sem graça não é?

Harry riu.

-Comparado com as brigas de infância, foi sim... Por Merlin! Sirius, você enchia o saco dela, heim?

Ele soltou uma longa gargalhada. Por um segundo Harry se lembrou da falta que ele fizera, lembrou se da dor que sentira quando imaginou que ele estava morto e o quanto era bom vê-lo ali, na sua frente, rindo. Era muito bom vê-lo feliz daquele jeito.

-Eu costumava dizer que alguém tinha que fazê-la pagar por ser tão insuportável...

-Ela não é tão insuportável assim...

-Era. – disse o outro com um sorriso de lado – Mas melhorou com a idade.

-Bom, o gênio continua horrível...

Ele se pois a contar como fora os últimos meses com Bellatrix. Sirius parecia se divertir com a maioria dos casos. Harry contou quase tudo, a não ser os que envolviam Mira, por algum motivo ele achou melhor não dizer ao padrinho que havia beijado a filha dele naquele dia que os salvará do Lobo Branco e nos dias subseqüente também, embora se sentisse um idiota por não contar.

-Pelo visto vocês se conheceram muito bem mesmo. – concluiu o padrinho a certa altura.

-Acho que aprendemos a gostar um do outro, também... Isso te incomoda?

Sirius fez que não, olhou para a porta do banheiro, depois voltou a encarar o afilhado.

-É bom saber que ela ainda tem um coração. Mesmo que ela finja que não...

Foi quando eles ouviram um barulho vindo do outro cômodo. Por mais reflexo que Harry tivesse, Sirius foi bem mais rápido e antes que o garoto chegasse ao banheiro ele já estava destrancando a porta fechada para encontrar a mulher caída no chão.

Por trás das costas de Sirius, Harry teve uma visão escassa da madrinha, que parecia tonta e desprotegida. Mas logo deu alguns passos para trás ao perceber que ela caíra ao sair do chuveiro, e não tinha nada a cobrir o corpo, na verdade a pele e os cabelos ainda estavam molhados denunciando que ela não conseguira se quer puxar a toalha para se secar.

Com uma rapidez incrível e uma ternura mais incomum ainda, Sirius tirou o próprio sobretudo para cobri-la, e em seguida levantou-a no colo.

Carregou-a para dentro do outro quarto do apartamento, que ficava a alguns poucos passos do banheiro, bem à frente do quarto que Harry ocupara.

Foi a primeira vez que ele entrou naquele aposento, que diferenciava em pouca coisa do dele, a principal diferença, na verdade, era a cama de casal, bem à frente da porta.

Sirius a deitou docemente no colchão, sem parecer se importar com a água que pingava dos cabelos negros e molhava todo o lençol.

-Bella, Bella, fala comigo? – dizia baixinho.

Bellatrix balbunicou algo tentando abrir os olhos, com certa dificuldade.

-O que houve? – perguntou ele.

-Eu... apagou tudo de repente...

-Você desmaiou. – constatou ele – Posso apostar que não come nada a um bom tempo. Você só fica fraca assim quando faz jejum...

Ela fez um aceno irritado com a mão, que chegava até a ser engraçado, por causa da pouca força que tinha. Por alguns segundos Harry ficou parado na porta do quarto admirando a cena, Sirius acariciava docemente os cabelos de Bellatrix enquanto ela se alinhava no peito dele, como um animal cansado que encontrava um abrigo.

Era a primeira vez que ele conseguia os ver verdadeiramente como o casal apaixonado das lembranças dela. Por vezes ele duvidou que aquilo fosse verdade, mas agora, vendo o cuidado que Sirius tinha com ela no mais simples resvalo e a forma como ela aceitava a proteção dele, como se não houvesse lugar mais seguro no mundo, não podia, não havia como negar que o sentimento ainda existia.

-Harry, me faz um favor? – perguntou Sirius, o trazendo de volta a realidade – Peça pro Sam fazer uma sopa pra ela.

-Eu não quero sopa... – reclamou Bellatrix sem muita força na voz , ainda de olhos fechados e encostada no peito dele – Eu odeio sopa...

-Diz pro Sam trazer a sopa, Harry. – repetiu ele – Eu sei que você odeia sopa... Mas, no estado que você está não pode comer nada mais pesado que isso. Se não queria tomá-la, devia ter se lembrado disso antes...

Harry ainda pode ouvir Bellatrix resmungar algo sobre precisar fazer aquilo, antes de sair do quarto para fazer o que o padrinho pedira.


-Como ela está? – perguntou Harry quando Sirius apareceu na sala do apartamento na manhã seguinte.

Era natural a sua preocupação já que, quando ele voltara ao quarto, acompanhado por Sam e um prato de sopa que cheirava tão bem quanto os quitutes da Sra. Weasley, Bellatrix já estava dormindo.

-Está bem. – disse o padrinho sentando-se ao lado dele no sofá – Teve um sono agitado, mas dormiu bem...

-Acha que o desmaio foi por que ela não está comendo mesmo?

-Tenho certeza disso.

-Mas por que ela faria isso?

Sirius soltou um breve suspiro, parecia preocupado, mais até que Harry.

-É uma prática antiga... usada na confecção de amuletos mágicos. Não é muito comum nos dias de hoje... nem se ensina mais pra falar a verdade. Mas é um costume antigo entre as mulheres Black.

-Confecção de amuletos mágicos? Para que servem?

-Depende para o que você os prepara. Mas ela só fazia jejum quando precisava preparar amuletos. – ele deu um olhar preocupado em direção ao corredor – Eu detesto quando ela faz isso... ela fica tão...

-Frágil... – completou o garoto.

-É... É assustador vê-la assim...

-Ainda gosta dela não é?

Ele demorou pra responder, ainda com o olhar perdido para o corredor que daria no quarto onde Bellatrix dormia.

Depois balançou a cabeça negativamente.

-Não, não gosto... – fora a primeira vez que Harry sentira o padrinho hesitar nas palavras - Como posso gostar de alguém que mata os outros por prazer? Que se diverte causando dor nas pessoas?

-A gente não manda no coração.

-É... mas aquilo que ela fez com os Longbottons foi... monstruoso...

-Acho que você deveria perguntar pra ela o que realmente aconteceu naquele dia.

Sirius o olhou severamente.

-Como assim? Você sabe de alguma coisa? Andou... vendo algo sobre isso nas aulas que tiveram?

O garoto fez que sim.

-Acho que ela vai me matar por abrir a boca... bom, ela quase fez isso quando eu consegui invadir essa lembrança, mas... – ele levantou do sofá, meio angustiado – me da agonia ver como todos a chamam de sádica quando na verdade...

-Quando na verdade... vamos, continue, o que aconteceu? Não foi ela que fez o serviço?

-Foi.. foi ela sim... mas só com o senhor Longbotton...

-Como assim só com o Frank? Quem enlouqueceu a Alice, então?

-Ele.

Houve um silêncio estarrecedor.

-Ela viu isso?

Harry confirmou com a cabeça.

-Eu não entendi muito bem, a impressão que eu tive foi que elas já se conheciam... Pelo menos me pareceu que Bellatrix foi lá atrás da ajuda dela, era como se elas fossem...

-Amigas... – Sirius fez uma pausa, parecia surpreso com a notícia, mas ao mesmo tempo, era como se tudo se encaixasse - E eram... Amigas de infância. Alice descende de uma família de bruxos puros sangues também, freqüentava muito a casa dos meus tios. Quando pequenas as duas eram amigas inseparáveis, mas passaram a se falarem bem menos quando entraram para Hogwarts, tinham idades diferentes e, além disso, eram de casas rivais, você sabe como é... O que aconteceu exatamente?

-Ela foi sozinha até a casa deles, quando chegou encontrou as luzes apagadas, a lembrança dela achou tudo muito estranho...

-E o que ela foi fazer lá, você sabe?

-Hum... bom, acho que procurar ajuda. Mas não tenho certeza, não ficou muito claro pra mim, porque quando ela entrou na cozinha os pensamentos dela mudaram completamente...

-O que ela viu?

-O senhor Longbotton, lançando a maldição Crucius na esposa... Ela já estava caída no chão, bastante debilitada... Duvido muito que aquela tivesse sido a primeira investida dele. Então... bom, então a Bellatrix fez a mesma coisa com ele... Estava ensandecia...

-Por Merlin... – Sirius parecia horrorizado – Frank sempre foi um cretino, mas isso? Não me admira que Bella tenha o feito pagar dessa forma... Ela adorava a Alice... Mas por que ela não disse isso no tribunal?

-Foi o que eu perguntei quando ela me empurrou para fora da sua mente... Mas ela estava muito brava comigo. A única coisa que consegui descobrir foi que ela sabe porque o sr. Longbotton fez aquilo com a esposa e foi por não querer revelar o motivo que ela resolveu levar a culpa toda.

Sirius ficou calado, com uma expressão bastante preocupante.

-Você... sabe o motivo, padrinho?

Ele demorou para encarar o afilhado, mas quando o fez estava mais branco e mais abatido do que jamais Harry vira antes, e olha que ele já o tinha visto em situações bastante ruins.

-Só tem um motivo para Frank fizer aquilo. Mas não pode ser...

-Que motivo?

-O garoto...

-Neville Longbotton? O que tem ele?

-Ele não é um Longbotton...

-Não. – confirmou a voz feminina vinda do corredor – Ele é um Black.