Bom, sei que demorei, mas aqui está o cap 11, finalmente.
Quem quiser acompanhar pelo blog, tudo bem.. mas acabamos de emparelhar os dois... vou tentar sempre postar os caps juntos aqui e lá... por isso podem acompanhar por um ou pelo ouro. Só peço que continuem deixando reviws e me dando idéias, sim...
Mas eu percebi umas diferenças, lá no blog o pessoa discute possibilidades e cria até teorias.. risos... aqui vcs não fazem isso?? Por que (bom, provavelmente pq eu demoro mais a responder, ne..)???
Vou responder algumas perguntas, ok.
Eu fiz 28 anos Lara. Obrigada pelo parabéns e pelos comentários aqui e no blog.
Brigada pelas explicações Americha!!!! Acho que a Li vai postar o EVA aqui sim, pelo menos ela tava atrás da fic completa pq a dela tinha dado pau.. risos...
Eu tenho que terminar os caps sempre na melhor parte Rafaela, se não ninguém lê o próximo.. risos.
Eric, continua de boca calada q vc já falou demais la no blog... hahahahahhaha.. brincadeirinha... adoro quando vc faz as suposições viu...
Ai Aly, fiquei envergonhada agora.... brigada pela força. Eu tb adoro a Bella com tom sarcástico. E adoro imaginá-la dando aulas de Oclumencia pro Harry... Pena que ele já aprendeu... aff.
Eugely, ainda vai levar uns dois caps pra Bella descobrir, mas eu to quase terminando o doze, então falta pouco pra vc ver a cara dela na hora que ela descobrir sobre a Mira.
Oi Luisa, bem vinda. A Mira tb agradece o apoio, que bom que gostou dela, é realmente difícil criar um personagem legal no meio de tantos maravilhosos do livro (ainda mais um Black...) E não se preocupe com o tamanho dos comentários não.. eu amoooo comentários enormes.. risos...
Bom gente, pra quem não leu ainda no Blog, divirtam-se com o cap 11, ok.
Duvidas, criticas e sugestões, por favor comentem... ah, se for só pra escrever baboseira pode coentar tb, eu adoro isso.. risos...
Bjs a todos
AMB
CAPÍTULO 11 – O PAI DE NEVILLE
Harry ficou calado, como se esperasse toda aquela apreensão por uma resposta fosse se dissipar num passe de mágica. Mas ao que parecia ele era o único que não estava entendendo nada.
Como assim Neville não era um Longbotton? Como ele poderia ser um Black? E o que isso teria haver com o motivo que o senhor Longbotton tivera para enlouquecer a própria esposa?
-Era o garoto que você estava procurando, então. – afirmou o homem, com a voz embargando – Era ele e não Voldemort que você queria saber a onde estava quando encontraram vocês?
Harry se lembrou que quando Bellatrix fora presa, disseram que ela berrava a pergunta "a onde ele está?" para o corpo contorcido do senhor Longbotton.
Ele olhou para o rosto cansado dela a tempo de vê-la confirmar a afirmação de Sirius com a cabeça.
-Eu achava que ele tinha feito alguma coisa com o garoto... – disse enquanto sentava no braço do sofá, penosamente – Mas ao que parecia ele estava na casa da avó.
-Por Merlin... – murmurou Sirius parecendo assombrado demais para dar qualquer explicação naquele momento, o eu só fazia a ansiedade de Harry aumentar.
Mas mesmo atônito ele foi capaz de perceber que havia mais alguém na sala que precisava de uma atenção especial. Deu alguns passos, pegou a cabeça que ela mantinha abaixada, e a fez encostar-se em seu peito, tudo com muito cuidado, como se estivesse mexendo com um cristal extremamente valioso e frágil. E Harry sabia bem por que.
Bellatrix podia não ser um cristal frágil mas tinha seus momentos de fraqueza, eram raros e sempre camuflados, mas não para Sirius, não havia como disfarçá-los perto dele. E agora nem de Harry, porque os dois sabiam ver nos olhos dela quando algo a abalava mais do que gostaria.
Encostar a cabeça no peito dele foi o suficiente para que ela deixasse cair à primeira lágrima. Primeira e única, por que, assim que percebeu que chorava ela levou a mão aos olhos para secar rapidamente o incomodo líquido.
-Precisa ver como o garoto se parece com.... – ela engoliu a última palavra, num curto soluço. Então levantou a cabeça para encarar o homem que a acolhia – Quer dizer... fisicamente ele é a cara da Alice sabe... Aquele sorriso doce que ela tinha, lembra? – Sirius fez que sim - Mas ele é todo atrapalhado. – ela deu um riso abafado – Igualzinho ao seu irmão...
-Seu irmão? – perguntou Harry, surpreso – Estão dizendo que o Neville é filho de Regulo Black?
-Provavelmente sim... – disse Sirius – Ou, pelo menos, Frank acreditava nisso...
Bellatrix balançou a cabeça de um lado para o outro.
-Eles andaram se encontrando antes do Regulo morrer, Sirius. Ela tinha esperanças de convencê-lo a largar os Comensais... Nós ainda estávamos juntos, lembra? – Harry viu seu padrinho concordar em silêncio – Você até brigou com ele quando soube... Achava que ele a estava usando.
-E não estava? – pergunto o homem, melancólico - Foi à última vez que nos falamos... Depois daquela briga eu nunca mais o vi. – ele deu um longo suspiro enquanto acariciava os longos cabelos – Mas ela ficou grávida depois disso.
-Não. Ela disse que ficou grávida depois disso... Você não deve lembrar direito, porque ele e o bebê – ela sinalizou Harry com a cabeça – são do mesmo dia... mas todos achavam que o garoto havia nascido prematuro, porque ela mentiu a data em que ficou grávida. – depois voltou a encostar a cabeça no peito dele, como se aquilo fosse o suficiente para ela não pensar mais nos problemas.
Eles fixaram em silêncio por mais alguns minutos e Harry não pode deixar de imaginar qual seria a reação de Neville se viesse a saber daquilo algum dia. Ele parecia ter tanto orgulho do pai e, no fim das contas, tudo acontecera por que o senhor Longbotton não o aceitara.
-Você... – murmurou Sirius, ainda acariciando os cabelos dela – Andou bisbilhotando ele? – perguntou - Digo, o filho da Alice... Ele é parecido com o Regulo mesmo?
Ela levantou os olhos para ele e seus lábios se abriram num sorriso.
-Você precisa ver o jeito dele pra poções...
-O não jeito para poções, você quer dizer... – concertou Sirius – Se ele parece com o Regulo, imagino que o Ranhoso deva ter bastante trabalho para ensinar-lhe algo.
Harry riu.
-Isso tem mesmo. Acho que nem o prazer de tirar pontos da Grifinória ajuda quando o Neville explode o caldearão na aula dele.
Sirius sorriu de lado.
-Ele é tão estabanado assim?
-Demais. Mas é um bom amigo. Eu lembro bem, no primeiro ele barrou a gente na porta do salão comunal para que não saíssemos e nos metêssemos em confusão... Lógico que saímos do mesmo jeito. A Hermione o paralisou... Mas o diretor Dumbledore disse que se precisa ter muita coragem pra enfrentar os amigos, como ele fez... Isso nos rendeu 150 pontos. Ganhamos a Copa das Casas por causa dele.
-Bom... nisso ele já puxou da Alice. – falou Bellatrix, desencostando o corpo do de Sirius novamente – Sempre preocupada com os outros. Agora, o esquecimento... – ela começou a rir – lembra como o Regulo esquecia a onde deixava tudo?
-Da meia à varinha... – completou Sirius – ele nunca sabia a onde estavam as suas coisas.
-E a senha do salão comunal da sonserina? – a risada dela começava a aumentar aos poucos.
-É... quantas vezes eu tive que arrumar um lugar pra ele ficar a noite, porque vocês eram incapazes de ajudá-lo. – falou o homem com um olhar irritado que só fez piorar o acesso de riso da mulher.
-Por Merlin, Sirius, qual seria a graça se o deixássemos entrar simplesmente? Era mais legal cobrar algo em troca... e, quando não queríamos nada... – ela deu de ombros, divertida.
Sirius a olhou impaciente, depois encarou o sobrinho, como se quisesse saber o que ele achava daquilo.
-Da pra conviver com alguém assim?
Harry não respondeu... na verdade não conseguiu porque Bellatrix estava rindo tanto, provavelmente se lembrando dos mal mocados pelos quais fizera o primo passar, que sua risada o estava contagiando. Ele tentava segurar o sorriso quando Sirius lhe dirigiu a pergunta, mas, ao encarar o padrinho, simplesmente não pode mais se conter e começou a rir também.
-Você acredita que ele anotava a senha pra tentar se lembra depois, bebê??? – falava Bellatrix entre risos, o que só fez aumentar a gargalhada de Harry ao se lembrar que o amigo fazia o mesmo – Anotar a senha! Como alguém pode anotar uma senha??!!!
Ela ria tanto que escorregou do braço do sofá para o acento, caindo praticamente no colo do afilhado.
E pior! Ele anotava a senha e conseguia perder o pergaminho depois! A gente nem precisava sumir com o papel porque ele perdia sozinho...
-O... – gargalhadas - o Neville... – mais gargalhadas – também faz isso...
Bella parou de rir de repente e o encarou, séria.
-Jura?
Harry ficou meio sem reação, apenas acenou confirmando e então, quando viu que ela tentava prender o riso, daquele jeito quando se segura os lábios para eles não abrirem numa nova gargalhada, a imagem era tão engraçada que quem não se conteve foi ele.
Acabou que os dois explodiram em novas risadas juntos.
Nem a pose irritada de Sirius adiantou dessa vez.
-E quando fazia um feitiço sempre dava errado... – dizia Bella – O garoto é assim também não é? – Harry fazia que sim – E pra misturar as poções então... sempre derrubava algo a mais.. ou esquecia de alguma coisinha, não é assim? – mais uma vez o garoto concordou – E o jeito que ele cantava as meninas então? – perguntou ela, agora olhando para o homem.
Era claro que Sirius estava tentando não rir das coisas que Bellatrix dizia, simplesmente porque não lhe parecia certo rir de alguém que já estava morto, não porque não achasse graça do que ela contava. Mas quando a mulher se lembrou da total falta de jeito do irmão para paquerar, ele não se conteve. Os lábios se levantaram num sorriso cínico.
Ele deu alguns passos pra trás e na hora Harry entendeu que ele faria uma imitação do irmão. Então ele veio, andando meio inseguro, olhou para Bellatrix, abriu os lábios um sorriso exagerado.
-Que tal sair com o melhor cara de toda a Hogwarts? – disse ele ensaiando um riso cheio uma graça que não existia. Pelo visto, todo charme que Sirius possuía fora algo inexistente no irmão mais novo.
A cena era cômica, mas ficou pior quando Bellatrix se levantou e começou a olhar em volta como que procurando alguém.
-Ele pediu pra você me convidar, foi????
Dessa vez os dois começaram a rirem juntos. E foi realmente fascinante admirá-los naquele momento. Mais uma vez Harry teve a sensação de ver uma das lembranças de Bellatrix e, pela primeira vez viu um sorriso verdadeiramente feliz nos lábios de padrinho.
A mulher ria tanto que teve que se apoiar nos braços dele para não cair no chão. Sirius a segurava de bom grado, pela cintura, rindo também, mais das gargalhadas dela do que de qualquer outra coisas.
Até que seus olhos se encontraram.
Os risos cessaram, e Harry se amaldiçoou em pensamento, já que podia jurar que se não fosse a sua presença algo mais teria acontecido.
-Preciso de um copo de água... – disse Bellatrix se afastando instintivamente, porque sabia que mais alguns segundos olhando nos olhos dele a fariam fraquejar – Fazia muito tempo que não ria tanto...
-Eu também... Melhor que lembrar do Regulo, só se lembrarmos o que você e a Andrômeda aprontavam com a Narcisa...
-Háháhá... como se você não ajudasse sempre que podia, não é?
Ele deu de ombros, abrindo um novo sorriso.
-Não, Narcisa nunca foi o meu passatempo predileto. Eu preferia incomodar você.
Ela não fez comentário nenhum e se Harry não a conhecesse razoavelmente bem diria que Bellatrix tinha ficado encabulada.
Então o silêncio foi quebrado pelo barulho da porta se abrindo. Remo Lupin apareceu com uma expressão muito preocupada.
-Aconteceu alguma coisa, Remo? – perguntou Sirius, antes mesmo que o amigo pudesse cumprimentá-los.
-Sim, aconteceu... Tonks acabou de me informar que Malfoy e os outros comensais que foram presos naquele dia no Ministério acabaram de fugir de Azkaban.
Harry deu um pulo do sofá.
-Ah não... – resmungou Bellatrix – Que droga, lá se foi a nossa paz então... Bom, se bem que era bastante previsível que iriam fazer isso...
-É... era previsível. Até porque o lugar ficou bastante frágil com a saída dos Dementadores. Mas se Voldemort conseguiu reunir seus aliados de novo, isso quer dizer que...
-A guerra vai começar, Sirius. – completou Lupin – Fico me perguntando por que ele demorou tanto pra fazer isso?
-Ora, por que, Remo? Por causa do bebê.
-Eu?
-Claro. – continuou a mulher - Garanto que ele ainda tinha esperanças de pegá-lo antes de começar a guerra de verdade. Você é uma prova viva do fracasso dele, por isso matá-lo é mais do que uma questão de honra... É difícil amedrontar os outros quando um garoto que mal saiu das fraudas já o venceu... – ela tinha um sorriso cínico nos lábios.
-Mas... se ele resolveu atacar agora, é porque ele pensa que pode me pegar a qualquer momento. Não?
Os três adultos de se entreolharam, depois voltaram a encarar o jovem Potter.
-Impossível. – disse Sirius – Não há como ele botar as mãos em você Harry, não enquanto você estiver aqui no Black Star.
-É verdade. – disse Remo – Mas Harry está certo numa coisa, Voldemort com certeza pensa que pode pegá-lo agora que ele não está em Hogwarts. A questão é, por que? O que ele sabe que nós não sabemos?
-Bom, com certeza ele sabe que o bebê está comigo. – disse Bellatrix.
-Mas isso ele já sabe faz tempo... Não, é outra coisa... – concluiu Remo.
-Ele sabe de algo que nós achamos que ele não sabe... – disse Harry – Mas o que?
Eles ficaram calados por alguns minutos, mas ninguém foi capaz de imaginar o que poderia ser.
-Bom... Seja o que for acho que não vamos demorar a descobrir. – disse Remo chamando a atenção novamente para si – Há mais uma coisa. Acabei de chegar de Hogwarts, Dumbledore me chamou lá para... bom, para dizer que já sabe...
-Sabe do que? – perguntou Bellatrix.
Remo apenas indicou Sirius com o olhar.
-Sabe que eu estou vivo? – perguntou o outro, e quando o amigo confirmou disse - É, eu nunca achei que fossemos conseguir esconder isso dele por muito tempo...
-Ele pediu para lhe dizer que ficou bastante feliz quando se deu conta que você só poderia estar vivo já que seria o único motivo para que Bellatrix voltasse para o nosso lado... Feliz e surpreso também, ele nunca acreditou que vocês dois pudessem fazer as pazes um dia.
-Mas nós não fizemos. – apressou-se em dizer a mulher – Isso é apenas uma trégua até que ele ache a milha filha e... – ela engoliu o resto da frase já que, pelo olhar irônico dos três, nenhum deles acreditara no que ela acabara de dizer.
-De qualquer forma – continuou Remo - ele também pediu para dizer a você que a gatinha será bem vinda a Hogwarts no próximo semestre, se prometer continuar cuidando bem de Harry. Em contrapartida ele promete continuar afirmando ao Severo que você não está por perto.
Ela deu de ombros.
-Se ele se meter a besta com o bebê de novo, Dumbledore não vai precisar abrir a boca mesmo... Ele vai descobrir que estou lá da pior maneira...
-Bellatrix, por favor, se contenha. – disse Remo enquanto Sirius ria baixo – será que da pra me dar algum apoio aqui?
-Pior do que o banho de veneno de bromélias? – perguntou Harry, sorrindo.
-Banho de veneno de bromélia? Por Merlin, Bellatrix o que você andou fazendo lá?
-Eu Remo? – disse em tom inocente – Nada...
Sirius começou a rir mais alto.
-Isso não tem graça. – disse Remo – Você pode ter se denunciado, Bellatrix.
-Se o Ranhoso fizer algo quem vai dar um jeito nele sou eu, Remo. – finalizou Sirius, com um olhar de cão de assassino, que até amedrontaria Harry, se a caça em questão não fosse o professor Snape.
-Ah sim, e ai, além de saber a onde está Bellatrix ele vai descobrir que você está vivo...
-Bom, quem sabe assim ele nos faz um favor e morre de desgosto. – disse Harry, arrancando risos do casal Black.
-Certo, eu não vou discutir. Ninguém mais do que vocês sabem o quanto é importante que ninguém descubra a onde vocês estão – apontou para Bellatrix e Harry – E que você não morreu... – apontou para Sirius – Agora será que a gente pode descer pra comer alguma coisa? Estou faminto e quando cheguei o Sam tava fazendo algo que cheirava muito bem...
-A essa hora da manhã? Deve ser panqueca... – disse Sirius – Nós ainda não comemos também. Vamos...
Eles se dirigiram para a porta, mas Bellatrix não os acompanhou.
-Bella... – disse Sirius impaciente – Você também.
-Eu não vou comer nada até amanhã.
Harry viu Sirius fazer uma cara que só se comparava a da senhora Weasley quando tentava por limites nos gêmeos.
-Pare de besteira anda. Você está fraca, já passou mal ontem...
-Amanhã... – disse ela virando as costas e seguindo para o quarto sem ligar a mínima para a cara enfezada dele.
-Ela está em jejum? – perguntou Remo quando os três começaram a descer a escada – Achei que ela tinha perdido essa mania em Azkaban.
-Eu também... – murmurou Sirius, antes de parar abruptamente à frente do grupo.
Ele aguçou os ouvidos e desceu mais um degrau cuidadosamente. O motivo, agora, podia ser percebido pelos outros dois. Havia alguém no pub, alguém além de Sam.
Da onde estavam dava pra ter uma estreita visão do ambiente, o suficiente para verem que Sam conversava com um jovem homem, que aparentava ter seus 25 anos.
-Eu já disse que não estamos interessados.
-Meu senhor, você não deve ter escutado muito bem a proposta.
-Mas o que ele está fazendo aqui? – murmurou Sirius ainda na escada.
-Você o conhece?
Mas a pergunta de Remo ficou sem resposta, já que o amigo fez um sinal com a mão para que ficassem calados, ainda atento ao que Sam e a visita falavam.
-Eu entendi perfeitamente, garoto... – pelo tom de voz dava pra notar que Sam já estava perdendo a paciência com o tal "garoto" - Mas o Black Star não está disponível pra nenhum show...
-Não é um show...
-Como não? Você acabou de dizer que aquela garotinha vem cantar e...
Pra surpresa de todos Sirius desceu os degraus que faltavam da escada e apareceu no salão antes que Remo o pudesse impedir.
-O que está acontecendo aqui, Sam? – perguntou ele, enquanto Remo e Harry apareciam no salão também, com olhares que deixavam claro que não aprovavam aquela aparição infundada dele.
Mas como de costume, Sirius não se importou.
-Muito prazer... o senhor é?
-O dono disso aqui. – respondeu ele secamente.
-Ah! O dono! Que bom... Espero que o senhor seja mais flexível que o seu administrador, tenho certeza que vai adorar a minha proposta.
-E qual seria?
-Esse rapaz quer alugar o pub pra amanhã, senhor. – disse o mais velho.
-Nós não costumamos abrir o pub na noite de natal...
-Ah! Melhor ainda, porque eu preciso dele fechado para uma festa particular...
-Festa particular? Desculpe a curiosidade, mas você não é Jonh Smith, produtor musical? – rapaz fez que sim ao mesmo tempo em que Harry se lembrava de já ter ouvido aquele nome antes – Foi o que pensei... Mas o que um produtor famoso está fazendo as voltas com uma festa particular?
-Bom, foi um pedido especial de um grande patrocinador... Não dava pra recusar. É por isso que a Mira vem cantar também...
-Mira? – Sirius fingiu não saber de quem se tratava.
-Ah, sim, minha irmã, ela é cantora, mas acho que o senhor não deve conhecer... Purplered? – Sirius fez que não com a cabeça – É, o senhor não deve gostar muito do estilo de música que ela canta, mas ela faz muito sucesso entre os mais novos... o garoto aí deve conhecê-la.
Harry deu de ombros fingindo pouco interesse.
-Sim, já ouvi algo... ela é.. legalzinha...
-Então essa garota vira cantar nessa festa? – perguntou Sirius.
-Ah! Sim, claro. É o maior patrocinador dela, se adoram... ela não faltaria.
-Hummm... Certo então.
Sam, Harry e Remo deram um pulo.
O jovem produtor por sua vez nem percebeu, tamanha era sua felicidade.
-Por Merlin, Sirius! – gritou Remo assim que Smith se retirou do salão – Posso saber o que você pensa que está fazendo?
-Economizando na festa de natal...
-Você sabe por um acaso quem é esse sujeito?
-Jonh Smith, o produtor... você não o ouviu dizer?
-Sem piadinhas, ok! Por que ele queria tanto fazer essa festa aqui no Black Star, heim? Isso não é prudente, homem!
-Remo, está certo padrinho. O pub era pra ser o nosso esconderijo.
-O apartamento é o nosso esconderijo... – disse Sirius secamente – É apenas uma festa para trouxas, Remo, como qualquer noite em que o pub fica aberto. E não há como nenhum bruxo entrar no apartamento sem que você autorize... Não haverá problema nenhum...
-Eu sei disso. Mas acho um risco desnecessário.
-Para de drama Remo... vai ser perfeito...
O amigo franziu o cenho.
-Perfeito? Por que perfeito?
-Por que ela vai estar aqui...
No fundo Harry também achava que aquilo seria perfeito. Inapropriado e perigoso... mas perfeito. Afinal, no dia seguinte veria Mira novamente.
Foi um pouco mais complicado explicar para Remo e Sam o porque da permissão para que o Black Star fosse utilizado para a tal festinha particular, levou praticamente o café da manhã todo para que Sirius explicasse como conseguira descobrir que a cantora Purplered era a sua filha.
-Tudo bem, tudo bem... eu entendo que ter a filha por perto numa noite de natal depois de tantos anos sem saber que ela existia é importante... – disse Remo entre um gole e outro de chá - Mas por favor Sirius, tome cuidado. Se o Ministério ou os Comensais tiverem algum indício que você está vivo, já sabe, vai ter que ficar trancafiado em casa de novo.
O outro acenou em silencio.
-E quando pretende dizer a Bellatrix? – perguntou em tom de segredo.
-Amanhã, oras... – respondeu com um olhar iluminado – Vai ser o meu presente de Natal pra ela.
Sam não cabia em si de alegria, passou o café todo tentando imaginar o que a "princesinha" (como ele já a chamava), gostaria de comer na ceia do dia seguinte.
-Talvez Harry possa te responder. – disse Sirius, fazendo o garoto dar um sobre-salto – Ele a conhece do colégio, não é?
-Ah.. sim.. eu a conheci.. mas não tenho a menor idéia do que ela gosta de comer, Sam...
-Ah.. que pena... Mas acho que vou fazer um bolo de chocolate.. menininhas adoram bolo de chocolate, não é?
Qualquer um adora o seu bolo de chocolate. – disse Sirius sorridente – Aliais... Faz tempo que eu queria te perguntar Harry, o que vocês estavam fazendo juntos em Hogsmead naquele dia?
Foi difícil engolir o gole do suco que ele havia começado a beber pra se refazer do sobre-salto.
Nós... er... bom, nós estávamos ajudando a Gina e... bem.. o Malfoy. - "bom, eu não estou mentindo...".
Remo e Sirius continuavam olhando pra ele como se aquela explicação não fosse suficiente.
-Ajudando o Malfoy? – perguntou Remo ao perceber que aquilo era tudo realmente.
-É... bom... mais a Gina do que ele... Ela estava, ah, muito mal por que eles tinham terminado sabe... não consegui dizer não... Então, pra todos os efeitos ela estava comigo e a Mira com o Malfoy. Pra eles poderem ter tempo pra conversar. Pelo visto deu certo já que eles assumiram o namoro pra toda escola.
-O que? Não acredito! Está dizendo que o filho do Lucio assumiu que namora uma Weasley?
-É, padrinho... também achei muito estranho se quer saber... mas o mais estranho é que, pelo que parece a mãe dele aprovou o romance.
-Narcisa? – Remo parecia mais surpreso do que deveria e Harry também não entendeu o olhar que Sirius deu para o lobisomem assim que pronunciou o nome da prima mais nova.
Ele acenou positivamente antes de comer seu último pedaço de panquecas.
-Bom, eu tenho que subir... trabalho de casa pra fazer. – disse dando de ombros e saindo em seguida, ansioso para que o dia passasse o mais rápido possível.
Demorou pouco realmente, nas primeiras horas do dia ele já pode ouvir o barulho de gente no andar de baixo.
Desceu e se sentou num dos últimos degraus da escada, da onde teria alguma visão do palco pelo menos, já que o padrinho havia feito uma magia camufladora que tapava a entrada da escada.
Não poderia passar dali, tinha prometido a Bellatrix, que fizera um escândalo quando soube da permissão para a festa (com alguns copos quebrados, alá os velhos tempos). Mas acabou fingindo que aceitava bem quando ele, sem querer, soltou que Mira cantaria no evento.
-Ah! Aquela sonserina de maquiagem escura nos olhos?
-Você a conhece? – perguntou Sirius tentando disfarçar, provavelmente preocupado com a possibilidade que Bella já soubesse que aquela era a sua tão procurada filha.
-Ah, sim... a amiguinha da ruivinha... – disse ela com um olhar para Harry que ele teria gostado que fosse menos significativo – Sei quem é sim... Bonitinha até...
Ele sorriu enquanto lembrava da forma engraçada que a madrinha tinha de apoiar o seu romance... só ficou em dúvida se ela continuaria apoiado depois que soubesse quem era a garota bonitinha.
No salão Sam parecia estar tendo problemas pra manter a ordem.
Smith trouxera uma decoradora que estava querendo mudar tudo de lugar e a quem o fiel protetor do Black Star dizia não a cada investia.
A garota de cabelos excessivamente loiros e sobrancelhas negras (o que acusava a tintura trouxa que usava) fazia um bico enorme a cada interferência de Sam.
-Jonh... ele não quer me deixar tirar os quadros...
-Senhor, vai ficar muito melhor... – dizia o produtor, tentando temperar a situação.
-Não. – sentenciava Sam – Nenhum quadro vai sair do lugar, entendeu bem?
Harry nunca o vira de tão mal humor. Volta e meio ele balançava a cabeça de um lado para outro resmungando algo como "isso não vai dar certo" ou "péssima! péssima idéia!".
Para os trouxas que olhassem naquela direção, nada mais existiria além de uma parede falsa o que impedia a aproximação de curiosos.
Certa hora, quando a decoradora olhou em sua direção, Harry chegou a pensar que o Feitiço Camuflador havia acabado. A "loira" olhava tão fixamente para ele que parecia o encarar, mas, felizmente, ela só estava preocupada por que a parede falsa era muito "crua".
-Ali sim precisa de um quadro, Jonh...
-Nenhum quadro nessa parede, e ponto final! – disse Sam antes que Smith abrisse a boca.
-O que está fazendo aqui, Baby Potter?
-Ah? – ele levantou os olhos para ver a madrinha, parada a alguns degraus dele, comendo uma barra de chocolate – Estou olhando o movimento... – respondeu.
-Movimento? Sei... – ela desceu os degraus necessários e se sentou ao lado dele – E o "movimento" já chegou?
-Como assim?
Ela não explicou, nem precisava, por que, pelo olhar cínico que dera (antes de comer um novo pedaço de chocolate) Harry sabia que ela falava de Mira.
-Então já está comendo.. que bom. Sirius vai gostar de saber disso quando voltar.
Ela balançou a mão despreocupada.
-Sirius faz drama por qualquer bobagem.
-Bobagem? Bobagem, madrinha? Você desmaiou, lembra?
Ela o olhou curiosa.
-Que foi?
-Você me chamou de madrinha.
Ele deu de ombros.
-Você é minha madrinha, não é? Mas se preferir eu não te chamo assim.
-Não... tudo bem... é o que eu sou mesmo. – disse ela meio desanimada – É que.. é tão estranho ver um garoto do seu tamanho me chamando assim... Mas acho que eu tenho que me acostumar que estou ficando velha.
-Se me permite dizer eu acho que você está muito bem pra sua idade...
Ela o olhou de rabo de olho, depois abriu um sorriso.
-Eu sei... – disse apontando para a própria cabeça, indicando que cansara de vê-lo a admirando quando entrava na sua mente. E, inexplicavelmente, ele não se sentiu encabulado com isso - Mas daqui não da pra ver quase nada, mal da pra ver o palco... – resmungou a mulher enquanto puxava a própria varinha – Clarearium!
As paredes reais, que os impediam de ver o resto do pub ficaram transparentes. Agora os dois tinham uma visão ampla de tudo que acontecia no lugar.
-Ah, bem melhor.... Veja bebê, o seu "movimento" Acaba de chegar...
Ele não escondeu a felicidade quando Mira entrou no Black Star, seus lábios se abriram num imenso sorriso ao vê-la tirar o pesado sobretudo que a protegia do frio lá de fora.
A garota vestia uma blusa verde musgo e uma calça preta solta. Os cabelos estavam presos, como de costume e nós pés, trazia um bom e velho têniz.
-Roupinha mais chinfrim... resmungou Bellatrix ao seu lado – Eu achei que cantoras famosas, mesmo trouxas, tinham mais... ah.. estilo.
Mas a verdade é que, mesmo com roupas simples, Mira parecia extremamente arrumada e elegante, pelo menos aos olhos de Harry. Era como se qualquer roupa caísse perfeitamente bem nela. Um estilo que transcendia o vestir, era algo pessoal, algo que ele só vira em duas pessoas além dela... aquele charme era próprio dos seus padrinhos.
A garota olhava o lugar com um certo brilho nos olhos, parecia encantada.
-Nossa, o Jonh não tinha falado que isso aqui era tão legal... Alias, cadê ele?
-Foi providenciar nosso almoço.. espero.. – disse um dos homens que arrumava os cabos no pequeno palco – Mas como a Juju foi com ele... sei não...
Ela fez cara feia para o nome da decoradora, para só então seguir para o tablado.
-Ela não pode nós ver? – perguntou ao notar que a garota não percebeu a presença deles.
-Não... – respondeu Bellatrix se levantando para subir as escadas novamente – As paredes reais só estão transparentes para nós que a vemos por dentro...
Mira subiu no palco e virou-se para ver a visão que teria da platéia.
-Agora.. – continuou a madrinha que já alcançava a porta do apartamento – Já a parede que não existe vai ser facilmente identificada por ela...
-Por Melin! – gritou Harry rapidamente ao perceber que Mira olhava em sua direção – Então ela pode me ver?
A gargalhada de Bellatrix foi à única reposta que teve.
