Antes de mais nada, obrigada pelos elogios. Acho que já disse isso, mas vou repetir, se vcs não me dessem essa força eu já tinha desistido de escrever.É tanta coisa pra fazer na minha vida trouxa que nem sempre da tempo de dar a atenção devida ao mundo mágico.

Vamos lá... pra não perder o habito instaurado no cap anterior, vou responder mais perguntas feitas, ok.

Sim, joanvanhelsing, parabéns, vc tb foi um dos poucos que percebeu o olhar do sirius para o lupin, quando tocam no nome da Narcisa... A sua pergunta vai ser "quase" totalmente respondida no cap 12, pode deixar.

a Bella vai descobrir sobre a Mira no próximo cap tb, Youko Julia Yagami, na verdade ela não vai descobrir.. vão contar mesmo.. hahahahah

Ihhhhhhhhh Aly Merteuil, se vc ta reclamando do final do 11.. acho que vc vai me xingar no fim do 12.... mas tudo bem..... risos... De qq forma toma o remédio para o coração antes, ok... (hahhahaha, zueira, nem é tãooooo dramático assim)

Respondendo novamente a sua pergunta Drika, acho que o Ministério não deve se importar com pequenas magias não...

E obrigada pela força, Bru Malfoy Black. Que bom que gosta do S/B da minha fic, eu faço eles com muito carinho mesmo... eu tb ammmoooooo S/B.

Bom, BJS a todos, e divirtam-se.

AMB

CAPÍTULO 12 – PRESENTES DE NATAL

Ele bateu fortemente a porta do apartamento.

-Sua louca! – disse pra Bellatrix que não pareceu se importar com a cara revoltada dele.

-Que foi, bebê?

-Como pode fazer isso? Ela me viu!

-Ah, viu foi? – Bella deu de ombros despreocupada – Desculpa... Achei que ela não fosse nem te notar...

Ele fechou a cara, não adiantaria discutir porque, pelo tom cínico, Bellatrix fizera aquilo de propósito. Com certeza queria deixá-lo numa situação horrível com a garota, afinal de contas, como ele se explicaria depois? Como diria que não podia descer para falar com ela, nem tão pouco deixá-la subir? Certamente, qualquer que fosse a desculpa ela ficaria chateada... Não havia saída... Ele estava ferrado.

Andou carrancudo até o sofá e se atirou no mesmo.

-Vai ficar ai parado? – perguntou a mulher, em uma mescla de surpresa e indignação.

-O que você quer que eu faça?

-Desça lá pra falar com ela!

-Tem um monte de gente lá em baixo, Bellatrix... E nós estamos nos escondendo.

-Eu estou me escondendo... Não você.

Ela caminhou até a pequena árvore de Natal que só agora Harry percebera ter sido colocada no canto da sala. Já estava toda enfeitada com bolas e estrelas de prata, simples e discreto. Era um pouco menos alegre do que Harry achava que devia ser uma árvore de Natal, mas não podia negar que estava bonita.

-Eu concordo que pode ser um pouco perigoso, com tanta gente desconhecida lá em baixo. Se bem que são todos trouxas. – ela pegou um pequeno saquinho que estava ao pé da árvore, ao lado de uma caixa de charutos envolta num laço verde – Sendo assim vou te adiantar o meu presente de Natal... não costumo fazer isso, mas nas atuais circunstâncias vou abrir uma exceção. - então esticou o saquinho para ele – Feliz Natal.

Ele pegou o presente, alisou o veludo acinzentado, olhou para ela novamente.

-Vamos, abra, é seu...

Harry abriu, e lá encontrou algo que parecia uma pequena tira de pano.

-O que é isso?

Ela parecia ofendida.

-Uma pulseira, oras...

-Você que fez?

Bellatrix acenou com a cabeça confirmando.

-Que foi, não gostou?

-Gostei, gostei sim, é que... bom, não é o tipo do presente que eu esperaria de você... Acho que é isso. Mas é muito bonita.

-Não, não é... Não foi feito pra ser bonita, bebê. – ela se sentou ao lado dele, pegou a pulseira de sua mão e começou a amarrá-la no seu pulso – Foi feita pra te proteger. Esta vendo isso aqui? – ele estreitou o olhar e pode perceber que a pulseira era toda desenhada com pequenos símbolos, alguns ele conhecia, outros não – São símbolos mágicos de proteção, essa pulseira é um...

-...Amuleto. – completou ele, se lembrando do que o padrinho dissera – Era por causa disso que você não estava comendo?

Ela fez que sim.

-Faz parte do ritual para produzir um amuleto eficaz e você precisava de algo assim. Não é uma proteção tão forte quanto o feitiço que a sua mãe fez, mas vai bloquear muita coisa. – ela se levantou do sofá foi até a porta e a abriu – Com isso ai do braço eu deixo você descer pra falar com a garota... Mas é pra ficar aqui dentro, ouviu? É bom não arriscar dando passeios românticos lá fora.

Ele sorriu, levantou-se e caminhou até a porta.

-Obrigado. – disse antes de dar um beijo na bochecha da madrinha.

Bellatrix corou, não esperava por aquilo.

-De nada.

Ele desceu as escadas ainda pensando no jeito estranho que a mulher tinha de cuidar dele. Não era o seu ideal de mãe, claro, mas não dava pra negar que ele gostava. Era muito bom ter alguém que se importava com os seus sentimentos e não somente com a sua segurança, só pra variar um pouco.


-Purple... Purple??? Purplered, você está me ouvindo???

Era um pouco difícil prestar atenção em algo que não fosse Harry aparecendo novamente naquela escada que estava magicamente camuflada.

-Ah, to sim, o que foi???

-O som ta legal? Caramba, Purple, o que tem demais aquela parede pra você ficar olhando tanto pra ela?

-Nada. – disse a garota virando-se novamente para o rapaz que arrumava o som no palco junto com ela – O John vai demorar muito?

Harry aproveitou a distração dos demais para atravessar a parede falsa e se entrar por debaixo do balcão do pub, em direção à cozinha

-Potter? O que você está fazendo aqui???

Sam estava às voltas com o ceia de Natal que seria servida no andar de cima quando viu o rapaz entrando sorrateiramente no recinto.

-Eu? Ah... Vim pegar um copo de água.

-Tem água lá em cima.

-Tem? Puxa, é mesmo... Esqueci.. que mancada a minha...

Sam levou as mãos à cintura.

-Pelo visto você vai me dar o mesmo trabalho que os seus padrinhos, não é?

Ele riu.

-Duvido muito que eu chegue aos pés de qualquer um deles.

-Potter? O que você está fazendo aqui??? – era praticamente a terceira vez no dia que ele ouvia aquilo.

Virou-se lentamente, certo que encontraria a cara carrancuda de Mira a encará-lo.

-Oi pra você também... – ele falou num tom chateado, torcendo para que isso a fizesse esquecer que ele não deveria estar ali - Eu também estou muito feliz em te ver...

Ela cruzou os braços.

-O que você está fazendo aqui? – perguntou novamente.

-Vim ver você. – revidou bravo. Não conseguira pensar numa desculpa melhor, mesmo.

-Me ver? Como me achou?

-Tenho meus informantes...

Ela piscou duas vezes, sem entender e Harry se sentiu particularmente orgulhoso por estar conseguindo ganhar algum tempo.

-Harry, para de me enrolar e diz logo o que... - eles ouviram uma voz a chamá-la – ... Salvo pelo gongo, Potter... meu irmão chegou. – ela virou-se e deu alguns passos em direção a porta, quando percebeu que ele não a seguia, virou-se novamente para ele – Você não vem?

-Pelo jeito que você me recebeu, achei que não queria me apresentar ao seu irmão.

-Para de fazer drama e vem logo. E não pense que escapou viu, você vai ter que me explicar direitinho como veio parar aqui depois... Agora anda, e vê se faz uma cara menos i "heroizinho de plantão" /i , por favor...

Ela saiu pela porta em seguida, antes de acompanhá-la, porém, Harry olhou para Sam, que assistiu a cena toda calado, com uma expressão melancólica no rosto.

-Que foi, Sam? – perguntou, preocupado.

Os lábios de homem se abriram num largo sorriso.

-Nada, não.. é que foi como ter visto a dona Black, anos atrás... Elas se parecem não é?

-É... e como – resmungou o garoto antes de sai em direção ao salão, Mira já estava a frente do jovem que estivera conversando com seu padrinho no dia anterior.

-Cadê a Juju?

-Foi almoçar com os pais... – respondeu o irmão sem ligar para o tom debochado que ela dera ao nome da "namorada" dele, seus olhos já tinham caído sobre a imagem de Harry.

-Ah, sim... Harry, esse é o meu irmão, John... John esse é o Harry.

-Harry?

-Harry Potter. – se apressou em dizer, enquanto esticava a mão para cumprimentar o outro.

-O famoso Harry Potter! – o irmão deu um sorriso malicioso para a garota – Aquele?

Mira soltou um muxoxo enquanto Harry lhe dava um olhar curioso.

-Ela fala muito de você. – concluiu o irmão, que parecia se divertir ao ver a garota vermelha de vergonha.

-Bom, nos tivemos mais contato esse ano...

-Ah, não, não.. você não me entendeu... – a irmã lhe deu um olhar assassino, ele não ligou - Ela fala muito de você desde sempre... Bom, pelo menos desde que ela entrou pra aquela escola.

-Ah, é? – ele abriu um sorriso maior que o comum.

-Deixa de ser ridículo, Harry, você não vai acreditar no meu irmão, não é? Ele só está querendo me deixar constrangida.

-Estou? Vamos ver... você é o garoto que salvou uma garota de uma cobra gigante logo que ela entrou pro colégio?

Harry fez que sim.

-Era um basilisco... – resmungou ela, desistindo de desmentir John e tirando um pequeno aparelho de dentro do bolso direito.

-No ano retrasado ganhou aquele torneio interescolar, não foi?

-Torneio Tribruxo, John... – agora Harry conseguia identificar que o aparelho se tratava de um celular, ela digitava despreocupadamente um número enquanto ralhava com o irmão - Que coisa, você nunca lembra os nomes direito...

-É.. isso ai que você falou... Então, você é o cara que salvou todo o mundo quando ainda era um bebê, apesar da maioria do mundo não saber disso...

Chegava a ser entranho imaginar que até isso Mira havia contado pro irmão. Pelo visto John era um trouxa muito a par do mundo dos bruxos. O mais interessante é que ele não parecia ter medo disso, como sua tia Petúnia tinha, por exemplo.

-Nem eu mesmo sabia.

-É, ela também me contou isso, não deve ter sido nada fácil pra você... – ele deu um sorriso de cumplicidade, como se entendesse tudo que Harry havia passado – Ficar famosos de uma hora pra outra é algo difícil de lidar, principalmente quando se é jovem... E a julgar pelo motivo que te levou a ser conhecido... dá pra imaginar porque você não gosta muito da fama. – Harry concordou em silêncio, feliz por alguém o entender sem muitas explicações - Mas que legal vocês já se conhecerem. Se eu soubesse quem era você ontem teria sido mais fácil.

Harry não teve certeza se ela desligou o aparelho por que não havia conseguido completar a ligação, ou se fora pela ligação dos fatos que acabara de fazer.

-Ontem? Vocês se viram ontem?

-Ah, sim... o menino ai conhece o dono do pub. Ele estava aqui ontem quando finalmente consegui a autorização do cara.

Mira lançou um olhar desconfiado para Harry, que deu de ombros.

-Acabou de descobrir o meu informante.

Ela soltou um muxoxo irritado e se pois a digitar novamente um número no celular. Ouviu o som do chamado por alguns segundos, em seguida desligou de novo.

-Esse informante mora no final daquela escada que está camuflada? – perguntou quando o irmão se afastou em direção uma das mesas onde os rapazes do som já devoravam os pedaços das pizzas que ele trouxera para o almoço.

-Talvez...

-Desde quando você da resposta evasivas, Harry?

-Desde quando percebi que isso te irrita... – ele abriu um sorriso cínico, "não acredito que disse isso. Eu devo estar andando muito com a Bellatrix, só pode ser" - É que você fica tão bonitinha com cara de brava.

Mira levou as mãos à cintura, abriu a boca pra dizer algo, mas desistiu. Balançou a cabeça de um lado pro outro negativamente, como se Harry fosse um caso perdido.

-Vão querem pizza de que? – perguntou John.

-Chocolate. – disse a garota que havia voltado a atenção novamente para o seu celular, digitando novamente um número e desligando em seguida.

-É pra você almoçar Mira... não é a sobremesa. Do que você quer?

-Não to afim de pizza, John.

-Porque não almoça comigo então? – perguntou Harry, certo que Sam não se importara de servi-lhes um pouco da comida que preparava para a noite – Eu não sei exatamente o que tem pra comer, mas garanto que não é pizza.

Ela olhou para o irmão, que acenou com a cabeça.

-Certo então. Lá em cima?

-Não.. aqui mesmo... que tal no balcão? Acha que eles também vão querer?

-Ihhh, nem preocupa... eles adoram pizza, o John sempre trás isso porque eles sempre pedem.. eu que sou meio fresca pra comer.

Como esperava Sam se prontificou rapidamente em servir-lhe um bom almoço. Perguntou do que a menina gostava, o que queriam beber, se Harry não o olhasse significativamente ele serviria um banquete típico de um restaurante chique, ao invés do um almoço improvisado que deveria ser. Acabou que ele exagerou um pouco na comida, é verdade, mas nada que chamasse a atenção de Mira.

Conversaram futilidades, contaram piadas, lembraram de casos passados na escola e se divertiram ao ouvirem as diferentes visões que cada um teve dos acontecimentos.

-Quer dizer que você quase entrou para o F.A.L.E.? Não acredito, Mira...

-Sério... eu concordo com a Granger quando ela diz que os elfos são escravizados... Só não entrei por que nem morta eu ia usar aquele button breguíssimo da campanha.

Falaram um pouco sobre o show de mais tarde. Mira dizia não saber ao certo como seria a festa, já que era a primeira vez que participava de algo assim, mas não esperava nada grandioso.

-Vou fazer só voz e violão... Acho que vem no máximo umas 20 pessoas. A sra. Malafaith disse que só chamou a família dela.

-Senhora Malafaith?

-É... minha patrocinadora. A dona da festa.

-Ah, não sei por que achei que fosse um homem... Pra quem você tanto liga? – não dava mais pra tentar ser discreto e fingir que não estava curioso, Mira passara o almoço inteiro dando toques no celular de alguém e aquilo estava começando a irritá-lo – Por que está desligando na cara da pessoa quando ela atende?

Ela riu.

-Por que eu não quero falar com a Gina, só quero encher o saco dela.

-Gina? Você está ligando pra Gina? Mas ela não tem telefone, muito menos telefone celular... alias, duvido que saiba o que é um.

-Agora sabe. Eu dei um celular pra ela e outro pra Luna ontem, de natal... Elas foram lá em casa. – Harry a olhava com cara de ponto de interrogação – Pra facilita a conversa fora do colégio... Não dava pra ficar mandando coruja? Era difícil explicar pro povo da produção... – ela apontou pros rapazes do som que já haviam terminado as pizzas e agora tinham voltado para o palco.

-Entendo. Mas por que está dando toques no celular da Gina se não quer falar com ela?

-Se esqueceu? Hoje é o GRANDE ALMOÇO... a parafina de quita deve estar lá com a mãezinha dele... – nova cara de ponto de interrogação – Alouuuuu, eu to incomodando... – disse, discando mais uma vez o número de Gina – Eu adoro incomodar a Gina, já viu como ela fica da cor dos cabelos quando fica brava?

-Já pensou que a Gina pode ter deixado o celular no quarto e seus toques não estão surtindo o efeito desejado.

Ah, claro que eu esperava que ela pensasse nisso... Por isso tomei três providências. Primeira: não ensinei a ela como se coloca o aparelho no silencioso. Segunda: deixei o toque do aparelho no crescente.. ou seja, enquanto ela não atender o som vai aumentando, aumentando, aumentando... E terceiro, mas não menos importante: é claro que eu espero ela atender antes de desligar... – o celular na mão dela começou a tocar, ela olhou o número no visor, fez cara feia.

-É a Gina?

-Não... A Luna... – pois o aparelho no ouvido - Oi Luna, diga.... – pausa – Eu??? "Magina". – nova pausa – Tá bom, tá bom... eu tô fazendo de propósito sim. – pausa com direito a careta pro celular – Ai, qual é o problema... eu só tô brincando com ela... Geralmente é ela que reclama quando eu encho o seu saco, não o contrário. – pausa com direito a cara de nojo seguida de falso susto – Ah? Jura? Caramba, nem lembrava que a mãe do mala ia lá! Atrapalhei, foi? – ela deu um sorrisinho para Harry enquanto ouvia, provavelmente, qual foi o estrago que causara – Ele o que?! – Mira deu um pulo do banco que ocupava, as feições haviam mudado de um sorriso alegre para a mais carrancuda das expressões - Aquele cretino!!!!

Harry deu um sobressalto, tentou fazer sinal pra que Mira lhe explicasse o que estava acontecendo, mas ela não lhe dava atenção.

-Eu sabia! Tava demorando pra ele aprontar alguma... tava demorando. – esbravejava – Você vai lá? – pausa – Como não? Ela é sua amiga, caramba! Precisa de apoio sabia? – pausa de novo – Como assim é minha amiga também? – olhar irritadíssimo pro aparelho – Tá, tá, tá, Luna, já entendi... não precisa rezar o terço sobre como a Gina sempre está do nosso lado quando precisamos e blá blá blá.Vou passar lá hoje... – muxoxo irritado - A noite não vai dar, mas me viro e passo a tarde. Tá, tchau. – e desligou.

-O que aconteceu?

-O que aconteceu? Malfoy aconteceu! Claro... Tava demorando... – resmungou – Acredita que o cretino teve a capacidade de terminar com ela no dia de Natal!

-Ele terminou com a Gina? Por quê?

Não dava pra entender realmente, afinal eles haviam enfrentado o pior para ficarem juntos. Por que terminar, justamente agora que haviam conseguido a aprovação de ambas as famílias?

-Pra sacanear, lógico. A Luna não me deu detalhes, só disse que ela está arrasada... – ela começou a andar de um lado para o outro, olhou pro palco e berrou com os rapazes – Andem logo com isso que eu to com pressa!

-Pressa pra quê? – perguntou o irmão que tinha acabado de receber as flores da decoração.

-Tenho que sair... – disse ela – Melhor, eu vou logo agora... Volto mais tarde pra passar o som e fico direto. – ela esticou a mão pro irmão – Me dá as chaves do carro.

Ele cruzou os braços.

-Não. Mesmo que já saiba dirigir, você não tem idade pra isso... e aonde você pensa que vai? Está tudo cronometrado hoje, não dá tempo pra fazer nada fora do planejado.

-Dá sim. Eu me viro. – ela pronunciou um feitiço rápido e as chaves voaram do bolso do irmão para a sua mão – Vou pra casa, de lá pego a lareira...

Da posição onde estavam John foi o único trouxa a ver o movimento. Fez a cara mais feia que conseguiu, mas sabia bem que quando a irmã colocava uma coisa na cabeça, não mudava facilmente de idéia.

-Eu levo você em casa então. – disse esticando a mão para que ela devolvesse as chaves pra ele – Vou precisar do carro. Mas quero você aqui, pronta e impecável até as 8 da noite, entendeu bem? SEM FALTA... os convidados vão chegar a partir das 9:30 e você vai ter que passar o som antes disso.

Ela acenou positivamente, depois virou-se para Harry.

-Você vem comigo?

Ele fez que não tristemente. Queria muito ir para a Toca e dar seu apoio a Gina também, mas não podia. Havia muita gente se arriscando em prol da sua segurança e não dava simplesmente pra jogar isso pro alto por causa do coração partido da amiga, por mais que isso lhe doesse.

-Não posso. Diga apenas que eu sinto muito, apesar de já imaginar que isso fosse acontecer.

Ele a acompanhou até a porta.

-Não imaginava que isso fosse acontecer. – disse ela – Achei que ele realmente gostava dela.

Harry se lembrou das palavras de Bellatrix sobre o assunto, já era a segunda pessoa que dizia que Malfoy tinha um coração, afinal de contas, o que era muito estranho de escutar.

-Talvez seja difícil pra ele assumir isso.

-Com certeza é... Por isso que ele é um cretino... Bom, deixa eu ir logo.

Ela esticou o pescoço e deu um leve beijo nos lábios dele. Harry não pode deixar de sorrir por dentro.


-Que horas o "movimento" chega?

-Ela prometeu pro irmão que chegava as 8:30...

Bellatrix estava parada na porta do quarto de Harry enquanto o olhava decidir que roupa usar.

-Você está atrasado então, já são quase nove... Não, gravata não... – disse quando ele pensou em colocar uma – A ocasião é especial, mas também não é pra tanto... – ele concordou em silêncio e voltou a olhar pro espelho.

A roupa parecia razoável, uma blusa branca com uma calça preta e um blaizer azul escuro, quase negro também. Mas o cabelo revoltado ainda lhe incomodava.

Ele voltou-se para a mulher.

-Está bom?

Ela fez que sim com pouco entusiasmo.

-Pra'quela semi trouxa está bom demais...

Semi trouxa era uma forma mais amável de se referir aos bruxos nascidos trouxas. Harry preferia que Bellatrix não fizesse esse tipo de separação, mas não ouvi-la se referindo a Hermione ou Mira de sangue ruins já estava muito bom.

-Não gosta dela, não é? – perguntou enquanto escolhia um perfume pra usar.

-Eu? – ela pensou um pouco – Gosto, gosto sim... Ela tem personalidade, gosto disso... – ela moveu a varinha e levantou um dos frascos que havia na cômoda, deixando bem claro que aquele perfume era o mais adequado – Mas você devia saber que não sou boa pra demonstrar isso... Só que não é isso que está me incomodando. O fato é que...

Ela caminhou até ele, arrumou o blaiser o qual achava estar torto.

-O fato é que?

-Bom... Seu padrinho não vai gostar de saber que você preferiu passar o Natal com uma cantorazinha e um bando de gente desconhecida, lá em baixo, a passar com a gente, aqui em cima...

-Mas é claro que você vai me ajudar e convencê-lo que não é tão ruim assim, não é mesmo? De preferência, sem ele saber da parte da cantorazinha...

-Eu? Por que te ajudaria? – ela sorriu de lado, agora passava a mão pelo cabelo dele, tentando, inutilmente colocá-lo no lugar também.

-Por que você é a minha madrinha querida do meu coração...

-Ah, sou é???

-Sim, é. – ele deu um beijo à bochecha dela a fazendo corar, como da primeira vez que fizera aquilo, mais cedo. Bellatrix estava certa que agora que ele descobrira como a deixar assim, volta e meia ia usar aquilo pra amolece-la – Vou subir antes da meia noite, só preciso que você o enrole um pouco... Isso você pode fazer, não é? – perguntou irônico, ela soltou um muxoxo em resposta – Bom, vocês também podem usar esse tempo que vão ficar sozinhos para conversarem, o que acha?

-Péssima idéia. Sempre que a gente conversa alguma coisa quebra... não sei por que... – ele fez uma careta, reprovadora – Além disso, o Lupin deve vir com ele... ou seja, não vamos ficar "sozinhos" enquanto você estiver no showzinho...

-Bom, façam como acharem melhor. – ele caminhou até a porta do quarto, depois se virou novamente pra ela – Estou bem mesmo?

-Sim está... Agora desça vai, ela já deve estar lá em baixo.

Foi o que ele fez, e Bellatrix estava certa. Quando chegou ao térreo Mira já estava no palco do Black Star, sentada num banco com o violão no colo, cantando uma das músicas que ele passara boa parte do verão escutando no rádio de Duda.

Mais uma vez ele se aproveitou que todos prestavam atenção nela para passar pela parede falsa. O sorriso que ela deu quando finalmente percebeu a presença dele sentado num dos bancos do balcão foi o melhor presente de Natal que ele podia ganhar.

Ela terminou a passagem de som e só então foi falar com ele. Antes de qualquer coisa, ela o abraçou, desejou Feliz Natal e lhe deu um novo beijo.

-Como foi lá na Toca?

-Bem, na medida do possível... A Gina se faz de forte, você sabe. Mas dava pra ver que estava despedaçada por dentro.

-Conseguiu descobrir algum motivo?

Ela deu de ombros.

-Aquela sua amiga tem uma teoria...

-Hermione?

-É... Ela disse que acha que ele armou tudo isso pra poder trazer a mãe a Toca. Acha que os Malfoys queriam descobrir algo lá... Não entendi direito, era difícil escutar que ela cochichava com o Weasley. Tive que ler os lábios dela... – Harry segurou o riso imaginando a cara que Hermione faria ao descobrir que o cuidado que tivera em falar baixo não havia adiantado muito – Mas acho que ela pensa que a mãe do Malfoy mandou ele terminar com a Gina depois que percebeu que não ia descobrir nada na Toca...

-Faz sentido. Pra varia, Hermione deve estar certa. – disse quando a porta do pub se abriu e o irmão de Mira apareceu.

-Tudo certo?

Ela fez que sim, ainda abraçada a Harry.

-Bom, os convidados já devem estar chegando... – o rapaz estava preocupado, olhava em volta atento aos mínimos detalhes, mas tudo parecia estar em ordem. A decoração, feita com flores alegrava um pouco mais o ambiente sisudo do bar.

-Fica calmo cara. - disse a irmã dando um tapinha no ombro dele – Ta tudo perfeito. Não tem como ela pegar no seu pé hoje...

Ele fez deu um aceno quase imperceptível, ainda observando o lugar. Depois seguiu a passos largos até uma das mesas olhando com cuidado a toalha que a cobria, como se tivesse visto uma mancha no pano alvo.

Mira riu.

-Ele sempre tenta agradar a senhora Malafaith, mas nunca da muito certo... Parece que ela sempre acha um defeito em tudo que ele faz. – disse, tentando explicar o excesso de zelo do irmão - Acho que ela é a única que consegue deixá-lo assim... Quando ela vai assistir algum show meu, então, você precisa ver o estado de nervos que ele fica. Tenho certeza que pra ele é mil vezes pior arrumar o camarote dela do que organizar toda uma temporada anual de shows pelo país.

-Nossa, ela deve ser uma chata.

-Nem tanto... pelo menos não comigo. Mas acho que ela não gosta muito dele, mesmo... Sempre implica com ele, é impressionante.

Só então Harry percebeu que estavam sozinhos no pub. O pessoal do som tinha ido embora logo que ela terminara de testar tudo e agra só haviam eles, John e Sam no local.

-Seu irmão não contratou ninguém pra servir o buffet? – ele sabia que Sam estaria lá em cima, para a festa no apartamento, Sirius fazia questão.

-Ah não... Ela não quis, disse que era uma festa reservada e que não queria criados servindo nada... Também não entendi, ela sempre gostou de criados, até pra pegar um copo de água...

Ele passava a mão pelos cabelos dela enquanto conversavam, fascinado pela maciez deles.

-Então ela provavelmente não vai me querer por aqui também.

-Ah, não, eu liguei pra ela antes de ir à Gina. Perguntei se o meu namorado podia vir e ela disse que sim, afinal é Natal...

-Namorado é? – perguntou ele, aproximando o rosto do dela – Então vai me apresentar como seu namorado...

-Não é isso que você é? – ela usou um tom despreocupado.

-É... pode se dizer que sim. E que... eu tive a impressão que você não queria que ninguém no colégio soubessem que estávamos juntos...

-E não quero mesmo. Uma coisa são os trouxas saberem que eu namoro com você.. outra é o pessoal do colégio.

Ele franziu o cenho irritado.

-Por que?

-Oras, por que... Por que ia ser muito ruim pro meu ego ser conhecida como a namorada do garoto que sobreviveu... O que fatalmente aconteceria no mundo mágico. – ela sorriu cinicamente – Eu não me dou muito bem com o sucesso... dos outros...

Harry bufou irritado, mas sem ligar pra isso ela lhe deu um beijo demorado.

Foi quando ouviram a porta se abrir novamente, parara de se beijar a tempo de ver Jonh recebendo o que pareciam ser três pessoas.

Um homem, careca e carrancudo, entrou no bar acompanhado de uma mulher sorridente, que acabara de falar algo engraçado para alguém que estava atrás deles.

Do ângulo de visão que tinham Harry só pode ver o casal, mas pelo riso tinha certeza que a terceira pessoa se tratava de outra mulher.

-Sejam bem vindos. – disse John.

-Obrigada meu jovem.. – disse à mulher que parecia estranhar a presença dele.

-Entrem, por favor, a anfitriã ainda não chegou, mas logo deve estar aqui, ela não costuma se atrasar.

-Ela sempre se atrasa, querido. – disse a mulher – Pode ter certeza, eu sei, sou irmã dela.

Nesse momento o celular de John tocou, e ele pediu licença para atendê-lo.

-Não sei o que estou fazendo aqui, isso sim... – resmungou o homem ainda indeciso se devia entrar ou não.

-Deixa de rabugice pai. Ela nos mandou um convite tão bonito...

Era a voz da segunda mulher, pelo visto a filha do casal. Harry teve finalmente uma imagem dela quando o casal se precipitou para dentro do pub, com ela atrás.

Tomou um susto.

A filha do casal tinha os cabelos cor de chiclete que ele conhecera tão bem no Natal anterior.

-Olá Potter... – disse a mulher mais velha, caminhando em direção a ele – Pelo visto seguiu o meu conselho e não irritou a minha irmã... Vejo que está vivo.

-Oi Harry! – disse a metamorfomaga Ninphandora acenando para ele também.

-Mira, eu preciso resolver um negócio urgente. – disse John, ainda com o celular pregado no ouvido – Já volto.

Ela acenou despreocupada enquanto o irmão saia porta a fora. Por sua vez Harry quase não percebeu o movimento, estava atônito demais com as visitas, o que a família Tonks estava fazendo lá?

-Que foi, Potter? – perguntou a Auror se aproximando – Parece até que viu um fantasma... Ah, sim, você não conhece meus pais ainda. Essa é minha mãe Andrômeda e esse charmosão aqui é o meu pai, Ted Tonks.

Mira disfarçou o riso, afinal, charmosão era um pouco demais para denominar o sr. Tonks.

-Ele já me conhece, não é Harry. – disse Andrômeda com um largo sorriso.

-É... mais ou menos... Então era você no carro naquele dia, mesmo.

-E você ainda tinha alguma dúvida?

Finalmente Andrômeda pousou os olhos em Mira e Harry logo notou que ela percebera a semelhança com a irmã Bellatrix.

-E quem é a moça? – perguntou tentando disfarçar o interesse.

-Mira. - disse a própria secamente, dava pra notar que ela estava incomodada com o olhar da mulher – Vocês já se conhecem? Da onde?

-E alguém não conhece Harry Potter, o menino que sobreviveu? – disse Ninphandora abrindo um enorme sorriso antes de quase derrubar o banco ao lado do deles.

-Então... Vocês também são bruxos?

-Claro que sim... – disse Andrômeda olhando em volta – Nossa ficou bem arrumada a decoração... Mas cadê ela? Não vai descer, já são quase 9:30.

-Eu... eu não sei de que ela estão falando senhora. – respondeu Harry.

-Como não Potter... Estou falando da minha irmã. Ela nos mandou um convite para passarmos o Natal aqui com vocês.

Harry gelou.

-Tenho certeza que ela não fez isso...

Os Tonks se entreolharam.

-Se não foi ela... Então quem foi? – disse o sr. Tonks, transmitindo em palavras a dúvida de todos.

A porta do pub se abriu novamente e um rapaz de cabelos extremamente loiros apareceu, seguido de perto por uma mulher altiva e com os cabelos igualmente loiros presos num coque discreto.

-Fui eu. – sentenciou a mulher.