Bom gente, eu não comentei os comentários no cap anterior pq demorou pra caramba ne, se eu fosse responder então ia demorar mais ainda. Mas agora vou responder algumas perguntas das pessoas que comentaram o cap 13 e o 14, ok.
guinevere - Nem eu acredito que vc nunca comento Guinevere... Mas tudo bem, ates tarde do que nunca... risos. Espero que continue dando ataques com as próximas cenas.
Anaisa - brigada pela força, sério, se não fossem vcs eu tinha largado mão qd empaquei no 14... tava demorando muito pra sair.
GaBi-PoTTeR – A minha intenção não foi bem fazer a Bella boazinha, mas acho que não consegui fugir disso, digo, no sentido de que se importa com os outros, mesmo que finja que não... Mas pelo menos eu não a fiz fresca!!! Hahahhahah Ai era pra acabar. Que bom que vc gostou, mesmo não a achando parecida com o original. E pode deixar, vou continuar sim...
Luiza Wolf – Poxa, o Sirius não ter morrido foi a única coisa que gostou???? Bah, tudo bem, eu só escrevi tudo isso pra não deixa-lo morrer mesmo.. hahahahahah
kika-honeycutt – é... o Harry é burro mesmo! Eu não sei pq fiquei com essa impressão dele depois do 5º livro.. hahahahhhah.. mas calma.. ele vai fazer coisa pior ainda...
Luna-br – vc acha que a Mira merece que o Harry apronte com ela??? Hahahha eu já acho q é o Harry que merece q ela apronte com ele... guri idiota!... risos... mania de ficar acusando os outros.
Ameria – eu não tinha pensado nisso Shaula, mas sabe que vc me deu uma GRANDE idéia, açogue é legal.. ahhahahahah Já imaginou: pedaços do menino que sobreviveu, quem quer, quem quer?? Ia fazer uma grana legal. Quanto a betagem, bom, a Lyra que fez, eu não tenho culpa... hahahahahahah
Dimitri VanDragon - Bom. Eu não tenho o dia todo só pra escrever a fic Dimitri, trabalho tb, as vezes não da nem pra olhar meus e-mails... mas eu me esforço. O cap 14 demorou mais do que o normal, eu sei.. mas vou me empenhar para ser mais rápida com o 15.
Drika – bj S/B era o que todo mundo queria (inclusive eu) agora preciso de mais ideias para colocar mais bjs S/B na fic.. ahahahhahaha. Quanto a Mira, não se preocupe, ela sempre faz besteira e, no funco é por isso que o Harry gosta dela...
GenehPotterBlack– Bom, a Mira quer o pedaço de fora.... pra trucidar, entende? Risos, o Malfoy entendeu isso muito bem e tem uma idéia melhor ainda. Mas isso é o cap 15 e ele ainda não está pronto... mas ta quase pronto... não deve demorar tanto. Que bom q vc tem os mesmos sonhos q eu.. risos... O Sirius e a Bella juntos era tudo q eu queria ver.
Filippe – eu sei, eu sei... o cap 14 demorou demais. Mas não deu pra sair mais rápido mesmo... como já disse pro Dimitri eu trabalho e as coisas estavam muito sobrecarregadas por aqui. Mas eu te anexei no meu MSN, se quiser fazer alguma pergunta, qd a gente se cruzar, blz.
CAPÍTULO 15 – GRIFINÓRIA X SONSERINA (BÁSICO)
O time de quadribol da Grifinória se preparava para mais uma partida. Dentro de meia hora estariam no campo do colégio, disputando o clássico Grifinória x Sonserina.
-Harry, precisamos conversar. – disse Gina sentando-se ao lado dele, antes que o discurso do capitão começasse.
-O que foi?
-É a Mira... Ela vai tentar fazer algo contra você no jogo, Harry, tenho certeza disso...
-Eu sei... – disse despreocupado, enquanto colocava as luvas.
-Sabe? Sabe como?
-Eu também a conheço um pouco. Estamos brigados e essa vai ser a primeira chance que ela tentar de mostrar fisicamente como está com raiva de mim... Não é isso?
Gina fez que sim.
-Mas não é exatamente isso que está me preocupando... Desde o Natal que a Mira anda meio inconseqüente. Bom, ela nunca foi muito conseqüente, é verdade, mas o fato é que ela parece não se importar mais com limites... Entende?
-O que você está tentando me dizer, Gina?
-Estou com medo que ela faça alguma besteira realmente grande e seja expulsa.
Harry a encarou com um misto de surpresa e indignação.
-Ah sim, ela quer me matar e o seu problema é que ela seja expulsa por isso?
-Deixa de drama, Harry. Ela não quer te matar, só está com raiva. – A ruiva deu um leve suspiro – Acho que o problema é que, agora que descobriu o que queria não está mais preocupada em permanecer em Hogwarts.
-E quer conseguir a passagem de volta pra casa me mandando pro hospital... Bela tática!
-É... Mais ou menos por aí... E é por isso que preciso da sua ajuda.
-Minha ajuda?
-É. Faça o que fizer, SE MANTENHA NAQUELA VASSOURA, entendeu bem?
-Claro... – respondeu meio contrariado – Farei o possível, pode estar certa.
Depois dessa conversa ele ainda teve que aturar um longo discurso de incentivo do capitão e só então foram chamados ao campo.
Entraram primeiro. A tradicional torcida vermelha e amarela era maioria. Como de costume, as outras casas os apoiavam, mesmo que nem sempre uma vitória da Grifinória os ajudasse no campeonato.
Foram apresentados um a um, então subiram em suas vassouras e aguardaram a apresentação do time adversário.
O coração de Harry pulou ao escutar sua ex-namorada ser anunciada.
-Mira Black!
Era algo estranho ver alguém de quem tanto gostava, com um sobrenome que havia aprendido a amar entrando em campo como sua adversária. Ainda mais sabendo que não seria apenas um jogo para ela.
Quando finalmente todos os sonserinos já estavam em suas posições, os balaços, a goles e pomo foram soltos e o jogo começou.
Harry e Draco deram um impulso para o alto, saindo da linha de disputa dos atacantes e batedores para terem uma visão melhor do que acontecia.
Harry tentava se preocupar apenas com a localização do pomo, mas não conseguia. Volta e meia procurava Mira na disputa que rolava abaixo deles. Ela parecia entretida com o jogo e era realmente uma belíssima batedora. Chegou a arrancar um grito de empolgação dos gêmeos em uma bela rebatida que dera num balaço, para defender um dos artilheiros.
"Deve ter ficado bem orgulhosa ao vê-los admirando suas jogadas" pensou Harry, afinal, ela mesma havia disto uma vez que era fã dos gêmeos Weasley.
Foi quando seus olhares se cruzaram e, antes que pudesse perceber ela havia rebatido um balaço em sua direção.
Ele girou a vassoura em 360 graus para escapar da pancada, quase caiu, mas não foi o suficiente. Encarou-a novamente. Com o olhar ela parecia dizer que aquilo era só o começo.
E foi mesmo. A cada chance que Mira tinha de mandar um balaço em sua direção, ela o fazia. Totalmente despreocupada em proteger os jogadores da própria casa.
O problema é que o time sonserino parecia estar esperando por isso e se reorganizou no jogo mesmo sem um dos batedores.
Por sorte, os grifinórios também tinham batedores brilhantes e Fred se destacou para defender Harry das investidas da garota.
-Sai, Weasley! – gritou ela certa hora – Ou eu vou derrubar você também!
-Pois vai ter que fazer isso se quiser acertar o meu apanhador, Mira! – respondeu o gêmeo, usando o primeiro nome dela. Fora assim que sua irmã os apresentou.
-Pois bem, então! – ela bateu novamente no balaço, dando um efeito que Fred não esperava, acertou a ponta da sua vassoura, o fazendo perder o controle - Agora somos nós, Potter! – gritou.
Foi quando Harry viu Malfoy sair em disparada atrás do pomo, por mais que prezasse por sua vida não deixaria que ele ganhasse o jogo sem briga. Deixando Mira de lado, deu um impulso na vassoura e foi atrás do eterno rival.
Belo engano! Nada deixaria Mira mais irritada do que ser sumariamente ignorada.
Ela foi atrás deles, certa de que aquilo lhe custaria uma boa suspensão em qualquer partida de quadribol, mas uma chance daquelas ela só teria no próximo ano.
Harry tentava não pensar que Mira estava em seu encalço, mas ficou difícil quando ela conseguiu emparelhar com ele. Eles voaram em dupla durante alguns segundos, até que Mira se preparou para empurrá-lo da vassoura, mas teve que desviar de um balaço que vinha na direção deles.
Ela xingou alto e voltou a emparelhar as vassouras.
-Pára com isso, Mira! – gritou, irado – Você vai acabar se machucando.
-Se eu conseguir machucar você também...- ela deu de ombros - Não tem problema! – então deu um impulso e bateu corpo a corpo com ele.
E como ela conseguia bater forte quando queria, não dava nem pra acreditar no tamanho da força que aquele corpo, aparentemente frágil, tinha.
Mas Harry já era quase um homem com seus dezesseis anos. Sua estrutura física não ficaria muito maior que aquilo. Segurou o tranco e permaneceu sobre o pedaço de madeira, o que só fez irritar mais a garota.
-Seu cretino, nem pra cair você serve!
Ele bufou. Depois voltou a olhar para Malfoy, o sonserino havia perdido o pomo de vista novamente, estava diminuindo a velocidade, coisa que ele não poderia fazer.
-Nós temos uma partida para jogar, Mira!
-Que se dane a partida! – gritou ela antes de dar um novo tranco nele.
Mais uma vez Harry não caiu.
-Será que eu vou ter que usar meu bastão?
-Duvido que vá conseguir me derrubar mesmo assim. – respondeu cínico.
-Pelo menos eu vou fechar essa sua boca enorme!
-Ah! Eu tenho a boca enorme agora? Você entrega para o Voldemort o meu paradeiro e eu que tenho a boca enorme?
Ela diminuiu a velocidade de repente, parecia surpresa com o que ele dissera, mas Harry não cairia naquela cena. Não dessa vez. Ela não o enganaria. Deu a volta com a vassoura e parou ao lado da sonserina. Os olhos faiscavam.
-O que você disse? O que diabos você disse, Potter?!
-Você ouviu muito bem, Black! – murmurou, olhando nos olhos, como Rony dissera pra fazer – Foi você quem nos entregou não foi? Tirou seu irmão de lá e depois saiu fazendo aquela cena pra poder nos entregar.
-Eu jamais faria isso! – murmurou ela. Os olhos piscavam meio perdidos, pareciam não compreender.
-Pois eu digo que faria... Ou melhor, fez!
Ele sustentou a reprovação no olhar, ainda a encarando para poder pegar cada detalhe.
Mira parecia atordoada com o que ele acabara de dizer. Depois um olhar triste demonstrou que estava magoada com a acusação e então a mágoa deu lugar à raiva.
-Seu cretino inútil! – gritou lançando o bastão com toda a força na direção dele, finalmente derrubando-o.
Harry abriu os olhos. A lembrança do que acontecera veio com a dor que se alastrava pelo corpo todo.
A pouca luz na enfermaria indicava que a noite já havia caído e o silêncio, que estava sozinho.
Soltou um suspiro triste. Não queria ter brigado com ela, não queria mesmo. Mas era inevitável. Eram muito diferentes, suas índoles eram diferentes. O que ele achava correto era piada para ela e nada mudaria isso.
De que jeito daria certo?
A imagem de um vulto se movendo perto da cama lhe tirou de seus pensamentos.
-Quem está ai?
Não houve resposta, mas uma sensação de não estar mais sozinho cresceu em seu peito.
-Quem está ai? Vamos, apareça! – ele fez menção de se levantar da cama, mas foi surpreendido pelo salto de um gato preto subindo no lençol alvo. Estrela.
-Madrinha. – murmurou ele com um sorriso de orelha a orelha – Você voltou.
Bellatrix se transfigurou em humana e permaneceu sentada na ponta de sua cama. Ajeitou os cabelos e o encarou com expressão sóbria.
-Que cena foi aquela no campo de quadribol, Potter?
Harry fechou a cara. Fazia quase um mês que não o via e a primeira coisa que teriam que discutir era aquele fiasco?
-Que cena? – tentou desconversar.
-Entre você e a bruxinha que se acha muito má... – pelo visto ela e Mira ainda não tinham se entendido também.
-Você não viu? Ela me derrubou da vassoura...
-Depois de você acusá-la de traição, não é?
Ele a encarou por um segundo. As feições de Bellatrix estavam duras, poucas vezes a vira assim no tempo em que treinaram Oclumência. E Harry tinha que admitir que era assustador.
-Não foi isso que você fez, Potter? Anda, responda!
-Quem mais poderia ser?
- Várias pessoas, Potter! Várias pessoas! Por que tinha que ser logo ela, hein?
Bellatrix balançou a cabeça de um lado para o outro, se levantou da cama, parecia inconformada.
-Você é igualzinho, i igualzinho /i ao seu pai. – sentenciou ela com olhar duro.
Ele costumava ficar feliz quando lhe diziam aquilo, mas isso não ocorreu naquele momento.
Alguns segundos depois Bellatrix tirou uma varinha de dentro das vestes e esticou para ele.
-Vamos, levante-se.
-O que vamos fazer?
-Treinar...
-Madrinha... Eu não acho que esteja bem para...
-Eu mandei você levantar!
Ela andou alguns passos para longe da cama e ficou aguardando que ele fizesse o que mandara.
Com certa dificuldade Harry obedeceu. O corpo doía muito, mas ele tinha a leve impressão que era isso que Bellatrix queria.
-Muito bem. – disse já de pé – E agora? Vamos treinar o que?
-Oclumência. Hoje você vai poder vasculhar o que quiser, Potter. – ele tinha que admitir que ouvi-la tratando-o friamente estava incomodando muito – Não vou interferir. Acho que chegou a hora de ter as respostas que quer... - Ele abriu a boca para dizer algo, mas Bella o cortou – Mas eu sugiro que procure o dia do seu batizado.
Harry assentiu em silêncio, depois levantou a varinha, se concentrou e investiu.
-Legilimens!
Como havia prometido, Bellatrix não fez nada para impedir que ele invadisse suas lembranças. Aliás, ela parecia acompanhá-lo na visita a cada uma.
E não foi nada difícil identificar o dia de seu batizado. Sua mãe estava linda, os cabelos ruivos reluziam sob do sol. Ela carregava gentilmente a pequena trouxa nos braços.
Harry olhou em volta. Seu pai não estava muito longe deles, conversava com Remo e Pedro, o traidor desprezível. Sirius estava se aproximando. Havia outros rostos conhecidos, que ele lembrava ter visto na foto que Moody lhe mostrara certa vez.
Seus olhos voltaram a se prender em Lílian, ela acenava para alguém que havia acabado de chegar... Bellatrix. Ele a viu aproximar-se, pegar o bebê dos braços da mãe e passar a passear com ele no colo sem a menor cerimônia.
-Eu não chorava? - perguntou, achando estranho.
Sempre. Mas ficava quieto no meu colo... Você costumava achar as mechas do meu cabelo divertidas
Ele riu.
-Você esta diferente..."
-Mais nova.
-Não... Não é isso... Estava mais corada...
-Ah, sim... Sua mãe também percebeu isso...
-Bellatrix Black, você está grávida? – era a voz de sua mãe.
Harry pode ver quando Bellatrix trancafiou a boca de Lílian para que ela não contasse pra ninguém a novidade. Sirius ainda não sabia.
Também viu quando a mãe disse à madrinha o por que a escolhera e o momento em que elas perceberam o sumiço dos seus maridos.
-O que esta acontecendo?
-Moody chegou. - respondeu seca enquanto entravam na biblioteca.
Ele já havia estado ali antes, numa das investidas que fizera durante seu treinamento inicial.
-Pegaram eles. – disse o recém chegado – Todos eles. Foi uma cilada.
Sua mãe gritou uma negação, os demais pareciam tão atordoadas quanto ela. Foi quando ele viu seu pai se aproximar da jovem Bellatrix, tirar o bebê do colo dela enquanto falava.
-Exatamente... Não havia como eles saberem Lílian, a não ser que...
-Vamos com calma Tiago, você não está pensado em acusar a Bellatrix, não é?
-Quem mais aqui sabia da ação? – perguntou ele friamente.
-Todos vocês! – respondeu Bellatrix.
-Muito bem, vou refazer a pergunta então. Quem mais sabia da operação e adoraria que ela desse errado e que esses maníacos assassinos exterminassem todos os trouxas da face da Terra?
Harry reviu aquela cena de uma forma mais intensa. Ali estavam Bellatrix e Tiago Potter, se encarando enquanto ele só conseguia ver a si mesmo e Mira, durante o jogo de quadribol.
Ele a tinha acusado sem provas, motivo ou razão. Exatamente como seu pai fizera com a madrinha, no dia de seu batizado. Era isso que Bellatrix queria que ele entendesse. E deu resultado.
Então a biblioteca sumiu, quando se deu conta eles já estavam em outro lugar, outra lembrança. Que, pelas roupas dos protagonistas, acontecera no mesmo dia do batizado.
-Acredita nele?
-Não foi isso que eu disse...
-Acredita nele, sim! Acredita que fui eu que fiz isso!
-Bellatrix! – Sirius gritou num tom mais alto que o dela - Eu só quero saber aonde você esteve ontem!
-Pois vai morrer sem saber, Sirius.
-Vocês terminaram por conta disso? - Indagou Harry.
-Eu fiquei com ódio do seu pai, e mais ainda do Sirius, ele nem sequer me defendeu... Mas eu também tinha dificuldade para ver as coisas direito.
Eles haviam mudado de ambiente novamente. Uma Bellatrix agora muito magra e pálida, bem mais parecida com a primeira vez em que a vira pessoalmente, olhava um espelho de mão que refletia a imagem de um Sirius bem mais recente, espumando de raiva.
A imagem se partiu de repente. Depois voltou a se formar, Sirius ainda mantinha o olhar raivoso.
-Pare de criancices, anda. Você mesmo colocou um feitiço restaurador nessas coisinhas, para que eu não as quebrasse nos meus acessos de fúria com você, lembra? Ou me escuta, ou vou te infernizar o resto dos seus dias.
-Grande novidade! O que você quer? Fala logo e não me enche mais!
-Preciso de sua ajuda. – disse, simplesmente, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
O homem soltou uma gargalhada amarga.
-E por que eu te ajudaria, pode me dizer?
-Troca de favores. Sei de muitas coisas que seriam úteis para você e seus amigos.
-Como por exemplo?
Ela fez cara pensativa, como se estivesse escolhendo o que contar.
Snape não está ensinando Oclumência para o garoto, por exemplo... E você sabe tão bem quanto eu que ele precisa aprender isso rápido!
Sirius arqueou uma das sobrancelhas.
-Conta outra, Bellatrix, não vou cair nessa... Harry está tendo aulas, como Dumbledore mandou! O Ranhoso não seria idiota de desobedecê-lo.
Agora foi a vez de Bellatrix soltar uma longa e estridente gargalhada.
-Ai, Sirius... Você mesmo sempre disse: O Ranhoso É um idiota
Sirius abriu a boca para revidar, mas a voz de Lupin chamando-o desviou-lhe a atenção.
-Já falo com você, fique aí.
O espelho voltou a refletir a imagem dela. Bellatrix bufou, "ele acha que eu tenho o dia todo..." pensou a lembrança, enquanto a atual ria da cara de brava que a sua imagem fazia.
-O que aconteceu?
-Pelo que Remo me contou depois, você estava na lareira querendo falar com eles. Tinha descoberto que seu pai era um cretino... – ela riu de novo – Mas foi muito oportuno já que confirmou a informação que eu havia acabado de dar.
-É... Eu lembro disso. E depois?
Ela não precisou responder, o espelho na mão da mulher voltou a turvar a imagem, Sirius apareceu em seguida. Parecia mais suscetível a escutar o que ela tinha para falar. Harry teve que se debruçar sobre a Bellatrix das lembranças para identificar que Remo estava logo atrás do amigo, o que indicava que ele provavelmente tivera uma influência grande na mudança de tom do padrinho.
-Muito bem... Acabamos de descobrir que o Ranhoso realmente parou de dar aulas ao Harry.
-Viu... Eu disse a verdade.
-A questão é: "por que"?
-Já disse, preciso de sua ajuda.
-E a grande e temida Comensal da Morte Bellatrix Lestrange – ele deu ênfase maior ao sobre nome – precisa de minha ajuda para que? O que eu posso fazer que o seu seleto grupo de amigos não pode, hein?
-Achar nossa filha.
Ela disse assim, de supetão e sem demonstrar nenhum medo na fala, mas Harry sabia que o coração dela estava apertado esperando a reação de Sirius, que demorou longos segundos.
-Que filha? – a voz dele era quase um sussurro.
-Nossa filha.– repetiu – Eu estava grávida quando te abandonei...
-Você o que?! – berrou ele do outro lado do espelho.
-Sirius, calma... – murmurou Remo, sem repercussão.
-É mentira! Você está mentindo!
-Não, não estou... Nós temos uma filha.
-Está mentindo! Lestrange não se casaria com você se estivesse grávida de mim.
-Você ficaria surpreso com o que o dinheiro pode comprar... Para ser mais exata, o acordo seria meus pais criarem a criança depois.
-Você ia dar um filho meu para os seus pais criarem, sua insana!
-Não! Não ia! – pela primeira vez a voz dela saiu do tom controlado - Ninguém pediu a minha opinião quando armaram esse esquema, aliás, como de costume. Mas pra dizer bem a verdade, isso era exatamente o que você merecia!
-Você é louca! Você mais do que ninguém sabia o que era ser criada por aqueles maníacos que você chamava de pais!
-Pois o que eu passei nas mãos deles não foi nada perto do que passei com você e seus amigos! Mil vezes todos os castigos físicos que a minha mãe me dava! Mil vezes todas as manipulações que o meu pai fazia! Mil vezes isso a ter sido acusada de traição por vocês, Sirius!
-Eu não te acusei de nada!
-Acusou sim!
-Eu só queria saber onde diabos você tinha ido naquele dia! Só isso!
Era impressionante, aquela conversa tinha acontecido há pelo menos 15 anos antes da lembrança que Harry assistira agora, mas mesmo assim cada palavra parecia viva na mente dos protagonistas.
-Por que achava que eu tinha ido entregar as ações da Ordem!
-Não! Eu só queria uma resposta, Bellatrix, uma única resposta para poder voltar lá e quebrar a cara do Tiago! Foi a única vez na minha vida, a única vez que eu e o Tiago brigamos, e foi por sua causa!
-Mentira! – gritou ela enquanto Sirius virava as costas para o espelho, em seguida o rosto de Remo apareceu, mas ela continuou a berrar assim mesmo –Você ficou lá, calado enquanto ele apontava o dedo para mim!
-Eles brigaram sim, Bella – Lupin ainda fazia questão de tratá-la do jeito carinhoso de anos atrás – Logo depois que você saiu...
Ela piscou duas vezes, o tom calmo de Remo era extremamente difícil de se ignorar.
Ele continuou.
-Eu nunca os vi daquele jeito. Parecia que iam se matar...
-E eu ia matá-lo mesmo. – era a voz de Sirius, vinda de trás do amigo. O rosto dele voltou a aparecer no espelho, vazio, sem expressão – Mas o Tiago tinha um motivo, uma evidência... Uma boa evidência para fazer o que fez além da antipatia que tinha por você. Ele estava comigo quando voltamos para o pub naquela tarde e você não estava. E também achou muito estranho que você tivesse omitido sua saída depois. Ele jogou isso na minha cara depois que você saiu de lá... Não podia encará-lo sem uma resposta.
Ela parecia realmente abalada com a notícia, com o olhar perdido, sem conseguir, provavelmente visualizar a cena dos melhores amigos brigando.
-Fui ver meu pai...– balbuciou ela – não sei como, mas ele já sabia que eu estava grávida.
-Ele sabia! – Sirius arrancou o espelho das mãos de Remo, a imagem dos dois sumiu de repente... O havia jogado longe novamente, mais alguns segundos e ela voltou – Ele sabia e eu ainda não!
-Já disse que não sabia como ele soube! Ele... Queria me fazer uma proposta.
-Que proposta? – ela não respondeu prontamente, aquilo estava fugindo ao propósito, estavam demorando demais – Que proposta ele fez, Bellatrix?!
Mas não havia como fugir daquelas explicações.
-Queria a criança... Queria criar o Black que nasceria. Eu disse que não. Que te amava, que jamais faria isso... Então ele disse que você me trairia, como fez com o resto da família. E foi o que você fez...
Ele fingiu que os olhos tristes dela não lhe abalavam nem um pouco.
-E depois, diga? O que você fez? Procurou os seus pais, vendeu a criança para eles? Qual foi o preço, hein? Um belo casamento, aposto.
-O casamento foi o preço sim... Para você ficar bem longe de mim. Se não me casasse rapidamente você certamente saberia que a criança era sua e viria atrás dela... Não queria isso. Eles acertaram com Rodolphus que criariam a criança depois que ela nascesse, sem eu saber. Mas meu pai morreu dois meses depois disso e minha mãe jamais pegaria uma criança para criar, você sabe como ela era.
-Então, Lestrange ficou sem opção.
Ela fez que sim.
-E fez de tudo para eu perder o bebê. Mas não conseguiu. O mais perto que conseguiu foi quando me jogou da escada, durante uma briga, no oitavo mês... Entrei em trabalho de parto e o bebê nasceu prematuro...
-E depois? – Sirius viu os olhos da ex-amante se encherem de água, mas Bellatrix deu um suspiro, impedindo que as lágrimas caíssem.
-Eu mal vi o rosto dela... Desmaiei logo depois e quando acordei... Disseram-me que ela tinha nascido morta. E eu acreditei porque não lembrava de tê-la ouvido chorar.
Sirius parecia abalado, claro. Mas ainda havia algo em seu olhar que demonstrava que a mágoa que sentia dela demoraria muito tempo para acabar.
-Então, você resolveu pegar esse maldito espelho para falar comigo que teve uma filha minha e que ela morreu no parto? É isso? Não precisava ter se dado a esse trabalho, sabe.
-Ela não morreu no parto... – disse firmemente - E eu preciso de sua ajuda para encontrá-la.
-Seja mais clara, por favor, Bellatrix. – disse Remo dividindo o pequeno espelho com Sirius – Se você diz que ela estava morta, como agora tem certeza que ela não está?
-Monstro.
-O que tem aquele elfo traiçoeiro?
-Ele me contou.
Sirius deu um pulo.
-Como assim te contou? Quando você o viu?
-Será que você ainda não percebeu que ele sumiu da sua casa, Sirius?
O homem começou a esbravejar e a xingar o elfo doméstico. Berrava palavrões que Harry duvidava ter ouvido alguma vez na vida.
-Como, como ele saiu?
-Você deve ter dado alguma ordem com duplo sentido, que ele usou de desculpa para poder sair daí. Ele foi para a casa do Malfoy, procurar Narcisa, claro. Mas não se preocupe, ele não foi capaz de dizer nada sobre a Ordem.
-E o que ele foi capaz de dizer?
-Não foi para falar sobre isso que eu te chamei.– ela o cortou friamente – Mostro soltou entre um e outro resmungo de piedade que eu devia protegê-lo, já que ele protegeu a "coisinha"... Malfoy o estava castigando por não conseguir dizer nada sobre a Ordem, mas não chegou a ouvir essa parte. Depois, quando consegui ficar sozinha com ele arranquei cada detalhe daquela insinuação... – a voz dela pareceu falar, mas logo ela retomou o domínio – Ele disse que recebera ordens diretas do Rodolphus para matá-la e que eu devia agradecer porque ele não fez isso. Por que ele sabia que isso me deixaria triste.
-Elfo cretino! – rosnou Black jogando os cabelos negros para trás com um golpe da cabeça.
Remo parecia intrigado.
-Mas é entranho que ele tenha conseguido ir contra uma ordem direta.
-Esse projeto de elfo sempre foi apaixonado por ela. Fazia tudo para protege-la. – resmungou Sirius.
-Mesmo assim... Foi uma ordem direta.
-Que importa isso agora! – esbravejou a mulher – O que vale é que a minha filha está viva e que eu preciso achá-la antes que... – ela engoliu a que ia dizer, ao que parece não pretendia expor a informação seguinte.
Sirius percebeu isso na hora, claro.
-Que... – perguntou desconfiado.
-Que o Lorde descubra que ela está viva e que não foi eliminada... Como era de sua vontade. – ela parecia triste ao dizer aquilo.
-Que foi? – perguntou ele sarcasticamente – Ficou surpresa quando soube? Vai dizer que não sabia com que tipo de gente você estava lidando, querida?
Harry pôde ver Lupin balançar a cabeça, inconformado com o tom cínico que Sirius usava com a mulher. Mas Bellatrix sabia ser dura quando precisava e revidar à altura.
-Achei que conhecia vocês, também.
-Não me compare com aquela corja! – gritou ele – Não éramos perfeitos, Bellatrix, nenhum dos meus amigos, nem eu... Mas não saiamos por aí decidindo quem devia ou não morrer... Não brincávamos de donos do destino como o seu querido Lorde fez com a MINHA filha!
Eles se encararam através do espelho por algum tempo. A raiva de Sirius faiscava pelas pupilas, mas em contrapartida Bellatrix fez algo que jamais tinha feito na vida. Abaixou os olhos, resignada. "Acho que foi nesse momento que ele realmente acreditou em mim..."
-Você está certo. – murmurou, com uma dificuldade imensa. Depois, voltou a encarar os olhos negros do ex-amante pelo vidro, engoliu todo o orgulho que tinha (e como foi difícil). Se havia alguém no mundo para quem ela conseguia pedir aquilo, esse alguém era Sirius – Por favor... Me ajude. Eu não posso recorrer a mais ninguém e preciso encontrá-la. Ela é a única coisa que eu tenho agora.
Harry olhou apreensivo para o reflexo do padrinho. Era como assistir um filme já sabendo o final, já que sabia que ele viria a ajudá-la, mas mesmo assim o desfecho da cena o deixava preocupado.
A raiva refletida pelos olhos no espelho pareceu se dissipar aos poucos.
-É claro que eu vou te ajudar... – disse ele - É minha filha também, não é? – ela confirmou com a cabeça, então ele deu de ombros – Só não consigo imaginar como, já que estou preso aqui...
-Acho que posso te ajudar nisso... – ela abriu um sorriso encantador. Cínico, mas encantador - Recebi uma ordem hoje cedo... Bem tentadora, aliás.
-Qual?
Ela deu de ombros.
-Encontrar e matar você.
Sirius encarou os olhos dela por um momento, a jovialidade e a cumplicidade de anos atrás parecia ter voltado com toda a força.
-Entendo. Se estiver morto ninguém vai me procurar. Boa idéia. Mas como saber que você não vai me matar mesmo?
-Vai ter que confiar no seu charme. - zombou Bellatrix antes de desviar os olhos, preocupada – Estão me procurando... Tenho que ir. Te chamo quando estiver liberada.
Harry se viu de novo dentro daquele salão no Ministério da Magia. Bellatrix acabava de estuporar Tonks.
"Garotinha difícil de cair. Bem se vê que tem meu sangue..."
Então Sirius tomou o lugar dela, Bella sorriu enigmaticamente.
Um ataque, dois... Até que...
-Vamos, eu sei que você pode fazer melhor que isso!
E ela fez.
"Era uma senha!"
A madrinha que o acompanhava na lembrança fez que sim.
"Anos de convivência rendem alguns códigos secretos, sabe... Você deve ter isso com os seus amigos, não?"
Bom, Rony não era muito bom para entender as coisas nem com palavras, que dirá sem. E Hermione entendia até demais as vezes.
"Ah, veja, lá vai você atrás de mim... Tão óbvio. Você precisa rever essas suas reações, bebê."
Eles ouviram um barulho e a enfermaria voltou a aparecer a sua volta.
-Amadora... – murmurou Bellatrix antes de voltar a ser Estrela e sumir no meio da escuridão.
-O que você está fazendo fora da cama, Potter?
-E o que você está fazendo fora do seu salão comunal, Black?
Mira bufou em resposta.
-Nem sei se aquilo ainda é o meu salão comunal. - Harry sentiu uma pontada na costela que o fez se apoiar na cama. - Você tá legal? – perguntou ela, levemente preocupada.
-Tô... Tô sim. – responde, enquanto achava melhor voltar a sentar-se. Tentou melhorar a cara e mudar o assunto – Por que disse isso? Acha que não vai mais voltar à Sonserina?
Ela ainda o olhava com certa preocupação.
-Ah, bom... Mandaram chamar o meu pai depois do jogo.
-Seu pai? Não está se referindo ao senhor Smith, está? – ela fez que não – Sirius?
-É... Ele chegou há pouco... Está discutindo com o diretor e o professor Snape sobre o meu futuro acadêmico. – disse em tom de falso suspense – E o pior que não veio sozinho... Ela veio junto.
-Ela? Esta se referindo a Bellatrix? Sua mãe.
-É... Minha mãe - bufou novamente – Deve ter vindo escondida, não é? Afinal ela está sendo procurada... – mais um bufar irritado – E ainda tem a cara de pau de vir me dar sermão sobre o que é certo e errado...
-Conversaram? – perguntou ele, achando a idéia engraçada.
-E dá pra conversar com aquela mulher? Não, claro que não. Ela falou e eu ouvi... Veio brigar comigo por que eu tinha tentado te machucar. Como se ela não vivesse fazendo isso com as pessoas... Disse que se eu queria te matar tinha que entrar numa fila enorme, que tinha muita gente na minha frente. – ela imitou Bellatrix enquanto falava a última frase, ficou tão perfeito e tão engraçado que Harry teve que se segurar para não rir - Ela me explicou como ficou sabendo aquele negócio sobre os Smiths. - Harry arqueou a sobrancelha, isso significava que a madrinha havia para a garota que era um animago – De qualquer forma, o fato é que te derrubei da vassoura a toa.
-Bom, se isso te deixar menos constrangida, eu também recebi um puxão de orelha há pouco.
-Ela esteve aqui? – Mira olhou em volta.
-É, esteve. E me fez entender que eu bem que mereci vir parar nessa cama. – a olhou por um segundo, a garota já tinha voltado os olhos para ele novamente – Eu te acusei indevidamente, te devo desculpas.
-Não me deve nada... Se eu fosse perseguida por um megalomaníaco maluco também veria inimigos por todos os lados.
-Bom... Então, amigos de novo?
-Nós nunca fomos amigos, Potter... – respondeu ela maliciosa.
-É verdade... De boa de novo? – ele fez cara de ingênuo.
Mira fez menção de se aproximar, mas o barulho da porta da enfermaria se abrindo lhe impediu a ação. Ela olhou a tempo de ver o diretor entrando no recinto, acompanhado por Sirius e Snape.
-Tudo bem, Harry? - o rapaz fez que sim, um pouco encabulado, mesmo não estando muito próximos, ele e Mira estavam suficientemente perto um do outro para se perceber que estava tudo bem entre os dois - Como eu imaginava - disse Dumbledore no seu tom calmo – eles já até fizeram as pazes, professor Snape.
O padrinho se aproximou da cama enquanto o diretor falava. Deu um sorriso ao averiguar que ele estava bem, depois sorriu para a filha.
-Mas o fato do Potter ser um inconseqüente e adorar colocar em risco a própria vida não tira da Black o status de extremamente perigosa para o convívio social. – disse Snape sobriamente.
-Deixe de ladainhas, Ranhoso. – pela expressão do professor ele não gostara muito de Sirius o tratar daquela forma na frente do diretor – Confesse, você está de implicância por ela ser minha filha, assim como faz com o Harry por causa do Tiago.
-Devo admitir que o fato dela ser sua filha a fez cair muito no meu conceito, mas também me fez entender certas ações estúpidas que ela teima em realizar. Como cortar o cabelo de outra aluna, sem motivo aparente, por exemplo...
-Eu já disse que SÓ errei o feitiço anti aranha caranguejeira.
-Eu sei a diferença entre um corte feito com tesoura e uma queda provocada por feitiço anti caranguejeira, garota, por isso pare de subjugar a minha inteligência. – rosnou o professor.
-Que eu saiba ela já pagou a detenção pelo incidente com a corvinal. – disse Sirius, cada vez mais parecido com um pai zeloso que não via nada de exagerado nos atos da filhinha querida. Harry só não sabia se era simples corujice de pai, ou se era porque perto do que ele fazia aquilo realmente não tinha muito peso.
-Pelo incidente com a srta. Chang, sim. – retrucou Snape – Mas, já que se atreveu a fazer coisa pior, continuo insistindo que a expulsão seria o mais adequado.
-Ora, deixe de drama, ela não fez nada demais. – Harry olhou surpreso para o padrinho – Que foi? – perguntou ele, percebendo o olhar – Não fez mesmo, a Bellatrix teria feito muito pior.
-Ah... É verdade, havia me esquecido quem é a mãe dela. – era impressão ou Snape estava tramitando um pouco de graça na voz - O fato, senhor Black, é que os instintos assassinos de sua filha não podem ser aceitos nessa escola, mesmo se entendendo que ela seja assim por motivo genético, já que a mãe é uma Comensal da Morte.
-Como você, aliás. – o tom de voz do padrinho começava a dar sinais de irritação – Eu realmente não consigo entender porque ela não pode estudar numa escola em que logo você dá aulas, Ranhoso.
-Senhores, chega. – disse o diretor fazendo com que Sirius e Severo engolissem as acusações seguintes – Nós já tivemos essas discussão há poucos minutos atrás e não quero ter o desprazer de participar dela novamente. Eu já deixei bem claro que tomarei minha decisão após obter a resposta de uma pergunta. – então desviou o olhar severo para Mira – Espero que tenha noção da gravidade da sua ação de hoje, mocinha. – ela fez que sim – Posso presumir então que não pretende realizá-la de novo. – ela fez que não. Dumbledore levantou o olhar, mais sereno agora – Isso me basta, então. - Snape soltou um muxoxo – Não será expulsa, mas temo que não poderá mais participar de nenhuma competição de Quadribol nesse colégio. – Sirius levantou a sobrancelha. Por um minuto Harry achou que ele fosse questionar, mas depois pareceu se resignar à sentença da filha – Quanto a sua punição, acho que o diretor de sua casa tem o total direito de decidir o que será melhor já que por sua causa o time de Quadribol da Sonserina foi desclassificado da competição.
Snape abriu um sorriso discreto, Sirius fechou a cara e Mira fingiu não se importar.
-Esteja no meu escritório, amanhã, no raiar do dia, Black. Até lá pensarei em algo... Apropriado. – falou o professor, mais para o pai do que pra filha.
Sirius fingiu não perceber a insinuação, depois inflou o peito de ar o soltando vagarosamente quando Snape se retirou.
-Ahhhhh bem mais limpo, não? – perguntou aos dois, Harry riu, Mira não – Que foi?
-Detenção com Snape... Acha que é pouco?
-Para o que você fez, acho sim... – disse puxando a cadeira e se sentando.
Estava tão elegante e bem cuidado, muito diferente do homem que Harry conhecera. O afilhado tinha quase certeza que a proximidade de Bellatrix era o motivo da mudança.
-Também não posso mais jogar quadribol.
-Graças a Merlin. – disse Harry – Você é boa demais pra jogar no time adversário.
Sirius riu, Harry acompanhou.
-Ha, há, há... Eu estou falando sério, caramba... Sabe o que tive que fazer para entrar naquele time?
-Bater no Malfoy? – disse o garoto. Ele e Sirius começaram a gargalhar.
-É... Também... – bufou ela – Mas essa não foi a parte chata, sabe... – sorriu de lado – Mas pelo menos o Jonh vai ficar feliz, sem quadribol vou ter mais tempo para ensaiar, daqui a pouco começa a temporada de shows... – ela olhou para Sirius - Falando nele, resolveram aquele probleminha?
O homem fez que sim.
-Tonks está na cola dele, não se preocupe.
-Que probleminha? – perguntou Harry preocupado – Tonks está na cola de quem?
-Do Smith. – falou o padrinho – Foi uma solicitação da pequena... – apontou para Mira que fez cara feia pelo tratamento, o que só fez o pai achar mais graça, pelo visto ele percebeu que isso a irritava e iria chamá-la assim sempre agora – Antes de aceitar que nós a assumíssemos.
-Se o que a mamãe contou é verdade, - parecia que toda vez que se referisse a Bellatrix iria usar aquele tom meio debochado, meio irritado - então o "cara lá" deve estar fulo da vida por que não me mataram... – explicou ela – Jonh seria uma isca fácil.
-Você está certa. Mas... – ele voltou para Sirius novamente – A Tonks tem tempo para acompanhá-lo, digo, ela tem os afazeres de auror e...
-Ela pediu afastamento temporário. Para cuidar do caso para mim. Na verdade foi mais difícil convencer o Smith que ele precisava de um mago 24hrs na cola dele. Mas depois que soube quem tinha se proposto para fazer o serviço ele me pareceu mais suscetível.
Foi a vez de Mira rir.
-O Jonh não tem jeito mesmo. A sorte dele é que a mosca morta da namorada não tem ciúme de nada... Está sempre mais preocupada com a cor de um abajur do que se ele está olhando para alguém.
-É? Não foi o que andou parecendo, pelos últimos relatórios da sua prima... – Mira olhou o pai, curiosa.
-Como assim? A Juju implicou com a Tonks? –ela parecia bem surpresa com a hipótese.
Não a quis deixar subir no seu apartamento na primeira vez que ela acompanhou seu irmão até lá. – Sirius riu – Disse que ele não corria perigo nenhum lá para ter uma segurança subindo junto, ele não contou exatamente o porquê da segurança, claro, só disse para a namorada que estava sendo perseguido, e que as Tonks, por ser uma mulher, passaria desapercebida como segurança...
-Ta... Mas e aí? Ela não deixou a Tonks subir e então?
-A Tonks disse que o Smith não subiria então... – ele riu mais uma vez – e o seu irmão concordou. – soltou uma gargalhada – Pelo que entendi a decoradora ficou vermelha de raiva.
-Ihhhhhhh isso quer dizer que eles estão brigados.... o que quer dizer que meu irmão vai estar de mau humor no fim de semana que vem... – ela olhou para Harry – Hogsmeade nunca me pareceu tão interessante, sabia.
Harry sorriu.
-Se ficar, garanto que ele vai ficar com mais mau humor ainda.
-Que se dane. – ela soltou uma gargalhada – Semana que vem eu fico para ir a Hogsmeade, depois eu penso na minha carreira e pronto!
