Bom, esse cap eu vou dedicar, em especial,a fã nº1 da fic, que não me deixou desanimar nesses 3 meses q fiquei sem postar caps novos... Drika esse cap é pra vc!

Tina, Aledinh - Obrigada pela empolgação, da gosto de escrever quando se tem leitores assim...

Yasmine - Que bom que gostou da Mira, já falei em outros comentários que é complicado criar um personagem para uma fic baseada em algo já exitente, pq é difícil agradar, mas graças a deus a Mira só anda ganhando elogios (não sei como, com aquele gênio Dela... mas...). E não precisa implorar... acabei de atualizar.

Tati - personalidade real da Bella ainda está muito oculta... não da pra saber ao certo como ela é... o que torna as possibilidades bem mais amplas. Que bom que está gostando.

GaBi-PoTTeR - Risos... pode criticar GaBi, a gente ta aqui pra isso mesmo... e que bom que está gostando mesmo assim.

Adriana dos Marotos - Bom, eu realmente demorei mais que o comum para atualizar o 16... desculpa, problemas no trabalho. Mas espero conseguir pegar firme e terminar essa fic antes do lançamento do sexto livro. E o Tiago não é mal... ele só é chato e convencido hahahahahahahhah

Felipinhooooooooooo - Se eu demorei par postar o 14, fico imaginando como vc já não deve ter me chingado por causa desse 16, ne... mas taí... espero que tenha gostado.

GenehPotterBlack - Quando a Mira falou "quero o pedaço de fora" no cap 14, ela qeuria dizer q queria quebrar ele inteiro...

Capítulo 16 – Preparativos

Quando for usar um feitiço para ataque não levante demais o braço, você deixa o peito desprotegido.

Ah tá saquei... Como no boxe.

É... Como no boxe.Vamos tentar de novo esse aqui, se fizer direito vai te render bons pontos nas provas. Os analisadores adoram esse aqui.

Mira debruçou a cabeça sobre o livro em que Harry apontava um feitiço. Já havia uma semana que eles se encontravam no tempo antes do jantar para estudar para os seus NOM's.

Não que ele se achasse grandes coisas como professor, mas desde que começara a ajudá-la, tinha que concordar que Mira estava muito atrasada nos seus estudos. Nada mais óbvio, a julgar pelo ano agitado que estava tendo.

Se já não tinha muito tempo com seus ensaios durante os fins de semana, que dirá depois que entrou para o time de quadribol e, ainda por cima, usando o pouquíssimo tempo que restava para procurar pistas sobre os pais.

Agora dois desses problemas já haviam sido solucionados, embora a crescente afinidade entre Sirius e John não estivesse ajudando muito. Isso por que a grande meta dos dois agora era o lançamento da cantora Purplered entre os bruxos (idéia de Sirius que foi rapidamente apoiada por John). Como conseqüência, os dois estavam organizando, juntos, um grande show para o fim do mês em Hogsmead.

Sendo assim, como Mira ainda precisava manter seus compromissos profissionais, o jeito era estudar durante a semana mesmo.

Foi isso que combinaram no final de semana que passaram juntos na vila vizinha e assim faziam desde então.

Além das aulas práticas com Harry, Mira também metia a cara nos livros juntamente com Luna e Gina, sempre que possível.

O bom era que ela aprendia muito rápido, em menos de um mês já estava bem adiantada. Tanto que uma hora perguntou se ele a ensinaria a produzir um patrono.

Quando você souber fazer um feitiço estuporante realmente bom a gente conversa. – respondeu – Agora é melhor se fixar na matéria que vai ser cobrada nas provas, Mira. Nada de extras.

Ela fez cara feia e cruzou os braços. Ele riu do bico dela.

Que foi? Não vai querer mais treinar? Pior pra você, são seus NOM's que estão em jogo aqui.

T�, tá... Eu sei... – disse ela resignada e se armando para uma nova tentativa.

Fez várias investidas, até que ficasse perfeito, depois passaram para levitação, então transfiguração...

As meninas podiam vir logo, é chato treinar sozinha.

A aula de herbiologia delas já deve estar terminando. Foi bom você ter esse tempo livre, mesmo porque está muito atrasada em relação a elas em algumas coisas.

É que eu não participei da Armada de Dumbledore... – disse em tom cínico – Fala sério, vocês bem que podiam ter me convidado, eu também detestava aquela Umbridge.

Harry deu de ombros.

Você e Gina não tinham tanto contato, pelo que eu sei. Comigo então, a gente nem se conhecia.

É, mas a Luna conversava comigo e o Smith também...

Smith? - Harry franziu o cenho - Zacarias Smith? Jogador da Lufa-Lufa? – ela fez que sim, despreocupada – Você conhece aquele MALA!

Mira soltou uma alta gargalhada.

Nossa, nunca vi ninguém descrevê-lo tão bem em tão poucas palavras... Ele é um chato mesmo, acho que foi por isso que a gente terminou.

O rapaz deu um sobressalto.

Você namorou aquele... cara!

Namorei, ué. – respondeu dando de ombros - Mas não durou muito. Eu devia imaginar que não ia me dar muito bem com alguém com aquele sobrenome... O John já é a exceção a regra. Mas o fato é que, mesmo sendo namorada dele, o Zacarias não me contou nada sobre a Armada. Nem a Luna.

Harry se pois pensativo.

Acho que... Bom, provavelmente eles tinham receio em aparecer com uma Sonserina no grupo. – então, olhou para o imponente castelo ao fundo – É até irônico pensar, mas fomos traídos por uma Corvinal.

Chang? – perguntou ela, com certa aspereza na voz.

Não. Uma amiga dela. Basicamente foi por isso que brigamos na época.

Bela amiga. Depois sou eu que não sei escolher minhas companhias.

Ele soltou um breve suspiro

É... Mas vamos parar de falar sobre isso e voltar a praticar. Tem tanta coisa para por em dia que nós não andamos tendo tempo nem para namorar, percebeu?

Ela deu um sorriso de lado, se aproximou e envolveu-lhe a nuca com os braços.

Que tal colocarmos "isso" em dia enquanto as meninas não chegam?

Eu ia adorar... – disse aproximando a boca dos lábios dela.

Mas, antes de poder alcançá-los, um barulho abafado de palmas lhe desviou a atenção e a de Mira também. Os dois viraram os rostos surpresos em direção a uma enorme raiz que sustentava a árvore ao lado.

Sabe... – disse a voz sarcástica de Bellatrix, que se encontrava sentada na alta raiz – Eu fico me perguntando o que o Sirius vai fazer quando descobrir sobre vocês dois. Sim, porque ele nem imagina que essa "amizade" seja algo tão... Como direi... Próximo. – ela soltou uma nova gargalhada – Como é ingênuo.

Harry passou a mão pelo cabelo, enquanto se desprendia da namorada gentilmente.

Acha que ele não vai gostar, madrinha? – perguntou, preocupado.

Ele não tem nada haver com isso... – bufou Mira, enquanto cruzava os braços.

Bellatrix balançou a mão de um lado para o outro, sem se importar com os resmungos da filha. Parecia estar se divertindo muito com tudo aquilo.

Não sei, bebê. Sinceramente não sei qual vai ser a reação dele, porque o seu pai, certa vez... – ela pôs a mão na boca, tentando segurar uma nova gargalhada – Deixa pra lá eu não quero estragar a surpresa.

Então por que a visita? – chiou Mira – Só veio atrapalhar a aula, foi?

Aula? Eu vi bem que tipo de aula você estava tendo, mocinha. – Ela saltou do alto da raiz, caindo de pé sobre a grama – Devia se preocupar mais em aprender o que não sabe, do jeito que está vai acabar sendo reprovada nos seus NOM's.

Também não é assim. – disse Harry, saindo em defesa da namorada – a Mira já melhorou bastante. Tenho certeza que, no mínimo, um aceitável ela consegue facilmente...

Aceitável não é suficiente... – cortou a mulher – Ela tem que ser perfeita e você sabe muito bem por que, Baby Potter.

Harry se calou. Bellatrix não falava mais de uma simples prova para avaliação de conhecimentos, estava falando dos Comensais, de Voldemort... Da guerra.

Pelos rumores, grupos antitrouxas estavam começando a ganhar força novamente entre a comunidade bruxa. Mione não cansava de narrar as notícias incompletas sobre os atos chamados de "isolados" pelo Ministério da Magia, que o Profeta Diário tentava cabular. A amiga chamava aquilo de "ameaça silenciosa".

Ser nossa filha te jogou no meio de um redemoinho perigoso. – murmurou Bellatrix, depois de alguns minutos de silêncio – Sinceramente, não sei o que você ganhou descobrindo isso.

O que eu ganhei? – repetiu Mira, irritada – Não ganhei nada. Recebi o que era meu por direito, um nome... o MEU nome.

Um nome que já foi muito respeitado, é verdade, mas que hoje não passa do que ele sempre foi... lama! – a mulher devia estar muito amarga para falar daquele jeito sobre o sobrenome Black.

Por mais problemas que tivesse tido com sua família, Harry sabia muito bem que ela sempre tivera orgulho em ser uma Black. mesmo casada e usando outro sobrenome, nunca deixou de se considerar como tal. Mas agora ter aquele sobrenome era sinônimo de perigo, não importava o lado em que estivesse. Um perigo que ela não queria ver rondando a filha.

Devia ter te procurado depois que tudo isso passasse...

E se não passasse? – perguntou a garota em um tom de voz mais calmo, mas ainda sim não dócil. De qualquer forma, dava pra perceber que a preocupação da mãe a tocara um pouco.

Você ainda poderia ter a chance de se manter viva... – resmungou Bellatrix antes de, finalmente, encarar os olhos negros da filha.

Naquele mundinho trouxa? – o tom áspero da garota voltara com força total – Sem saber quem eu realmente sou? Ah, muito obrigada senhora Lestrange, mas eu acho que merecia mais que isso!

Não estou falando de merecimento, estou falando de sobrevivência! – os olhos de Bellatrix faiscavam de raiva, era claro que ela não gostara nem um pouco de ser tratada pelo sobrenome de casada – Você tem alguma idéia de onde se meteu? Pergunte para o seu namorado e talvez ele possa te por à parte do quanto é perigoso ser um Black nesse momento. Estamos em guerra! Muitos morreram e muitos vão morrer e, em qualquer um dos lados, carregar esse sobrenome que você agora ostenta não é nada seguro.

Isso por culpa sua, que se pôs do lado errado!

E qual lado é o certo? – Mira e Harry se entreolharam, como era possível que ela questionasse isso? Era lógico que lado era o certo, não era? Se bem que, pelo semblante de Bellatrix, nem tanto – Não foi nem uma nem duas vezes que me fiz essa pergunta. Qual é o lado correto? Por que se importar com os trouxas afinal? Eles não se importam conosco, tenho certeza disso. – ela soltou um novo suspiro, tão amargo quanto o anterior – A única conclusão que sempre chego é que nós vamos acabar nos exterminando por gente que nem sabe que existimos.

Novamente o silêncio pairou sobre eles.

Não é certo acabar com as pessoas só porque elas são diferentes de nós, madrinha.

Quantos foram os bruxos que os trouxas quiseram exterminar por esse mesmo motivo?

Mas o erro deles não torna o nosso correto.

Bellatrix cruzou os braços e sorriu tristemente.

Falou como a sua mãe agora... – disse saudosamente, antes de balançar a cabeça de um lado para outro – Mas isso não faz do seu lado correto, bebê. O fato é que os dois lados estão errados, brigando por coisa nenhuma... Só há uma diferença, sabe qual é? – os dois fizeram que não com a cabeça – O Lorde quer essa guerra a qualquer custo. Não importa se isso acabe com os bruxos, contanto que os trouxas também sejam exterminados, não há problemas. Essa é a diferença. Demorei muito para perceber isso. Só entendi quando me dei conta que ele não se importava com os bruxos puro sangues tanto como dizia... Se não jamais teria mandado matar uma criança como você. – ela apontou a filha – Ele tem ódio dos trouxas e no fundo está usando a nós, bruxos puro sangues para exterminá-los.

Mas nós vamos pará-lo. – disse Harry com uma certeza exagerada na voz.

Gostaria de acreditar que sim. Mas quanto mais me informo, menos esperanças tenho... O Lorde tem mãos invisíveis. Está por toda parte, divulgando suas idéias...

Idéias idiotas, por sinal... – resmungou Mira.

Bellatrix riu amargamente.

Não parecem tão idiotas quando bem colocadas, sabe? – em seguida suas feições voltaram a transmitir uma tristeza profunda – Vocês não sabem como ele trabalha. Ele pega crianças como vocês e os enche de esperança, os faz acreditar que tudo que você mais quer só vai acontecer num mundo sem trouxas. Que um mundo sem eles é muito melhor, quando na verdade não faz a menor diferença. Ele te envolve e te faz crer que participar da concretização desse mundo melhor vai te dar honra, poder, fama, tranqüilidade... Seja lá o que você quer. O Lorde te ilude até que você acredite que vai alcançar tudo que deseja quando os trouxas não mais existirem na face da Terra... E aí, você vai e convence seus amigos de que isso é verdade, e eles convencem os deles e isso vira uma epidemia... – ela respirou fundo antes de continuar – Foi assim que Régulos se envolveu com os Comensais... Foi parar nas mãos dele através do Lucio. - Harry balançou a cabeça de um lado para o outro – E ele já começou a fazer isso de novo, aqui mesmo, debaixo das barbas de Dumbledore. Vocês não precisam ir muito longe para perceber que ele já tem seu porta voz entre os alunos.

Está falando do primo-lesma-oxigenada?

Sim, dele mesmo. – respondeu a mais velha – Ele foi treinado para disseminar as idéias do Lorde em Hogwarts.

Grande coisa. Quem escuta aquele imbecil?

Muita gente, bebê... Pode não parecer, mas Draco é muito respeitado, não apenas na Sonserina, mas nas outras casas também. Claro que na Grifinória não é bem assim, embora já tenha visto alguns parceiros de casa seus dividindo as mesmas opiniões dele. Mas o fato é que Draco é tão influente quanto você aqui dentro. Os grifinórios não param para escutá-lo, é verdade, mas não é apenas na Sonserina que ele possui fãns, garotos e garotas mais novos que o escutam, que acreditam no que ele diz. Precisam o ver falando sobre um mundo sem trouxas.

Harry franziu o cenho.

Andou o espionando?

Ela fez que sim.

Estou aqui pra isso. Dumbledore diz que sou bem mais discreta que Madame Norrrra... se é que você me entende. – ela abriu seu sorriso cínico e Harry mal pode acreditar no que aquilo queria dizer, ela os estava ajudando! Estava ajudando a Ordem!

Bom... – disse Mira pensativa – Mas se o problema é aquele pote de tinta transparente, então fica fácil, basta quebrarmos a cara dele e quero ver se o imbecil consegue dizer mais alguma coisa por aí...

Nem tudo se resolve com violência i Sirius /I - a mulher fez uma referência ao amante, lembrando que a filha estava agindo como o pai – Se o Draco cair, outro entra no lugar dele e continua o serviço, simples... Não adianta, a única forma de enfraquecê-los aqui dentro seria se o menino... – Bellatrix demorou incontáveis segundos para completar a frase -... Mudasse de lado.

Impossível! – falou Harry rapidamente.

Bellatrix deu de ombros.

Hoje eu também acho, mas cheguei a pensar que o relacionamento com a ruivinha pudesse fazê-lo entender a onde está se metendo... Mas ele terminou com ela assim que a Narcissa mandou.

Como assim?

Minha irmã queria informações sobre o meu paradeiro. Ela não é a idiota que o marido acreditava ser, nunca foi. E, mas que isso, sabia muito bem o motivo que me levou a trair o Lorde, coisa que os Comensais nem imaginavam. Narcisa tinha certeza que eu havia procurado a ajuda do Sirius... Como conseqüência, da Ordem. Ter contato com alguns dos Weasley poderia lhe render informações.

Mas ela ficou surpresa quando o Sirius apareceu no pub. – ponderou Harry.

Não passou pela sua cabeça que ele não tivesse morrido naquele dia. Claro que Narcisa tinha certeza que não havia sido eu, como anunciaram nos jornais, mas ela me disse depois que acreditava que eu só havia abandonado os Comensais porque já não poderia contar com a ajuda dele na busca da nossa filha.

Resumidamente, quando ela foi na casa dos Weasley, no Natal e descobriu que eles não poderiam dar nenhuma informação, mandou o filho terminar com a Gina. – concluiu Mira, que parecia já saber de toda história.

Então ela jogou todas as fichas no pub. – continuou Bellatrix - Era a sua última esperança de me encontrar. Lógico que quando se deparou com você l� teve certeza da minha presença. Como já disse, ela sabia que eu havia me envolvido novamente com a Ordem.

Mira olhou para o namorado.

Resumindo mais uma vez: o Malfoy é um idiota. Não dá pra acreditar que ele não se tocou o quanto está sendo usado, sabia?

O que mais me irrita é que ele realmente gosta da ruivinha... – disse Bellatrix – estávamos tão perto... Tão perto de fazê-lo entender.

Bom... Se você acha que voltar com a Gina vai ajudar em alguma coisa, por que não diz para a senhora Malafe... Digo, senhora Malfoy, para retirar a desaprovação ao namoro?

Draco está brigado com Narcissa desde a noite de Natal. Ele não vai fazer nada que não agrade ao pai, mesmo que Lúcio não esteja por perto.

Mira sorriu enigmática.

Pois eu acho que faz sim. Sabe como é homem nessa idade não é? Basta mexer com os brios dele... E se unido a isso houver alguma possibilidade real da Gina o perdoar...

Coisa que eu duvido muito que aconteça. – disse Harry cruzando os braços – Conhecendo a Gina como conheço, ela nunca vai perdoá-lo por tê-la usado.

Bom, mas eu acho que ele devia tentar. – insistiu a garota com um sorriso cada vez maior nos lábios – Já até sei a forma.

Ela virou de costas para os dois e começou a caminhar de volta ao colégio.

Ei, a onde você vai? – perguntou o namorado.

Conversar com o priminho... – respondeu ela, enquanto se afastava deles – Tive uma idéia que eu tenho certeza que ele vai adorar... E não vou nem cobrar por ela!

Harry e Bellatrix se entreolharam.

Por que será que eu fiquei com medo agora? – perguntou o garoto, arrancando uma gargalhada da madrinha.


Difícil, muito difícil... Por mais que imaginasse o que Mira tinha em mente não conseguiu chegar nem perto de uma idéia que fizesse Gina e Draco se reconciliarem.

Mais difícil ainda era entender como ele torcia para que isso acontecesse agora, depois de ter feito de tudo para que os dois terminassem de vez.

Mas o fato é que sua madrinha estava certa o tempo todo. Eles também perceberam um carinho real por parte do Sonserino para com Gina e, embora duvidasse muito que aquilo fosse o suficiente para mudá-lo, tinha que admitir que era a única chance que tinham.

Achou interessante como a forma de Bellatrix pensar era peculiar. Trazer Malfoy para o lado deles seria muito difícil, claro, mas bem mais eficaz do que qualquer batalha entre Ordem e Comensais. Ela estava certa ao dizer que o louro era o coração da nova geração de seguidores do Voldemort. Tirá-lo de lá desmantelaria uma rede de influências enorme. E pensar que ela já imaginava isso desde o começo, quando ele só conseguia ver o problema em que Gina se metia.

Precisava aprender a ouvir melhor e, principalmente, a enxergar mais longe. E mais ainda... Acreditar no amor - pensou sorrindo, enquanto atravessava o quadro da mulher gorda.

Se esse cretino aparecer, eu simplesmente não vou! Entendeu bem! Eu não vou!

Harry tomou um susto quando entrou no salão comunal e se deparou com Rony aos berros.

Problema é seu! – gritou Hermione, do outro lado da sala, em resposta – Não pense que eu vou deixar de ir com ele ao show só porque você está tendo uma crise histérica, senhor Ronald Weasley! Ele é meu amigo! Vai vir a Hogsmead só para ir ao show e eu vou com ele sim!

Pois faça bom proveito da companhia dele então! Porque a minha você não vai ter! – gritou o ruivo, escada a cima, sem nem perceber a chegada do amigo.

O que diabos está acontecendo aqui? – perguntou Harry, se aproximando de uma nada satisfeita Hermione.

Ela o olhou, tentando não demonstrar raiva. Deu de ombros.

Nada demais. O seu amigo está tendo ataques de ciúmes, mais uma vez...

Harry cruzou os braços.

Deixe-me adivinhar... Krum? – ela fez que sim – Só isso para deixar o Rony daquele jeito mesmo.

Qualquer um percebe... Menos ele. – bufou a garota.

Ele percebe sim... Sabe mais do que ninguém, na verdade. Só não quer dar o braço a torcer. Você tem que ter paciência.

Pois eu não vou ficar esperando ele resolver dar o braço a torcer um dia, Harry. O Rony é teimoso demais, se eu depender disso vou morrer solteira. Por isso eu vou aquele show com o Vitor sim, e está acabado. Se ele não quiser ir o problema é dele.

Ele concordou em silêncio.

Faça como achar melhor. Se precisar de mim é só falar.

Ela acenou com a cabeça. Parecia triste e cansada, não costumava ver a amiga assim. Então, ela passou a mão pelos cabelos e arrumou a postura novamente.

E então, como foi a aula com a Mira hoje? – perguntou, mudando de assunto.

Muito... Muito proveitosa.

Mione logo percebeu que havia mais do que uma simples aula bem dada naquele tom de voz.

O que aconteceu?

Ele sentou-se em um dos sofás e fez sinal para que ela sentasse ao seu lado, enquanto pegava um livro e abria sobre o seu colo para fingir que discutiam sobre algo escrito nele.

Com cautela e em tom baixo ele contou a amiga toda a conversa que ele e Mira tiveram com Bellatrix. Hermione ouviu tudo em silêncio, o interrompendo apenas para pedir mais detalhes.

E então, o que você acha? – perguntou ao final da explanação.

Ela pensou por alguns minutos.

Acho arriscado.

Harry ficou em silêncio, pensando na resposta da amiga. Percebendo isso, ela tentou se explicar melhor.

Depender de uma mudança de lado do Malfoy é muito arriscado.

Acha que não vale a pena tentar?

Para derrubar Voldemort? Não. Já se for para eles ficarem juntos...

Harry riu.

Apoiando Malfoy e Gina agora, Hermione?

Ela deu de ombros.

Se tanta gente fala que ele realmente gosta dela, fazer o quê? Alguém tem que ser feliz nessa vida, não é? Se bem que... A Gina é uma Weasley e, conhecendo os Weasley como conhecemos, diz pra mim, você realmente acredita que aquela cabeça dura vai dar o braço a torcer algum dia também?

Acredito... Assim como acredito que um dia o Rony também vai cair em si. Só espero que, nos dois casos, não seja tarde demais.

Hermione sorriu envergonhada, em seguida sua expressão voltou a ficar séria.

Mas o que será que a Mira tem em mente? Deve ser um plano muito bom.

Harry balançou a cabeça de um lado para o outro.

Não me pergunte. Já pensei e pensei e não consigo imaginar o que possa ser. E sei muito bem que não vai adiantar perguntar para ela... Teremos que esperar.


Mais uma semana se passou sem Harry conseguir descobrir o que Mira planejava. Gina provavelmente nem sequer desconfiava que a amiga sonserina estava armando para que ela voltasse com o ex-namorado.

Não foi nem uma, nem duas vezes que Mira entrou no assunto "Malfoy" enquanto elas treinavam sob as orientações do rapaz, mas nem assim a ruiva percebeu as intenções dela e só chegou a estressar na vigésima quinta vez que ela perguntou sobre uma possível volta.

Não, não e não! Já falei mais de mil vezes, não tem mais volta!

A sonserina guardou a varinha. Já haviam terminado o treino.

Não sei por que do estresse... Só fiz uma perguntinha boba.

Perguntinha boba que você repete toda hora!

E daí? Se você não se importasse mais com ele mesmo não teria essa reação, não é verdade, Luna?

A loira concordou, sem nem prestar atenção direito, enquanto Harry ria da cara de brava que a Weasley fazia para ela.

Sério, - continuou Mira – se você não sentisse mais nada por ele...

Olha aqui, Mira! – Gina abaixou a varinha com a cara mais vermelha que seus cabelos - Eu sinto, tá legal! Eu sei que sinto ainda, mais vai passar! E você me ajudaria mais se não ficasse me lembrando da existência dele toda hora!

A morena deu de ombros.

Tudo bem. Só acho estranho esse tipo de atitude vinda logo de você...

Como assim?

Bom, você é uma Grinfinória. – Harry sorriu por dentro, não dava pra acreditar que ela ia usar aquela desculpa tão manjada – Pelo que dizem vocês não costumam ter medo de nada. Não é, Luna?

Mais uma vez, a loira confirmou, sem dar muita atenção ao que diziam.

Então... estranho você estar fugindo logo agora.

Eu não estou fugindo de nada!

Tá sim...

Não estou!

Está...

Eu NÃO estou!

Mira deu um olhar questionador para Luna. A loira olhou para as duas meio que sem entender. Gina usou a sua cara mais brava, como quem dizia que se a amiga concordasse dessa vez ia ter que se ver com ela.

O que? – perguntou Lovegood, perdida.

A Gina não está fugindo do que sente pelo primo-sem-sal?

Ah, isso está sim... – Gina bufou em resposta - Mas não acho que esteja errada.

E você, Harry, o que acha?

Eu?

É, você... Você é Grifinório como ela. Não te parece covardia o que a Gina está fazendo?

O olhar severo da Weasley se voltou para ele.

Bom. Sim e não... – foi a vez de Mira dar-lhe um olhar severo – Claro que eu apoio o fato dela estar sendo firme em não voltar com ele. – ele achou melhor não "mudar de lado" de repente – Mas se ainda gosta do cara, deveria...

Deveria o que, sr. Harry Potter!

.-..Lutar por ele...

Lutar! – Gina não podia acreditar que estava escutando aquilo justamente da boca dele – Lutar por alguém que não quer nada comigo? É isso que você acha que a idiota aqui deveria fazer?

Eu não disse isso. Acho apenas que esse "não querer nada com você" é discutível. O Malfoy não assumiria um namoro em público se não gostasse de você, não é mesmo?

Ele estava me usando, e você sabe muito bem disso!

É isso que estou dizendo que é discutível. Eu e a Mione conversamos muito sobre isso outro dia e... Sério. – disse, em resposta aos olhos arregalados de Gina – Acho que, mesmo para usar alguém, ele teria receio de fazer o que fez...

Está tentando me dizer que ele gosta de mim, Harry, é isso?

Estou tentando dizer que há a possibilidade de isso ser verdade. Embora eu não goste nem um pouco... A questão é, se for verdade o que você vai fazer?

Ela pareceu distante por um momento.

Não sei... – respondeu pensativa, depois balançou a cabeça de um lado para o outro – Mas não acho que tenha que me preocupar com isso, porque não é verdade. Ele simplesmente finge que eu não existo, nem se quer tentou uma reaproximação. Se gostasse de mim teria tentado algo.

Bom, você não é das mais receptíveis sabe... – ponderou a amiga.

Nem vou ser! Ele pisou na bola comigo, Mira. Não vou baixar a guarda para ele fazer isso de novo.

Harry olhou para a namorada, que deu de ombros novamente.

Bom, teimosia também é coisa de Grifinórios... fazer o quê?

Gina soltou um muxoxo irritado, pegou o material que havia acomodado no chão e seguiu em direção ao castelo sem dizer mais uma palavra.

Acha que isso vai adiantar, Mira? – perguntou Luna.

Mira sorriu.

Se vai adiantar eu não sei... Mas que foi divertido, isso foi. – Harry a encarou sério, enquanto ela começava a rir. Não havia nada de engraçado em cutucar as feridas do coração de alguém – Tá bom, tá bom... – disse ela, percebendo o olhar do namorado – Foi só um pouquinho divertido... Mas acho que vai surtir efeito sim, Luninha. Ela vai ficar com isso na cabeça agora, exatamente o que eu preciso para que tudo dê certo.

E quando vai nos contar o que tem em mente?

Ora, sr. Potter, eu não vou estragar a surpresa. Agora vamos. Preciso conversar com meu querido priminho leite-azedo. – ela fez uma careta – Eu não sei como a Gina pode gostar daquilo, mas...

Gosto não se discute, Mira... – disse Luna, levantando seu próprio material nos braços também – Se lamenta. Se nós mandássemos no coração, você estaria namorando o Harry por acaso?

Claro que não.

Ah não, é?

Lógico que não... já falei que você é conhecido demais entre os bruxos. Meu ego se irrita demais com isso. E eu costumo levar muito a sério o meu ego.

Ele riu.

Ainda bem que seu coração falou mais alto dessa vez. – disse, enquanto envolvia a cintura da namorada e os três se puseram a seguir o caminho que Gina havia feito há poucos instantes atrás.

Ela deu de ombros.

Na verdade, eles ainda estão discutindo pra ver quem tem razão... por isso não pise na bola comigo, sr. Potter. Pode ser o que o meu ego precisa para fazer meu coração calar a boca.

Sim, senhora, senhorita Black. Pode deixar!

Eles entraram no castelo pouco antes do jantar ser servido. Separaram-se e seguiram para seus respectivos salões, para se preparar para a ceia.

Rony parecia menos emburrado. Ele levou boas semanas para digerir a briga com Hermione e mais tempo ainda para entender o "plano" que estavam pondo em prática.

Deixe-me ver se entendi. – disse ele quando desciam para jantar, após ter pedido para que Harry explicasse, novamente, por que juntar Malfoy e Gina - Vocês estão querendo trazer aquele cara pro nosso lado e vão usar a MINHA IRMÃ como isca?

Não é bem assim Rony... – disse Mione – Ninguém está usando a Gina como isca, só estamos querendo que ela dê uma chance para o que sente... E ele também.

O Malfoy NÃO sente nada! Será que é tão difícil vocês entenderem que ele não tem coração para gostar de alguém? Ainda mais da Gina! O que ele veria na Gina?

Sua irmã é bastante atraente, caso não saiba, Rony. É disputada por vários garotos do colégio.

Se é tão disputada por que está sozinha, hein?

Por que ela ainda gosta do Malfoy. – concluiu a garota – Óbvio.

Ele ficou calado por alguns segundos, em seguida alfinetou.

Eu não sei por que estou discutindo com você, afinal você entende tanto de amor, não é senhorita Granger?

Não muito, mas mais que você com certeza, senhor Weasley.

Pelo amor de Mérlin, vocês não vão começar de novo! – cortou Harry, antes que o nome de Vitor Krum fosse citado.

Eles se calaram e seguiram assim até o salão.

Quando entraram no recinto, Harry logo percebeu que Mira e Malfoy conversavam ao lado da mesa de sua casa. O loiro dava alguns olhares discretos para onde Gina que estava sentada, de costas para eles, mas era visível que falavam sobre a ruiva.

Sentaram para jantar enquanto os sonserinos continuavam em pé. Para sua surpresa não eram apenas eles que haviam percebido a conversa. Sentado à frente do trio, Neville Longbotton também olhava desconfiado a cena. Ele balançou a cabeça com as feições bastante descontentes e murmurou:

A corja resolveu se reunir...

Só então se deu conta da presença de Harry, que por sua vez fingiu não ouvir. Já tinha preocupações demais para ficar se importando com a revolta de Longbotton.

Mais alguns minutos e, finalmente, com um movimento brusco e olhar irritado Malfoy se afastou de Mira. Ela, por sua vez, parecia bem feliz com o término da conversa.

Afastou-se saltitante da mesa, passou por Gina, cumprimentou-a com um sorriso cínico e, pela cara da amiga, ela sabia que teria que dar satisfações mais tarde, mas nem isso pareceu abalar sua felicidade.

Oiiii! – disse abraçando Harry pelas costas, em seguida cumprimentou Rony e Hermione com a cabeça também.

O rapaz respondeu com um aceno desmotivado, enquanto Granger lhe dava um empurrão para chegar para o lado e abrir espaço para que Mira pudesse sentar.

Venha, Mira. Janta com a gente. – disse com delicadeza.

Acho melhor mesmo. – respondeu a outra, enquanto sentava ao lado do namorado – Do jeito que estão as coisas lá na Sonserina, é capaz de envenenarem a minha comida. – disse entre risos.

Cuidado... aqui também. – resmungou Neville à sua frente, em alto e bom som.

Ela o encarou meio que surpresa. Harry teve a nítida impressão que ela não sabia nem de quem se tratava.

E quem vai fazer isso, você, Longbotton? Sabe, eu tô pagando pra ver!

Mira... – Potter a cutucou por baixo da mesa.

Que foi, Harry? – exclamou ela – Esse idiota tá me ameaçando, se é que não percebeu ainda?

Eu já percebi, só não acho que precisa que o colégio inteiro note também. – em seguida ele voltou o olhar irritado para o colega de classe – E eu gostaria de lembrar-lhe que ela é minha namorada, Longbotton.

E filha daquela mulher! – rosnou Neville.

Achei que já tínhamos chegado a conclusão que a Mira não tem culpa de quem são seus pais, Neville. – disse Hermione, achando melhor interferir.

Eu também. Mas vejo que ela resolveu manter as péssimas companhias que a mãezinha dela... Donde se concluí...

Olha aqui, seu idiota! Eu não tenho que te dar satisfações sobre a minha vida! Até porque não somos tão diferentes assim, tá legal? Você não pode falar nada da minha procedência... Ai!

Harry deu um pisão no pé da namorada. Puro reflexo, já que ele não tinha certeza que ela se referia ao que ele achava que se referia.

Não me compare a você... sua... sua... Filha de Comensal! – rosnou o rapaz, levantando-se e batendo com os punhos na mesa. Hermione tomou um susto, nunca vira Neville tão descontrolado.

Igual a você! – berrou Mira fazendo o mesmo gesto que ele. Os dois ficaram se encarando por intermináveis segundos.

Até que Harry se levantou também, mas, antes que pudesse dizer algo, Neville o cortou.

Por que não volta para o lugar de onde veio? – perguntou ele em tom baixo, sem ligar para o insulto anterior dela, o qual considerara insano.

Olha aqui, Neville – disse Hermione, levantando-se do outro lado da Sonserina – Quer você queira ou não, a Mira é nossa convidada para jantar. E não há nada nas leis de Hogwarts que a impeça disso.

É, - disse Rony, que também se pois de pé, para surpresa dos outros – Ela é nossa convidada, Neville. Se não gostou, retire-se você.

Pois é exatamente isso que vou fazer... – respondeu o rapaz, retirando-se da mesa em seguida.

Os quatro se entreolharam, Mira deu um sorrisinho debochado.

Nossa, até pra comer eu causo esse furor. – disse, enquanto sentava novamente – Deve ser culpa do sangue.

Pode apostar que sim... – disse Hermione sentando-se ao seu lado, seguida por Rony.

Você é louca ou o quê? – perguntou Harry, ainda atônito com a discussão.

Ou o que... – disse a namorada – Ah, Harry! Nem vem. Eu não vou ficar calada enquanto aquele idiota fica me ofendendo! Ainda mais ele que não pode falar NADA da minha procedência.

Ele sentou-se, atordoado.

Como sabe disso?

Meu pai me contou. – disse, dando de ombros.

Bom. Então suponho que ele também deve ter te contado que o Neville NÃO SABE disso! – ela fez que sim, irritada – Então me faça um favor: mantenha essa boca fechada e NÃO CONTE!

Se ele não me encher de novo...

Mira!

Tá bom, tá bom! Não conto. Pronto, satisfeito? – ele fez que sim. Ela voltou a sorrir animada, como quando chegara à mesa – Agora, mudando de assunto, está tudo resolvido!

Tudo o quê? – perguntou Mione, curiosa.

Acabei de conseguir a autorização do Papagaio Albino.

Rony bufou do outro lado. Mira não se importou.

Está tudo acertado e eu duvido que a Gina resista... Ou seja, brevemente eles voltam a namorar.

Eu juro que não estou ouvindo isso... – resmungou Rony – E mais ainda, que não vou fazer nada para impedir... – concluiu em tom mais baixo.

Não vai? – Hermione parecia surpresa.

Não. – disse ele resignado – Por mais que me doa dizer, vocês estão certos. A minha irmãzinha está irreconhecível depois que terminou com aquela peste. Triste... Não gosto de vê-la assim. – ele deu um olhar de pena para a irmã, que comia mais adiante, alheia a conversa – Se vocês acham que isso vai ajudá-la...

Bom, já que estamos todos de acordo, - a Black esticou o braço – Vamos por em prática o plano i MW /i . Malfoy e Weasley! – disse rindo, achando graça por colocar aqueles sobrenomes tão próximos em uma mesma frase.

Hermione foi a primeira a colocar a mão sobre a dela, seguida de Harry. Os três olharam para Rony, esperando sua reação. Com muito custo, o rapaz fez o mesmo gesto, mas não sem antes soltar o seu peculiar bufar irritado.

Gina mal podia esperar o que lhe aguardava.