SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO 4:

Isabella olhou-se no espelho e não se sentia bem com o que viu. Não estava acostumada a usar roupas tão delicadas. Mas Pansey insistiu que ela comprasse aquele vestido vermelho, dizendo que havia ficado divino nela.

O vestido fino, de musseline de seda, possuía alças finas e um decote discreto nas costas e na frente, mas que caiu com tanta perfeição em seu corpo que a deixou sensual, como há muito tempo não se sentia.

A amiga se empenhou para que ela saísse linda para o Baile comunitário, fez questão de arrumar seus longos cabelos negros, deixando-os soltos e brilhantes. Para completar o conjunto, usava um par de brincos e colar de strass e uma maquiagem leve, aplicada por Pansey.

"UAU! O Isaak não vai resistir!"-exclamou Pansey, satisfeita pelo o que havia feito com a amiga.-"Acho que vou terminar aquele curso de cabeleireira e abrir um salão por aqui! A senhora Switt não entende muito de penteados e moda modernas, acho que ela deve ter parado nos anos sessenta! "

"Eu...eu não sei! Está muito chique!"-Isabella estava muito insegura, desde que Isaak a beijou em frente ao farol, a imagem não saia da sua mente.

"Está linda, tia!"-exclamou Laura, eufórica.

"Vá se divertir um pouco! Você quase não sai!"-Pansey colocou as mãos na cintura, falando com autoridade.-"Eu cuido de Laura, pode ir descansada e só volte bem tarde! Se aparecer aqui antes das duas da madruga, eu a tranco do lado de fora da sua casa!"

Isabella sorriu e concordou. Então a campainha tocou. Era ele.

Laura foi a primeira a descer as escadas e atender a porta. Enquanto descia devagar, ouvia a menina conversando animadamente com Isaak.Quando apareceu, ele parou de falar e ficou admirando-a.

Realmente, Isaak tentava se lembrar se já havia visto alguma mulher tão linda antes! Não se lembrava de ninguém.

Ele estava usando calças e uma camisa social, um terno completava o conjunto.

"Ainda bem que o Salão possui um bom aquecimento."-disse, procurando puxar conversa e disfarçar a repentina vontade de abraça-la e beijar a boca vermelha.-"Esquece o que eu disse...foi bobeira!"

"Eu não disse que isso ia enlouquece-lo?"-cochichou Pansey para a amiga, que a repreendeu com o olhar.

"Vamos?"-Isabella disse e pegou o casaco.-"Cama às nove horas, Laura!"

"Mas, tia! Amanhã é domingo!"-a menina reclamou.

"Então...dez horas!"

"Tá..."-aceitou inconformada.

Estava saindo, quando Isaak ofereceu para ajuda-la a vestir o casaco. Caminharam lado a lado, desde o que aconteceu na praia, evitavam tocar no assunto.

"Não precisava me acompanhar ao baile, Isaak."-disse quebrando o incômodo silêncio.-"Eu não pretendia..."

"Está linda, Isabella!"-ele a interrompeu, deixando-a corada.-"E não estou lhe fazendo companhia por obrigação. Gosto cada vez mais da sua companhia."

Chegaram ao salão, que já estava quase lotado. Olharam a procura de um lugar para sentarem e encontraram uma mesa, ocupada pelos Gibs, que acenaram e os chamaram para sentarem com eles.

"Agora sim a Srª Gibs vai ter certeza de que somos um casal"-disse Isabella forçando um sorriso quando se aproximavam do casal de idosos.

"E isso seria tão ruim?"-ele murmurou ao seu ouvido, deixando-a arrepiada.

Sentaram-se e conversaram um bom tempo.

"Soube que um comerciante marítimo vai iniciar uma expedição em nossa costa, Isaak?"-comentou Clyde Gibs.

"Não. Do que se trata?"

"Durante a Segunda Guerra um submarino alemão foi afundado perto daqui pela marinha canadense e americana."-explicou o senhor.-"Era um garoto na época, mas me lembro da história muito bem! Dizem que ele possuía um tesouro dentro dele!"

"Já ouvi isso."-disse Isabella.-"Acreditam que eram obras de artes roubadas de museus e coleções particulares durante a guerra por toda a Europa!"

"Exato!"-falou Clyde eufórico.-"Isso vai ser bom para Turtle Bay, pois eles pretendem empregar pessoas daqui para ajudarem na procura do submarino! Ei, Isaak. Você podia se candidatar a um trabalho! Você é um excelente marinheiro e faz de tudo!"

"Talvez."-as feições de Isaak ficaram mais preocupadas.-"Esse comerciante marítimo, o que está financiando tudo, como ele se chama?"

"Ah, deixe-me lembrar... ele é grego!"

"Ora que cabeça mais esquecida, Clyde!"-Margareth o repreendeu.-"É Solo. Julian Solo!"

"Julian Solo?"

"Você o conhece?"-Isabella perguntou, estranhando o nervosismo dele.

"Não!"-respondeu imediatamente.-"Só por revistas."

O conjunto tocava músicas mais alegres, chamando os jovens a pista de danças.

"Não quer dançar?"-Isaak perguntou mudando de assunto.

"Não. Realmente esse não é o tipo de música que gostaria de dançar."

Então como se a banda a tivesse escutado, iniciou-se uma melodia romântica, que falava de um amor que havia partido.

"E, agora? Gostaria de dançar, Isabella?"

"Eu...eu..."

E, antes que pudesse retrucar, Isaak levantou-se e a puxou pela mão até a pista, sob os olhares de aprovação dos Gibs.

As luzes estavam fracas, e o ritmo era lento, fácil de se acompanhar. Isaak a segurou ainda mais perto. Ela levantou o olhar, mas só viu os lábios dele se aproximando até pousarem sobre os seus numa carícia suave, que logo se intensificou, tornando-se quente e sensual e, se sentir, Isabella correspondeu com igual intensidade.

Quando Isaak levantou a cabeça, ambos se olharam, Isabella desviou o olhar, sentindo-se envergonhada e se afastou dele.

"Eu...preciso ir lá fora respirar, sozinha!"-Isabella foi até a saída.

Parou no estacionamento e respirou fundo. O que estava havendo com ela? Prometeu a si mesma que não cairia mais nos truques de sedução de nenhum homem e lá estava ela, se derretendo toda por causa de uns beijos trocados com um homem que ainda era um completo estranho para ela.

Sentiu frio, havia esquecido de pegar o casaco, pensou em voltar e pegá-lo. De repente, sentiu que alguém a abraçou pela cintura e puxou-a para um canto escuro atrás do salão.

"Está linda, Isabella!"

"PERCY!"-ele estava embriagado.-"Me solte!"

"O Caolho não é melhor do que eu!"

Isabella fez uma careta de nojo, Percy Austen estava com um odor pungente de cigarros, bebida e peixe, causando-lhe náuseas. Supôs que ele não tomara banho depois de ter voltado do mar.

"Preparada para ter um homem de verdade?"-indagou com um sorriso .

Nervosa, Isabella tentou se livrar dele, mas Austen era muito forte e não conseguia se livrar dele. Austen aproximou os lábios e puxou a alça do vestido, rasgando-a. Como estava sem sutiã, os seios de Isabella ficaram expostos à mãos de Percy. Ele apertou um dos mamilos e beijou-a.

Enojada, Isabella recuou imediatamente e com um movimento brusco, jogou a cabeça para frente, colidindo no nariz de Percy. Logo em seguida, ele a empurrou, fazendo-a bater a nuca na parede.

"VACA!"-ele avançou contra ela, com o nariz escorrendo sangue e a apertou contra a parede.

De repente, Isabella se viu livre de seu agressor e Isaak estava lá, jogando Percy contra um carro estacionado perto. Ele levantou-se e avançou contra Isaak, que nem se abalou, desferindo um soco contra o estômago de Percy, que se ajoelhou ao chão contraindo de dor.

O olhar de Isaak estava carregado de raiva. Isabella tinha certeza de que se quisesse, ele poderia matar Percy num piscar de olhos. Ao invés disso, ele ignorou-o como se fosse um verme e voltou sua atenção para Isabella.

"Isabella?"-ele a chamava ansioso.

A testa e a nuca de Isabella doíam devido aos impactos recebidos, mas fora isso e a humilhação que sentia, estava bem.

"Estou bem."-murmurou.

Isabella apoiou-se nele. Isaak a abraçou pela cintura, sustentando-a. Com o intuito de agradecer, Isabella olhou para ele. Então, notou que Isaak fitava os seios completamente expostos.

"É melhor se cobrir."-ele sugeriu, pegando o casaco dela.-"Você o esqueceu, vim atrás de você para devolvê-lo."

"Obrigada..."-murmurou, enquanto se cobria.

"Vou leva-la para casa."

"Não!"-ela respondeu rápido.-"Se chegar em casa agora e nesse estado, assustarei Laura."

"Tem razão."-ele enfiou as mãos nos bolsos da calça.-"Tenho agulha e linha em meu barco. Sabe costurar?"

"Sim."

Algum tempo depois, estavam no barco de Isaak, e ele a deixou em sua cabine, sentada em sua cama, enquanto procurava algo em seu armário. Chegou com uma caixa com agulhas e linhas e uma camisa, colocando-os sob um móvel.

"Eu vou esperar lá fora."-disse.

"Isaak, espere."-ela pediu segurando a mão dele.-"Eu não sei como agradecer, se você não tivesse aparecido eu não sei..."-ela não conseguiu terminar a frase.

Com um suspiro, Isaak ajoelhou-se diante dela, e beijou uma lágrima que rolava no rosto de Isabella.

Tamanha ternura derrubou de vez as frágeis defesas de Isabella. Quando ele a beijou nos lábios, não houve resistência. Isaak deslizou as mãos nos cabelos negros de Isabella e a puxou para mais perto de si e aprofundou o beijo. Isabella correspondeu imediatamente, segurando-o pelos ombros e deslizou uma das mãos até a sua nuca, acariciando-a.

Isaak interrompeu o beijo para respirar melhor, e em seguida beijou a curva do pescoço e o decote do vestido. Isabella estremeceu de desejo. Um gemido escapou-lhe dos lábios.

O tecido do vestido roçava a pela macia. Isaak a deitou na cama e, delicadamente, acariciou um de seus seios, circulando a pele enrijecida como se soubesse exatamente do que ela necessitava. Pequenas ondas de prazer percorreram-na, trêmula, gemeu.

"Isabella..."-ele sussurrou seu nome.

Isabella não sabia o que dizer fitou-o. Seu olhar cintilava de puro desejo.

Num movimento sensual, Isaak tacou a garganta de Isabella com a boca e a língua, descendo até o vale entre os seios, o qual estava exposto pelo vestido rasgado e envolveu um dos seios com os lábios, sondando-os demoradamente enquanto Isabella acariciava seus cabelos, totalmente entregue.

Ofegantes, se livraram das roupas que ainda usavam e se entregaram a paixão que parecia queimar seus corpos. Ansiosa, deslizava as mãos pelos ombros tensos, os sentidos incendiados pelas carícias intermináveis e crescentes que ele lê fazia nos quadris, as coxas entrelaçadas como se nada pudesse detê-los ou separa-los!

Ela levou a mão até o tapa olho dele e tentou tira-lo, Isaak segurou sua mão rapidamente, impedindo-a.

"Não..."-ele pediu.

Mas ela ignorou o pedido e retirou a peça, para logo em seguida erguer a cabeça e beijar com sensualidade a cicatriz em seu rosto.

"Sempre quis fazer isso."-ela disse.

"Isabella..."

Ele deslizou a mão até a região entre as coxas, incitando-a com os dedos experientes. A umidade de Isabella, o brilho desejoso nos olhos e os gemidos de prazer indicavam que estava pronta.

Então, suas pernas se abriram para recebe-lo, numa urgência tão grande que só os excitava mais e mais. Num gemido se abraçaram com força, as peles úmidas de suor, os lábios unidos num beijo devastador, e ele começou a penetrá-la.

Por longos minutos, houve apenas as respirações ofegantes, os sons dos dois corpos unidos. Ofegando e gemendo contra o pescoço de Isabella, Isaak apoiou as mãos cerradas ao lado da cabeça dela. Encaixavam-se com perfeição.

Isabella deslizou as mãos pelos ombros dele, pelas costas, pelas nádegas rijas, encantada com aquele jeito quase indefeso em seus braços, tão concentrado em possuí-la que parecia ter se esquecido do resto do mundo.

Enquanto os movimentos de seus corpos aumentavam de intensidade, penetrando-a mais e mais, Isaak murmurava o nome de Isabella diversas vezes. E ele continuou a penetra-la e a estimulava com carícias cada vez mais ousadas, até senti-la tremer, estremecer, até faze-la atingir o clímax e ela gritar por seu nome.

Logo, Isabella sentiu-o vibrar também, e Isaak entregou-se ao ápice, que o sacudiu violentamente. Depois, se deixou desabar na cama, puxando-a de encontro a ele, abraçando-a.

Como o mar que se acalma após uma tempestade, permaneceram abraçados, quietos e calados, apenas desfrutando do momento.

"Quanta paixão escondida por trás daquela aparência tão séria!"-ele murmurou, acariciando seus lábios com os dedos.

Ela pensou em dizer algo, mas foi calada com um beijo.

"Não diga que não sentiu nada, Isabella..."-ele disse.-"Seja sincera."

"Foi...maravilhoso!"-ela disse, tocando com as pontas dos dedos a face marcada pelo ferimento.

"Quero guardar isso sempre em minha memória."-Isaak disse, beijando-lhe os cabelos.

"Fala como se fosse partir?'-Isabella afastou-se um pouco.-"Por que? Ficou estranho quando ouviu falar sobre aquele tal empresário."

"Não é nada! É impressão sua!"-sua mão deslizou pela perna delgada e relaxada, para descansar sobre a coxa macia.-"É que desde que a vi, tenho sonhado com esse momento, de tê-la aqui, ao meu lado, em minha cama..."

Isaak puxou-a para si, murmurando palavras carinhosas nos ouvidos dela e procurando-lhe os lábios.

Isabella sentiu-o vibrar mais uma vez, e com um suspiro, deu-se inteira aos apelos de seus corpos. Dizendo a si mesma que ele escondia algo, mas que isso não importava. Queria viver aqueles momentos agora, plenamente...o futuro, ficaria para depois.

Continua...