No capítulo anterior... Kasuga acaba por contar a seu filho a história de sua vida. Sesshoumaru realmente pode mudar sua maneira de pensar após esta acontecimento? Afinal, a vida de sua mãe fora salva por uma humana...

Capítulo VII - Rastro de Sangue

"Espero que algum dia aceite que, se não fosse pelo bom coração de uma humana, eu não estaria aqui. Consequentemente, você também não estaria."

Sesshoumaru recordou as palavras de sua mãe. Deitado em seu futon, pretendia descansar um pouco. Fitava o teto de seu quarto na penumbra, imerso em pensamentos conflituosos.

"Humanos são seres absolutamente inferiores" - o youkai pensava consigo - "Não possuem qualquer utilidade."

"Sesshoumaru, se despreza tanto os humanos, por que permite que uma garotinha humana o siga?"

"Eu salvei a vida dela..."

"Você poderia afastá-la facilmente. Por que não o faz?"

"Por que não o faço?" - repetiu Sesshoumaru. Fechou os olhos e tratou de aquietar a mente. Pensaria neste assunto sem importância mais tarde.

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- Para onde vai? - Kasuga perguntou suavemente, observando Sesshoumaru com os olhos semicerrados devido a claridade do Sol, que estava atrás dele, na altura de seu rosto.

- Verificar a situação destas Terras abandonadas. - respondeu ele friamente.

- Sinto muito... por ter ignorado a situação de nosso território, mas...

- Isto não é trabalho para a senhora. - Sesshoumaru interrompeu-a - Apesar de tudo, não deixa de ser uma mulher.

- Sesshoumaru-sama! - Rin chamou-o, aproximando-se dele saltitante, pronta para segui-lo.

- Fique onde está, Rin.

- Ahn? - a menina surpreendeu-se, parando.

- Desta vez ele deve ir sozinho, menina Rin. - Kasuga respondeu por Sesshoumaru, abraçando a garota protetoramente ao redor de seu pescoço.

Rin fez um beicinho, mas acabou por concordar com um aceno de cabeça.

- Tenha cuidado, Sesshoumaru. - pediu Kasuga.

- Volte logo, Sesshoumaru-sama! - Rin acenou para ele.

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- Este tal de Naraku era realmente terrível... - murmurou Kasuga, escutando a narração de Jaken, vez por outra interrompida por uma observação ingênua de Rin.

- Sim, Kasuga-sama. - respondeu Jaken, respeitoso - Aquele youkai desprezível causou muitos transtornos ao Sesshoumaru-sama.

Kasuga meneou a cabeça desconsoladamente. Ela só conhecera esta história através de Jaken. Sesshoumaru provavelmente nunca lhe contaria.

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Sesshoumaru ergueu as garras manchadas de uma cor semelhante ao Sol que se punha.

No momento se encontrava num vilarejo localizado a grande distância de seu castelo. Humanos "da pior estirpe" (ladrões) tinham tomado o controle do lugar, instalando o caos na região. Como ninguém tentara expulsá-los, Sesshoumaru acabara tendo que retomar o controle com suas próprias mãos.

Aproximou-se de um riacho de águas calmas e lavou as mãos numa pequena cachoeira que jorrava cristalina de algumas pedras, ignorando o barulho irritante que incomodava sua audição sensível.

Uma mulher, escorada encolhida na parede de uma cabana, abraçava protetoramente seu filho pequeno, de menos de um ano de idade, que chorava a plenos pulmões.

Sesshoumaru ergueu os olhos para a Lua que lentamente surgia no céu. Então começou a caminhar. A mulher, achando que ele vinha em sua direção com objetivos assassinos, encolheu-se ainda mais e suplicou, aflita e sem encará-lo:

- Por favor, senhor youkai, poupe a vida de meu filho! Ele não tem culpa de nada do que aconteceu! Por favor, senhor!

Sesshoumaru, sem cessar seus passos, dirigiu-lhe um olhar congelante, que parecia lhe dizer com todas as palavras o quanto o youkai desprezava aquela raça fraca.

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- Sesshoumaru-sama! - Jaken chamava-o a plenos pulmões, correndo em sua direção.

- O que foi? - perguntou, fingindo não ter conhecimento sobre a resposta. Afinal, aquele cheiro lhe trouxera às pressas de volta para casa.

- O castelo foi atacado! - respondeu Jaken, parando ao lado de seu senhor e então tentando recuperar o fôlego - Foi atacado por um youkai que disse ter preparado uma armadilha com alguns humanos... Estes humanos eram para distrair o senhor, afastando-o de sua mãe e...

- Veio apenas para me avisar isso, Jaken? - perguntou Sesshoumaru, lançando à seu servo um olhar extremamente frio. Jaken jamais se deparara com olhos assim. Era como se uma grossa crosta de gelo tivesse se formado ao redor de seu pequeno corpo. Tremendo de medo (ou de frio ') dos pés à cabeça, curvou-se ante seu mestre:

- Me perdoe, Sesshoumaru-sama! - implorou, largando o Bastão de Duas Cabeças - Eu não poderia fazer nada... E imaginei que, se viesse atrás do senhor, ...

- Faça silêncio. - ordenou Sesshoumaru e Jaken obedeceu prontamente, permanecendo agachado no chão sem ousar encará-lo.

"Certamente o mestre vai me matar... Ele não vai me perdoar desta vez... Espero que, pelo menos, ele seja rápido..." - Jaken pensou, assustado. Quando deu por si, Sesshoumaru estava longe.

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Sesshoumaru caminhava pelos corredores de seu castelo, procurando o miserável youkai que fizera tudo aquilo. Todos os seus servos estavam mortos, jogados aqui e ali pelo caminho.

- Apareça, maldito. - ordenou, sem emoção na voz, parando a frente de uma porta corrediça. O quarto de sua mãe.

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