Nota: Os personagens de Harry Potter foram criado por J.K.Rowling portanto não me pertencem, todos sabemos disso XD
Alguns outros personagens são meus, criados para contentamento da história.
É a minha primeira fic depois de ler tantas e tantas, criei coragem para fazer uma, portanto não podem ser maus comigo ;D

Capítulo 1 - Um desejo, uma dor.

Harry estava sentado em um banco próximo a uma pequena fonte, ele observava as poucas pessoas que se aproximavam com olhares ansiosos e atiravam moedas na água.

Por que ele também não tentava de todas as formas realizar os seus desejos? Mesmo que isso signifique atirar tolamente moedas em uma fonte, esperando que isso de alguma forma transforme tudo em realidade. Ele levantou e aproximou-se devagar enfiando a mão no bolso de sua jeans surrada, fechou os olhos e jogou uma moeda brilhante dentro da fonte.

- Eu desejo que...

- Achei que você não acreditava nessas coisas... - uma garota de cabelos castanho-claro e encantadores olhos cinzentos sentou-se no banco em que ele estava anteriormente. Vestia jeans preto e uma blusinha de manga curta da mesma cor, parecia bastante simples mas nela ficava perfeito. Harry sorriu para ela e respirou fundo antes de sentar-se ao seu lado.

- Eu só estava experimentando... - ele deixou que seus olhares se encontrassem e por breves segundos seu coração palpitou vacilante até que ela desviou o olhar para as próprias mãos repousadas no colo e esboçou um sorriso carinhoso.

- Não estou te recriminando ou pedindo explicações, apenas achei uma cena bastante pitoresca... Para Harry Potter estar fazendo pedidos a uma fonte significa que é algo realmente MUITO importante... Ou talvez só esteja desesperado... - ela piscou para ele sorrindo divertida enquanto o rapaz corava e sorria de forma afetada dando pequenos cutucões no braço da amiga.

- Não seja tão exagerada... eu só queria saber o significado de atirar moedas em fontes, Mel... Você vive fazendo isso... - ele sorriu maldosamente quando a garota corou.

- Não seja bobo.. - ela mostrou a língua desconversando - Preparado para as férias? Hmm.. Certo, não são as fééérias, mas pode ser divertido... Um mês inteiro em casa, você já programou algo?...

Os pensamentos de Harry corriam longe enquanto Melissa falava sem parar sobre as tão esperadas férias, ele não estava tão feliz quanto ela. Ele tinha sim uma casa para voltar, mas não havia ninguém esperando por ele. Desde que terminara Hogwarts há dois anos, mantinha contato com Dumbledore através de cartas, Rony e Hermione também mandavam muitas cartas e sempre se encontravam em datas comemorativas mas para ele não era o bastante. Ele queria encontrar os amigos, queria assistir mais jogos de Quadribol com Rony, queria mostrar a Hermione as coisas novas que havia aprendido...

Hermione...

Pensar nela já era uma constante. De alguma forma a amiga querida havia infiltrado-se mais profundamente em seu coração. Comparava todas as garotas que conhecia com ela, nunca saia com nenhuma que não lembrasse pelo menos um pouco a garota, seja no aspecto físico ou na forma de pensar.

- Eu quero viajar, não sei.. Conhecer lugares novos, estou um pouco cansada disso tudo e...

Prestava pouca atenção nas coisas que Mel falava, naquele momento ele estava analisando o perfil da amiga. Há dois anos eram amigos, estavam sempre juntos; exceto nas férias quando Harry partia para junto de Rony e Hermione. Ela era mais baixa do que ele, muito bonita e os cabelos tinham um perfume maravilhoso...

Hermione...

Melissa tinha o jeito preocupado da amiga, mas com menos rigidez e mais meiguice. Quando estudaram em Hogwarts, prestara pouca atenção nela, tinha problemas o tempo todo e sobrava pouco tempo para perceber os outros ao redor. Desde que seguira o desejo de ser auror, surpreendeu-se por encontrar a antiga colega, sinceramente ela não tinha muito jeito quando era mais nova, mas agora era uma aluna exemplar. Exatamente como...

- Hermione! - Harry ouviu Melissa cumprimentar - Como vai?

Ela estava perfeita. Usava um vestido bastante simples com pequenas flores estampadas, os cabelos ondulavam ao vento e os olhos... Opa. Que olhar era aquele? Harry corou e sentiu o pescoço esquentar quando Hermione aproximou-se e o abraçou calorosamente.

- Harry quanto tempo! - ela sorria e abraçava o amigo com tanto carinho que ele chegou a imaginar que talvez ela também sentisse algo.

- Hey Mione... O que faz por aqui? - ele sorriu feliz dando um beijo no rosto da amiga.

- Resolvi dar uma passadinha para te ver, começam as férias agora não é? A Mel me contou... - Melissa abriu um sorriso cúmplice e piscou para Harry que riu baixo e desviou o olhar sentindo as orelhas quentes.

- Ah eu..eu preciso arrumar meu baú ainda... Tenho coisas espalhadas por todo canto... Até depois Mione.. Harry...- Harry sorriu achando engraçada a forma como ela se atrapalhava na hora de inventar desculpas.

- Vamos, Mione.. Que tal um sorvete? - ele pegou na mão da amiga e a puxou acenando para Mel.

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Melissa ficou olhando Harry se afastar com Hermione. Mantinha o mesmo sorriso de sempre, o sorriso que usava para conter toda a mágoa, toda a tristeza que suas ações lhe traziam.

Ele já sofreu por tanto tempo agüentando todo o peso de ser o Menino Que Sobreviveu, é hora de ele ser feliz.

Ela havia nascido trouxa. Como ele, também cresceu em uma família que não a amava mas diferente do amigo; depois encontrou um lugar que chamava de lar, que lhe trazia conforto e aliviava seus temores.

Por muito tempo seguiu de longe a presença de Harry, ajudou na Armada de Dumbledore, participou secretamente da investida no Ministério, ganhara uma cicatriz profunda nas costas quando lutou contra os comensais no Dia-Que-Você-Sabe-Quem-Caiu. Ela sabia que não havia muito a fazer agora, ela viveria sempre como uma sombra perto dele.

Quando chegou no dormitório feminino, agradeceu por encontra-lo vazio. Seu coração estava disparado e a garganta apertava muito dificultando sua respiração. Devagar, ela arrumou seu baú e quando pegou sua vassoura para prender o malão sentiu-se derrotada. Sentou-se na cama sentindo o gosto salgado das lágrimas, não queria chorar, não haviam motivos...mas então por que seu coração não conseguia aliviar-se?