Capitulo 1 – A Partida

O sinal de alerta tocou. James Eagle levantou-se rapidamente e em menos de 30 segundos estava vestido e sentado em sua cadeira gritando ordens.

- Levantar Escudos Sr. Satin.

- Escudos ativados Capitão. – respondeu o alferes Satin que estava nos controles.

- Ativar Feisers e Torpedos Sr. Krull.

- Todas as armas preparadas Sr. – respondeu o Tenente Krull

- Sr. Luthor, preparar manobras evasivas.

- Sim senhor. Sistemas preparados. – respondeu o Piloto.

Na tela principal estavam 3 naves Kevlanas. Antes que a resposta do piloto fosse concluída, a nave sofreu dois impactos. A ponte estremeceu e alguns circuitos explodiram.

- Disparar feisers em carga máxima na nave da esquerda. – ordenou o capitão. – Torpedos nas demais naves.

A ordem foi cumprida, porém, o efeito não foi o esperado. A primeira nave sofreu avarias leves e parte de seus escudos ficaram avariados. Podiam ser vistos pequenos rasgos na lateral esquerda da nave indicando ruptura de escudos. Esta nave ainda foi capaz de revidar de forma violenta com dois torpedos que abriram o casco da nave do deck 7 ao 14. A segunda nave levou uma salva de torpedos diretamente no corpo principal onde se supunha estar localizada a ponte e um enorme rombo podia ser visto, porém esta também revidou com duas salvas de rais que separaram a nacele esquerda da nave. O piloto lutou com os controles para estabilizar a nave. A terceira porém teve menos sorte. Explodiu 20 segundos após ser atingida por 6 torpedos. Apesar disso, tiveram tempo de disparar dois torpedos que atingiram o corpo principal da nave e a ponte de comando. Com o impacto a estação de armas explodiu e Krull foi arremessado na parede oposta quebrando o pescoço. A lateral direita da ponte desapareceu e o buraco que surgiu, sugou o Piloto e o alferes. Se o capitão não estivesse se segurando em sua cadeira teria sido arremessado para o espaço logo atrás deles. O rombo foi vedado pelo campo de força de segurança que restabeleceu a atmosfera e a gravidade. Eagle ainda teve tempo de se levantar antes de ser atingido pela claridade ofuscante da explosão de sua nave.

A sirene tocou e as luzes se acenderam. No lado esquerdo da ponte semidestruída uma porta se abriu e o almirante Rayback entrou junto com seu assistente.

Inadmissível! – gritou o almirante. Como isso foi possível. Uma nave destruída em menos de 1 minuto e nem conseguiu destruir as naves atacantes.

Senhor, - disse Eagle. – Esta nave está obsoleta. Isso nunca ocorreria a bordo da Capricórnio.

Como pode dizer isso capitão. Esta era uma nave da classe Galáxia e pode fazer frente a uma nave de combate romulana camuflada sem problemas.

Senhor, - respondeu Eagle novamente. – apesar disso ela é obsoleta. Os escudos não são resistentes o suficiente. Os torpedos não têm a carga necessária e os feiseres só possuem 5 da capacidade dos disruptores padrão da Capricórnio. E além disso um holograma não age como um ser vivo senhor.

A frota está preocupada Capitão Eagle. Sua nave ainda está em testes e não queremos que ela saia sem a capacidade completa.

Senhor, se me for permitido acompanhar os preparativos poderemos sair em 5 dias.

O Senhor tem uma semana e faremos um teste de campo com outras naves para testar as capacidades da Capricórnio. Dispensado.

Sim senhor. – Eagle despediu-se e saiu rapidamente rumo aos elevadores.

Eagle iniciou sua avaliação de pessoal e equipamentos necessários para preparar a Nave. O primeiro dia correu tranquilo com a revisão de motores e armas e começaram a instalação do novo sistema de escudos defensivos. Não gostou muito da quantidade de equipamento bélico que estaria carregando, incluindo os novos caças da MTEC, mas sabia que seriam muito úteis em combate. Esperava ter problemas só no momento em que estivesse com quase tudo pronto, mas seu desejo infelizmente não foi atendido. Estava distraído lendo os relatórios de manutenção e acabou dando um encontrão no Tenente-Coronel Jeffrey Wincott.

- Ops! Não sabe que é perigoso andar enquanto está lendo, idi... – foi falando Wincott sem notar que era um superior que estava a sua frente. – Desculpe senhor. Não vi que era o senhor.

- E quem sou eu tenente-coronel...Wincott – leu Eagle na pequena plaqueta presa ao uniforme do mesmo.

- Capitão James Iron Eagle da nave Estelar Capricórnio senhor.

- Bem Tenente, já que fomos apresentados devidamente, pode relaxar. Pelo que sei estaremos compartilhando o comando durante a nossa missão e o senhor está encarregado da equipe que irá embarcar na Capricórnio no final da semana.

- Sim senhor minha equipe está sempre preparada. Nós sempre cumprimos nossas ordens de maneira eficiente e eficaz. Estava inclusive trazendo algumas modificações que acho que podem ser providenciadas antes de nosso embarque. – disse Wincott passando um pad para Eagle.

O capitão leu cuidadosamente e não pode evitar uma gargalhada. – Senhor Wincott o senhor bebeu?

- Não senhor, por que?

- A Capricórnio é uma nave de exploração e pesquisa. O armamento que foi requisitado é mais que suficente para destruir um pequeno planeta e o senhor me entrega uma lista que faz a nave se transformar numa frota de cubos borgs com duas vezes mais efetivo militar que o desejado. Impossível! O efetivo está definido e nenhuma arma a mais será carregada.

- Senhor, devo discordar desta atitude. Meus homens precisam estar preparados para qualquer eventualidade e o que foi estipulado não atende as minhas necessidades.

- Acho que o senhor não entendeu. A tripulação da Capricórnio, o efetivo militar da Capricórnio e os equipamentos necessários para o bom desempenho da Capricórnio já estão definidos e não há seus homens, há tripulantes da nave e por acaso eu sou o Capitão. Então, antes que eu mude de idéia e peça que um novo comandante seja designado para cuidar do efetivo militar, é melhor o senhor se posicionar direito.

- Discordo senhor. Em caso de guerra o militar de maior patente presente na nave assume o comando imediato de suas funções e executa as ordens estabelecidas.

- Não na minha nave moço. Seja qual for o problema, a menos que eu morra e a imediato também, acho pouco provável que você assuma o comando da nave. Agora se me der licença, apresente-se com o resto da tripulação em dois dias para apresentações gerais.

Eagle começou a se mover e o tenente agarrou seu braço com força. – Acho que o senhor não entendeu... – disse ele.

Eagle estacou e olhou para a mão que segurava seu braço, voltou seus olhos e encarou o tenente. – Acho melhor tirar a mão daí imediatemente tenente, a menos que você seja tão bom com a mão esquerda quanto com a direita.

- Eu tenho ordens. – disse Wincott.

- Eu lhe dei uma ordem tenente. Tire a mão daí. – Eagle completou a frase pressionando o nervo do antebraço de Wincott que o largou imediatamente e numa reação automática tentou desferir um soco em Eagle que desviou e golpeou o rosto de Wincott com o cotovelo. Wincott bateu com força no chão e começou a se levantar.

- Melhor que só esteja se levantando para pedir desculpas tenente, caso contrário, fique no chão pois vai me poupar trabalho.

Neste momento o almirante Rayback entrou no corredor.

- Tenente Wincott! O que houve?

Wincott levantou-se com ar de culpado e disse. – Nada senhor.

- Capitão Eagle?

- Nada senhor. Eu estava distraído com alguns documentos e o tenente ao desviar de mim esbarrou no meu pad e o derrubou. Abaixamos ao mesmo tempo e eu acabei esbarrando nele derrubando-o. Quando ia ajudá-lo a se levantar o senhor chegou.

- Foi isso Tenente?

- Sim Senhor. Peço permissão para apresentar-me na enfermaria senhor.

- Dispensado.

Wincott saiu resmungando rumo a enfermaria e Eagle suspirou. Ele sabia que acabaria tendo problemas com Wincott depois deste incidente.

- O tenente deve ter a pele muito sensível não acha Capitão? – perguntou o almirante.

- Por que?

- Um simples tombo e seu lábio racha e seu olho fica roxo. Muito sensível.

- É almirante. Muito sensível. Por falar nisso o senhor acha realmente necessário embarcar tantos militares na Capricórnio?

- No momento adequado o senhor perceberá que as novas diretrizes da frota com respeito a segurança são reais.

- Mas eu continuo capitão em qualquer situação?

- Menos em caso de Guerra Capitão. Menos em caso de Guerra.

- Não creio que chegaremos a tanto.

- Capitão... sua missão é duplamente delicada. O Tenente-Coronel Jeffrey Wincott é tremendamente dedicado ao serviço militar. Toda sua família descende dos militares ingleses e atualmente ele é o último de sua família a seguir a carreira, o irmão mais velho dele foi morto durante o primeiro conflito com os Kevlanos e só sobraram da família, ele, a cunhada Jennifer e o sobrinho William, que se depender da mãe não seguira carreira militar. Wincott as vezes é meio irrascível, mas no fundo ele precisa só de um sentido na vida.

- Pode deixar que não teremos mais acidentes senhor.

- Obrigado Capitão. Como vão as coisas?

- Vou me reunir com meus oficiais as 17 horas.

- Não vou atrapalhar então. Fico aguardando a confirmação do teste de campo.

- Sim Senhor. – finalizou Eagle e continuou caminhando em direção a sala de reuniões. Eagle entrou e reconheceu a maioria dos rostos que estava vendo. Sentou-se a cabeceira da mesa e ficou algum tempo olhando a lista de itens a ser abordado na reunião.

Sentados a mesa estavam o Piloto Gabriel Luthor, a Primeiro-oficial Janet Paris, a Oficial de Ciências T'Prin, o Médico Chefe Andrull Lock, o Engenheiro-chefe Mark Gutierrez, o Chefe de Segurança Krull e isolado no final da mesa estava o único rosto desconhecido do grupo o alferes Benjamin Satin de Bajor.

- Bem.. senhoras e senhores com exceção do senhor Satin todos os demais já me são conhecidos e não precisamos de muita formalidade no momento. O Alferes Satin veio de Bajor e é nosso especialista de plantão. Foi primeiro lugar na academia e especializou-se em diversas áreas. Nem sei bem porque resolveu vir para a Capricórnio ao invés de seguir carreira científica.

- Senhor, - disse Satin – se me permite falar, posso explicar.

- Claro Alferes, fique a vontade.

- Desde o meu Trisavô, todos os homens da família seguiram carreira como membros do conselho de bajor ou cientistas. Eu sempre me senti diferente. Desde meu nascimento que ocorreu dentro da Fenda Espacial. Todos acham por conta disso que recebi minha facilidade de aprendizado diretamente dos antigos que vivem no templo dentro da fenda e que o Enviado em pessoa me abençoou. Por isso que me chamo Benjamin, em homenagem ao comandante Benjamin Sisko. Por essa razão entrei na Frota. Quero conhecer tudo que puder que exista lá fora e não quero ficar trancafiado com um monte de livros velhos e doutrinas ultrapassadas. Escolhi a Capricórnio especificamente pois sei que ela irá para regiões inexploradas e quero justamente ajudar neste descobrimento.

- OK! Agora que sabemos o que o senhor deseja, vamos ao que realmente iremos fazer a partir de hoje. – disse Eagle.

- Incialmente quero agradecer a liberação de todos para participarem desta missão. O Tenente Luthor e o Tenente Krull já estão familiarizados com a Capricórnio há tanto tempo quanto eu. A comandante Paris serviu comigo na Harpia e quando me transferiram o comando pedi que ela viesse comigo. O Doutor Lock é uma de novas aquisições e me veio recomendado pelo comando da frota pois sua especialidade é justamente o desconhecido, pois o resto ele já conhece. O sargento Gutierrez serviu sob o comando do Capitão Stark na USS Nova e também já se mostrou um perito na Capricórnio. Nossa oficial de ciências T'Prin serviu comigo nos últimos meses de funcionamento da Harpia. No momento a nave está passando pelo seu descomissionamento e a grande maioria da tripulação foi transferida. A maioria eu consegui que viesse para a Capricórnio, mas ficamos com algumas deficiências em algumas áreas que já estão sendo sanadas.

- Nosso objetivo é penetrar na região visada pelos Kevlanos e identificar suas bases principais e destruí-las. Já sabemos que qualquer tipo de negociação com eles é praticamente impossível e por esta razão estaremos recebendo um efetivo de trezentos membros da tropa de elite dos marines em nossa nave, bem como equipamentos e naves de combate. Devido as novas dimensões da nave não houve necessidade de sacrificar qualquer dos nossos recursos. Inclusive temos um novo modelos de sintetizador de grande porte na área de carga treze bem no interior da nave onde poderemos duplicar peças para o motor de transdobra e qualquer tipo de equipamento que se faça necessário.

- A Capricórnio passa a partir do momento em que sair do estaleiro a ser definida como NCC-3000. Somos a primeira nave exploratória de combate em espaço profundo. Podemos atingir regiões além do quadrante Delta sem utilizar a Fenda espacial graças aos motores de transdobra que foram aperfeiçoados em nossos estaleiros e que atualmente a Capricórnio é a única nave a possuir o protótipo mais atualizado. A Escorpião está recebendo o mesmo modelo mas não está totalmente pronta. O restante das modificações serão apresentadas posterioemente na primeira reunião que faremos após os testes e início da missão. Com relação as tarefas de cada um podem acessar seus diários pessoais e terão lá a definição de todas elas. Nos próximos cinco dias preciso que estudem todos os diagramas da nave e suas funcionalidades e repassem a seus subordinados imediatos para que possamos realizar os teste e sair em campo no prazo determinado. Alguma questão?

- Sei que deve ser um assunto delicado – disse Krull – mas os marines estarão sob comando de quem? Da segurança ou de alguém independente?

- O encarregado do grupo da MTEC é o Tenente-Coronel Jeffrey Wincott. Mas ele não está encarregado do pessoal da segurança e dos comandos avançados de pesquisa. Isso fica sob sua guarda tenente.

- Certo Senhor.

- E aproveitando a pergunta quero deixar bem claro que fui contrário a esse grupo de militares a bordo mas segundo ordens da frota eles se farão necessários. Mas quero que fique claro que eles são um grupo independente dentro da nave e ninguém recebe ordens deles dentro da tripulação, sempre é claro, respeitando a hierarquia. Se está tudo certo vamos trabalhar.

Todos se levantaram e sairam menos a primeira-oficial. Janet sabia que Eagle estava preocupado com alguma coisa e decidiu perguntar logo para evitar surpresas. – Diga Jim, qual é o problema?

- Wincott vai ser um problema durante a missão.

- Como sabe?

- Tive um pequeno atrito com ele logo antes da reunião.

- Atrito?

- Coisa simples. Um olho roxo e uma sutura no lábio.

- Simples? Jim assim fica difícil alguém conviver com você.

- Você convive muito bem.

- É mas a gente vive brigando. E já que o problema é só esse... me responda só o seguinte, por que trouxe T'Prin com você?

- Como assim? Ela era minha oficial de ciências na Harpia e agora continua sendo por que?

- Não se faça de tolo. Você gosta dela e ela de você, mas sabe que para ela isso deve ser um problema.

- Ela não gosta de mim. É uma vulcana lógica e sem sentimentos como todos os outros.

- Cego é aquele que não quer ver. Preste atenção Jim, eu sou mulher e sei como uma mulher age quando sente alguma coisa por um homem.

- Ok! Mas durante a missão isso é irrelevante. Mesmo por que... quem disse que eu gosto dela?

- Jim... é comigo que está falando.

- OK! OK! Gosto um pouquinho dela, mas sabemos que é impossível Tem aquela história de casamento arranjado que fazem em vulcano, tem a lógica dela que é intragável as vezes, tem aquele jeito dela de falar sempre com certeza do que está falando e que irrita...

Eagle parou de falar ao perceber que Janet sorria para ele. É verdade pensou. Eu reparo tanto nestes pequenos detalhes justamente por que gosto dela e sei que isso seria complicado dentro da Nave, mas ao mesmo tempo é algo tão forte que ele tem de se controlar sempre que está próximo a ela. Maldito sangue navajo.

- Acha que é recíproco?

- Sim. Mas façao seguinte. Só converse com ela quando tiver certeza e não deixe ela escapar se for o que deseja. Mas não force nada com ela. Ao mesmo tempo pense da seguinte forma... toda aquela lógica represando as emoções dela... pode ser bem interessante quando ela resolver se soltar.

- Janet!

- Vamos trabalhar então. Assim você se ocupa e para de pensar nisso.

Deu as costas a ele e saiu. Eagle ficou parado olhando para a grande janela ao fundo e pensou. É pode ser vantajoso. Mas não agora. Agora o problema é muito mais sério. Saiu da sala e caminhou para a porta de conexão rumo ao estaleiro.

A nave foi abastecida e preparada durante os dias seguintes e conforme o cronograma, o Almirante compareceu para o teste de campo. Nas simulações a nave destruiu aproximadamente 20 naves kevlanas e teve aproximadamente 20 de danos gerais e perda de 3 de pessoal.

Mas isso foi na simulação. A nave foi enviada para o teste de campo próximo da estação nove que estava sendo reformada. A estação foi quase destruída durante o ataque dos Borgs. A fenda agora é protegida por um sistema de satélites de combate.

A nave chegou ao ponto do teste e iniciou uma série de manobras enquanto as naves "inimigas", quatro naves classe sovereign e duas classe Galaxy se preparavam.

A capricórnio seguiu direto para o grupo principal e imediatamente foi recebida por uma chuva de impactos dos canhões phaseres das quatro sovereign. Houve uma queda inferior a 5 na capacidade dos escudos que já estava se restaurando automaticamente e uma pequena turbulência. Em compensação Eagle ordenou que fossem disparados os canhões de proa diretamente nas naceles e nas saídas dos phaseres das naves inimigas. Enquanto isso as duas naves da classe Galaxy aproximavam-se lateralmente tentando derrubar os escudos com disparos intercalados de todos os canhões. O resultado do revide da Capricórnio foi inusitado. Duas naves perderam os escudos ficando a deriva. Uma teve a nacele direita parcialmente destruída e a outra ficou com quase todas as saídas de phaseres derretidas. Após os disparos a capricórnio executou um giro completo ao mesmo tempo em que disparava uma nova salva de phaseres. Isso pegou as duas naves restantes de surpresa e mesmo com manobras evasivas foram atingidas nos discos e nos motores. Ficaram incapacitadas e começaram a se afastar.

O Alferes Satin estava na cadeira de co-piloto e recebeu uma chamada em seu painel. – Almirante Rayback chamando senhor.

- Na tela alferes.

- Parabéns Capitão. Surpreendente demonstração. Fico aliviado e até preocupado com o resultado. Seis naves da frota incapacitadas em menos de cinco minutos é algo que devemos levar em consideração. Uma nave como a Capricórnio passa a ser nossa principal frente de defesa contra invasões e...

Neste instante o sinal de alerta dos satélites de defesa da fenda soaram.

- .. o que se passa capitão.

- Preciso desligar agora senhor, a fenda espacial está se ativando e os satélites alertam que uma ou mais naves desconhecidas estão seguindo para cá.

- Capitão, cuide do assunto da melhor forma. Estou enviando mais naves.

Eagle desligou o contato e bateu forte no punho da cadeira. Se isso tivesse ocorrido alguns minutos antes teriam seis naves para ajudá-los. Agora teria de lidar com o problema além de evitar que atacassem a pequena frota incapacitada.

- Senhor, - disse Satin – O escudo de proteção da fenda foi ativado e os satélites entraram em modo defensivo.

Isso significava que qualquer nave, mesmo um cubo borg que penetrasse no sistema agora seria bloqueado por um escudo triplo e se não se identificasse corretamente em trinta segundos seria atingido por mais de cem feixes de raios.

Infelizmente o pior que Eagle imaginava ocorreu. Duas navez Kevlanas acabavam de sair da fenda espacial. Mal saíram e já disparavam nos satélites. Os escudos dos satélites ruíram quase imediatamente e os mesmos implodiram. O Escudo triplo começou a falhar e as duas naves romperam o perímetro em menos de quinze segundos.

Eagle ativou o alerta vermelho e gritou no sistema de rádio. – Tenente Wincott, lance cinco equipes imediatamente e protejam a estação e as naves avariadas, mande três delas distraírem a nave menor.

- Sim senhor – Wincott respondeu e em segundos as naves estavam rumando para seus destinos.

A Capricórnio tomou a frente e seguiu em direção a nave maior. A mesma disparou uma salva que fez a nave estremecer. Gutierrez, o engenheiro-chefe informou que os escudos resistiram à salva direta e houve uma perda de dez por cento na capacidade, mas não houve danos estruturais.

Eagle animou-se com a notícia e mandou que disparassem imediatamente uma salva com os canhões multifásicos nos motores e nas saídas de armas da nave inimiga.

Os Kevlanos se surpreenderam. Sempre se acharam superiores e de uma hora para outra estavam vendo uma de suas naves ser destruída em segundos e mesmo as pequenas navezinhas estavam incomodando. Mas uma coisa que um Kevlano não faz é pedir ajuda. Mesmo em desvantagem o Capitão da nave Kevlana ordenou que seguissem diretamente rumo a estação nove. O objetivo de sua missão era destruir a cabeça de ponte da tal de federação no quadrante alpha de modo a obter um ponto de invasão permanente.

Eagle não esperava destruir a nave tão rapidamente e desviou-se em direção a outra antes que ela atingisse a estação. As equipes de combate MT estavam fazendo pequenos buracos nos escudos da nave menor e se aproveitavam para lançar micro torpedos de photons que as navezinhas possuíam. Pouco antes da Capricórnio disparar uma salva sequer, a nave kevlana explodiu sem causar danos a estação ou as naves avariadas.

Eagle ordenou que os destroços maiores fossem transportados para os compartimentos de carga e fossem contidos em campos estéreis.

Fizeram uma breve verificação dos satélites e Gutierrez rumou com uma nave auxiliar e duas equipes para realizar os reparos inicias.

Dez naves saíram de dobra próximo a eles. O reforço do almirante chegou, ligeiramente atrasado.