Primeiro Contato
A Enterprise estava parada no espaço. Data conseguiu acordar LaForge, Picard e Riker e foi até a enfermaria saber da Doutora Crusher. Lá chegando despertou-a e em menos de uma hora toda a tripulação estava de pé, tontos, mas acordados.
Relatório de situação senhor Data - disse Riker. - Quais os danos? Algum contato com Fredericks na Dark Star?
Data virou sua cadeira para Riker e Picard e começou a falar. - Fomos atingidos por uma anomalia provocada pela explosão da esfera Borg quando a mesma colidiu com uma estranha nave. A Dark Star ainda não entrou em contato e minha sugestão é que mandemos um grupo à bordo. Ficamos por tempo inderteminado dentro de algo que pode ser definido como um buraco negro e em seguida jogados aqui. O aqui ainda é algo que não posso determinar, mas com base nos dados que pude captar, fomos arremessados para um ponto muito distante de nossa galáxia ou até mesmo para outra galáxia ainda inexplorada. Os computadores não puderam ainda determinar nem local ou data onde podemos estar.
Terá sido outro vórtice temporal? - perguntou Picard lembrando da luta com a Rainha borg quando quase perderam a enterprise e Data. - Tenente Worf, apresente-se à sala de transporte 5. - Picard tocou seu comunicador e disse - Dra. Crusher siga com uma equipe para a sala de transporte 5, a senhora e o tenente Worf irão até a Dark Star para verificar as condições deles. Reporte imediatamente suas necessidades. Sr. Worf, contate Fredericks e descubra o que puder sobre o que nos trouxe aqui. Avise assim que puder Dra. Crusher.
Sim senhor - respondeu Worf.
Sim senhor, - respondeu a Dra. - já estava preparando um grupo e aguardava suas ordens sobre isso. Iremos imediatamente.
Picard desligou a comunicação e pediu: - Prossiga Sr. Data.
- Bom - disse Data - quanto ao resto, aparentemente saímos do buraco negro em meio a um combate. Havia dois tipos de nave a nossa volta os sensores detectaram as seguintes configurações, - data voltou-se para seu painel pressionou uma série de botões e fez surgir na tela principal duas imagens. À esquerda podia ser vista uma nave composta de dois discos sobrepostos, a dimensão calculada pelo computador era que cada disco tinha cerca de 550 metros de diâmetro e 180 metros de altura. Era uma nave enorme. A outra nave tinha aproximadamente 1250 metros de comprimento, 100 de altura e 290 de largura possuindo dois apêndices laterais. Podia ser lido um nome na lateral da nave, Galáctica e mais nada. Além delas havia um grande número de pequenas naves com formato de arraias marinhas gigantes, estas mediam cerca de 10 metros de largura nas asas.
- O que temos nos computadores a respeito destas naves? - perguntou Picard.
- Nada! - disse Data - não existe em nenhum banco de dados qualquer informação a respeito de nenhuma delas. A única coisa que pude concluir é que a Galáctica seja uma nave de humanóides, visto que utilizam caracteres de escrita iguais aos humanos. Além disso... - O painel de Data emitiu um pequeno sinal e distraiu o Andróide. Data olhou para o painel e franziu os olhos. Riker achava nestas horas que Data se empenhava tanto e se tornar humano que a cada dia adquiria mais trejeitos.
- Senhor - continuou o andróide após olhar seu painel - o computador acabou de fazer as análises espectográficas para determinar o tempo atual e a conclusão é que estamos em um período de tempo correspondente ao nosso século 20. Como não havia tecnologia nesta época para existir tais naves, outra conclusão que podemos chegar é que também não estamos na mesma dimensão temporal que vivemos.
- Lá vamos nós brincar de passeios no tempo outra vez! - disse Riker olhando para o capitão.
- Bom, não vamos nos preocupar com isso por enquanto. Vamos isso sim, pensar numa maneira de descobrir o paradeiro dos Borgs. - disse Picard. - De outra forma corremos o risco de interferir no desenvolvimento deste período de tempo, sem contar que os Borgs terão um ambiente possivelmente sem resistência para ser assimilado.
- Senhor, - chamou Data - não seria plausível investigar a nave que os sensores encontraram e de alguma forma entrar em contato para descobrir onde estamos e assim saber qual o estágio de desenvolvimento técnico deles. Uma coisa que já podemos declarar de antemão é que não há propulsores de dobra nesta época. A galáctica efetuou o que se chamava de salto espacial e está neste momento a cerca de 10 anos luz daqui. Outra coisa que os sensores estão detectando é uma formação de naves menores de diversas configurações, cerca de 200 ou mais agrupadas tal qual um comboio.
A Dra. Crusher e Worf surgiram no meio da sala de comando da Dark Star e se viram no meio do Caos. Painéis arrebentados e placas abertas das paredes com fios expostos. O pessoal da ponte estava desmaiado em posições diversas e Beverly e sua equipe trataram imediatamente de atende-los. Worf aproximou-se do painel de sistemas do posto de controle principal e solicitou uma análise do computador sobre os danos. Em segundos o computador respondeu - Sistema de suporte de vida em força de emergência. 80 da tripulação detectada com sinais de vida fracos. Ruptura do casco nos decks de 7 à 9. Sistema de dobra inutilizado até análise completa dos reatores, recomenda-se execução de reparos pela equipe de engenharia. Sistema de controle da ponte com falhas estruturais. A nave deve ser encaminhada para reparos gerais.
Worf aproximou-se da Dra. e perguntou como estavam os tripulantes. - Um grupo já foi despertado e foram juntos com um dos membros da equipe de desembarque para continuar a acordar o restante da tripulação. O comandante Fredericks já está ali. - disse isso e apontou para Fredericks que estava de pé olhando para o painel de navegação.
Comandante Fredericks - disse Worf - O capitão Picard nos enviou para ajudar e ao mesmo tempo solicita que o senhor envie um relatório com todas as informações possíveis sobre o que pode ter nos trazido aqui.
Pois não - respondeu Fredericks. - Quem poderia lhe fornecer maiores informações seria meu imediato, mas como pode ver, no momento será impossível. - e apontou para baixo. No chão jazia o imediato Henderson Stark, morto com um profundo corte no pescoço onde um pedaço do painel de análises havia penetrado.
Worf comunicou a Enterprise que precisavam de suporte imediatamente e o Capitão foi avisado. Picard ordenou que ele permanecesse na Dark Star até que a equipe de engenharia fosse enviada e que ele se apresentasse na ponte assim que possível. Foi para sua sala e mandou uma mensagem cifrada para Fredericks na Dark Star.
Interlúdio
O Cubo Borg sumiu em velocidade de dobra após sair da explosão da Esfera e das naves da Federação. Um de cinco, o borg mestre do cubo mantinha o controle total da imensa nave e ativou a velocidade máxima. O sistema de defesa detectou que a Nave da federação onde Locutus se encontrava estava seguindo em direção a uma estranha nave antes do Cubo entrar em dobra.
O cubo emergiu minutos depois nas proximidades de um pequeno sistema com dois sóis. O sistema possuia três planetas e próximo ao primeiro planeta do sistema o Cubo detectou a presença de várias naves pequenas e duas maiores. As pequenas mediam algo em torno de 10 metros e as maiores tinham 550 metros. O cubo seguiu para a nave mais próxima e foi recebida com transmissões.
- Atenção - disse uma voz metálica no sistema de comunicação do Cubo. - Nós somos os Cylons! Nosso império ordena que se identifiquem e rendam-se em nome do Imperador.
Nós somos Borg. - respondeu Um de Cinco - A coletividade não se rende. Nós ordenamos que se rendam para que a coletividade possa assimilar sua cultura e tecnologia. Resistir é inútil. - Após terminar essa transmissão o cubo disparou uma salva de canhões phaser na estação Cylon mais próxima e a mesma dissolveu-se. Mais de 100 caças Cylon voaram em direção ao Cubo e foram esmagados e tiveram suas partes recolhidas para assimilação. Dentro da segunda Estação, Vulcro, o comandante do pelotão encarregado de atacar o comboio da Galáctica saiu de sua posição no meio da sala de comando e dirigiu-se para a área de comunicações.
Neste instante um grupo Borg surgiu do nada em meio ao grande salão e erguendo as mãos disseram em coro: - resistir é inútil. Nós somos Borg. - e dispararam derrubando todos os centuriões presentes.
Vulcro voltou-se para o Borg mais próximo e respondeu. - Nós Cylons respeitamos a sua superioridade temporária e aceitamos suas condições. Digam o que querem.
Fim do interlúdio
Prepare a nave senhor Data e aproxime-se deste comboio sem que eles nos detectem. - ordenou Picard - Senhor LaForge, mantenha todos os sistemas em prontidão máxima e fique pronto para entrar em dobra máxima se necessário. Estou aguardando o relatório sobre a Dark Star II.
Sim senhor. - disse Geordi levantando-se e seguindo para a engenharia.
Número um, venha até minha cabine. - Picard disse isso e levantou-se seguindo para sala conjugada à ponte.- A senhora também conselheira.
Sentaram-se os três na cabine de Picard.
Bom, - começou o capitão. - temos duas opções: primeiro, podemos entrar em contato com a nave Galáctica e obter informações de onde estamos para poder voltar para nosso tempo e espaço, com isso corremos o risco de afetar o desenvolvimento deste povo o que infringe a primeira diretriz. Sem contar que temos que nos livrar de qualquer vestígio dos Borgs nesta época. O estrago que eles causariam seria muito maior do que o nosso. Segundo, podemos perseguir os Borgs e destruí-los da forma que pudermos e depois estudar uma maneira de sair daqui. Da mesma forma temos de evitar o contato dos Borgs com a outra raça ainda indeterminada que possui as naves disco. Segundo Data os sensores não detectaram sinais de vida naquelas naves, o que pode significar uma nave robô. Se assim o for, será um prato feito para os Borgs assimilarem seus equipamentos e destruí-los. Quero saber a opinião dos dois.
Acho que devemos investigar a Galáctica e tentar obter os dados necessários para nos localizar aqui. - respondeu Riker.
Concordo com o Imediato, - disse Deanna. - Apesar de não estar acordada para fazer uma análise mais apurada das coisas, agora que nos aproximamos mais deste comboio, sinto que são, talvez, nossa única esperança de salvação. Sinto uma grande força de vontade dentro da Galactica, acredito que o líder deles tem um senso de responsabilidade e honra tão grande ou maior do que o do senhor, capitão.
Certo.- Picard ligou seu comunicador - Picard para ponte. Data, procure sinais de comunicação naquela nave para podermos nos comunicar. Identifique linguagem e prepare um relatório para análise o mais rápido possivel.
Sim senhor. - respondeu Data.
A enterprise aproximou-se do comboio sem ser detactada e as análises começaram a ser feitas. Uma hora depois Data já tinha as informações necessárias.
Detectei algumas mensagens internas da nave Senhor. - iniciou Data - quer o áudio?
Sim senhor Data, prossiga. - ordenou Picard. Data ligou a gravação.
Pai, que naves eram aquelas? Aquele Cubo era várias vezes maior que uma estação Cylon e aquelas outras nave de configuração estranha era bem ágeis. Quase bateram em nós, mas desviaram e sumiram em grande velocidade.
Eu sei Apollo. Não existe nenhuma informação na Galáctica ou em qualquer documentação dos doze mundos que fale sobre naves deste tipo. Só peço aos senhores de Kobol que não sejam mais inimigos. Já sofremos muito e perdemos quase toda a nossa cultura por causa dos malditos Cylons. Não podemos descartar a existência de novas raças neste universo infinito, mas devemos nos preoocupar inicialmente com os Cylons. As naves de Aquaria e Caprica foram as primeiras a chegar com o esquadrão azul e o Sargento Boomer disse que não detectaram nenhum sinal de Cylons neste setor. Mande mais um esquadrão para patrulha e mandarei Athena ativar os sensores no máximo do espectro.
Está bem Pai. Eu e Starbuck vamos sair com o esquadrão vermelho. Até.
Comandante Tigh, prepare a nave. Mantenha o Alerta Vermelho ativo e mande preparar todos os Vipers para o caso de uma ...
Pode desligar Comandante Data. - Disse Picard. - Há uma mistura de idiomas antigos mas é fácil interpretar os fonemas e o sistema de tradução automática aparentemente não encontrou dificuldades de interpretá-los. Que acha disso Will?
Riker virou-se para o Capitão - Os nomes parecem tirados da nossa história, Apollo e Athena são deuses antigos e o senhor mais do que ninguém conhece o nome Starbuck. - Riker fez referência ao confronto com a rainha Borg, quando Picard agiu tal e qual o capitão Ahab que tinha fixação em matar a baleia Mobi Dick. Starbuck era o imediato de Ahab que morreu no confronto.
Picard sorriu com a lembrança, apesar de todas as perdas daquele confronto ele estava feliz de ter evitado uma catastrofe maior. - E quanto a forma de comunicação Data? - perguntou ele.
Rádio subespacial e frequências padrão.
Aproxime a nave da Galáctica senhor Data. Senhor Worf fique alerta para o caso de precisarmos nos defender mas mantenha os escudos desligados. Informe Fredericks que iremos nos afastar e que ele deve se manter onde está até segunda ordem.
Sim senhor. - Disse Worf com sua voz retumbante - Mas acho desaconselhável manter os escudos desligados Capitao. A nave ficará totalmente desguarnecida.
Eu sei. Vamos arriscar. - Disse Picard.
A nave foi se aproximando lentamente da imensa nave e rapidamente foi cercada por pequenas naves, provavelmente os tais Vipers que ouviram nas comunicações.
Senhor Data, ative frequências de Saudação. - Picard levantou-se e Data ligou a comunicação - Aqui quem fala é o Capitão Jean-Luc Picard da nave Estelar Enterprise. Representamos a Federação Unida de Planetas e viemos parar aqui acidentalmente. Gostaria de falar com o Comandante da Galáctica. Estamos com nossa proteção desligada para provar que não somos inimigos.
Minutos antes...
Comandante Adama, - disse Athena - Uma das estranhas naves está entrando em nosso setor e se aproxima.
Adama foi até a mesa de Athena e olhou o radar. - Comandante Tigh ordene que dois esquadrões saiam e circulem a nave. Não ataquem. É uma ordem.
Sim senhor. - respondeu Tigh.
Em instantes vinte Vipers estavam circulando a Enterprise.
Senhor. Estamos captando um chamado. - disse Athena. - Ponha no áudio. - Disse Adama.
Em instantes Adama e todo o pessoal da ponte de comando ouviram a declaração de Picard. Logo em seguida Adama pediu que fossem ligados os canais de comunicação. - Aqui fala o Comandante Adama da Galáctica. Gostaria de falar com o Capitão Jean-Luc Picard.
Aqui fala Picard. - disse o capitão da Enterprise. - Sei que nosso aparecimento deve tê-los alarmados, mas se pudermos nos encontrar, tudo será esclarecido.
Claro que sim Capitão. Podemos enviar uma nave de transporte e trazê-los a bordo se não tiver como fazê-lo.
Não será necessário. - Respondeu Picard - Só precisamos saber o local onde deseja nos encontrar e iremos a bordo com a sua permissão. Gostaria de levar meu Imediato e mais três membros da minha tripulação.
Pois não. O ideal seria nos encontrarmos em nossa ponte de comando. Só não entendo como vocês viriam até aqui.
Se o senhor não se incomodar estaremos aí em dez minutos. - respondeu Picard.
Está bem. Se assim o deseja. Aguardarei aqui mesmo. - Adama desligou a comunicação e voltou-se para Tigh. - Muito estranho este tal de Picard. Como será que virão a bordo?
Não sei comandante mas nossos sensores não conseguem penetrar o material da nave deles. E nem consegue definir que material é. - respondeu Tigh.
Picard encerrou as comunicações e voltou-se para a tripulação. - Will, Tenente Worf, Conselheira e Data, queiram me acompanhar. - Picard tocou seu comunicador e disse. - Comandante LaForge, assuma a ponte. - Seguiram os cinco para a sala de transporte mais próxima. - Equipamento padrão. - disse Picard. - Data redirecione o transporte diretamente para ponte da Galáctica. Procure uma área vazia e nos envie. Lembrem-se, tudo que dissermos deverá ser feito com cuidado. Vamos evitar ao máximo fornecer informações que possam afetar esta cultura. Sei que utilizar os transportes já será complicado de explicar, mas não desejo dispor de uma das naves de transporte dentro daquela nave antes de saber se podemos realmente confiar neles.
Sim senhor. - Data respondeu e foi até os controles do transporte regulando-os. Ao terminar, juntou-se ao grupo na plataforma e Picard ordenou. - Acionar.
Na ponte da Galáctica Adama estava sentado em sua poltrona olhando para a tela principal, Apollo estava ao seu lado. Enquanto seu pai falava com Picard, ele e Starbuck voltaram da patrulha e vendo a nave estranha próxima, seguiu para ponte de modo a saber o que andava acontecendo. De repente o ar tremeluzir e 5 pessoas apareceram. Tigh correu para junto de Adama e Apollo sacou sua pistola. Adama levantou-se e disse. - Todos nos seus lugares. Acredito que sejam nossos convidados. - Apollo recolocou a arma no cinturão e juntou-se ao pai. - Acredito que seja o Capitão Picard, estou certo?
Picard deu um passo e respondeu. - Sim, sou Picard. Esses são, meu imediato Willian Riker, o Comandante Data, a conselheira Deanna Troi e nosso chefe de segurança, o senhor Worf. Neste momento Worf deu um passo a frente e todos puderam ver seu rosto. Athena soltou uma pequena exclamação e Apollo disse: - com certeza, este não é de nenhum planeta conhecido.
Picard se aproximou de Adama e disse: - podemos conversar em um local mais reservado Comandante Adama?
Claro, - respondeu ele - venham comigo. Apollo venha junto. Tigh fique aqui e cuide da ponte. - Adama, Apollo e o grupo de desembarque seguiram por um corredor ao lado da ponte e entraram numa sala onde havia uma grande mesa de reuniões. Sentaram-se e Picard iniciou o diálogo.
Antes de mais nada, gostaria de agradecer a gentileza de nos receber. Como pode ver não somos daqui e apesar de sermos desconhecidos a vocês, gostaria de explicar algumas coisas apenas ao senhor, Comandante Adama, se possível. Pediria apenas a presença de seu filho Apollo e minha Conselheira. Os demais membros de meu grupo podem ficar no local de seu agrado.
Concordo - disse Adama. - Seus tripulantes podem ficar na sala ao lado.
Riker, Worf e Data foram encaminhados a sala indicada e Picard e Adama começaram a conversar. Picard explicou da forma que pode a maneira como vieram parar ali, falou sobre a Federação e a Primeira Diretriz. Disse que precisava de ajuda e que ajudaria da forma que pudesse desde que isso não interferisse om o desenvolvimento da civilização de Adama. Enquanto Picard falava, Deanna sondava Adama e Apollo e abanava em concordância discretamente a cada vez que Picard olhava para ela. Em determinado momento Apollo se exaltou com a impossibilidade de usufruir de recursos tão fantásticos na luta contra os Cylons, porém foi acalmado pelo pai com um simples olhar. Adama aceitou as explicações dadas por Picard e contou-lhes a estória dos doze mundos, falou sobre a traição de Baltar e da perda das colônias, bem como de sua fuga com os poucos sobreviventes, explicou a situação atual deles e disse que ajudaria no que pudesse.
Adama disse que gostaria de conhecer a nave de Picard e em troca eles poderiam visitar a Galactica. Picard concordou desde que evitassem revelar quaisquer dados que pudessem influenciar ambas as culturas e fecharam este acordo com um aperto de mãos. Seguiram para a sala onde o restante do grupo aguardava e trocaram algumas palavras.
Adama voltou-se para Worf. - Senhor Worf, de que raça o senhor é?
Klingon, Comandante Adama. - respondeu Worf com sua voz forte. - Guerreiro como o senhor. Pelo que pude notar há muitas armas a bordo. Poderia ver de que tipo são?
Claro. - respondeu Adama - Meu filho Apollo pode lhe mostrar a nave se desejar.
Seria uma honra. - respondeu Worf.
Também gostaria de ver a nave, senhor. - Disse Data. - Será que posso me juntar ao grupo?
Com certeza senhor Data. Por falar nisso, o senhor não é humano. De que planeta é originário? - disse Adama.
Na verdade eu não nasci senhor Adama. Sou um andróide. Sou o único da minha espécie, se assim o desejar.
Se não fosse a cor da pele e dos olhos eu poderia jurar que o senhor é humano.
Não sabe como fico feliz de saber disso Comandante.
Worf, Data e Apollo sairam para seu passeio pela nave. Deanna ficou olhando as janelas e observava as naves a volta deles. Estava sentindo um mar de emoções divergentes, medo, orgulho, raiva, tristeza e solidão. Adama levantou-se e pediu que eles o acompanhassem. Foram até as enfermarias e continuaram a falar sobre suas semelhanças e diferenças.
Impressionante o modo como vieram a bordo. - disse Adama - Teleporte, não foi esse o nome que usaram.
Isso mesmo, - disse Riker. - podemos nos transferir de nave para nave ou para a superfície de um planeta, bem como transferir objetos de um local para outro. É claro que isso só é possível com os escudos da nave desligados.
Escudos? - perguntou adama. A Galáctica possui uma blindagem reforçada e temos campos de repulsão. O que são esses escudos que fala?
Temos geradores de escudos que contornam a nossa nave que funcionam como sistema de defesa. O campo pode ser comprimido em torno da nave acompanhando sua conformação ou expandido de modo a proteger uma área maior. Sem eles estariamos mortos agora. Os borgs utilizam armas que destruiriam qualquer nave sem uma proteção adequada.
Do modo como falam, os borgs são piores do que os Cylons em muitos sentidos. O objetivo dos Cylons é destruir tudo que for humano. Pelo que eu entendi os tais Borgs querem expandir-se assimilando outras raças.
Isso mesmo - respondeu Picard. - Os borgs crescem como uma praga. São como um vírus na galáxia.
Enquanto Picard e seu grupo iam com Adama, Apollo chegava aos hangares com Worf e Data. Ao entrarem Starbuck que vinha da direção oposta acabou dando um encontrão com Worf. Foi como se batesse numa parede. - Nossa - Disse ele para apollo - quem é seu amigo? Um Cylon disfarçado?
Meu nome é Worf, quem é você? - Disse Worf.
Meu nome é Starbuck e sou o melhor piloto desta nave, depois do Apollo aqui é claro. Ei, você é dourado. - disse Starbuck mudando de assunto e virando-se para Data. - É pele de verdade ou pintura?
Sou um andróide. - respondeu Data.
De robôs nós entendemos, certo Apollo?
Robô não, Andróide. - corrigiu Data. Um robo recebe uma programação e sempre a segue sem questionamento. Um andróide possui um cérebro e é capaz de pensar por si mesmo. Antigamente haviam diretrizes básicas de certo e errado. Como sou o único de minha espécie posso declarar que através do treinamento da Frota Estelar e da minha vida dentro da Enterprise, consigo dicernir entre certo e errado, tal qual um ser humano.
Certo. Queira desculpar douradinho. - disse Starbuck. - Não quis ofender. E aí, o que está fazendo Apollo?
Mostrando a nave para eles. Meu pai vai ajudá-los e em troca eles nos ajudarão. - respondeu Apollo e explicou em poucas palavras quem eles eram e de onde vieram. Starbuck deu de ombros e juntou-se ao grupo, como se estivesse acostumado a encontrar pessoas de outras dimensões e épocas diferentes.
Continuaram andando e chegaram na pista de pouso. Worf e Data olharam em volta e viram um grupo grande de naves com tubulações saindo e entrando em paredes do grande salão.
O que são essas naves? - Perguntou Worf.
São nossos Vipers. - disse Apollo. - Atualmente temos 200 deles. São armados com canhões de plasma laser e torpedos. Possuem um computador de bordo e sistema de comunicação nave a nave. Vocês não tem naves de combate na sua Astronave?
Não. - disse Worf - A enterprise possui armamento próprio e pode dar conta de qualquer ataque sem a necessidade de naves auxiliares. As naves que possuimos a bordo são apenas para transporte e pesquisa. O que são aqueles tubos saindo das paredes?
Combustível. - disse Apollo. - Acredito que sua nave utilize algum tipo de combustível e suas naves auxiliares também. Estou certo?
O combustível líquido foi abolido da civilização terrestre há séculos. Os motores de dobra e os transportes auxiliares utilizam cristais de longa duração como forma de energia. Nossos cristais de dilitium estão em uso há mais de cinco anos. - respondeu Data que olhava curioso para os tais tubos de combustível.
Uau! - disse Starbuck. - cinco anos com o mesmo combustível. Pena que não temos essa tecnologia ainda. Parte das naves do comboio são na verdade grandes reservatórios de combustível. Quando estamos utilizando os motores normais o gasto de combustível é muito pequeno. Só quando utilizamos os motores Turbo é que gastamos em excesso.
Nossas naves não possuem motores turbo, - continuou Data - na verdade utilizamos um sistema de dobra espacial que nos permite atingir velocidades acima da velocidade da luz de modo que podemos percorrer grandes distâncias em menos tempo que o normal.
Acima da velocidade da luz? - perguntou Apollo. - A Galactica atinge pouco mais do que a velocidade da luz. Por essa razão meu pai, sempre procura frisar que devemos de alguma forma manter nossa forma de vida o mais normal possível. Segundo ele provavelmente a nossa geração não alcançará nosso planeta destino antes de morrermos de velhice. Como a maioria das naves não pode atingir grandes velocidades e como não podemos gastar o combustível que temos indiscriminadamente, vamos numa velocidade média de metade da velocidade luz ou menos. Vamos continuar?
Claro. - disse Data. - Aonde vamos agora?
Ao Bar. - disse Starbuck se intrometendo. - Acredito que na época e espaço de vocês ainda existam bebidas. Estou certo?
Sim. - disse Worf. - Se o capitão Picard permitir levaremos vocês para conhecer a Enterprise e visitar o nosso bar panorâmico.
OK! - disse Starbuck - Venham conhecer um bar de verdade. - E encaminharam-se para outro setor da nave.
