Reuniões e Planos
O bar improvisado na galactica estava uma confusão só. Conversas altas, pessoas cantando, mas todos os sons se interromperam quando Apollo entrou junto com Starbuck. Todos se viraram e algumas pessoas soltaram pequenas exclamações ao verem Worf entrando logo atrás deles. Devido a sua estatura, Worf se destacava entre o grupo e para aquelas pessoas que nunca tinham visto um Klingon sua aparência era um tanto desagradável. Starbuck percebeu logo a situação e foi logo soltando seus comentários.
Calma pessoal, podem voltar a festa, estes aqui são nossos amigos Worf e Data. O senhor Worf é um guerreiro Klingon e o douradinho aqui é um andróide. E onde está a minha bebida. – disse isso e já foi indo em direção ao balcão dando tapinhas nas costas de alguns e sacando um de seus famosos charutos. No canto mais isolado do bar ele viu Cassiopeia e rapidamente desviou nesta direção.
Apollo voltou-se para Data e Worf e disse, - Não liguem para o Starbuck, ele sempre foi assim meio avoado, mas numa batalha é a melhor pessoa que se pode desejar ter por perto. Venham comigo. – aproximaram-se do bar e o barman meio apreensivo perguntou o que desejavam.. Worf olhou para ele o mais cordial que podia para sua severa expressão Klingon e disse: - Suco de ameixa. – O homem olhou para Apollo em busca de socorro. Apollo sorriu e disse: - Infelizmente não temos isso, certo Hopper? - olhou para o barman que concordou imediatamente, - porém temos uma cerveja excelente e vinhos. – Worf resolveu experimentar o vinho e Data acompanhou sua decisão. Tomaram um pequeno copo e Worf admitiu que era tão bom quanto seu suco de ameixa. Os três ficaram conversando até que o comunicador de Data foi acionado.
– Picard para Data – Data bateu no comunicador e respondeu – Pois não Capitão. –O senhor e o tenente Worf devem trazer o Capitão Apollo até o comando da Galactica. Ele e o comandante Adama vão nos fazer uma visita. Se o senhor Apollo quiser trazer mais alguém avise-o de que iremos em 10 minutos. – Certo Capitão. – respondeu Data desligando.
Bom Sr. Apollo, deseja levar mais alguém? – perguntou Data.
Somente o Starbuck. – disse Apollo. Em seguida aproximou-se do amigo para chamá-lo e dez minutos depois estavam na ponte da Galactica. Adama avisou que iriam fazer uma visita aos novos amigos e que não deveriam se preocupar. Eles entrariam em contato logo que possível. Tigh ficou um pouco apreensivo ao ver Adama, Apollo e Starbuck desaparecerem junto com os três visitantes mas manteve-se impassível para não despertar incertezas na tripulação.
Vulcro andava impaciente na ponte de comando da estação Cylon. Os borgs já haviam modificado quase que toda a sua estação inserindo controles e apêndices estranhos na estrutura interna de sua nave. A estação e o cubo gigantesco voavam em alta velocidade em direção ao resto da esquadra Cylon que havia sido destinada a perseguir os humanos da Galáctica. Na liderança de uma das estações que estariam visíveis dentro de instantes, estava Daemon Tar. Tar era humano e traíra sua espécie pelos fatores de sempre, riqueza e poder dentro da civilização Cylon. Os tais borgs aparentemente queriam absorver todo o conhecimento possível dentro dos computadores da estação e já sabiam quase tudo que se poderia imaginar sobre os Cylons. Ficaram um pouco desorganizados no início, como se fossem um membro que havia sido separado de um corpo maior. Porém agora estavam mais ágeis em seus movimentos e rapidamente dominaram todos os centuriões existentes dentro da estação. Nesta momento o borg que parecia ser o líder do grupo, se é que existia tal coisa em criaturas tão estranhas como eles, estava dentro da sala de controle
Nós somos um de cinco – disse ele apontando para Vulcro. – nós vamos assimilar sua tecnologia e cultura para reativar o contato com a coletividade. Nós somos um e vocês serão um conosco.
Não entendemos o que vocês estão falando. – disse Vulcro. – Os Cylons são mais antigos que qualquer outra espécie nesta galáxia. Vocês são estranhos, mas poderosos. Podemos nos ajudar mutuamente.
Isso é irrelevante. Nós vamos assimilar sua cultura e tornar tudo mais eficiente. Isso é desnecessário.
Mas vocês são quase como nós. Nós também não gostamos dos humanos. Abolimos a carne de nossos corpos em benefício de mais força e poder. Nossos cérebros positrônicos são mais eficientes.
Ao ouvir essa descrição, um de cinco fez surgir um objeto diferente na configuração de seu braço e emitiu um feixe de energia verde fazendo uma varredura na parte superior dos corpos de Vulcro e de um dos centuriões ainda presente na sala.
Vocês serão aperfeiçoados. Nós vamos melhorar o que vocês são. Nós vamos nos tornar um. Você será nosso emissário para sua raça. – O borg um de cinco disse isso e conectou um dispositivo no lado esquerdo da cabeça de Vulcro.
Rapidamente diversos tentáculos minúsculos sairam do pequeno dispositivo e penetraram no rosto do Cylon. Em menos de um minuto Vulcro estava assimilado. Mantinha seu aspecto original, a não ser pelo pequeno dispositivo e as ramificações que davam um tom esverdeado ao seu rosto. Porém ao falar seu tom era diferente e se algum humano estivesse presente provavelmente iria arrepiar-se com a perspectiva do que estava por vir. – Nós somos Borg-Cylons, - disse ele – nós somos um.
Picard, seu grupo avançado e os convidados materializaram-se na sala de transporte 2 e seguiram para a sala de reuniões. Enquanto caminhavam Starbuck e Apollo iam olhando para os tripulantes que passavam e admiravam-se com o ambiente que parecia esterilizado demais para eles. Nenhum cheiro de combustível, cigarros ou bebidas. O ar parecia estranho. Deanna notou a inquietação de Starbuck e propôs que se dividissem. Enquanto Picard, Worf, Riker e Adama iam para a sala de reuniões, Starbuck, Apollo, ela e Data iriam conhecer o Bar panorâmico e outras partes da nave. Seguiriam pra reunião em seguida. Picard concordou e cada grupo seguiu seu rumo.
Ao chegarem no Bar panorâmico, sentaram-se e Guinan aproximou-se. O que gostariam de beber. Deanna pediu um vinho suave, Apollo e Starbuck pediram cervejas. Guinan levou as bebidas rapidamente e as reações de Apollo e Starbuck foram diversas. Apollo provou a cerveja e estranhou o gosto, na verdade ele sentiu que não era cerveja de verdade, mas por ser mais educado que Starbuck apenas disse: - O gosto é diferente das cervejas que estou acostumado a beber.
Starbuck por sua vez, bebeu o primeiro gole fez uma careta. Soltou um assovio e disse: - Avisem o proprietário que ele foi lesado. Isso aqui pode ser qualquer coisa, mas cerveja é que não é. Que diabos é isso afinal?
Cerveja sintética. Não alcoólica. – respondeu Data prontamente.
Logo vi. – disse Starbuck – Não é bebida. Você não bebem na terra de vocês?
Segundo as normas da Frota estelar não é permitido bebidas alcoólicas em naves estelares...
OK! – já entendi. – disse Starbuck – mas como você bem sabe douradinho, não somos da sua frota estelar e gostaria de saber se existe alguma bebida de verdade aqui dentro que dois visitantes sedentos possam usufruir.
Guinan ouvindo discretamente a conversa, aproximou-se com uma pequena garrafa contendo um líquido esverdeado. – Talvez isso agrade o paladar de nossos visitantes, Data – disse ela servindo dois copos. – Bebam devagar.
Data ia falar alguma coisa mas um olhar de Guinan foi suficiente para que seu cérebro positrônico entendesse o recado. Ficou calado e esperou. Starbuck cheirou o conteúdo do copo e deu um pequeno gole. Seus olhos lacrimejaram e ele soltou um pequeno pigarro como se tivesse engasgado. – Arre! Isso sim! Podemos até utilizar isso em nossos motores turbo e talvez atinjamos velocidades acima da luz. Nossa! O que é essa coisinha verde.
Deanna sorriu e pela primeira vez disse alguma coisa. – Cerveja Romulana – extremamente proibida em naves da frota. É bom que o Capitão não fique sabendo que Guinan serviu isso.
Starbuck sorriu e respondeu. – Não se preocupe princesa. Não sobrará gota alguma deste copo para analises depois que terminarmos.
Ficaram conversando sobre algumas diferenças culturais das duas dimensões e seguiram para a sala de reuniões.
Picard apresentou todas as informações possíveis sobre os borgs para que Adama ficasse sabendo dos problemas que poderiam ocorrer se os Cylons se unissem a eles. Picard acreditava que se os Cylons fossem tão ofensivos como Adama lhe informara, havia uma chance de os borgs desnorteados com a separação da coletividade fossem subjugados por eles. O risco seria apenas de os cylons absorverem conhecimentos desconhecidos daquela dimensão e se fortalecessem. O que precisavam fazer era justamente encontrar nave borg para extrair as informações sobre a reversão do fenômeno que os trouxera aquela dimensão e destruir qualquer evidência de sua presença de modo a manter o rumo daquela civilização inalterado.
Enquanto conversava com Adama, Picard foi avisado que Fredericks queria falar com ele assim que fosse possível. Picard pediu que Adama aguardasse alguns minutos enquanto ele atendia esse chamado e deixou-os por alguns instantes. Falou com fredericks através do monitor de comunicação da sala adjacente a sala de reuniões e retornou em seguida já encontrando o restante dos visitantes acomodados nas suas cadeiras.
Acabo de receber uma comunicação do Capitão Fredericks. O Cubo borg foi detectado em companhia de duas estações cylons seguindo um ponto alguns anos luz de distância de onde estamos. – disse Picard para o grupo. – Lamento informar que as estações estavam modificadas com apêndices borgs. Devemos presumir que os cylons não foram capazes de deter o Cubo e foram assimilados. Adama, o senhor tem idéia de para onde eles possam estar indo?
Adama pediu as coordenadas de destino presumidas do Cubo e das estações e após alguns instantes declarou: - Devemos nos precaver imediatamente. Segundo as nossas patrulhas há indicações de uma base completa dos cylons neste setor do espaço e se eles forem capazes de assimilar todos os cylons lá existentes, nem mesmo nossas naves juntas conseguirão detê-los.
Picard virou-se para seus comandados e finalizou a reunião da seguinte forma: - Will, vamos ter que seguir o plano B antes da hora.
Riker concordou, levantou-se rapidamente e disse aos visitantes. – Senhores, queiram desculpar. O senhor Worf os acompanhará até a sala de transporte e assim que tivermos tudo pronto entraremos em contato. – dirigiu-se então aos outros, - Deanna, Data, Geordi, venham comigo.
Saíram juntos da sala e seguiram para a ponte. No caminho Deanna segurou o braço de Riker e perguntou baixinho – O que é o plano B, Will?
Aniquilação, Deanna. Vamos para ponte.
Deanna apesar de ser meio betazóide apenas, possui uma ligação muito forte com Riker e desta forma tem noção mais aprofundada de seus pensamentos. Naquela breve afirmação ela recebeu todo o impacto dos pensamento de Will Riker e o que ela sentiu a deixou mais aterrorizada do que os relatórios da batalha Worf 359. Ela não podia imaginar que a Frota tivesse pensado em tal coisa e que poderia por em prática tão abominável solução. Will segurou sua mão e a pusou para junto de si encaminhando-se para o turbo elevador. Ao entrarem Data olhou para Troi e pois seu cérebro positrônico para funcionar. Por que será que a conselheira estava chorando?
Adama, Apollo e Starbuck foram teleportados para Galáctica novamente e ficaram aguardando uma posição de Picard. Picard foi para sua cabine e chamou a Dark Star. Fredericks informou que a equipe de engenharia já estava com quase todos os setores da nave vistoriados e que através dos duplicadores da nave foi possível gerar as peças necessárias para consertar os principais instrumentos. Picard lamentou as perdas da tripulação e convocou Fredericks para uma reunião imediata na Enterprise para dali à uma hora. Fredericks disse que estaria lá com todas as informações necessárias sobre a situação da nave. Picard desligou e seguiu para área de depósito 12 da nave para encontrar com seus comandados.
Data, Geordi e Deanna Troi estavam esperando juntamente com Riker e Worf junto a um grande engradado de transporte. Picard chegou lá em minutos e disse para Riker: - Will, podemos começar? – Claro Capitão – respondeu ele. Riker aproximou-se do engradado e apertou um botão. Um painel se abriu expondo uma pequena tela de reconhecimento digital e um pequeno sistema de comunicação. Riker pôs a mão estendida na área de reconhecimento e disse: Segundo comandante Willian Riker, código de segurança Riker 23.26-3 senha invasão. Worf repetiu o processo dizendo: Tenente Comandante Worf, Chefe de Segurança código de acesso Worf 56.55-2 senha ataque. Por fim Picard colocou a palma sobre o equipamento e disse. Capitão Jean-Luc Picard código de acesso 33.22-0 senha finalização.
O engradado foi ativado e abriu-se revelando uma estranha estrutura cúbica que poderia passar facilmente por um apêndice borg. – O que é isso? – perguntou Deanna Troi.
Picard suspirou e respondeu. – Este é um dispositivo de destruição desenvolvido pela federação em conjunto com os romulanos, uma bomba quântica.
Data olhou para o dispositivo e após alguns segundos disse: Senhor, em meu banco de dados não consta nenhum tipo de informação referente a tal dispositivo. Acredito que seja um protótipo não?
É Data. – repondeu Picard. - Este protótipo foi desenvolvido especificamente para nossa missão inicial. O objetivo da Enterprise, da Thunder e da Dark Star era levar este dispositivo até as naves borgs detectadas, atacá-las e transportar este falso apêndice para a nave mais próxima deles. Danificar a nave de modo que eles retornassem a sua base e quando lá chegassem o dispositivo seria detonado. O funcionamento é o seguinte, no núcleo da bomba existe uma singularidade quântica controlada. Como sabemos os motores das naves romulanas retiram sua energia de algo parecido. Pouco antes da detonação duas coisas ocorrem, é injetado no núcleo da bomba uma partícula de anti-matéria irradiada e através de conexões com os indutores da nave sabotada é gerado um campo de contenção na bomba. Quando a partícula de anti-matéria atinge a singularidade, o núcleo da bomba se transforma num pequeno buraco negro. Após alguns segundos o campo de contenção é desligado e toda matéria num raio aproximado de duzentos mil quilômetros é sugado para o interior do buraco negro e em algumas horas o fenômeno se retrai e desaparece. A idéia era eliminar pelo menos um dos braços da coletividade de modo a podermos implementar versões menores da Bomba de modo a causar o mínimo de destruição.
A federação aprovou isso? – perguntou Deanna. – Mas seria um verdadeiro massacre. E se os planetas próximos de onde a nave estiver forem habitados por criaturas que não tem ligação com os borgs. Culturas inteiras seriam destruídas.
A federação pensou nisso. A bomba só seria ativada após constatarmos que o destino dos borgs seria uma região povoada apenas por eles. A dark Star estava equipada com o novo dispositivo de camuflagem romulano e seria responsável por seguir as naves borgs até o seu destino e ativar o dispositivo. Por falar nisso Fredericks já devia ter chegado.
Neste momento o Capitão Fredericks entrou no depósito. – Desculpe o atraso cavalheiros, conselheira. – Fredericks cumprimentou a todos e dirigiu-se para Picard. - Capitão Picard, a Dark Star encontra-se 90 operacional com mais duas horas teremos capacidade total. Graças a equipe do senhor La Forge, os danos foram reparados a contento.
Esse é novo brinquedinho da Federação? – perguntou Fredericks apontando para a bomba.
É,- respondeu Riker, - apesar de que não podemos chamar uma bomba com tal capacidade de brinquedo.
Realmente, não tive intenção de brincar com situação tão séria. – respondeu Fredericks. - Vamos levá-la para a Dark Star conforme o plano original?
Sim. – Disse Picard. – O senhor Data e o Senhor La Forge irão com o senhor fazer a preparação de modo a estarmos preparados. Acredito que em breve veremos borgs de configurações bem diferentes das que estamos acostumados. Will, - disse Picard voltando-se para o imediato. – transmita a todos os setores que os tripulantes que a partir de agora estamos em alerta amarelo e todos devem receber um novo feiser modificado. Senhor Worf, o pessoal da segurança deve se armar com os novos rifles multi-fásicos e os geradores de escudo portáteis.
Sim senhor. – respondeu Worf e foi saindo juntamente com os outros.
Picard ficou olhando para uma das janelas do depósito e Deanna permaneceu com ele. – O senhor tem certeza de que esta é a única solução?
Infelizmente não vejo outra saída conselheira. A minha única outra preocupação no momento é o que fazer com o Comandante Adama e seu grupo de sobreviventes. A ordem que estou emitindo vai além da Primeira Diretriz e não quero ter o sangue de inocentes em minhas mãos novamente.
Naquela ocasião o senhor não sabia o que estava fazendo. – disse Deanna. Picard estava pensando novamente na batalha de Worf 359 e de todas as perdas de vidas da federação que ele provocou quando era Locutus.
A ameaça agora é muito mais perigosa Conselheira. Se o que Adama nos disse sobre os Cylons serem máquinas com cérebros reptilianos, imagine borgs com dois metros de altura e canhões de plasma na mão que podem se teleportar para dentro daquelas naves de colonos a hora que desejarem. Temos o dever de impedir tal coisa.
As perspectivas de Picard estavam longe da realidade. Esta era muito pior do que poderiam imaginar. A estação de Vulcro chegou junto com o Cubo borg nas proximidades de um planeta onde orbitavam três estações cylons. Uma delas da classe Hades com mais de 1500 metros de diâmetro em seus discos. Esta era a nave de Daemon Tar. Tar era do conselho de Gemini quando do ataque dos Cylons e logo se bandeou para o lado deles divulgando posições estratégicas dos geminianos de modo que quase toda a população do planeta foi dizimada graças as ações deste traidor. Tar estava em sua sala olhando para os monitores que apontavam para o planeta. O planeta era desértico porém os sensores haviam detectado grandes jazidas de minérios e Tar havia mandando que diversos grupos fossem até a superfície e realizassem minerações em locais específicos trazendo amostras de tudo que fosse encontrado. Constataram que quase todo o planeta era um bloco mineral com pedras preciosas, ouro, ferro, prata, estanho, chumbo e diamantes.
Quando o alerta de sua mesa tocou ele estranhou e ligou outro monitor. Antes que a imagem se formasse na tela reparou que havia outras pessoas dentro de seus aposentos. Quando levantou a vista estranhou o que estava vendo. Estavam de pé diante dele, Vulcro, com um estranho brilho esverdeado no rosto, uma criatura quase humana mas com várias partes mecânicas e um centurião completamente modificado, com apêndices no capacete e com um dos braços parecendo um canhão.
O que significa esta invasão? – levantou-se apontando para Vulcro.
Nós somos Borg-Cylon. Daemon Tar deve interromper quaisquer atividades existentes e esperar a total assimilação de sua cultura tecnologia. – disse o Vulcro modificado.
Guardas! – gritou ele apertando o comunicador da mesa. Imediatamente entraram quatro centuriões na sala, já com as armas apontadas. Antes que pudessem disparar, o Centurião modificado apontou o braço em forma de canhão e disparou tiros sucessivos atingindo as armas de todos os centuriões, desarmando-os.
Vocês devem interromper todas as hostilidades e se preparar para assimilação. – disse o Cylon modificado.
Os centuriões postaram-se em posição de sentido ante a ordem de um Centurião de patente superior ignorando as ordem de Tar. Daemon Tar ficou parado de boca aberta observando a cena sem acreditar. A criatura humanóide aproximou-se dos centuriões e acoplou ao capacete de cada um deles um pequeno dispositivo. Tar viu quando de cada um destes dispositivos pequenos tentáculos penetravam na armadura Cylon e o visor luminoso, que eram os olhos dos cylons, assumia tons esverdeados.
Vulcro, - disse Tar – avise seus amigos que me matarei antes que me coloquem um aparelho destes na cabeça. – após falar isso puxou o pino de uma granada de choque que estava em uma das gavetas da mesa onde estava e ficou segurando o pino de pressão.
Vulcro voltou-se para o Borg e disse: - o humano fará o que diz. Não é necessário assimilar. Ele fará o que lhe for mandado pois o que deseja é apenas riqueza e poder.
Isso é irrelevante. A assimilação é necessária, mas não imediata. Acataremos o desejo do humano em favor da nova coletividade. Utilizaremos sua nave e você será transferido. Devemos atacar os humanos restantes e destruir as naves da federação.
Tar não entendia direito o que estava escutando mas ao falarem em destruir os humanos ficou mais tranqüilo e recolocou o pino na granada. Vulcro aproximou-se dele e segurando-o pelo braço retirou-o da sala. Após duas horas o Cubo, as duas estações que estavam com o cubo e a as duas estações que já haviam sido assimiladas formavam um único objeto tendo o cubo com centro e cada uma das estações coladas a quatro das laterais do cubo. Uma barreira de energia envolvia a estrutura. A Estação da classe Hades já fora totalmente assimilada e seguia com um grupo de borgs e mais de mil cylons modificados em direção a última posição detectada da Enterprise.
Adama e Apollo estavam na ponte da Galáctica conversando sobre os estranhos visitantes da outra galáxia. Adama ordenou um reforço nas patrulhas nas proximidades dom comboio e Starbuck e Boomer estavam liderando os esquadrões azul e vermelho. A Galáctica estava com todos os sensores ativados no máximo do alcance e todas as áreas da nave em estado de alerta. Duas horas se passaram e os alarmes da nave dispararam. Adama ordenou que a tela principal fosse ativada e viram os esquadrões azul e vermelho voltando a toda a velocidade. Atrás deles cerca de trinta caças cylons vinham disparando. Athena ligou as comunicações e ouviram os gritos de Starbuck.
Pessoal! Preparem todas as armas. Esses cylons são diferentes de tudo que já enfrentamos. Comandante Adama, se for possível precisamos da ajuda de nossos novos amigos.
Adama respondeu imediatamente. – Faremos o possível. Estamos enviando todas as naves disponíveis. – virou-se para Apollo e falou. – Filho, melhor levar todos os caças.
Sim Pai! – respondeu Apollo já saindo em disparada.
Em minutos havia mais de 70 caças viper cruzando o espaço em direção aos esquadrões azul e vermelho. Os disparos dos caças pareciam não surtir efeito sobre um novo tipo de proteção das naves cylon. Após inúmeras tentativas conseguiram destruir um dos caças inimigos fazendo a combinação de vários caças intercalando os disparos com intensidades diferentes. Apollo passou esta informação para os esquadrões e estes passaram a atacar cada uma das naves em grupos de três ou mais.
Foram minutos de tensão. Os vipers eram avariados em número bem maior do que os caças cylon eram destruídos mas as naves coloniais acabaram levando a melhor e conseguiram destruir a maioria das naves inimigas. Apenas quatro delas restaram e deram meia volta rumando por onde vieram. Os esquadrões de vipers retornaram escoltando as naves avariadas e uma hora depois Adama recebia o relatório de Apollo. Haviam perdido doze caças e estavam com mais de trinta avariados. Vinte e cinco pilotos estavam feridos e não poderiam combater nos próximos dias. As perspectivas não eram das melhores e não sabiam onde estava a Enterprise. Precisavam de auxílio mesmo Picard tendo dito que havia a tal Primeira Diretriz. Antes que Adama pudesse dizer alguma coisa o alarme tocou novamente e Athena falou pelo comunicador.
- Pai, venha urgente até a ponte. Temos um problema.
Adama seguiu com Apollo e ao entrar na ponte da Galáctica olhou para a tela principal. Havia uma estação da classe Hades no visual. Ela estava envolta com um escudo de energia esverdeado e o redor dela mais de trezentos caças cylon modificados com a mesma proteção vinham em direção a Galáctica e as naves da colônia.
Adama virou-se para Apollo e disse pesaroso. – Agora mais do que nunca precisamos de um milagre dos deuses de Kobol.
