Disclamer: Ok, todo mundo já sabe que Harry Potter não pertence a mim, pois se pertencesse eu já teria matado a Narcisa, o Fudge, o Filch e nunca, jamais o Sírius.

Outro detalhe, essa fic é SLASH, e isso quer dizer:

Harry + Draco Sexo!

Se não gosta ou não curte, ou qualquer coisa assim, não leia!

Sua Marca em Mim

Prólogo

Foi em uma noite de chuva, como muitas daquele inverno. Eu tinha entrado no Três Vassouras e sentado em uma mesa do canto mais afastado do bar, esperando um deles chegar.

A guerra havia acabado há dois anos, o mundo mágico estava em paz e reconstruído após violentas batalhas.

Confesso que ficara intrigada com o pedido de me encontrar ali com eles. Eles nunca tinham falado com repórteres sobre a guerra, ou sobre suas vidas e pra mim era incompreensível que eles tivessem escolhido logo a mim, uma escritora principiante, para relatar sua historia.

Deixe-me falar para vocês que não me conhecem, eu pesquisei essa guerra a fundo, sempre fui fascinada por Harry Potter e Draco Malfoy. Encantada por suas personalidades, pelo seu amor sem limites que eles tiveram. Confesso que muitas vezes antes desse encontro eu deturpei ou recriei a historia, mas foi pelo fascínio que eles me infringiam.

Sabia que Harry tinha sido amaldiçoado por Voldemort momentos antes de matá-lo. Voldemort morrera, mas antes, prometera a Harry que iria levar com ele a coisa mais importante para Harry. Durante muito tempo se temeu por Harry Potter, que ficou meses em coma mágico. Temeu-se também por Draco Malfoy, o grande amor de Harry Potter. Mas ao final, quando Harry Potter acordou se descobriu que Voldemort tirara de Harry Potter suas lembranças, as lembranças de seu amor. E eu me perguntava se esse amor estaria mesmo perdido para sempre, se as lembranças estavam mortas junto com o bruxo mais terrível de todos os tempos.

Antes de mais devaneios e perguntas vagassem por minha fértil mente de escritora, eu o vi entrar.

Vestido de negro como era seu costume. Belo e pálido.

Um suspiro saiu antes que eu pudesse conte-lo. Ele é esse tipo de homem, o tipo que causa suspiros, calores e desejos. Alto, forte e inacessível, um homem dramático com uma historia trágica.

Ele seguiu até mim e puxou a cadeira a minha frente, sentando-se com um sorriso.

Então ele começou a falar, com aquela voz rouca que faria qualquer ser de sangue quente derreter.

O que eles me disseram, eu vou tentar passar para vocês da forma mais fiel possível. Tentar recriar a magia que foi ouvi-los.

Agora me acompanhem ao Três Vassouras e se acomodem perto do fogo, peguem sua cerveja amanteigada, pois eu tenho uma história pra contar, e ela começa assim...

Capitulo 1 – O Deus de Prata

"Certas pessoas sempre falaram ou afirmaram que eu sou arrogante, preconceituoso e cruel e por mais incrível que pareça, essas pessoas sempre estiveram certas.

Mas estiveram erradas em afirmar ou julgar que eu fui criado sem amor. Não me sobraram apenas os bens materiais, minha mãe me amou muito e também tive Ana, mas ainda me dói falar dela, apesar dessa historia também ser a dela. Mas voltemos a minha formação.

Os bens afetivos também me foram legados em grande quantidade. Eu sou um símbolo da pureza da minha linhagem: belo, cruel, frio e inacessível aos de fora; afável, sincero e amoroso aos poucos que conquistam minha afeição.

Aprendi no berço, com meus pais, a fina arte de ocultar meus pensamentos, camuflar meus sentimentos, sufocar os desejos de modo que ninguém nem nada conseguisse adivinhar ou prever o que me ia no intimo. Devo ressaltar que sempre fui ótimo nisso.

Somente uma pessoa mexeu comigo a ponto de me descontrolar, só uma pessoa despertou em mim desejos tão intensos que eu demorei muito para conseguir entendê-los e aceitá-los.

Talvez essa não seja a história que você queira ouvir, mas é a verdade, é como aconteceu e eu tenho que contá-la. Faço isso por meu filho Sírius, por Ana que não tem mais voz para falá-la e por meus amigos, talvez e só talvez, faça isso por paz. Essa historia é longa e triste e foi assim que começou:

Eu o conheci aos onze anos, no Beco Diagonal, e no momento que eu coloquei meus olhos nele, eu soube que ele era único.

Ainda não sabia seu nome, não tinha associado aquele menino magro e franzino a lenda que o antecedia. Mas pude visualizar nele o brilho dos que serão maiores que seu tempo, a aura daqueles que nascerão para lutar e vencer.

Ele parecia perdido e assustado e eu adorei as contradições nele. Sua força e vulnerabilidade me atraiam e eu o quis.

Queria aquele garoto de forma que só com o tempo eu entendi, mas ao conhecê-lo, pareceu-me que estar perto dele era tudo o que me faria feliz.

E foi nessa ânsia de me aproximar que eu o feri. Feri aquilo que tinha sido bom e amável com ele, um adulto que o tratara com carinho e isso era algo que aquele menino com olhos de guerreiro nunca tinha tido até então.

Claro que minhas palavras o ferirão e ele não pode, ou não quis perdoar. Hoje eu sei que quando ele pôs os olhos em mim, ele me temeu, sentiu o perigo oculto dentro de mim.

Os instintos de Harry sempre foram soberbos. Ele sempre soube como e de que lado o inimigo iria atacar, mas mesmo assim, ele nunca esteve preparado para mim. Assim como nunca soube até que ponto eu o preparei para o mundo que ele iria enfrentar.

Mas voltando a historia e saindo de minhas divagações: depois disso eu tornei a feri-lo e ele me recusou. Foi humilhante, mas foi a única coisa que ele poderia fazer por ser quem era e por tudo que ele tinha dentro de si. Ao me rejeitar eu o odiei.

Hoje eu vejo que até eu teria me rejeitado, hoje eu sei que proferi as palavras que desencadeariam sua ira. Eu me mostrei igual aos que o oprimiam, mas isso eu sei hoje. Aos onze anos eu queria vingança, eu queria que ele se arrependesse amargamente pela afronta que ele me infringira.

Meu orgulho e ego sempre foram enormes, e durante os cinco primeiros anos da escola, eu fiz todo o possível para que ele sofresse. Desejei isso até que o vi quase em transe pela morte de Sírius Black. Até que pude ver os seus brilhantes olhos, que sempre possuíram vida e bravura, vazios e sem brilho algum. Quando eu o vi assim, eu soube que sempre quis apenas que ele me notasse, que não se esquecesse de mim, que eu só queria fazer parte da vida dele, e como ele não me aceitara como amigo, teria de me ter como inimigo.

Quando eu compreendi isso, minha vida mudou, meu coração mudou. Naquelas férias eu fui pra casa pronto para a morte. Eu amava a pessoa que colocara meu pai na prisão.

Ana me esperava na estação. Foi ela quem me achou, depois dos inúmeros feitiços e azarações que eu recebera de Potter e dos demais amigos dele. Foi ela que me fez voltar ao normal, bem como a Crabble e Goyle. Foi ela que me abraçou forte e me disse que as coisas iam melhorar e piorar.

Deixe-me falar sobre Ana. Anastácia Donovan, era afiliada de minha mãe. Ela ficou órfã aos sete anos e por isso foi morar na Mansão, com minha mãe. Eu acabara de nascer, e Ana me adotou como irmã. Ela foi criada dentro dos princípios da nossa familia, foi criada como eu, mas com Ana, era impossível se exaltar, era impossível gritar com ela, ou perto dela. Ela acalmava a todos. Ela era assim, possuía o dom de acalmar e curar. Era um pequeno anjo de cabelos negros e olhos azuis enevoados. Ela era a única que acalmava meu pai quando ele queria me punir por alguma falta ou travessura. Era quem apoiava minha mãe e a ajudava a enfrentar as crises de enxaqueca que sempre a deixaram na cama. Era quem me mandava longas cartas e doces. Quem me guiava em Hogwarts. Ela era o motivo pelo qual Severo Snape tinha uma predileção por mim.

Quando Ana saiu de Hogwarts, eu entrei. Ela foi minha ponte com Severo, e por causa dela é que o sinistro professor me protegia. Muitos até hoje acham que era por causa de Lucio, mas não, era por causa de Ana. Ela, com seu jeito calado e sereno, conquistara até mesmo ao carrancudo e fechado Mestre em Poções.

Ana podia ter sido educada como uma Malfoy, mas tinha um senso muito reto do que era certo e errado, do que era o bem e do que era o mal, bem como a tênue linha que os dividia. Essa era Ana, incorruptível. Nenhum poder do mundo podia seduzi-la, nenhuma fortuna poderia comprá-la. Ela tinha uma única ambição, o amor, e isso ela dizia, já era dela. Uma sonserina muito estranha a minha Ana, mas a melhor de nós, entre os mais inteligentes, ela era a mais dotada. Entre os corajosos ela era a própria audácia. Entre os compreensivos, ela era própria bondade.

Foi naquelas férias que ela me ajudou a entender meus anseios, e a traçar uma estratégia para me redimir.

No sexto ano, me mantive afastado de Harry e de seus amigos, eu o observava a distancia, compreendendo aos poucos as inúmeras mascaras que Harry usava. Observei com deleite o brilho voltar àqueles olhos, e com pesar a sombra da preocupação aparecerem na face de Harry, assim como aquela pequena ruga de preocupação que se instalava na testa de Harry quando ele achava que não estava sendo observado. E acredite, ele ocultava isso até do Weasley e da Granger, ninguém, alm de mim notava aquela ruga, ninguém, alem de mim, notava aquele pesar.

Não preciso dizer que o Quadribol perdera atração para mim, e por isso abandonei meu posto de apanhador, bem como de capitão e mantive minha vassoura apenas para o prazer de voar, de sentir o vento no rosto e a liberdade que isso proporcionava.

Mantive meu posto de monitor, pois isso me deixava à desculpa para circular por todo o castelo, e para me afastar do salão comunal. Claro que eu não tinha mais disposição ou desejo de me aproveitar dos mais fracos e menos inteligentes do que eu, porque isso já não me trazia nenhum contentamento, então deixei de fazê-lo.

Nessa fase, meu novo comportamento me fez ouvir muitas ironias e cochichos, mas nada da minha antiga vida me apetecia, acho que eu finalmente tinha crescido, evoluído.

O sexto ano também foi repleto de mortes e dores, a guerra esta em seu auge e as lutas transcorriam de modo sangrento. A cada morte, a cada ataque, a ruga na testa de Harry se aprofundava.

Uma dessas mortes foi sentida e muito por mim, Voldemort voltara a Azkaban, não para libertar, mas para punir os Comensais que se deixaram capturar no Ministério. Meu pai foi morto sem nem ao menos poder se defender.

Ana conseguiu que seu corpo fosse enviado para nossa casa, de modo que podia ter um funeral digno de um Malfoy. Isso aconteceu dois dias antes do fim do ano letivo e eu fui enviado mais cedo para casa. Ana fora me buscar em Hogwarts.

Mas aquele ano escolar acabou de modo quase trágico. Harry , Rony Weasley e Hermione Granger foram atacados por Voldemort e seus dementadores. Dumbledore e a AD estavam lá para ajudar, alguns alunos se feriram, mas ninguém com gravidade e Voldemort mais uma vez não conseguira matar seu nêmesis (1).

O sétimo ano começou com uma ruga ainda mais profunda na testa de Harry e ele canalizou toda a sua raiva em mim. Não era mais eu que o perseguia, era ele quem me caçava, descontando em mim toda a ira e frustração que sentia por Voldemort e a maldita guerra.

O ano estava quase no fim quando aconteceu aquilo que marcaria o começo da pior e melhor fase da minha vida.

Foi durante uma aula de poções. Harry queria NIENS para ser Auror e eu queria para ser um Mestre em Poções. Snape tratava a todos com raiva, mantendo a pose de Comensal cruel.

Claro que Snape nos colocou em dupla, parecendo apreciar sadicamente o duelo de vontades que era nós dois juntos em aula. Foi então que Blas Zambine teve a brilhante idéia de corromper a poção que eu e Harry fazíamos pacificamente. Resultado: Harry Potter me culpou e resolveu acertar as contas comigo ali mesmo, em plena aula de Poções e na frente de toda a classe e do professor. Eu o amava, mas não ia aceitar isso calado, duelamos e acabamos os dois em detenção.

Naquela noite ele chegou feliz ha detenção, era o ultimo ano e logo ele não teria mais de aturar Snape ou a mim, e isso o alegrava. Eu já estava lá, tinha acabado de punir Zambine pelo erro que ele cometera e estava realmente contente. Snape chegou logo depois de Harry e mandou-o limpar a sala toda, sem magia. Quanto a mim, minha tarefa era supervisionar a limpeza realizada por Harry. É claro que isso foi injusto, mas não seria Snape se não fosse, e eu nutria uma estranha amizade com o reservado Mestre de Poções.

Fiquei realmente chocado quando Snape nos deixou sozinhos e reconheço que mantive a fleuma para não me abalar com os xingamentos e maldições que Harry murmurava para mim, mesmo depois de ver que eu estava limpando também.

Agüentei placidamente até que ele tocou em um ponto muito frágil para mim naqueles dias: minha mãe.

- Onde está sua mãe Malfoy?

Eu me mantive calado, ainda doía muito pensar que provavelmente eu jamais tornaria a vê-la.

- Ocupada demais para te escrever?

Minha mãe estava desaparecida! Ela se revoltara contra o assassinato de meu pai, se revoltara contra Voldemort e isso lhe custaria à vida.

Ele continuava instigando, rindo, caçoando e me minha mente projetava a lembrança do ultimo Natal, tão fresco ainda em minha memória.

Lembrava da risada cristalina e contente de minha mãe. Tão calma e feliz por estar comigo e com Ana. Dos abraços dados em mim e em Ana. De nós três nos abraçando pelo Natal. Do brilho das lágrimas nos olhos azul miosótis delas, e dos olhos verdes enevoados de Ana, olhando-me com saudades antecipadas ao me levarem a estação. Minha mãe já decidira que ia confrontar Voldemort, e por isso queria aproveitar o ultimo Natal há nosso lado.

Harry riu da única lagrima que eu não pude controlar e que deslizou por meu rosto. Ana também estava desaparecida. Talvez eu nunca mais a visse, talvez eu nunca mais pusesse meus olhos nas duas pessoas da família que eu mais amei!

Nessa hora eu o agredi.

Rolamos pelo chão chutando, socando, puxando e mordendo onde pudéssemos alcançar, onde desse para ferir. Não sei quanto tempo ficamos brigando, só sei que acabamos deitados, um do lado do outro, no chão, exaustos, suados e ferido. Os olhos vidrados um no outro. Até que eu o beijei.

Sim, agarrei a nuca e os negros cabelos dele e o beijei com toda fúria que eu possuía e com todo o anseio também, e deixe-me falar que ele respondeu a altura.

Foi um beijo incrivelmente bom aquele, mesmo depois de muitos beijos trocados com Harry, aquele beijo ainda possui um sabor mágico. O primeiro, não o melhor, mas um deles.

Só paramos de nos beijar quando a porta da sala se abriu com um estrondo, eu e Harry nos separamos e ficamos em pé em um pulo, achávamos que era Snape, mas não era.

Um vulto vestido de negro avançou até mim e me abraçou. Na hora eu a reconheci e agradeci aos Deuses por poder tê-la em meus braços. Por poder ver aquele rosto belo mais uma voz. Foi então que eu entendi.

- Eles a acharam, não? Acharam o corpo de minha mãe! Onde ela está?

- Aqui, Draco. Eu a trouxe para cá, para você!

- Foi você? Foi você que a achou?

- Era a única coisa que eu podia fazer para amenizar a sua dor, e a minha também. Era a única coisa que eu podia fazer por Narcisa.

Eu a abracei, agradecido por sua atitude, e pelo calor e força que ela me passava, por estar me acalmando, nesse momento em que meus sentimentos estavam em ebulição por causa de Harry e por causa de minha mãe. Eu podia ter perdido meu pai, podia ter perdido minha mãe, mas eu tinha Ana, a mais importante das pessoas da minha família.

- Vá, Draco! Vá há enfermaria, sua mãe tem pouco tempo de vida, vá encontrá-la.

Ela me olhou, fazendo alguns feitiços para alinhar minhas vestes. Meus ferimentos ela já havia curado ao me abraçar.

Até hoje eu consigo ouvir a voz dela ralhando comigo quando estou desarrumado. 'Francamente, lindo dragão, esse é o melhor que pode fazer?'.

Estranho, não, a voz de uma pessoa morta em minha mente, é como se ela se recusasse a me deixar só.

Mas o que aconteceu quando eu deixei a sala, enquanto eu me despedia de minha mãe e falava com Severo, eu não sei, mas ele pode lhe falar. Depois eu lhe conto mais da minha história".

Nota da Autora:

(1) rival ou adversário temível e geralmente vitorioso

Gente, essa fic está há muito tempo batendo na minha mente, então eu a deixei sair. Talvez alguém goste dela, alem de mim é claro!

Como ainda não li o sexto livro, não vou citá-lo aqui, e depois que eu ler, ai eu vou ver o que eu filtro e o que eu ignoro.

Beijos.