Suspirou, ele, ao contrário, sentara-se corretamente à mesa; bem pudera, crescera regido por uma dura disciplina, seu próprio país de origem apreciava a boa-educação. Mas não era isto o que o incomodava, na verdade, tudo ao seu redor parecia degradante, uma fonte em potencial de irritação. Aquele vazio que abria um buraco em seu peito, o trabalho... Nessa época era sempre a mesma coisa, a mesma correria, mentes insanas trabalhando para fazer novos aparelhos eletrônicos, inovar, se destacar, tudo isso para atender ao novo ano que se aproximava. E, como se não bastasse, ainda havia todo o resto: o caos da cidade grande, gente se espremendo pra tudo que é canto, a falta de uma boa noite de descanso, falta de amigos sinceros e por que não, de tempo... Solidão, desinteresse pelas atividades que antes adorava, necessidade de um calor humano quase esquecida... É, realmente sua vida não ia tão bem quanto gostaria.
Uma presença ao seu lado esquerdo se fez e, ao olhá-la, deu-se com a garçonete, que, aliás, era pouco mais que uma menina, 17 anos no máximo. Usava um vestidinho verde-musgo no melhor estilo de sua profissão, com a aba branca e tudo; os fios extremamente lisos, castanhos, presos num coque no alto da cabeça e um nariz fino e delicado de fazer inveja a uma modelo. Sorriu, exibindo os dentes não tão claros assim:
"Aqui estão os pedidos dos senhores." – dizendo isso, entregou um prato a cada um. Sorriu mais uma vez e se retirou.
Duo mirou a comida com seus grandes olhos curiosos, só por não saber ao certo o que pedir, optou pelo mesmo que o de seu acompanhante. Nunca estivera em lugares chiques e requintados, mal tinha noção de etiqueta, muito embora também não houvesse tal necessidade em seu mundinho: vivia em um lugar simples, convivia com pessoas pobres e não era pago para jantar com seus amantes em restaurantes grã-finos ou ir a luxuosos bailes. Amargurou as últimas sentenças, apertando os lábios, não, não era pago para nada disso pois seu trabalho era dar prazer. Seu corpo. E somente.
O oriental achou graça na cara do outro, com certeza fizera bem ao ir para aquele restaurante de qualidade média. Percebera que, se fosse pra jantar nos lugares ao qual estava acostumado, além de ser caro demais para se gastar com um estranho, ia deixá-lo por demais sem graça. Notara há tempos que ele não era do tipo de pessoa que possuía os mesmos padrões e interesses que o seu e, então, o levara a um ambiente no qual ele se sentiria mais confortável.
Começaram a comer em silêncio, apreciando o sabor da comida. Para Duo aquela salada não agradara muito, nem mesmo as pequenas bolinhas de tomate, do qual tanto gostava, o que o fez deixá-la de lado e passar a degustar do restante. Já o japonês devorou a salada com muito prazer, sempre tivera uma quedinha por vegetais, frutas e outros. Depois de terminar com ela, Heero resolveu tomar a iniciativa de manter um diálogo: quando o convidara não pretendia passar o tempo todo em silêncio, isso o fazia sozinho, e, se lá o quisera, era para poder se distrair.
"Então, senhor Maxwell..."
"Duo! É... Só Duo. Me desculpe." – o interrompera sem intenção, preferia que o chamasse pelo primeiro nome, mas calou-se ao notar que o incomodara.
"Hn... Como quiser. Duo, no que trabalha?"
Aquela pergunta foi um soco em seu estômago, até agora conseguira esconder de si mesmo sua desonrosa verdade, mas agora já não podia mais. Se por algum momento tentara fantasiar que podia passar umas horas agradáveis de igual para igual com aquele homem, num conto cor-de-rosas, saiu dessa ilusão neste exato instante. "Não... É claro que não... Eu... Eu não presto, não sou como ele ou qualquer outro... Acho que nem tinha o direito de estar aqui, sujando esse homem." Murmurou-se em pensamentos. Não que a situação fosse tão trágica, mas não dizendo que também era algo fácil de se lidar, apenas era ele que tinha uma auto-imagem muito baixa. Contudo... Por algo que não soube explicar exatamente, talvez uma grande vergonha ou o fato de lhe parecer assustador a idéia de o quê o outro iria pensar a seu respeito, resolveu omitir essa parte.
"Eu... Er, eu estou sem emprego no momento, mas faço uns bicos aqui e ali e dou um jeito de me virar." – contou.
Em parte era verdade, só se prostituía por falta de um emprego decente. Muito embora duvidasse conseguir algo a prover sua sobrevivência se nem os estudos terminara. Quanto aos bicos, esta era a outra parte da verdade, realmente os fazia. Mas... Não conseguia entender o porquê de tamanho temor diante da hipótese de Heero descobrir o que fazia. Claro, não sairia falando para qualquer desconhecido: No momento eu vendo meu corpo pra quem pagar bem, mas quem sabe não arranje um trampo legal semana dessas? Só que... Nunca antes sentira tanto medo e vergonha. Ainda mais de um simples estranho.
Heero ficou sem graça ao ouvir uma resposta meio negativa à sua pergunta, mas não tentou desviar o assunto. Se tinha uma coisa da qual nunca gostara era disto, fazendo isso a pessoa parecia estar fugindo de algo, como se temesse situações adversas que nem sempre poderiam ser boas.
"Entendo, o mercado está difícil hoje em dia mesmo. Mas, diga-me, formou-se no quê?""Er... Bem... Para falar a verdade, eu..." – sua face ganhou tal tom avermelhado que não perderia em nada a um sinal de semáforo. Todavia acalmou-se com um pensamento repentino de que eles eram desconhecidos, ele não tinha nada a ver com a sua vida e jamais dever-lhe-ia satisfações de seus atos, portanto, não adiantava recriminar-se por sua situação – "A verdade é que não me formei no segundo grau, tive problemas familiares e não deu certo, infelizmente. Pois acho que assim fica muito mais difícil conseguir um trabalho."
Heero torceu o nariz. Não podia dizer-se preconceituoso, porém não podia dizer-se livre deles. Pelo que podia concluir do rapaz, ele era da camada mais pobre da população e, diante de tal pensamento, sentiu-se... Envergonhado? Mas envergonhado de quê? De estar ao lado de uma pessoa pobre? Não, não, não. Cortou suas idéias aí, não era sua culpa, afinal, vá lá se saber os costumes de gente assim... Deviam viver em uma promiscuidade só, ou pelo menos, à vista dos bem dotados da sociedade, serem ladrões, bandidos, tranbiqueiros ou drogados. Afinal, fôra criados com esses preceitos, ouvindo essas coisas como se os ricos também não roubassem e fossem tão o mais piores que eles.
oOoOoOo
Pré-conceitos? Que atire a primeira pedra aquele que nunca condenou antes de ouvir, de conhecer. Algo natural do ser humano. Ou que dizemos natural, mas, será mesmo que ter esses tais de "preconceitos" é de real uma característica humana ou algo implantado em nossas mentes pela sociedade caótica e doentia em que vivemos? Não terá sido tudo fruto da maldade que evoluiu junto com o homem?Tanto faz, não importa como começou e nem como terminará, posto que: terminará mesmo algum dia? Mesmo depois de incrustado em nossas cabeças e firme e vigorante até hoje? Muito provavelmente este mundo não será mais um conto de fadas, então, que não se pense em um fim; seria como pedir o impossível? Pense-se em como amenizar este grande mal, como atenuá-lo. Ora, pois preconceitos não precisam nem nunca precisaram ser de grande porte: um cachorro magrela de rua que você se afasta por pensar que pode estar doente, ou mais, a simples repulsa de achegar-se a tal ser decadente. Isto é o que? Precaução? Cuidado? Ahhh, está só fazendo o que seus pais o ensinaram desde criança!
Torno a dizer: o preconceito é algo subliminar, tão já natural do ser humano que fica comum usá-lo, mesmo que às vezes nem se perceba. Hah! Se isso é desculpa para torná-lo algo menos perverso? Não. Se assim o fosse, poderíamos usar o desejo sangüinário do homem desde os primórdios para justificar crimes. (1)
oOoOoOo
Duo percebeu a cara estranha do outro e parou de falar. Heero de repente sentira-se um pouco incomodado, já começava a desconfiar se aquele convite para jantar fôra mesmo uma boa idéia.
"Senhor Yuy, tudo bem com o senhor?"
"Como? Ah... Não, está tudo bem." – ao notar a face preocupada do rapaz, resolveu cortar os pensamentos, não podia discriminá-lo sem nem lhe dar uma chance – "Mas você parece ser bem jovem ainda."
"Ah, hehe!" – e sorriu alegre – "Eu tenho 19 anos, fiz em agosto. E o senhor, quanto anos tem?"
O moreno estranhou a indelicadeza: ele apenas comentara que o moreninho era novo, com o intuito de dizer que ainda teria muitas oportunidades para conseguir um bom emprego e não de querer que ele lhe revelasse a idade. E agora vinha ele com aquela intimidade que não sabia se queria dar. Se bem que a julgar pelas perguntas que ele próprio fizera, o conduzindo a abrir-se para si, era como se estivesse no dever de contar seus ponto íntimos também. Recriminou-se por tal, justo ele que era tão reservado... Ajeitou-se na cadeira, engolindo a comida que estava a mastigar, mesmo assim, se ele o convidara para passarem aquele ínfimo tempo juntos, sabia que tratariam de assuntos desse tipo e, se ainda sim ele o convidou, era porquê estava disposto a tal. E ponto, não haviam mais motivos para reclamar.
"Tenho 25."
"25? Mas só isso e já está naquela baita empresa com uma salona só pra você e tudo?" – seus olhos se arregalaram, surpreso pelo bom desempenho do outro.
Perdeu-se em opções para uma possível reação: ou ele ria da cara abobalhada do menino e de seu modo de falar bem defasado, ou concordava que era um jovem talento que conseguira a custo de muito sacrifício o trabalho que tinha hoje, ou ainda se se ofendia com a insinuação, que Duo nem percebera que havia feito, de que ele parecia velho. Acabou erguendo uma sobrancelha.
"Ano... Sim, foi bem árduo chegar ao posto que hoje eu cheguei."
" "Ano"? Olha, se eu fiz algo que irritou o senhor, me desculp..."
"Er, não, tudo bem. Essa é só uma expressão da minha terra, eu não estou bravo." – explicou, antes que o outro o entendesse errado.
"Da sua terra? É mesmo, o senhor não parecer ser daqui. Mas da onde veio? Ou é mestiço?" – falava empolgadamente, sua alegria costumeira voltando à toda.
"Sou japonês. Vim pra cá com a sua idade."
O menino arregalou seus olhos, surpreso:
"Nossa, que legal! Eu nunca tinha conhecido assim um japonês! Quer dizer, eu já conheci mestiço com americano... Ou seriam chineses? Não, eram japoneses mesmo porque eram mais dourados que os chineses. Claro que eu já conheci latinos, sabe, isso é o que mais tem lá onde eu moro. Mas um japonês, nunquinha! Quer dizer, agora conheço, né?" – falou tudo num embalo, sorrindo largamente.
Sorriu, divertido com o modo do americano, ele falara bastante, confundindo idéias e fazendo caretas enquanto falava, além de, no final, estar com um sorriso lindo e um brilho nos olhos que até então estava apagado. Duo sentiu-se mais à vontade e agora sim conseguia ser ele mesmo, espontâneo, alegre. O moreno não costumava gostar de conversar muito, nem de gente que também falava demais. Principalmente porque nunca dava liberdade para a maioria das pessoas falarem à vontade, normalmente era curto e direto, não gostava de desperdiçar seu tempo com gente e papo que não lhe interessava. Porém, dessa vez, com esse jovem, parecia ser diferente, gostou do jeito dele, de falar as coisas tão inocentemente assim, se expondo, contando detalhes de sua vida que nem eram necessários. E, toda as más impressões que rondaram sua mente até agora se esvaíram por completo, agora tinha certeza de que a noite seria, sim, muito agradável.
Não estava errado, passaram o resto do tempo conversando, divertindo-se. Nãos se aprofundavam em assunto íntimos, preferiram ficar nas amenidades, mas, mesmo assim, gostaram muito. O melhor mesmo só veio na hora da sobremesa, quando Duo pediu um sundae de chocolate. Pra começar, a garçonete, a mesma que os atendera na primeira vez, veio com um risinho bobo e eles logo perceberam que ela estava "de olho" neles. Heero, num situação dessas, teria se estressado e fechado a cara, porém com a presença de Duo, se descontraiu a tal ponto de soltar um pequeno riso divertido com a cena: não era pra menos, dois jovens lindos de belezas exóticas juntos no mesmo lugar era algo raro, não?
Depois, a parte que o japonês mais gostou. Quando comia, Duo se lambuzava de sorvete e recorria o tempo todo à um guardanapo para se limpar, corando. Heero não pôde deixar de achá-lo muito meiguinho. Foi então que, conversando sobre o quão atolado de serviço Heero estava, lhe veio uma idéia em mente.
"Agora nesta época do ano, somada ao natal, os serviços dobram ou triplicam. Trabalhamos desde já para atender as necessidade da feiras de tecnologia que acontecem lá pra Março e Abril, expondo nossos novos produtos que serão lançados. Por isso o trabalho aumenta na empresa e também nas nossas fábricas, o que nos faz contratar trabalhadores temporários."
Duo, que tentava raspar o fundo da taça, se lambuzando mais ainda com o doce, parou o movimento para prestar atenção no que o outro falava. Sentia uma admiração crescente por Heero Yuy, um homem que tão jovem e já ostentava um grande cargo numa conceituada empresa.
"Oh, eu imagino. Deve ser uma época bem estressante para o senhor, né?" – e voltou a levar a colher à boca, tomando do sundae.
"Sim, na verdade é sim." – suspirou, cansado. Finalmente as noites mal dormidas e o trabalho constante estavam fazendo efeito – "Mas, como eu dizia, você poderia tentar algum desse empregos; acho que são os que mais se adeqüam à sua baixa escolaridade neste momento." (2)
Os violetas piscaram, a expressão tornando-se infantil. Sentiu-se tão feliz pela proposta, era como uma mostra de preocupação do recém-conhecido, e ainda mais por ter uma oportunidade dessas à sua frente. (3) Mesmo sendo temporário, daria tudo para poder ter um emprego que fosse realmente considerado como um... E não aquele que fazia para sobreviver. Aquela era uma chance que talvez nunca mais aparecesse.
"Tá falando sério? Isso seria ótimo! Mas... Será que eu conseguiria o emprego? Eu... Não sou muito bom com letras e..." – novamente sua feição mudou, agora meio preocupada e constrangida.
"Então descarte os trabalhos da empresa que são de assistentes entre outros neste padrão. Ainda sobram, de lá, para trabalhar na cantina e como faxineiro." – mostrou-lhe as opções – "Nas fábricas, dependendo do nível dos operários, talvez você consiga alguma coisa montando peças. Diga-me, tem alguma noção sobre computadores?"
"Não..."
Torceu a boca.
"Então será mais difícil...É bom em cozinhar?"
"Bem... A minha comida não é muito gostosa." – confessou, encolhendo os ombros e fitando o chão.
Não adiantava, ele era uma negação, nunca que alguém tão medíocre e sem instruções como ele teria uma chance num mercado de trabalho tão competitivo e com pessoas muito bem qualificadas. Heero percebeu o desânimo e pesar do outro, tratando de animá-lo do melhor jeito que conseguiu.
"Vou recomendá-lo. Se aparecer lá à procura de um emprego, dê meu nome como referência e eu confirmo."
Imediatamente ergueu a cabeça, fitando aquele homem moreno, admirado:
"Você faria isso por mim?"
O oriental gostava de toda vez que ele arregalava os olhos, como agora, porque eles eram lindos. Ao ouvir a voz gostosa e doce do rapaz, tratou de responder, sem demonstrar grande preocupação, já que isso seria fugir demais de sua personalidade.
"Tsc, não me custa nada, aliás, assim fico mais aliviado pelo transtorno que causei com a batida."
"Hein? Ah, não, imagine, não foi nada. Eu sei que fui meio grosso naquele dia, mas... É que eu estava meio nervoso e... Bom, de qualquer forma, o seguro cobre tudo e não vai ter problema nenhum, então não precisa se preocupar tanto."
De fato, ele não estava aflito ou se martirizando por causa do acidente, apenas queria uma desculpa já que se vira sem respostas racionais diante da pergunta do moreninho. Mas contentou-se em saber que ele não queria deixá-lo preocupado.
"Tudo bem. Logo estarão abrindo as vagas e aí você decide o que vai fazer." – subiu a manga de sua camisa, vendo as horas no relógio; (4) estava tarde – "Bom, já que terminamos, eu preciso ir agora."
"Ah, claro!" – e já foi ficando em pé – "Muitíssimo obrigado por tudo, o jantar tava uma delícia."
"Hun." – meneou a cabeça, pedindo a conta em seguida.
Após pagar, saíram do recinto, o sereno da noite cobrindo-os. O inverno estava para chegar e seria muito difícil ficar à noite nas ruas, portanto, aquele serviço viria e muito a calhar para o moreninho. Pararam frente ao carro de Heero, que abriu a porta para Duo. Mas este não entrou, indeciso, o que o fez dizer:
"Venha, eu te levarei em casa."
"Oh, não, não precisa, obrigado."
"Hn? Se eu te convidei..."
O americano não queria de jeito algum que Heero soubesse onde morava: se assim o fosse, se descobrisse mais, que ele era um prostituto, daria seu nome como referência? Não, claro que não! Talvez até não deixasse contratá-lo. Porém não o culpava por isso, seria de má fama ter alguém como ele trabalhando na empresa. Realmente, sua auto-estima era ínfima.
"Er, não, é que eu não vou pra casa agora e... Olha, você pode me deixar na rodoviária, está bem?" – mentiu.
Balançou a cabeça, confirmando. Os dois entraram no carro, dirigindo-se para a rodoviária silenciosamente. A noite tinha sido boa para ambos. Porém Heero estava confuso com todas suas últimas atitudes: a- convidara um estranho para sair, b- conversara por duas horas com ele e bastante, c- gostara de estar na companhia do estranho, d- dispôs-se a ajudá-lo para tentar uma vaga de trabalho na sua empresa. Tudo estava muito estranho, aquele não parecia com ele. Ok, era assim na frente dos amigos íntimos, como Trowa, Quatre e Relena, mas com outras pessoas, ainda mais uma que ele mal tinha visto na vida...
Então, como um raio, veio-lhe à memória que este mesmo jovem animado com quem conversara, tinha tentado o suicídio no mês passado. Incrédulo, olhou para Duo, que ajeitava-se no banco. Aquele menino tão doce tinha mesmo desejado a morte... O que será que o fez desejar aquilo? Ou melhor, o que fizeram, já que normalmente ia mais de um motivo para alguém chegar a esse ponto. Será que Duo se lembrava dele? Muito pouco provável, lembrava-se que naquele dia o garoto estava completamente desligado da realidade.
Respirou fundo, decidido a abandonar todo e qualquer pensamento sobre aquela estranha noite, suas ações contraditórias com a sua personalidade e as do moreninho em dias passados. O melhor seria ir logo para sua casa e dormir, esquecer de tudo por um momento. Contudo, antes de deixar-se esquecer da noite, teve tempo de sentir uma coisinha: aquele seu vazio diminuíra um pouquinho naquelas horas; não muito, só um pouquinho... E aquele pouquinho fez tanta diferença...
Foram em silêncio e, ao chegarem à estação, Duo abriu a porta, saindo. Encarou o mais velho, antes de batê-la e se virar.
"Obrigado pela noite. Tchau!"
"Tchau."
Saiu, caminhando pela plataforma... De algum jeito, sentia que aquele fôra um momento sincero de felicidade, como não sentia há um bom tempo. Respirou fundo, sorrindo bobamente, envolvendo o corpo com os braços, para se aquecer, enquanto procurava seu ônibus.
oOoOoOo
"Outro dia de verão
Que vem e vai embora
Em Paris ou em Roma
Mas eu quero ir pra casa"
"Talvez esteja cercado de
um milhão de pessoa, e eu
ainda me sinto sozinho
Eu somente quero ir pra casa
Sinto sua falta, você sabe"
oOoOoOo
Deslizou as mãos pelas roupas, que a esta hora deviam estar meio amarrotadas, e entrou no saguão. Mal pôde dar mais que três passos que um corpo jogou-se contra si, agarrando-o pelo pescoço.
"Re... Relena?" – estranhou.
Tudo bem que era comum vê-la no seu prédio, mas havia algo errado: ela estava chorando. A menina separou-se um pouco de Heero, usava um vestido branco com detalhes em rosa bebê, o cabelo caía solto pelos ombros, enquanto que as mãos eram adornadas pela típica luva de cetim, uma branca desta vez. Ergueu os olhos chorosos, que ficavam mais azuis assim, ainda enlaçando o pescoço do moreno.
"O que foi, Relena?" – perguntou, cobrindo os braços da menina em seus ombros com as mãos, preocupado.
"Trowa, Heero... Atiraram no Trowa!" – contou, a respiração entrecortada.
"O quê?" – arregalou os olhos. Não, não podia ter ouvido aquilo!
"Ai... Heero, ele tá mal. Muito mal." – dizia, num fio de voz.
"Calma, Relena." – separou-a de si com cuidado, encarando-a nos olhos – "O que aconteceu?"
"Ele foi assaltado e... Atiraram nele. Heero, você tem que ajudar, Quatre está morrendo."
"Como... Como ele está? Está em que hospital? Vamos pra lá." – puxou-a pelo pulso, voltando para seu carro.
"Eu não sei, não sei. Estou com tanto medo..."
Heero não disse nada, também estava abalado com a notícia que acabara de receber. Trowa era seu melhor amigo, praticamente seu irmão, e não lhe desejava nenhum mal, ao contrário, agora que sabia disto estava apavorado, mesmo que não quisesse confessar. Rezou para que Quatre não estivesse sozinho nesse momento, conhecendo o amigo como conhecia, tinha até medo do que poderia acontecer se ele estivesse só.
"Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Não importa o que tenha acontecido, Trowa é forte e vai ficar bem." – tentou consolar a amiga, sabia como ela era sensível, ao passo que tentava convencer-se disso.
Arrancou o carro em direção ao hospital.
oOoOoOo
Voltava cantarolando uma musiquinha popular, bem baixinho, completamente distraído. O passeio de horas atrás com Heero o animara bastante! Comeu uma comida boa, divertiu-se e pôde acompanhar uma pessoa normal, a quem nunca chegaria aos pés, como se uma pessoa qualquer, livre e "pura". Condenar quem se prostituía, como ele, ele não condenava, pois sabia muito bem que existiam diversos motivos para se levar alguém àquele mundo. Contudo, sentir na carne aquela dores, isso já era outra coisa.
Pensando nisso, franziu o nariz ao concluir que era adiantada a hora e de que devia estar no seu "ponto" há mais tempo. Não podia perder a noite de sexta, ela era uma das mais lucrosas. Apressou o passo, andando rapidamente até sua casa. Enquanto ía, cruzava com várias pessoas, algumas conhecidas, mas a certo ponto que atingiu, as ruas começaram a ficar abandonadas, com poucos a transitar por lá. Não gostava muito de ficar sozinho nas noites escuras em lugares assim, semi-desérticos, por isso apressou-se ainda mais.
Suspirou aliviado ao constatar que chegava ao quarteirão de seu prédio de quatro andares. Antes de entrar, parou para conversar com uma vizinha que estava à frente de sua casa, de muro baixinho com um jardim mal cuidado. Trocou algumas palavras coma simpática negra, gostava dela: a mulher que agora trajava um vestido rosa com bolinhas brancas era como uma mãe, protetora e gentil; adorava quando ela levava-lhe vidros de marmelada, toda vez que ela fazia, e ficavam a tagarelar um com o outro, enquanto comiam do doce.
Sorriu, despedindo-se da vizinha, e entrou no prédio, subindo a escada até o terceiro andar, o seu. Virou à esquerda, parando na segunda porta daquele lado do corredor, e, por sinal, a última também. Tirou a chave da carteira, que guardou em seu bolso novamente, e rodopiou o objeto metálico nos dedos, assobiando. Estava feliz e alegre, nada poderia tirar seu bom-humor.
Entrou, em seus pensamentos tinha de se arrumar logo e correr para a rua. Mesmo assim evitou fazer barulho, até porque seu estado de espírito do momento estava calmo demais para escândalos, e empurrou a porta com a mão direita silenciosamente, fechando-a. Correu a outra pela parede, até dar com o interruptor e acender a luz amarelada. Gelou ao sentir duas mãos envolverem seus ombros por trás, possessivamente.
"Você demorou." – sussurrou a voz rouca e máscula em seu ouvido.
Não, o que ele estava fazendo ali? Colocou as mãos delicadas sobre as ásperas que o prendiam, e tirou-as de si, voltando-se para o intruso.
"O que faz aqui? Como conseguiu entrar?"
"Ora, ora! Eu tenho meus métodos, pensei que já soubesse disso." – sorriu com escárnio.
Não podia ter mais asco do homem à sua frente. O peito ainda subia e descia rapidamente, em reação ao susto repentino, agora misturando-se ao ódio. Aquele desgraçado estava como sempre, o cabelo castanho-aloirado penteado para trás, a roupa social meio amarrotada, os primeiros botões da camisa aberto; sinal de que ele estava à vontade em sua casa, à sua espera.
"Você não ia viajar?" – perguntou, ríspido.
"Mudança de planos. Pensei que meu garoto fosse gostar de me ver por aqui, mas é esta a recepção que tenho?" – os olhos brilhavam estranhamente, de um modo que Duo repudiava – "Onde esteve até esta hora? Estava dando esse seu rabinho pra outro, é?" – e, num gesto brusco e dominador, puxou as pontas de seu cabelo com força.
"Aiii! Me solta, seu maldito!" – tentou se libertar, mas vendo que não tinha forças contra aquele bruto, acabou por acompanhar os movimentos de sua mão, no intuito de amenizar a dor em seu couro cabeludo.
"Cale a boca, seu vadio! Onde estava, hein? Onde?" – puxou-as para cima, com violência.
"Arrhg!" – gemeu, mordendo o canto da boca – "Não é da sua conta... Aii!"
"Seus pais não te derem educação, foi, seu vagabundo?" – sua voz saía raivosa, odiava quando testavam seu orgulho.
Irritado, o homem de pouco mais de quarenta anos o puxou pelo cabelo até a cama, onde o jogou brutalmente. Duo gemeu com a atitude, sentindo inevitáveis lágrimas virem aos olhos depois de sentir sua cabeça arder pela força empenhada em arrastá-lo pelos fios até o móvel. Caiu sobre o colchão de casal branco, demorando-se a recobrar todos os sentidos, meio tonto. O homem apressou-se em montar em cima do menino, que agora sentava-se na cama. Duo tentou empurrá-lo, mas este segurou seus pulsos.
"Calminha aí. Ou isso é uma recusa?" – mordiscou-lhe a orelha, maliciosamente.
"O que você acha?" – ironizou, a zanga presente na sua face.
"Eu acho que você tem se comportado muito mal e que merece um castigo." – habilidosamente passou um dos pulsos do moreninho para sua outra mão, forçando-o para baixo até deitá-lo por completo no colchão.
"Não quero." – respondeu, seus olhos queimando em ira – "Vai embora."
O homem deslizou a mão livre pelo peito encoberto do garoto, enquanto aproximava a boca para lamber provocantemente seu pescoço.
"Ora, não vai me expulsar, vai? Você sabe que eu te pago muito bem, seu vagabundinho." – e sorriu superior – "Não vai conseguir que ninguém te dê tudo o que dou. Então cale-se antes que eu mesmo o faça, e venha me 'servir' como um bom menino."
Duo mirou seu olhar mais revoltado àquele cafajeste. Por um lado tinha de concordar, ele lhe pagava um caro preço, o responsável por provir boa parte de suas despesas com aluguel e comida; por outro, sabia que se negasse ter relações com ele, sabia que ele as faria a força, como já fizera. E o que mais o indignava nisso tudo era que ele não podia fazer nada, ninguém daria ouvidos a um joão-ninguém igual a ele, ainda mais em se tratando daquele velho, um dos "cabeças" da política daquele estado. E o que era melhor: tentar manter sua dignidade até o fim, sendo violado por um crápula, ou aceitá-lo como a um cliente qualquer?
Torceu os lábios, entre contrariado e conformado. Virou a face para o lado oposto, demonstrando sua humilhante posição em aceitá-lo, os olhos semi-cerrados, obviamente desgostoso com tudo aquilo. O homem sorriu libertino, levando as mãos do menino em direção à cabeceira, largando-as sobre o lençol igualmente branco. Ajeitou-se melhor em cima dele, tomando entre os dedos compridos a barra preta da camisa de Duo, sorrindo maliciosamente, enquanto lambia os lábios.
"Isso mesmo. No fim das contas, é um menino esperto; mas não se preocupe com isso, garanto que será bem recompensado..." – ostentando novamente aquele sorriso sacana, ergueu a camisa que contrastava tanto com a pele rosada do moreninho.
oOoOoOo
"Hey God - Tell me what the hell is going on
Seems like all the good shit's gone
It keeps on getting harder hanging on
Hey God, there's nights you know I want to scream
These days you're even harder to believe
I know how busy you must be, but Hey God...
Do you ever think about me?"
"Ei Deus, me diga que diabos está acontecendo
Parece que todas as coisas boas se foram
Fica cada vez mais difícil
Ei Deus, tem noites que você sabe que eu quero gritar
Hoje em dia está mais difícil acreditar em você
Eu sei que você deve ser muito ocupado, mas Ei Deus...
Você não pensa em mim?"
oOoOoOo
Passava apressado pelos ladrilhos claros e brilhantes do corredor, a menina aflita ía apressada ao seu lado. Mas, ao virar à direita, três figuras apontaram na sala ao qual eram conduzidos. Viu Catherine levantar-se e adiantar-se alguns passos em suas direções.
"Oh, Heero!" – e com um último suspiro jogou-se em seus braços, derramando sua lágrimas.
"Cath... Tudo bem, tudo bem." – levou uma mão à cabeça da moça acariciando seus fios castanhos, ao passo que a outra envolvia sua cintura delicadamente.
Relena se direcionou ao outros dois amigos, que acabavam de se levantar. A morena ficou mais um pouquinho chorando nos ombros do japonês até recuperar sua energia e, afastando-se, ainda a segurá-lo, usou uma mão para secar os olhos, e depois afastou-se por completo.
"Não se preocupe, Catherine, ele ficará bem." – afirmou, tentando passar confiança.
Balançou a cabeça afirmativamente, terminando de enxugar as maçãs do rosto, já avermelhadas. Heero sabia que ela era forte, talvez até mais do que ele próprio, e, mesmo abalada com o acidente do irmão, sua incrível presença de espírito a manteria firme, lhe daria as forças necessárias.
Trocaram um olhar mútuo e o moreno mirou o loirinho, abraçado a Zechs, recebendo uns afagos de Relena por trás. Catherine fez um movimento com a cabeça, indicando que estava bem, como se permitisse que ele fosse cuidar do namorado de Trowa, e Heero, fazendo outro em agradecimento e consolo, foi até o amigo.
Ao perceber o oriental vindo ter com ele, Quatre afastou-se sutilmente de Zechs, enxugando um olho com o pulso, e não hesitou em abraçar-se ao moreno. Heero o envolveu forte e, ao senti-lo em seus braços, percebeu o quão abalado ele estava, seu corpo inteiro tremia. Acariciou sua nuca suavemente, tentando acalmá-lo:
"Quatre... Como ele está?"
"Mal... Ah, Heero, tinha tanto sangue... E ele estava tão pálido!" – sibilou, nervoso.
Enquanto embalava o amigo, trocou um rápido cumprimento de cabeça com o loiro mais velho. Zechs já era seu amigo dos velhos tempos, mas nunca foram lá muito chegados e os seus relacionamentos só se expandiram a este ponto porque ele passara a namorar Catherine e, no fim, todos os quatro se tornaram grandes amigos. Claro que tinham suas preferências, Heero mesmo, por exemplo, gostava mais de Trowa e Quatre, e graças a isso que continuava ficando um pouquinho sem graça, lá no fundo, por demonstrar seu lado sensível, como fazia agora, para os outros que não os dois citados. Entretanto, não era hora para aquilo, Quatre, Catherine e os outros precisavam de seu apoio e ele não lhes faltaria, principalmente por motivos tão bobos como esse.
"E o que os médicos disseram?"
"Ele está operando agora... Eles acham que ele vai ficar bem, mas..." – apertou-se com mais força contra o peito do amigo – "Hun... E se acontecer alguma coisa? Eu morro se acontecer alguma coisa a ele, eu morro!"
"Acalme-se, Quat." – o japonês segurou seus pulsos e os trouxe à frente de seu corpo – "Não vai acontecer nada com ele. Algum dia já aconteceu, por acaso?" – fitou os olhos azuis-esverdeados do amigo, desejando que tudo realmente ficasse bem – "Então não repita mais uma bobagem dessas, está bem? O que acha que Trowa sentiria se te ouvisse falando que morreria, hein?"
O loiro o mirou em silêncio, seus olhos bondosos entristecidos, molhados, vermelhos, e aconchegou-se no peito do amigo, que ainda segurava seus pulsos, descansando sua cabeça no largo peitoral. Heero o envolveu com um braço, o acalentando.
"Vai dar certo... Tudo vai ficar bem..." – sussurrou.
oOoOoOo
"No more! O never more!" (5)
oOoOoOo
Continua...
oOoOoOo
(1) Nhaa... Não que esse seja exatamente meu ponto de vista... Apenas estou injetando algumas visões -... hehe, mas eu só queria dizer que aqueles pensamentos lá terão uma continuação, mais à frente, que é onde eu vou entrar mais fundo nos preconceitos do Duo, mas como isso é uma coisa que só cabe mais lá diante, eu "suspendi" os tais pensamentos aí. Mas eles serão continuados, lembrem-se!
(2) Eu sei que ficou muito tosco e forçado ;-; mas eu tinha de fazer alguma coisa para aumentar a convivência deles, non? tah, só não me matem por isso...x-x
(3) hehe, ficou meio duplo sentido, ne? xD Hehe, mas, não, quando eu disse "a oportunidade à sua frente" eu naum estava me referindo ao monumento do Heero e sim à oferta de emprego.
(4) Ahh, bom mesmo, eu já tava achando muito estranho ele ver as horas em outro lugar que não o relógio. ¬¬
(5) Quebrando o que eu vinha fazendo até aqui, que era colocar um versinho de alguma música aí, dessa vez eu pus uma frase do poeta Shelley "Não mais! Oh! nunca mais, hehe xD
-;-;-
Oiii! Hehe, eu sei que eu disse que atualizaria em duas semanas... Mâs, como nada é como nós queremos, hehe! n-n' Foi mal... Muito mal... x-x
Ah, sim, eu tenho um pedido a fazer: quando alguém for deixar um review, põe seu e-mail, tá? Porque eu gosto de responder todas as reviews e, como às vezes chegam umas sem o e-mail da pessoa pra mandar de volta, o jeito era responde no próprio cap. da fanfic, só que como agora tem essa regra do site que não pode mais responder reviews na fanfic... Bem, eu não quero correr o risco de perder minha conta.
Msm assim, vou tentar encobertar o negócio (entaum, se você é a pessoa que disse isso, entenda que o recadinho é pra você n.n): Disseram que o cap. passado tava meio fraquin... Bão, eu num entendi direito o que isso quis dizer Õ-o, mas creio que seja por naum ter tido nenhuma "bomba" ou um "grande evento". Mas, olhem, eu tinha que escrever que o Duozito era um prostituto, esse é um ponto importante da fic, por isso eu me dediquei mais à ele no cap. passado, precisava mostrar como era a vida dele, com quem ele se relacionava e talz. Mas podem deixar que eu tô tomando Biotônico pra ficar fortinha e não deixar nada mais fraquinhu! - Hehe!xD
Só dois detalhes: mudei de novo a formatação do texto (autora inconstante é uma porcaria¬¬...), mas as falas e separações de musiquinhas, poemas, "pensamentos", ficarão assim mesmo, que eu acho que deu pra entender melhor assim, né? E a segunda é pra dizer que eu reli o cap. passado e vi que a porcaria tava cheia de erros.¬¬ Por isso eu vou repostá-lo, viu? Credo, nem quando eu to inspirada escrevo certo! Ò.ó
E agora um pedido: se alguém tiver ou conhecer alguma fanfic assim mais forte, ou então que o Duo sofre bastante, e pode ser de outros temas também, outros animes, sei lá... Qualquer coisa, por favor, me diga, ou me mande, porque eu preciso de inspiração para a minha mentezinha sórdida funcionar...
E ontem eu tava meio inspirada, tipo, escrevi quase que o cap todo. E, pra mim, onti, ia ser um darklime (e isso existe?Õ-o) aquela parte lá com o Duo, mas hj quando eu fui escrever... Não saiu!u.u Pois é, não tive vontade, saco... E, se alguém chegou a ler essa notinha até aki, eu vou explicar esse cap.: ele foi mais compridinho porque eu precisava relatar direito aquele jantar, ne? Pra deixar a impressão de que eles se deram bem e talz... E se eu o deixasse mais curto, deixando os últimos fatos para um cap. futuro, esse ficaria muito xoxo. E um detalhe: esse cara que agarrou o Duo no apart. Dele vai ser um ponto chave na história... E o Wuffy, vai aparecer em lembranças... Mas deixo isso pra depois!;-)
Quanto às músicas, gente, eus ei que mts dela são nada a ver. Mas, bem, elas se relacionam sim à fanfic, talvez com algo mais futuro, mas, ainda sim, se relacionam. Que nem aquele trechinho da música Home (Eddd! Soolll! Ai...Tiãooo!xD), tem a ver com o "vazio" que o Heero sente e por aí vai...
E agora eu vou parando por aqui, porque depois da que eu ouvi do meu pai... Não, essa eu tenho que contar: estava lá eu a digitar a fanfic quando me some da cabeça a palavra "ladrilho", aí eu fui correndo perguntar pro meu pai:
Pime(que na verdade é Fávia¬¬): Paeee, isso aki, ó, chama ladrinho? – apontando para o chão.
Papy: Não, é mialho! ;-D
Pime: Hein? Õ-o Mialho?
Papy: Sim! - Porque gato mia e cachorro ladra: ladrilho!
Pime: Paiii...T-T'
Pois é, nem digo nada¬¬
Please, reviews!
Matta ne!n-n
18/11/05
