O guia da coleira
por A. Black
(com comentários absolutamente necessários de T. Potter)
Ok, então, vamos começar logo com isso, Andie. A primeira coisa a se providenciar é um encontro.
Como se eu já não soubesse disso... A questão é COMO, não o quê eu devo fazer. Ou você acha que eu tenho cara de pau suficiente para chegar no Ted e falar "Olha, Ted, eu estou a fim de sair com você. Te encontro em Hogsmeade esse fim de semana para uma sessão de amassos?".
-suspiro - Você é bem prima do Sirius mesmo... Vamos fazer o seguinte, Andie... Esteja pronta no sábado até meio dia no Três Vassouras. Eu providencio o resto.
Você vai convidar o Ted para um encontro?
Não, Andie! O que você acha que eu sou para convidar um cara para um encontro! Andou bebendo, foi? Não, minha cara, o encontro de vocês vai ser uma coincidência. Você vai estar triste porque acabou seu namoro e se afogando em cerveja amanteigada. E ele vai te consolar.
Tiago, só tem um pequeno detalhe nesse seu plano... Eu não tenho um namorado para ele ter acabado comigo. É mais fácil EU acabar com ele e não o contrário. E não faz exatamente o meu tipo estar afogando as mágoas em cerveja amanteigada! Que tipo de desmiolada você pensa que eu sou?
Andie, só faça o que eu estou mandando, certo? Ele não sabe que você não tem namorado. Ou que não tinha namorado. Veja só... Eu vou encontrá-lo coincidentemente quando estivermos de saída e vou comentar com ele sobre você. Afinal, nós dois e a namorada do Rabicho somos os únicos que fazem a matéria dele, então, não vai ser muito difícil ele se interessar. Quando chegarmos ao Três Vassouras, eu dou um jeito de fazer ele se sentar com você. Aí você faz uma ceninha, se agarra na capa dele e começa a chorar... Sei lá, invente alguma coisa! Mas o deixe num estado tal que ele queira te "consolar". Entendeu?
Você quer que eu agarre a capa dele e comece a chorar do nada no meio do Três Vassouras? Tiago, não é mais fácil estuporarmos ele em um corredor vazio e trancá-lo em alguma sala vazia até que ele declare seu insano e eterno amor por mim?
Andie, você andou bebendo alguma coisa ilegal ou é só impressão minha?
Se eu me arrepender disso, Tiago, eu mesma vou providenciar seu enterro. Vou deixar a Lily viúva antes mesmo do casamento.
Você vai ter que entrar na fila, Andie. A Lily já está providenciando as velas pretas... Mas você pode ajudar tecendo minha manta fúnebre...
Capítulo 01: Manual (não) amoroso do primeiro encontro
Sábado, meia hora para o almoço. Lá estava eu, sob um sol infernal de verão, esperando pacientemente Ted Tonks acabar suas compras para levá-lo ao Três Vassouras e lá, guinchá-lo até a mesa da Andie e depois voltar para Hogwarts para almoçar com minha namorada.
Bufei irritado ao me lembrar de Lily. Como ela teve coragem de me trocar por aqueles malditos livros no último passeio a Hogsmeade antes dos malditos N.I.E.M.s que só servem para atrapalhar minha maldita vida e meu namoro?
Ok, talvez eu esteja sendo dramático. Mas o que eu posso fazer? Tudo para a Lily é mais interessante e/ou mais importante que eu. Estou ficando louco com isso... Respira, inspira, respira, inspira. Focus, Tiago, focus! Depois você pensa na Lily, agora eu tenho que dar uma de cupido...
- Acabei, Tiago. – Ted parou ao meu lado com uma sacola cheia de penas – Podemos ir tomar nossa cerveja amanteigada agora. Sobre o que você queria perguntar?
- Eu estava pensando se existe alguma coisa no mundo trouxa que me faça compreender a cabeça da minha namorada. – eu resmunguei em resposta – Acho que nem lendo os pensamentos dela, eu conseguiria essa façanha...
Ted sorriu.
- Se nem com magia você consegue isso, por que acha que a simplória tecnologia trouxa seria capaz de tanto?
Eu assenti, tristemente. Hora de começar a representar...
- Falando em namoros, quem não está nada bem é a Andie.
- Andie? – ele perguntou, franzindo a testa – Você está falando de Andrômeda Black?
Pelo olhar interessado que ele me lançou, acredito que não vá ser assim tão complicado a Andie conseguir alguma coisa com ele. A complicação vai surgir quando descobrirem que uma aluna está tentando seduzir um professor...
- Pois é... O namorado dela terminou tudo. Não teve coragem nem de fazer a coisa decentemente, acabou por carta. Ela está arrasada.
Ted colocou as mãos nos bolsos. Já estávamos perto do bar. Dali a pouco, eu poderia fugir de volta para o castelo.
- Eu imagino. Bem dizia Da Vinci... "Onde há muito sentimento, há muita dor".
- Nossa, cara, essa foi profunda... – entramos no Três Vassouras e eu logo procurei a cabeleira negra de Andie – Sabe, eu acho que ela está sofrendo muito... Talvez você devesse falar com ela...
- Eu? Falar com ela? – Ted meneou a cabeça, parecendo um tanto assustado. Incrível como ele consegue ser tímido...
- É, acho que você conseguiria ajudá-la... Ela precisa de alguém que possa ouvi-la sem ficar fazendo comentários bobos, como a maioria das garotas faz. Alguém que a faça se sentir um pouco mais confortável. Alguém como nosso querido professor Ted Tonks!
- Mas, Tiago, eu...
Finalmente eu encontrei Andie sentada em um canto mais afastado, a cabeça baixa, o rosto escondido nas mãos. Perfeito!
- Olha ela ali! Vá lá, ela está precisando de um ombro amigo!
Ted olhou para mim por alguns instantes, ainda um tanto perdido. Depois, com um suspiro resignado, ele começou a se aproximar a passos trôpegos da mesa de Andie. Eu observei ele se sentar de frente para ela e, após alguns instantes, ela levantar ligeiramente a cabeça.
Bem, meu trabalho ali estava pronto. Hora de voltar para minha namorada. Mesmo que ela ainda esteja ligeiramente brava comigo por causa daquela confusão com o querido tio Slug e com as pernas da Muldoon.
Quando já estava saindo do vilarejo, encontrei um vendedor de rosas sempiternas, daquelas que demoram a murchar. Comprei um botão, pensando que aquilo talvez pudesse acalmar um pouco a fera. E, enquanto eu caminhava distraidamente de volta para Hogwarts, tentava entender por que ela continuava tão brava comigo.
Veja bem... Eu não tenho culpa se o velho Slug é um poltrão que quase morre do coração quando se viu "morto". Na verdade, a idéia nem foi minha, mas sim do Sirius. Não posso negar que fiquei muito orgulhoso quando descobri que meu pequeno feitiço tinha conseguido transformar o espelho comum do nosso querido professor de poções em um espelho de decomposição. Mas não fui eu que fiz!
Só que, como sempre, sobrou para o meu lado. E, por ninguém ter conseguido provar que fomos nós e, assim, termos escapado de um castigo, a Lily ficou ainda mais brava!
Quando finalmente cheguei ao castelo, quase todo mundo que não tinha ido ou não podia ir a Hogsmeade estava nos jardins, levando um solzinho, fazendo piquenique, conversando, brincando... Só uma pessoa, a única pessoa que me interessava naquele momento, não estava lá.
Precisa ser adivinho para descobrir onde Lily estava enfiada?
Normalmente, eu arriscaria a biblioteca. Mas era domingo, hora do almoço. Madame Pince devia estar com os outros professores, aproveitando sua pequena folga antes de voltar ao serviço no meio da tarde.
Dessa maneira, me encaminhei para a sala comunal. No alvo. Lá estava ela, sentada junto à janela, com a mesa completamente tomada por livros, anotações, penas e outros objetos estranhos.
- Hei, Lily! – eu a chamei, me aproximando.
Ela levantou a cabeça para mim por alguns instantes e, em seguida, baixou os olhos novamente para sua lição. Péssimo sinal. Mas vamos em frente, afinal, quem não arrisca, não petisca!
Tirei o botão de rosa da capa e coloquei na frente dela. Dessa vez, ela não me ignorou solenemente. Na verdade, ela até mesmo abriu um tímido sorriso e os olhos dela brilharam.
- O que é isso? – ela perguntou, me encarando.
- Pra você.
Delicadamente, ela tirou a rosa das minhas mãos, observando as pétalas por alguns instantes, enquanto eu me sentava de frente para ela.
- E então, eu não mereço uma recompensa? – perguntei com meu sorriso mais angelical.
Ela ficou séria de novo, mas os olhos dela tinham agora um brilho divertido.
- Talvez mais tarde, Tiago.
- Hum... e se eu preferir agora?
Antes que ela pudesse responder, eu roubei um beijo dela, sentando-me no braço da poltrona em que ela estava. Ela não me repeliu, como aconteceu das outras vezes nas duas últimas semanas. Talvez eu estivesse fazendo progressos afinal.
Quando nos separamos, ela estava corada. Eu já disse que adoro quando ela fica corada? Sorri marotamente e a abracei pelos ombros.
- Sabe, na verdade... - eu observei trazendo-a um pouco mais para perto - Eu tive medo de trazer um ramalhete porque podia ser maior que você...
A expressão de Lílian imediatamente mudou de puro enlevo para ódio mortal. Como é que as mulheres conseguem conviver com mudanças tão bruscas de humor? Nem eu, que passei uma semana como uma delas, consigo compreender isso!
- Tiago Potter, eu... - ela se levantou, irritada.
Eu sorri, segurando o pulso dela e trazendo-a para meu colo.
- Bem, eu não tenho culpa se você é baixinha...
Ela cruzou os braços, emburrada.
- Estou começando a achar que estava redondamente enganada quando pensei que, namorando você, teria um pouco de paz...
- Ora, vamos, baixinha, você sabe...
- Se me chamar de baixinha mais uma vez, Tiago, eu juro que você vai se arrepender para o resto da sua vida.
Ela escorregou do meu colo de volta para a poltrona, resmungando algo que, para mim, era ininteligível. Eu tinha que ter aquela mania irritante de irritá-la... Quando tudo parecia ir às mil maravilhas, eu sempre tinha que me sair com algo cretino. Realmente, como é que a Lily me agüenta?
Observei as anotações que ela agora consultava e percebi que ali estavam todos os tópicos de poções que tínhamos estudado em sete anos de Hogwarts. Até mesmo as poções bobinhas do primeiro ano estavam ali.
- Isso é humanamente impossível, Lily. Você quer revisar tudo que a gente já estudou em poções?
Ela apenas assentiu em silêncio e eu a observei puxar um livro enorme para si. Eu nunca teria coragem sequer de abrir um livro daqueles, que dirá lê-lo por inteiro. Minha Lily, entretanto, não apenas tinha coragem, como fazia aquilo satisfeita da vida. Quem de nós dois é o mais maluco?
Arqueei a sobrancelha quando a vi abrir o livro pela contracapa.
- Você não vai começar do começo?
Lily revirou os olhos.
- É óbvio que vou começar do começo, Tiago.
- Então, se você vai começar do começo, por que está abrindo na última página?
Foi a vez dela bufar.
- Tiago, vá almoçar. Ou então, vá brincar com seu pomo. Ou azarar o Ranhoso. Ou qualquer coisa do tipo. Mas, pelo amor de Merlin, me deixa estudar!
- Ok, ok, estou indo, não precisa se irritar com a minha intragável presença!
- Tiago!
Deixei a sala comunal tentando me acalmar, ignorando os chamados de Lílian. Se ela me queria longe, ela ia me ter longe.
Fui direto para a cozinha e lá, encontrei, para meu espanto, os outros marotos.
- Vocês não deveriam estar em Hogsmeade? – eu perguntei, me esquecendo quase instantaneamente da discussão com Lily.
Remo, que aplicava uma bolsa de gelo no rosto de Sirius, voltou-se para mim. Pedro riu abafado em seu lugar, enquanto eu me aproximava, observando o mais novo olho roxo de Sirius.
- O que foi isso?
- McKinnon. – Remo respondeu, enquanto Sirius tamborilava os dedos na mesa.
- Marlene fez isso com você? – eu perguntei, me sentando ao lado de Pedro e roubando uma das tortillas que ele estava devorando.
- Ela ainda está irritada comigo por eu ter acabado com a Adriane. – Sirius resmungou – Por que elas têm que ser amigas? É um saco você se interessar pela melhor amiga da sua ex...
Eu ri. É tão melhor quando existe a desgraça alheia para lhe mostrar que você não é o único azarado do mundo... Pelo menos a Lily não me bateu...
- Mas eu vou conseguir conquistar aquela cabeça-dura! Eu ainda estou agindo como cavalheiro, oras! Eu primeiro acabei o namoro com a Adriane para depois chamá-la para sair. Ela deveria tomar isso como um diferencial!
- Claro, é uma honra sem tamanho. – Remo observou, ironicamente – Imagine! Se eu fosse uma garota e você tivesse acabado um namoro com minha melhor amiga e meia hora depois ter pedido para sair comigo, eu acharia que com certeza você está loucamente apaixonado por mim e que seria incapaz de me magoar. E, imediatamente, cairia nos seus braços.
- Aluado, você pode controlar esse seu sarcasmo? Você é a ovelha branca dos marotos, o que aconselha, o que consola... Não o que pisa em cima! – Sirius resmungou, emburrado.
Remo apenas riu e piscou o olho pra mim. Ah, se não fossem os marotos, o que seria de mim?
- Senhorita Black?
Eu levantei a cabeça, irritada com o fato de que ela doía pacas, meus olhos estavam completamente irritados e vermelhos e meu nariz, completamente entupido. Tecnicamente, estar extremamente gripada podia ajudar com a encenação.
Se ao menos ele pudesse me entender apesar do nariz entupido... Aí, talvez, possamos fazer algum avanço.
- Oi, professor Tonks. – eu respondi com a voz anasalada, puxando uma das minhas canecas ainda meio cheias de cerveja amanteigada.
- Você está bem?
- Bem? – eu perguntei, olhando para ele, sentindo meus olhos lacrimejarem por conta do movimento repentino – Eu pareço bem para você?
Ted parecia agora um tanto embaraçado. Sabe, se eu não estivesse nessa situação, eu sentiria pena dele... Mas, no momento, estou sentindo pena de mim. Na verdade, estou afundando em auto-comiseração e desespero porque estou tolamente apaixonada pela anta que está sentada à minha frente.
- O Potter me contou o que aconteceu...
- Às vezes eu me pergunto qual o tamanho da língua do Tiago...
- Ele só estava preocupado com você. – Ted tentou defender seu mais brilhante aluno.
- É, eu imagino. – resmunguei, extremamente mal humorada. Por que minha cabeça tem que latejar tanto?
Ficamos em silêncio por alguns instantes, enquanto eu entornava mais uma caneca de cerveja amanteigada, sentindo me aquecer um pouco com o líquido. Olhei Ted de esguelha. E agora? Já está na hora de começar a chorar?
- Como... Como foi que aconteceu? – ele perguntou, um tanto hesitante.
Estranhei a pergunta. No meu estado atual, eu não conseguiria diferenciar um vampiro de um gnomo.
- Aconteceu o quê?
- Como acabou? – ele perguntou, olhando para mim subitamente muito corado.
Senti meus olhos se arregalarem. Eu não tinha combinado acerca disso com Tiago... E se ele já tivesse dito alguma coisa? E se eu me contradissesse? O que eu deveria responder?
- É... Foi complicado... – eu tentei enrolar, procurando desesperadamente na minha cabeça por uma saída.
- Ele acabou com você por carta?
- Foi isso que o Tiago disse?
Putz, que coisa idiota! Que tipo de cafajeste acaba um namoro por carta?
- Foi. Ele só disse que ele tinha acabado o namoro por carta.
- Por que você quer tanto saber disso? – perguntei, sem refrear minha língua.
Ted ficou muito, muito vermelho. Na verdade, eu cheguei a me perguntar se ele não estava se sentindo mal.
- Desculpe, acho que estou sendo inconveniente. – ele fez menção de se levantar.
Desesperada, eu o segurei pelo pulso e o puxei de volta. O pobre praticamente caiu na cadeira ao meu lado. Hora de começar o show.
- Eu que peço desculpas, professor... Mas é porque foi tudo tão de repente... Eu estou me sentindo tão perdida...
Assoei o nariz e escondi o rosto na capa dele. Ted pareceu bem assustado com isso, mas passou um braço por cima dos meus ombros, dando tapinhas amigáveis nas minhas costas.
- Vai passar, Andrômeda. – ele murmurou gentil – Sempre passa. Você vai acabar encontrando outra pessoa...
- NÃO! EU NÃO QUERO OUTRA PESSOA! – eu gritei, enquanto as lágrimas corriam rapidamente, marcando meu rosto já febril – Por que ele tinha que ser tão idiota? Ele... Ele não foi nada legal... E eu gostava tanto dele...
Hum... E se o Ted perguntar quem é ele? Preciso pensar em um nome. Dei um olhar de esguelha por debaixo do braço dele e percebi que um monte de gente no bar olhava para nós. Acho que gritei muito alto...
- Andrômeda...
Dessa vez eu joguei meus braços ao redor do pescoço dele e comecei a empapar a gola da capa de Ted com minhas grossas lágrimas causadas pela insana dor de cabeça que me acometera desde o começo daquela bela manhã ensolarada.
- EU QUERO QUE ELE VOLTE! ELE É UM IDIOTA!
- É, eu concordo, ele é um idiota, seja lá quem for ele, mas, Andrômeda, esse não é o melhor lugar para...
- QUE O MUNDO SE EXPLODA! EU QUERO! EU QUEROOOOOO AQUELE IMBECIL PRA MIM!
Até que não estava sendo tão difícil... Talvez, quando eu melhorasse da febre, eu viesse a me arrepender daquele escândalo, mas, pelo menos por hora, estava tudo às mil maravilhas.
Senti alguém se aproximar da nossa mesa e levantei a cabeça ligeiramente, percebendo através da minha vista embaçada que Rosmerta, a filha do taverneiro, estava parada diante de nós, parecendo ainda mais embaraçada que meu pobre Ted (que, por sinal, estava mais vermelho que tomate maduro...).
- Eu sinto muito pela interrupção, mas... – ela mordeu os lábios ligeiramente – Não é melhor vocês continuarem essa conversa lá fora?
Ela está nos expulsando do pub? Ah, mas ela vai ouvir agora... Quem ela pensa que é? Bem, ela é a filha do taverneiro, mas e daí? Não se pode mais ter privacidade por aqui?
Antes, entretanto, que eu pudesse dar uma resposta e voltar a chorar no ombro do meu querido professor, Ted se levantou, me arrastando junto com ele, tirou umas moedas do bolso, entregando a Rosmerta e praticamente me carregou para fora.
- Por que você fez isso? – eu perguntei, tentando limpar o rosto – Por que me tirou de lá?
- Você está um pouco alterada, senhorita, Black, acho que se eu a deixasse lá acabaria por se arrepender mais tarde do que estava fazendo. – ele sorriu de leve.
- Está me chamando de louca? – eu perguntei, empinando o nariz de uma maneira muito parecida à de Bellatrix. Infelizmente, ainda corre sangue Black nas minhas veias, então há certas coisas das quais não se pode fugir...
- Não. Só estou dizendo que a senhorita não está bem. Talvez, me corrija se eu estiver errado, esteja até com um pouco de febre.
Coloquei a mão na testa. Eu estava fervendo.
- Como você descobriu? – perguntei, respirando fundo.
Ele corou. De novo.
- Vamos fazer o seguinte... A senhorita agora vai voltar para a escola e ir direto para a enfermaria cuidar da sua saúde física. E, no próximo fim de semana, eu vou falar com o diretor e pedir para levá-la até o restaurante do meu irmão, Tod Tonks.
- Sua mãe não era muito criativa com nomes, não é verdade?
Dessa vez ele riu.
- Também desconfio disso... Em todo caso, se o diretor deixar, você pode desabafar comigo. Quer dizer, se você quiser...
De novo, ele corou. Aquilo estava começando a se tornar repetitivo... Mas que ele ficava uma graça vermelho... Ah, isso ele ficava...
- Tenho certeza que o Dumbie vai deixar. É justo, Madame Pomfrey cuida da minha saúde física e o senhor, que não me permitiu afogar minhas mágoas no álcool, cuida da minha insanidade mental.
Meneando a cabeça, ele apontou o caminho para mim.
- As damas primeiro, senhorita Black.
Respondi com uma mesura e logo estávamos a caminho de Hogwarts. E, por mais incrível que possa parecer, o plano de Tiago tinha dado certo. Eu agora ia jantar com Ted Tonks. Meu primeiro jantar romântico!
Isso era certamente encorajador, pensei naquele instante. Logicamente que, uma semana depois, eu teria repensado meus conceitos acerca do que é encorajador ou não...
Beijos para Dynha (sim, você foi a primeira), Bella Lamounier (se te chamarem de doida, você pode pôr a culpa em mim), Helena Black, Paula Dani, Bia Black, Thata Radcliff, Lily Dragon, Lydia, Elyon Somniare, Juliana, Pekena, Lolly, Nany Potter, Mah Clarinha, krol, Miss Jane Poltergeist, Bebely Black, Lele Potter Black, Gween Black, Mirtes, Ana, Tathi e todos que estão por aí, rindo com as loucuras desse povo ( e as minha também...).
Espero que tenham gostado desse capítulo. O próximo é o meu favorito! Não percam, semana que vem... O milagre da chuva. O que poderá acontecer no primeiro encontro de Ted e Andie?
Beijos!
Silverghost.
