Capítulo 2

Que quarto era aquele? Apesar da penumbra, ela podia ver que o quarto não possuía móvel algum. Mesmo o colchão em que se viu deitada estava no chão empoeirado. Quem moraria em um lugar como aquele? Mas como fora parar ali?

Ela forçou as memórias. Então, flashes de um quarto de hospital relampejaram em sua mente. Mas não se lembrava de ter visto alguém. Apenas flashes de paredes, móveis e dela mesma.

Estava com fome. Muita. Sentou-se no colchão. Estremeceu quando seus pés tocaram o piso frio do quarto. Levantou-se. Ia procurar a cozinha. Saiu do quarto. Foi até o fim do corredor. O corredor terminava em uma sala. Escura. E empoeirada. E sem móveis.

Havia alguém no chão. Ela sabia apenas por ter visto os olhos. Olhos que brilhavam. Brilhavam demais. Não. Não podia ser. Ela permaneceu ali, paralisada pelo medo.

A pessoa levantou-se. Ela o viu guardar a varinha. Quando o desconhecido estava a dez passos dela, ela viu. Caindo por sobre os olhos que ainda tinham aquele brilho insano, mechas finas de cabelo loiro platinado. Não. De novo não. Quando esse pesadelo terminaria?

Um grito escapou por sua garganta. Ela virou-se e correu, buscando o quarto. Ao entrar, bateu a porta. Foi até o colchão. Deitou-se novamente. As lágrimas corriam por seu rosto. Ela soluçava descontroladamente.

Após alguns minutos, ela acalmou-se. Sentou-se no colchão. Limpou as lágrimas de seu rosto. Havia algo muito estranho. A imagem dos olhos prateados, cobertos por algumas mechas finas de cabelo loiro platinado surgiu em sua mente. Algo não batia.

Ela demorou alguns minutos para conseguir uma conclusão. Aquele não era Lúcio Malfoy. Então quem era? Claro. Só podia ser. O herdeiro dos Black e dos Malfoy. Mas como ele se chamava? Por que não fizera nada contra ela? Seria possível que ele não soubesse quem era ela? O que fazia ali, no apartamento de um Malfoy? Será que fora ele quem a levara para o hospital? Ela deitou-se novamente.

Ela buscava respostas. Respostas que não tinha certeza se queria. Após alguns minutos, ela dormiu.

Não. Não podia ser. Estava em uma masmorra. Passos ecoavam pelos corredores. Ela debatia-se nas correntes, tentando libertar-se. Sem sucesso. Os passos se aproximavam. Ela ouvia com atenção. Queria saber se não era outra pessoa caminhando nos corredores. Mas não era. Era ele. De novo. A porta abriu-se com um rangido. Ele entrou. A primeira coisa que viu foi os olhos prateados. Com um brilho insano. E o cabelo loiro platinado. Preso em um rabo de cavalo baixo.

Ela acordou. Não passara de um pesadelo. Ela estava ofegante. E com fome. Hesitou. Para chegar à cozinha, teria de passar pela sala. Mas se ele quisesse fazer alguma coisa com ela, já teria feito. Confortada por esse pensamento, ela saiu do quarto. Novamente com os pés descalços.

A tarde chegava ao seu fim. Mas já estava escuro. Provavelmente porque o apartamento tinha todas as suas cortinas fechadas. Ela foi até a cozinha. Acendeu a luz. Encontrou um sanduíche sobre a cozinha. Sem hesitar, comeu-o rapidamente. Voltou para o quarto. Ela dormiu novamente. Estava entediada.

Acordou subitamente. Estava enjoada. Lembrou-se de ter visto na outra extremidade do corredor. Correu até lá.

Após ter rejeitado o sanduíche, ela lavou o rosto. Então, sentou-se contra a parede. Encolheu os joelhos. Voltou a chorar baixinho, os soluços escapando por sua garganta.

Ela ouviu passos. Aproximando-se. Ela se perguntava por quê. Perguntava-se por quê ela havia mergulhado naquele pesadelo. Ela agora acreditava ter uma noção do que era o inferno.

Ela ouviu a porta ser fechada. Erguendo levemente a cabeça, ela agora podia observar o herdeiro Malfoy. Ele estava sentado contra a porta fechada, o joelho direito flexionado, o braço direito apoiado no joelho. Ela encolheu-se instintivamente. Uma nuvem de pânico passou sobre ela.

Ela agora erguera a cabeça. Queria absorver as feições de alguém que não se sabia de que lado estava naquela guerra que assolava o mundo bruxo. Ela percebeu que ele havia mudado muito. Estava muito parecido com Lúcio Malfoy. Mas a maior diferença estava em seus olhos. Os olhos de Lúcio Malfoy e seu herdeiro eram iguais na cor, na intensidade e em seu brilho insano. Mas, enquanto os olhos de Lúcio Malfoy refletiam obsessão e loucura, os de seu herdeiro mostravam apenas angústia e desolação.

O herdeiro dos Malfoy também tinha algo a mais em sua altivez. Provavelmente herdado dos Black. No entanto, seu cabelo era parte do legado Malfoy, sem dúvida. Mas ele não o usava como seu pai. Não o usava comprido e preso. O usava em um corte que parecia ser feito à navalha, o que fazia com que mechas finas caíssem sobre seu rosto. Suas feições eram as mesmas de Lúcio Malfoy, mas um pouco suavizadas pelo sangue Black. Havia alguma coisa nele que a lembrava de Sirius Black. Nunca saberia o quê, mas estava ali.

Então ele levou a mão direita ao antebraço esquerdo. O horror a invadiu. Agora ela sabia de que lado ele estava. Mas não sabia se ele queria estar desse lado. Ela conhecia Tom Riddle. E também conhecia Lúcio Malfoy. Dois homens sem escrúpulos. Dois homens insanos. E obcecados pela mesma coisa. A purificação do sangue bruxo.

Ela apenas o observou enquanto ele se erguia do chão gelado. Ele deixou o banheiro. Também havia uma sutileza em seus gestos e movimentos que os Malfoy não possuíam. Ela então percebeu. Os sangues Black e Malfoy se equilibravam mutuamente. O que um não possuía, o outro possuía. O porte de um era completado em suas sutilezas pelo outro. A beleza cruel de um era atenuada sutilmente pelo outro.

Ela ergueu-se. Lavou novamente o rosto. Olhando sua imagem no espelho, percebeu o quão abatida estava. Os cabelos ruivos ligeiramente desgrenhados. A pele pálida, o que realçava as poucas sardas que tinha.

Ela foi até a sala. Ele estava na janela. Observando o crepúsculo. O cabelo tremulando sutilmente ao sabor do vento.

Ele voltou-se. Fitou-a por um instante com os olhos prateados que um dia mostravam ódio e desprezo, mas que agora apenas mostravam angústia e desolação. Ele parecia perdido e solitário. Ele abaixou o olhar. Começou a procurar algo nos bolsos. Então achou, mas não tirou do bolso.

Sem dizer uma palavra, ele desviou-se dela e saiu.

Ela estava sozinha novamente.

Ela bocejou. Estava entediada. O que poderia fazer? Decidiu-se por limpar o lugar. Foi até os fundos do apartamento, onde encontrou, surpreendentemente, alguns produtos e utensílios de limpeza.

Começou pela cozinha. Limpou os armários, o chão, a bancada, a pia e as janelas. Depois foi para a sala. Era visível que alguém havia dormido no chão empoeirado, junto à parede. Ela limpou o chão, a grande janela. Em seguida, escancarou a janela. Depois, foi para o quarto. Abriu as cortinas pesadas que cobriam a janela. Em seguida, limpou a camada de pó que se acumulara sobre a janela e o chão. A janela, como todas as outras, foi aberta. Logo depois, limpou o banheiro.

Horas mais tarde, tendo terminado a limpeza, estava exausta. Jogou-se no colchão, e, ignorando o frio, deslizou para um sono profundo e sem sonhos.

Em algum momento, acordou devido ao frio. Encolheu-se o máximo que conseguiu e dormiu de novo. Dessa vez, seu sono era um pouco mais leve, mas ainda assim, sem sonhos. E ela pôde sentir, em determinado momento, que algo espesso e quente a cobria. Ela se aninhou no grosso cobertor que surgira do nada.

N/A

desculpa pela demora, tava às voltas com o cap 20 da outra fic...Mas aí desencanei de tentar escrever o casamento e resolvi voltar um pokinhu pra essa aki...o que eu gosto nesse cap, que eu cabei de escrever faz 5 minutos, eh q ele dah uma boa descriçaum do Draco

Miri: claro q eu tô fazendo essa fic! Quase tudo q eu falo q vou fazer eu faço! Jinhus

Dark Bride: q bom q gostou! espero q continue gostando. Jinhus

PatHG: eh, eu sei, mas as explicações pra valer mesmo, tipo pq o Lúcio libertou a Gina etc, vão demorar um pokinhu. Jinhus

Nessa: esse cap ficou mais longo, espero q continue gostando e comentando. Jinhus

Ana Paula: q bom q gostou dos títulos! ao contrario dos outros, não tive mto problema para criar esse! e não se preocupe, a sua resposta vir�, mas ainda demora um tantinho. Jinhus

Alessandra K.: q issu! num me canso nunca das minhas reviews! Jinhus

Sweet Nightangel: exato, essa eh da Gina... E claro q o Lúcio tah no meio, fic DG, e angst sem o tio Lúcio num d�!

Miaka: vc achou? entaum se prepara, pq ainda tem mta coisa pra ser explicada! Mas ainda demora um pokinhu. Jinhus

Pequena Kah: a sua review foi a primeira da história! Tá aí o próximo cap, e hj eu vou tentar começar a trabalhar no prox cap. Jinhus

E não se preocupem, as explicações virão, mas elas ainda vão demorar um pouco...

Jinhus

G.W.M.

P.S.: please, me digam o q vcs acharam da descriçaum do Draco