Quando ela percebeu, já estavam no verão. Apesar da estação, o céu londrino continuava nublado. Quando havia sol, era um sol pálido, que mal podia ter seu calor sentido na pele. Mas ela não tinha do que reclamar. Estava em um conto de fadas. Apesar de se sentir gorda, ela se sentia feliz.

Adorava quando suspirava que estava feia e ele dizia que não, que ela estava linda. Mas em breve sua criança nasceria. Ela sentia a ansiedade e a expectativa crescendo em seu peito. A criança não era fruto do amor, o que não a impedia de ser amada.

Ela estava no sofá, com a cabeça apoiada no ombro dele, envolta pelo calor e pelo perfume que dele emanava.

Não vejo a hora dessa criança nascer...- ela comentou, mais para si mesma.

Mas pense bem. Depois que essa criança nascer, demorará muito até que tenhamos uma noite de sono sem interrupções, teremos fraldas a trocar...- ele começara a enumerar, parecendo pensativo. Ela não pôde evitar uma risada.

Eu acho que já ouvi o suficiente.

Mas eu mal comecei.- ele se fez de levemente indignado.

Eu definitivamente já ouvi o suficiente. Vou até a cozinha tomar um copo de leite. Você quer alguma coisa?

Não. Você não quer que eu pegue para você?

Eu estou grávida, não inválida.- ela retrucou. Mas adorava aquela proteção dele.

Está bem.- ele suspirou.

Com alguma dificuldade, ela se levantou do sofá. Foi andando lentamente até a cozinha. Algo não estava bem. Ela sentia a tensão se avolumar dentro de si. No entanto, ignorou-a. Ela vinha sentindo isso havia alguns dias.

Ao alcançar o batente da cozinha, uma contração inesperada fez com que ela se escorasse na porta. A contração passara, mas seus músculos ainda estavam tensos. Ela cerrou os dentes. Sempre odiara dor.

Mas sentiu-se segura, ao sentir que ele a escorava. Sentia algo quente escorrendo para o chão. Ela agora se escorava nele a cada nova pontada de dor. Inconscientemente, ela fincava as unhas no ombro dele. Ela agora era sustentada por ele, que a carregava, enquanto ela enterrava as mãos nas roupas dele, retorcendo-as ao redor de seus dedos e seus pulsos.

Sentiu o breve calor das chamas quando ele entrou na lareira. Então mãos a desenroscaram dos braços dele. Ela foi deitada em uma maca e levada por um corredor e então para uma sala. Ele ficara para trás. Estava sozinha, apenas com a equipe do hospital. Outra pontada de dor a tirou de seus devaneios.

Ela lutou juntamente com a equipe para que seu filho pudesse nascer bem. Quando o choro fino ecoou pelo quarto, ela se sentiu livre, flutuando. Foi trazida de volta à realidade quando um embrulho delicado e quente foi colocado em seus braços. Era lindo. Sim, lindo. Era um garoto. Com uma penugem loira platinada. Algo dentro dela ruiu. Ele saberia. Mas algum dia teria de enfrentar a verdade. Não poderia fugir dela para sempre.

Uma jovem lhe perguntou se havia alguém à sua espera enquanto era transferida para um quarto. Ela lhe disse que sim; disse que ela procurasse por Alex. Outra jovem levou seu filho ao berçário, onde seriam feitos diversos exames.

Minutos mais tarde, ele entrava no quarto. Ela apenas observou enquanto ele sentava na beirada da cama. Ela via nos olhos dele que ele sabia. Provavelmente o relógio de sua mãe a denunciara. Ou talvez tivesse sido apenas instinto materno.

Minha família está aí fora, não está?- ela perguntou, já sabendo a resposta.

Sim, está.

Eu devia ter te contado que eu sou uma Weasley. Acho que agora você não quer mais casar comigo.

Ela começou a tirar a aliança do dedo. Duvidava que ele ainda a quisesse. Mas ele tomou as suas mãos entre as dele. Ele empurrou gentilmente a aliança de volta a seu lugar. Ela se surpreendeu. O que ele planejava? Brincar com ela?

Aí é que você se engana. Eu ainda quero me casar com você, Virginia Angélica Weasley. No fim das contas, o apelido serve.- ele sorriu levemente para ela.

Ela percebeu que nunca havia visto um sorriso verdadeiro no rosto dele.

Serve.

Isso pelo menos você deveria ter me dito. Mas tudo bem. Eu não te disse que o apelido Alex também serve.

Serve?

Serve. Alexander é meu nome do meio. Mas onde está a criança?

Com as curandeiras. Estão fazendo alguns exames nele. Apenas rotina.

Então mais tarde eu volto. Acho melhor não estar aqui quando sua família entrar aqui e descobrir que você teve um filho meu. E que você está noiva. E não lhes contou.

Você vai sustentar essa história?

Que pergunta é essa? Claro que sim! Eu te disse que ia criar essa criança como minha, não disse? Pois então. Se isso significa você dizer para a sua família que eu sou o pai dessa criança, eu digo que é verdade. Agora, antes que sua família apareça, eu estou indo. Mais tarde eu volto, está bem?

Ela foi inundada por alívio. Agora só restava enfrentar os Weasley. Seus irmãos provavelmente estavam furiosos com ela. E ela tinha razão. Em parte. Rony estava furioso. Seus pais estavam confusos. Fred e Jorge estavam confusos, mas levemente alterados. Gui e Carlinhos esperavam por uma explicação, impacientes.

Gina, o que o Malfoy estava fazendo aqui? No seu quarto?- Rony perguntou após o que parecia uma eternidade de silêncio. Ela suspirou. Começara.

Bem, ele veio conhecer o filho dele. E ver como eu estava.

Rony acabara de se desvencilhar de Carlinhos e sair do quarto. Ela sabia que era apenas uma questão de tempo até que ele encontrasse Alex e, bem, sabendo da relação delicada entre ambos, ela olhou para sua mãe. Molly Weasley saiu do quarto, deixando-a com seus irmãos e seu pai.

Bem... Ginny, acredito que você tenha algumas explicações a nos dar, não?- seu irmão Gui quebrou o silêncio. Gui era o único que lhe chamava de Ginny.- Por quê? Entre tantos, o Malfoy?

Ela deu de ombros.

Eu me apaixonei. O que posso fazer? Negar isso? Seria mentir a mim mesma. E a vocês também. Não posso fazer isso. Não consigo.

Não é nenhum feitiço então?

Não, Gui. Não é. Você saberia dizer se fosse.

Bem, não há feitiço algum. Assim como não há nenhuma mentira. O melhor que temos a fazer é deixá-la descansar por agora.- Gui disse, antes de sair, levando os irmãos consigo.

Agora ela estava com seu pai. Arthur Weasley a fitava. Havia amor paternal em seu olhar. Ele sentou-se ao seu lado na cama, tomando sua mão direita. Ele pôs-se a observar a aliança, girando-a ocasionalmente.

Fico feliz por você. Sinceramente. Mas fico triste. Minha princesinha cresceu. Mas espero que ela saiba que sempre poderá voltar para casa.- ele sorriu para ela. Ela retribuiu com um sorriso fraco. Tinha lágrimas nos olhos. Ele lhe deu um beijo em sua testa e saiu.

Ela não ficou sozinha por muito tempo. Alguns minutos depois, uma jovem lhe trazia seu filho. Enquanto sentia o peso morno dele em seus braços ouviu o ruído suave da porta se abrindo.

Ergueu os olhos. E encontrou olhos prateados. Ele sabia. Algo em seu interior desmoronava. Mas não havia acusação no olhar de prata dele. Apenas algo que ela não conseguia definir.

N/A

Eu sei, eu sei... Demorei milênios com esse aki... Mas eh q entrei em blokeio... Naum sei qdo vem o próximo, tah?

Brudeps: tah aih o cap! Q bom q gostou da Anjos, eh a q eu mais gosto, das q eu escrevi. Jinhus

Vivian Malfoy: nuss, q responsa! Prometo q eu vou tentar, tah? Jinhus

Franinha Malfoy: desculpa a demora, tah? Mas tah aki o cap, espero q comente! Jinhus

Yne-chan: q bom q gostou da Anjos! Espero q continue gostanu dessa! Jinhus

Miaka: eh, vc resumiu bem o cap! Espero q goste desse tbm! Jinhus

Dark Bride: a ginny eh meiga, neh? Eu achu, pelo menus! Espero q tbm ache esse cap fofo! Jinhus

Ah, naum tenhu beta, entaum se tiver algum erro, por favor passem por cima!

Jinhus

G.W.M.