Como acontecia agora em todas as madrugadas, o choro de Julien preencheu o aposento.

-De novo não...- ela resmungou, antes de virar-se na cama.

Ela sentiu que quando se virara, a camisa de Alex que usava deslizara por seu ombro, deixando-o descoberto. Adorava o toque frio da seda em sua pele. Ao sentir que ele deixava a cama, ela suspirou. Não era um sonho.

Sentou-se, recostando-se na cabeceira da cama, como sempre fazia. Ele lhe entregou Julien e voltou para a cama, deitando-se. Ela sentia que precisavam sair do impasse em que se encontravam. Três meses haviam passado e nada havia sido discutido.

Quando Julien terminou, ela o levou de volta ao berço. Permaneceu ali, defronte ao berço, por alguns minutos, pensando no que diria. Então voltou para a cama. Sentou-se. Ele estava acordado. E fitando o teto. Ela sabia disso pelo brilho dos olhos dele. Ele ainda tinha aquele brilho quase insano no olhar. Ela gostava desse brilho. Não sabia por que.

-Alex? Você está acordado?

Ele virou o rosto como resposta. Agora o olhar prateado dele estava em si. Subitamente ele se sentou.

-Precisamos conversar.

-Agora? É madrugada ainda.

-Eu sei. Mas você não vai dormir, vai?

-Não.

-Então, por que não agora?

-Está bem.- ele apoiou-se contra a cabeceira da cama.

-E agora?

-E agora o quê?

-O que vamos fazer? Quando será o casamento? Vamos continuar nesse apartamento?

-O casamento, você decide. E eu não pretendo continuar nesse apartamento.

-E para onde vamos?

-Eu tinha pensado em irmos morar na Cornualha...

-Cornualha, é?

-Por que não?

-Porque é muito distante?

-Tudo bem, é distante. Mas, veja bem: eu quero sair do país. E além do mais, acho que você ia gostar de lá. Tem o mar. O clima é mais estável, não chove tanto...

-Tudo bem, tudo bem. Mas você já tem a propriedade?

-Não. Mas nós vamos comprar uma.

-Me convenceu.

-E o casamento?

-Daqui a dez meses.

-Você que sabe.

Ela queria esperar dez meses para que Julien estivesse mais crescido, e pudesse ficar sob os cuidados de sua mãe. E também para apagar ou ao menos suavizar as marcas que a gravidez lhe havia deixado. Ela já começara a perder o peso ganho, mas ainda não era o suficiente.

Nesse momento, um ruflar de asas se fez ouvir. Uma coruja entrara pela janela aberta.

-De quem é essa coruja?- ela perguntou, aquela coruja era familiar.

-Não sei.

-Mas é a coruja do Gui!

Ficou surpresa quando a coruja pousou em frente à ele. Ele apanhou a nota que a coruja trazia. Era visível que a ave esperava por uma resposta.

Enquanto ele respondia, ela lia a nota de seu irmão mais velho. Depois, passou a ler o que Alex escrevia. A caligrafia dele tinha um quê de aristocrata. Como ele próprio.

Estava com frio. Preferiu buscar calor nele do que se enrodilhar nas cobertas.

-Bem, acho que tudo está caminhando para seu devido lugar.

-Realmente.

Com o rosto apoiado no ombro dele, ela agora o contemplava, absorvendo novamente os traços dele. Estava feliz. Tinha um futuro razoavelmente traçado à sua frente.

Quando percebeu, ele a beijava. Entreabriu os lábios, ansiando por mais. Sentiu vagamente a mão dele escorregando para seu pescoço e puxando-a mais para perto dele.

Ao se separarem, ela apoiou a cabeça no peito dele.

-Então? Daqui a dez meses?

Foi ele quem quebrou o silêncio, fazendo-a sentir a vibração de sua voz em seu peito.

-Daqui a dez meses.

-Civil ou religioso?

-Os dois?

-Você decide.

-Então, serão os dois.

Ela percebeu que ele já levantava a mão para erguer seu queixo quando Julien acordou novamente.

N/A

demorei? espero q naum!

mas eu tenhu uma boa notícia! eu toh com a fic quase pronta nu meu pc, soh faltam mais 2 capítulos!

entaum, o próximo capítulo soh sai qdo eu tiver pelo menos 7 reviews, Ok?

Ah, e meus sinceros agradecimentos àqueles que deixaram reviews!

Jinhus

G.W.M