Ao acordar, deparou-se com olhos cor da prata. Deu-lhe um breve sorriso enquanto se espreguiçava.

Decidiu tomar um banho. No caminho para o banheiro, apanhou uma camisa dele. Era a única peça de roupa que havia à vista.

Enquanto deixava a água escorrer por seu corpo, ela visualizava novamente as cicatrizes que ele tinha. Por algum motivo, ela havia ficado fascinada com elas. Não havia dúvidas de onde ele conseguira aquelas cicatrizes. Ele as conseguira quando jovem, enquanto era treinado por Lúcio Malfoy. Provavelmente fora o que pagara por seus defeitos.

Saiu do banheiro, a camisa dele lhe caindo por sobre o ombro. Ele estava sentado na cama, as costas apoiadas na cabeceira da cama, olhando-a. Subitamente ele se enrijeceu, inconscientemente apertando o antebraço esquerdo.

Ela deu a volta na cama e se ajoelhou ao lado dele. Estava amedrontada. Mas permaneceu ali, esperando até que pudesse ver os olhos cinzentos dele. Uma eternidade pareceu ter passado até que ele abrisse novamente. Ela ainda pôde ver dor girando no olhar dele, se afastando cada vez mais.

-O que foi?

-Nada.

-Como nada?

-Não foi nada.

Ela sabia que ele não gostava de conversar sobre esse assunto. Mas quando ele tentou se levantar, ela o impediu, empurrando-o de volta.

-Você não sai dessa cama enquanto não me disser o que aconteceu.

-Bom dia para você também.

- Não tente fugir do assunto.- ela o encarava, esperando por uma resposta que a convencesse.

-Está bem! Foi essa droga de marca de novo!

Ele explodiu. Ela afastou-se. Sabia que ele se sentia acuado. Mas ela só queria ajudá-lo. Então lembrou-se. Ele se sentia acuado por nunca ter em quem buscar ajuda. Sempre estivera sozinho.

Ela o observou. Ele sentara-se na borda da cama, de costas para ela. E enterrara os dedos nos cabelos. Ela sabia que quando ele fazia isso, era porque estava pedindo ajuda, alguém que apenas o ouvisse, sem julgá-lo.

O abraçou por trás. E começou a correr os dedos por uma das cicatrizes no peito dele.

-É que eu me preocupo com você.

-É exatamente isso que eu acho estranho. Essa preocupação. Ainda não consegui me acostumar com ela.

Ela não disse nada. Não sabia o que dizer. Permaneceu ali, ainda correndo os dedos pela cicatriz. Ele lentamente soltou os cabelos. Em seguida, ele se inclinou para trás, fazendo com que ela se sentasse em seus calcanhares, a cabeça dele agora apoiada em seu ombro.

-Desculpe.

Ela achou melhor não dizer nada. Apenas fez com que ele virasse o rosto e o beijou. Percebeu subitamente que ele se culpava pelo que acontecera. E o faria perceber isso.

-Não precisa se desculpar. Não é sua culpa. Nós sabemos de quem é a culpa. E não é minha, nem sua. E saiba que eu me importo com você.

Dizendo isso, ela foi para a cozinha, preparar o café da manhã. Esperava apenas que o que dissera tivesse sido o suficiente. Mas se não tivesse sido, bem, ela teria de dizer novamente.


Eles já estavam de volta. À sua frente estava Tonks, lhe contando sobre sua participação na última batalha. Ela achava mais provável que Tonks tivesse sido um dos primeiros aurores a serem derrubados em campo de batalha. Ainda assim, ela ria com o que Tonks lhe contava.

Olhou ao seu redor. Julien brincava com os primos. Alex conversava com os gêmeos, que em seguida saíram com uma bolsa nas mãos e a entregaram para Carlinhos.

Sentiu-se ser abraçada por trás. Tonks sorriu para quem quer estivesse atrás dela.

-Oi priminho!

-Olá! E o Largo?

-Vai bem. Já lhe agradeci?

-Milhares de vezes. É melhor que aquela casa fique com você. Ela lhe traz memórias, não?

-Sim, traz...Com exceção daquele retrato pavoroso!

-Ei! Ele não é pavoroso! Ela chega a ser simpática!

-Isso é só com você! E isso porque ela não te viu comigo. Aí, eu tenho certeza de que toda essa simpatia sumiria.

Ela não pôde controlar a réplica. Se o retrato se dava bem com ele era apenas porque ele era Malfoy. E filho de um dos orgulhos da família. Ela pôde ver Tonks se afastando. Virou-se para ele e pousou os braços nos ombros dele.

-Por quê? Não dá para entender.

-Não? Tem certeza?

-Tudo bem, tudo bem. Dá para entender. Vamos dar uma volta?

-O que há por trás desse convite?

-Nada. Não posso querer roubar a minha esposa da família dela?

-Não, não pode.

-Como não?- ele a soltou.

-Não podendo.

Ele deu de ombros e começou a se afastar. Subitamente ela sentiu frio. Devia ter aceitado o convite.

-Ei! Onde você vai?

-Vou dar uma volta sozinho.

-Sozinho? Sei...Não acredito.- ela enlaçou os braços no pescoço dele.

-Não acredita?- ele pousou as mãos na cintura dela.

-Não...

-Então vem comigo.

-Tudo bem. Mas e o Julien?

-Bem...Olha quanta gente aqui, ele nem vai perceber...

-Está bem, me convenceu...

Dando uma olhada no filho e vendo que ele parecia entretido com os tios e primos, ela decidiu se deixar levar.

N/A

bem, apesar de naum ter conseguido as 7 reviews, decidi postar! eu naum sou lgl?

pra qm deixou review, meu mto obrigada!

jinhus

G.W.M