Naquela manhã, acordou enjoada. Novamente. Mas já sabia o motivo. Só precisava contar a ele.

Não se olhou no espelho. Sabia que parecia abatida e que os seus cabelos estavam desgrenhados. Mas ela se sentia feliz. Ao abrir a porta, deu de cara com Alex, que tinha a mão erguida para a maçaneta. Julien estava logo atrás dele. Os olhos cinzentos do filho brilhavam. Era aniversário dele.

-Outro pesadelo?

Ela decidiu manter a mentira por ora. E assentiu, abraçando-o, enterrando o rosto no ombro dele. Mas não pôde ficar ali por muito tempo. Julien entrara entre eles, abraçando-a.

Ela abaixou-se para ficar da altura dele. Ele estava pesado demais para que ela o pegasse no colo.

-Feliz aniversário, anjinho!

Ele sorriu para ela, feliz. Ela se ergueu, vendo que Alex ia para a cozinha. Levou o menino até seu quarto, para que pudesse lhe entregar seu presente. Enquanto incentivava o garoto a rasgar o papel de embrulho, ela ouviu vidro se estilhaçando. Na cozinha. Tendo uma vaga idéia do que acontecera, ela apanhou sua varinha na mesa de cabeceira.

-Julien, fique aqui, sim?

Dizendo isso, ela correu até a cozinha, suspirando ao ouvir os passos do filho atrás de si. Ao chegar na porta da cozinha, sufocou um grito. Entrou rapidamente, batendo e trancando a porta atrás de si. Julien pôs-se a bater na porta.

Sangue. Foi o que chamou sua atenção. Esperou até que ele relaxasse para ajudá-lo. Era visível que ele tremia. Conjurou uma cadeira antes de ajudá-lo a se levantar. Fez com que ele se sentasse para então voltar-se para o chão sujo de sangue, água e vidro estilhaçado. Em instantes, não havia mais nada.

Ajoelhou-se rapidamente em frente a ele. Buscou a fonte do sangue que acabara de banir do chão. Suspirou aliviada ao ver que o sangue vinha dos joelhos e dos cotovelos. Rasgou a calça que ele usava, para que pudesse ver os ferimentos. Havia alguns cacos ainda, presos na pele. E riscos vermelhos. Ela baniu os cacos com um feitiço e com outro fechou as feridas nos joelhos. Em seguida rasgou as mangas da camisa que ele usava. Os cotovelos também tinham alguns cacos presos na pele e riscos vermelhos de profundidades diferentes. Então restaurou as roupas.

Ele se levantou, cambaleando até a pia. Apoiando-se na bancada, ele molhou o rosto. Como se estivesse tonto, ele fechou os olhos.

-Você está bem?

Obteve como resposta apenas um aceno positivo. As batidas na porta haviam cessado. E agora ela ouvia risos. Seus irmãos já haviam chegado. Ela ouviu o gemido fraco que ele deu. Sabia que ele não queria ter de encontrar seus irmãos naquele estado. Decidiu que o mandaria para a cama.

-Você consegue ir até o quarto?

Ele assentiu, os olhos ainda fechados. Decidiu ajudá-lo até chegarem no corredor. Sabia que se demorasse muito, seus irmãos começariam a explorar a casa em busca dela.

-OK. Então eu vou até a sala e você vai para o quarto. Você só sai de lá quando me convencer de que está realmente bem.

Ele finalmente abriu os olhos. Havia um brilho fraco e divertido neles. Ela abriu a porta, e então ajudou-o até chegarem no corredor. Com um feitiço, transfigurou seus pijamas em roupas.

-Gina?

-Já vou, Rony!

Antes de se apressar a ir para a sala, olhou para ele e viu que ele já fazia o caminho para o quarto, escorado nas paredes do corredor e subindo as escadas.

Ao entrar na sala, quase sufocou com o abraço que seus irmãos lhe deram.

-Larguem-na!- uma voz se fez ouvir. Era sua mãe.- Virgínia! Você está doente?

-Mãe?

-Sim, anjinho?

-Cadê o papai?

-Ele... Estava com dor de cabeça, então eu o mandei de volta para a cama. Por que você não vai brincar com seus primos? Eles estão te chamando.

-Que horas o papai vai descer?

-Não sei, anjinho.

Ela passou as horas seguintes se esquivando das perguntas de sua mãe. Quase abraçou Rony quando ele interrompeu sua mãe.

-Cadê a comida? Está na hora do almoço!

-Ah sim!- ela lhe sorriu.- Julien!- ela interceptou o garoto enquanto este corria.

-Está na hora do almoço. Posso servir?

-O papai já desceu?

-Não.

-Então não.

Ela suspirou, deixando que o filho voltasse a correr.

-Rony, Julien quer esperar até que Alex desça...

-O quê? Enquanto isso eu morro de fome?

-Fale com ele, então. Se você conseguir convencê-lo a não esperar por Alex, me avise.

-É. Eu vou morrer de fome.

Antes que ela pudesse puxar conversa com Carlinhos, sua mãe a abordou novamente. Ela percebeu que Rony tinha um olho nas escadas.

-Gina, você está doente?

-Não mãe.

-Vejam quem resolveu aparecer!- antes que ela pudesse se voltar para avaliar o estado do esposo, sua mãe chamou sua atenção.

-Gina! Você tem se alimentado direito? Parece abatida! Qual é o problemas?

-Não é problema nenhum, mãe! É só que...

Aproveitando que a mãe se distraíra, ela foi até ele. Perguntou em um sussurro se ele se sentia melhor. Ele assentiu.

-Com licença, eu vou até a cozinha, almoçar.

-Tem almoço?- Rony perguntou, sarcasticamente.

-Tem, não tem?- ele voltou-se para ela.

-Tem...Mas é que o Julien não queria que o almoço fosse servido antes que você aparecesse.- ela corou.

-Bem, eu já apareci. Então vamos almoçar.

-Finalmente!

Durante o almoço, sua mãe continuava enchendo seu prato.

-Mãe! Já é a quarta vez!

-Não me interessa! Você está pálida, deve estar anêmica.

-Eu NÃO estou anêmica!

-Ah é? Então por que está com essas olheiras e tão pálida?

-Não tenho dormido bem ultimamente, mãe. Não é motivo para me encher de comida, é?

-É.

-Pai! Faz ela parar!

-Molly, pare de encher o prato dela, sim?

-Mas...

-Já basta, ela já comeu três porções, já é o suficiente.

Ela sorriu, grata e aliviada ao pai, que sorriu de volta, enquanto Molly resmungava.


Como ela lhe contaria? Era o que se perguntava enquanto deixava a água quente escorrer por suas costas. Apenas não sabia como lhe dizer aquilo. Já fora difícil esquivar-se de sua mãe sem revelar nada.

Já vestida com o pijama, ela parou por alguns momentos no batente da porta. Ele estava lendo alguns relatórios, totalmente absorvido pelo que fazia. Havia uma pequena pilha de relatórios no chão e outra na cama.

Sem pensar no que fazia, foi até a ponta da cama, e então engatinhou até ele, jogando para longe os relatórios. Então aninhou-se contra o peito dele. Ao ter os braços dele passados ao seu redor, ela começou a roçar as unhas sobre a mancha negra no braço esquerdo dele.

-O que você tem para me contar?

Agora ela ficara intrigada. Como ele sabia que ela tinha algo a contar?

-Por que você acha que eu tenho algo para te contar?

-Porque quando você começa a fazer isso,- ela parou o que estava fazendo, apenas por um momento. Então, percebendo que era verdade, ela voltou a roçar as unhas no antebraço dele.- é porque você tem algo a me contar.

Agora não havia mais saída. Decidiu contar, com as primeiras palavras que lhe surgiram.

-Bem, a família vai ganhar mais um membro.

Ao dizer isso, ela parou definitivamente de roçar as unhas na mancha negra, e virou-se, sentando-se nos calcanhares. O olhar dele não traía o que ele sentia. Quando já começara a achar que ele odiara a novidade, ele se inclinou para ela, beijando-a e puxando-a consigo ao apoiar-se novamente na cabeceira da cama.

Quando se separaram, ela apoiou sua testa na dele, buscando os olhos dele. Ele começou a brincar com uma mecha de seu cabelo, como se visse as diferentes tonalidades dos fios contra a luz.

-Alex?

-Hm?

-Você gostou?

A resposta que ele lhe deu foi a melhor que ela poderia desejar. Ele a beijou novamente. Sentindo a tensão se esvair de seu corpo, ela enterrou os dedos nos cabelos finos e sedosos dele. Quando fez isso, ele deixou seus lábios e começou a beijar seu pescoço.

Quando ele se afastou, ela apoiou-se em seu peito, buscando o calor dele e enterrando o rosto no pescoço dele. Enquanto adormecia, sentiu que ele deslizava na cama, deitando-se.

N/A

oi!

bom... eu sei q demoroh... eh q eu toh em época de prova entaum fik meio dificil, sabe comu eh... pra qm mandoh review, VLW MM!

desculpa naum responder uma por uma, mas eh q toh cum u livro de mat na minha frente, tem prova amanha...

Jinhus

G.W.M