Naquele dia, como em todos os outros, ela acordou com o choro de sua filha caçula. Eilan Catherine Weasley-Malfoy era a mais parecida com ela. Tinha os seus traços. Ela apreciava particularmente os cabelos da filha. Os fios de Cath estavam perdidos entre o loiro e o ruivo, o que lhes dava uma cor dourada.
Enquanto ele se levantava para apanhar o jornal, ela sentou-se na cama com a filha, que insistia em lhe puxar os cabelos e pô-los na boca. Sentiu o colchão afundar levemente quando o esposo se sentou na cama, abrindo o Profeta Diário.
E então ele se levantou da cama, tremendo de fúria. Ela não conseguiu reprimir um grito quando a vidraça se estilhaçou. Tentando acalmar-se, ela voltou sua atenção para Cath, que chorava, assustada. Enquanto mantinha a filha próxima ao peito, tentando acalmá-la, ela voltou seu olhar para ele.
Ele se deixava escorregar pela parede, sentando-se no chão. Ele ainda tremia, mas menos intensamente. Ele abrira o jornal. Achando que ele se acalmara, voltou sua novamente sua atenção para a filha.
Quando ouviu o farfalhar do jornal sendo violentamente atirado no chão, ela ergueu rapidamente o olhar. Ele saíafurioso do quarto.
Ao ver que Cath finalmente adormecera, ela a deixou sobre a cama enquanto buscava o jornal no chão. Ao ler a manchete, compreendeu tudo o que vinha acontecendo desde a semana anterior.
Imagens relampejaram em sua mente. Alex lutando novamente e novamente com a dor que o assaltava, enquanto ela o olhava, impotente. O acesso de fúria de minutos atrás.
Lúcio Malfoy fugira de Saint Mungus. E ela agora via a foto do homem que lhe dera tanto dor e sofrimento quanto uma das pessoas que ela mais prezava. Ele lhe dera Julien.
Julien! Onde ele estava? Uma onda de pânico e de desespero se apossou dela. Deixando Cath adormecida na cama, ela saiu correndo pela casa, gritando por seu filho.
-Mamãe?
Ela voltou-se violentamente. À sua frente, Theo a olhava, os olhos ainda cheios de sono. Correu até o filho e o abraçou com força, se sentindo levemente aliviada. E então o desespero e o pânico a atingiram como em uma bofetada.
-Theo! Onde está seu irmão?
-Não sei, mamãe.
Ela soltou o garoto, erguendo-se rapidamente. Voltou a percorrer a casa, procurando Julien. Vendo que ele não se encontrava na casa, chamou os elfos e fez com que eles procurassem por Julien em toda a propriedade.
Então se apoiou na parede, pedindo, implorando, para que Julien estivesse na propriedade. Lágrimas já corriam livremente por seu rosto, queimando por onde passavam.
Um a um, os elfos foram voltando. Todos eles com respostas negativas. Nesse momento, ela se quebrou, escorregando para o chão. Era como se tudo ruísse ao seu redor e ela não pudesse fazer nada, a não ser olhar.
Ouviu vagamente um estalo alto. Um dos elfos fora atrás de Alex. Alex! Será que ele também havia sumido?
Aguçou os ouvidos, buscando qualquer ruído que denunciasse que Alex estava ali. Theo apenas a observava, não entendendo o que se passava.
Não ouvia nada que lhe dissesse que Alex estava ali. Ouvia apenas a tempestade rugindo do lado de fora. E então ela ouviu. Cascos pisando rápida e violentamente o chão. Cascos que se aproximavam.
Ela se levantou, e correu. Correu até encontrar Alex. Atirou-se contra ele, em uma súplica silenciosa para que ele a confortasse. Sentia vagamente que ele estava ensopado, mas não se importava com isso agora. Tudo o que importava era que ele estava à sua frente, abraçando-a com força enquanto ela soluçava.
Agarrou o suéter que ele vestia, com um medo súbito de perdê-lo. Ele lhe ergueu delicadamente o rosto, que ela não percebera que enterrara em seu ombro. Deixou que ele enxugasse as lágrimas em seu rosto.
-Eu o quero de volta, Alex...
-Eu o trarei de volta.
-Promete?- ela pediu, desesperada. Precisava de uma certeza.
-Eu juro.
Com isso, ela voltou a enterrar a cabeça no ombro dele. Ele tremia levemente de frio. Mas ele estava ali. Deixando de abraçá-la, ele fez com que ela passasse as pernas ao redor de sua cintura e a levou até o quarto.
Ele sentou-a na cama, antes de secar as roupas que vestia e jogar uma capa sobre os ombros. Ela podia ver nos olhos dele que ele lutava contra todos os demônios que ele afogara durante os anos.
Saindo do closet, ele lhe beijou, apenas um roçar de lábios, antes de se erguer. Quando ele se ergueu, ela não teve tempo de buscar seus olhos. Ele já desaparecera com um estalo.
Agora só lhe restava esperar.
N/A
desculpa, demorei, demorei... mas eh q foi dificil escreveh essi cap...
bom, qro reviews!
Jinhus
Eternal Requiem
