CAPÍTULO 7

Instantes depois, no terraço do Planeta Diário...

Clark lembrava bem da última vez que estivera ali. Olhou para a beirada do edifício. Seu medo de altura ainda era latente. Mas o motivo era nobre. Se aquela era a resposta para muitas de suas duvidas remanescentes acerca de Lex Luthor e do quanto ele ainda poderia ser perigoso, inclusive caso chegasse a se tornar senador, aquele era o momento de descobrir toda a prova de sua sujeira e impedi-lo de uma vez por todas de auferir seus propósitos.

Assim, como da vez anterior, Clark respirou fundo e tirou distância para ganhar impulso. De onde estava, porém, ainda tinha mais uma coisa a fazer. Pegou o celular no bolso da calça e ligou para Chloe, que ainda se encontrava à sua mesa de trabalho.

"Conseguiu?", perguntou ele.

"Acabei de falar com meu contato no departamento de energia", disse ela, segurando uma lanterna e olhando o mapa do sistema de iluminação do centro de Metropolis. "Ficou de fazê-lo em menor de quinze minutos".

Clark desligou e esperou. E, em menos de dez minutos, as luzes de todo o bairro se apagaram. Foi então que ele correu o mais veloz que podia, esperando que pudesse faze-lo tão bem quanto da outra vez, e saltou de um prédio a outro.

Ao estourar o vidro do décimo sétimo andar do Luthorcorp Plaza, Clark também destruiu uma parede. A sala estava, além de escura, vazia. Abriu a porta, e olhou para os dois lados do corredor. Subiu velozmente pelas escadas, até chegar ao trigésimo quarto andar. Não havia nenhum sinal de segurança. Todos os equipamentos de vigilância estavam inoperantes pela falta de energia.

Ao notar que não havia acesso ao misterioso andar 33.1 pelas escadas, Clark caminhou até o elevador. Abriu a porta, e viu abaixo o poço. No entanto, só havia escuridão. Segurou firme no cabo de aço e desceu por ele até o próximo andar abaixo. Apoiado na beirada do lado de dentro do elevador, Clark abriu a porta do andar 33.1, sem maiores dificuldades. Contudo, deparou-se com um andar imenso e inteiramente vazio, levemente iluminado apenas pelas luzes do lado de fora que atravessavam as janelas. Havia um pouco de sujeira ao chão, pedaços de papel sem importância, alguns dos quais Clark pegou para ver o que era. Ele até mesmo tentou usar sua visão de raio-x para ver se conseguia descobrir alguma coisa, mas não havia nada lá. No entanto, Clark pressentia que o lugar havia sido esvaziado a pouco tempo.

"E então?", perguntou Chloe, apontando a lanterna para Clark, ao ver alguém se aproximar da porta do escritório no Planeta Diário.

"Nada", respondeu ele. Naquele mesmo instante, a luz do bairro voltou. E Chloe desligou a lanterna, impressionada com a eficiência de seu contato. "Não consegui encontrar nada".

"Tem certeza de que era o andar 33.1?" perguntou ela.

"Eu subi e desci dois degraus acima e abaixo e, definitivamente, aquele era o andar 33.1" respondeu ele.

"Não posso acreditar que Lex tenha esvaziado a sala tão depressa" disse Chloe, pensativa. "Acha que eu e Lois estragamos tudo?"

Clark levantou a sobrancelha.

"Acho que a pessoa que passou a informação ou quis nos enganar ou atrasou com o recado" especulou ele.

"Será que Lex está ficando cada vez mais precavido?" indagou ela.

Clark se sentou à frente de Chloe, sem tirar os olhos do cartão sobre a mesa.

"E se era um teste?"

"Como assim?" perguntou ela, confusa.

"Alguém que quisesse fazer uma espécie de teste?"

"Desculpe, Clark" discordou Chloe, "Mas não acho que alguém se daria ao trabalho. Se fosse para ser um teste, por que mandariam pra mim esse cartão? Essa pessoa teria que ter muita certeza de que eu pediria sua ajuda. Além do mais, não duvido nada que o Lex tinha mesmo alguma coisa naquele andar. Só pelo número do andar já me dá arrepios imaginar o que poderia ser".

"Talvez você tenha razão" comentou Clark. "Mas acho que Lionel pode mesmo estar pro trás disso".

"Você acha?" perguntou Chloe. "Eu tenho certeza", concluiu ela.

Continua...