CAPÍTULO QUINZE

Quadribol

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A semana que se seguiu foi marcada por um considerável aumento da rivalidade entre grifinórios e sonserinos devido à partida que se realizaria no sábado à tarde. As costumeiras trocas de insultos e ameaças entre as casas agravaram-se ao ponto de haverem duelos entre os mais velhos. Os jogadores eram os mais agredidos, principalmente Tiago. Porém eles não tinham coragem de passar dos insultos verbais com o apanhador já que nunca o encontravam sozinho. Ele andava sempre com os marotos ou pelo menos com Sirius, que impunha bastante respeito com sua habilidade, sua frieza e seu desprezo, além de seu porte físico. Ninguém ousava tentar duelar com eles, apesar de serem constantes as tentativas de apanhá-los em armadilhas, que realmente não passavam de tentativas.

Mark Brown conhecia muito bem o temperamento de seus jogadores e já advertira Sirius e Tiago para não caçarem confusão, pois era tudo o que os sonserinos desejavam. Dessa vez, eles acharam prudente acatar o conselho do capitão e do amigo, Remo Lupin, que também já passara sabão neles quanto a isso. Portanto eles ficaram muito comportados a semana toda, limitando-se a dar boas respostas às provocações e virar as costas com superioridade.

No sábado de manhã, o despertador Remo acordou-os cedo como de costume e deu prioridade aos dois jogadores para usarem o banheiro. Logo estavam todos vestidos e penteados, Sirius e Tiago usavam o uniforme vermelho e dourado e carregavam suas Silver Arrows idênticas para fora do dormitório. Antes de atingirem o buraco do retrato, porém, Remo foi abordado por dois primeiranista minúsculos e tímidos.

-- Hum... Lupin? Será que você poderia nos dar uma ajudinha?

-- Vão descendo, eu já alcanço vocês - Remo virou-se novamente para os pequenos depois de dispensar os amigos. - Em que posso ajudá-los?

-- Bem, é que ontem alguns rapazes mais velhos colocaram nossos pertences no alto daquele armário e nós não alcançamos, sabe...

-- E quem foi que fez isso? - perguntou hesitante.

Os dois garotinhos se entreolharam meio assustados antes de um deles responder.

-- Ah, eu não me lembro muito bem da cara deles...

Remo arqueou as sobrancelhas em compreensão. Achou melhor não insistir na pergunta pois já fazia uma vaga idéia de quem tinha feito aquilo.

-- Onde estão suas coisas mesmo?

Ele foi até o armário e apontou a varinha para o alto do móvel. Começaram a voar livros, tinteiros, penas, pergaminhos, uma bola de meias, entre vários outros objetos para as mãos do monitor, que devolveu tudo para os rapazes e dirigiu-se para a saída, com um sorriso bobo.

Foi fazendo o caminho a passos rápidos na esperança de alcançar os amigos, até que quando atingiu o quarto andar, avistou Sirius, Tiago e Pedro caminhando mais à frente. Porém algo lhe chamou a atenção. Uma outra pessoa aproximou-se silenciosamente por trás deles, vindo de um corredor lateral com uma capa esvoaçante e cabelos oleosos. Remo apertou o passo silenciosamente e alcançou-o bem no momento em que o outro erguia a varinha para as costas dos três rapazes à frente.

-- Abaixe a varinha, Severo.

Severo Snape congelou ao sentir algo pontudo pressionando suas costas na altura de seus ombros. Sirius, Tiago e Pedro viraram-se para encontrar um Snape branco como cera apontando a varinha em sua direção e Remo atrás dele, com a varinha contra as costas do sonserino.

-- Abaixe a varinha agora - repetiu Remo com uma calma impressionante.

-- Lupin - o rosto de Severo contorceu-se em fúria. - Eu não te dei permissão de me chamar pelo nome de batismo.

-- Como quiser. Então abaixe a varinha, Snape. E vocês três não ousem mover um dedo - Remo continuava falando como se discutisse sobre o tempo.

Os amigos o obedeceram em silêncio, ainda impressionados com o que viam.

-- E o que você vai fazer? - perguntou o sonserino sem deixar de apontar a varinha.

-- Você não vai querer saber, acredite.

Snape gargalhou sem emoção.

-- Você não pode fazer nada. É um monitor, não devia nem mesmo me ameaçar com uma varinha...

-- E quem disse que eu estou te ameaçando com a varinha?

-- Ora, seu sujo, eu vou te dedurar para a Profª. McGonagall...

-- E em quem você acha que ela vai acreditar? - Remo cortou-o sem elevar o tom de voz. - Em um monitor e três testemunhas da própria casa ou em um covarde que tenta atacar pelas costas como você?

Os olhos negros do garoto se estreitaram perigosamente e os dos marotos arregalaram-se ainda mais em espanto. Severo reconheceu a derrota e abaixou a varinha xingando baixo.

-- Se eu fosse você, lavava essa boca suja, Snape. Vá embora, ninguém vai te atacar pelas costas. Não tem ninguém covarde como você aqui.

Remo abaixou a própria varinha e observou Severo virar-se e voltar pelo mesmo lado que viera, não sem antes lançar-lhe um olhar ameaçador.

-- Caracas! - exclamou Sirius. - Quem é você? O que você fez com o nosso amigo Remo?

-- Aquele monitor certinho que nunca apontou a varinha para outro estudante? - continuou Tiago com cara de assombro e admiração.

Remo colocou os cabelos para trás da orelha e permitiu-se um sorriso malandro.

-- Vocês me estragaram.

-- Que é isso, nós estamos te melhorando a olhos vistos - retorquiu Tiago, segurando o amigo pelos ombros enquanto continuavam o caminho para o Salão Principal.

-- Estamos muito orgulhosos de você, Aluado - disse Sirius, colocando a mão no ombro do amigo também.

-- Com certeza, não é Rabicho? - Tiago voltou-se para Pedro, que caminhava a seu lado silenciosamente.

-- É - o garoto concordou com a cabeça. - Primeiro você se revela um roqueiro de primeira e depois dá uma tirada de mestre no Ranhoso!

-- E no pé em que as coisas andam, não demora muito e você já vai estar azarando ele por diversão - Sirius deu tapinhas no ombro de Remo em sinal de aprovação. - Acredite, se você o azarasse uma única vez, não iria querer mais parar.

-- É o tipo de coisa que vicia - analisou Tiago.

-- Exatamente - concordou Sirius.

-- Pelo jeito que ele me olhou antes de ir embora, aposto como isso vai ter troco - concluiu Remo, desanimado.

-- É. Conhecendo aquele Corvo-do-Bico-Torto tenho certeza que vai - Sirius concordou.

-- Mas não se preocupe, nós estamos aqui para colocá-lo no lugar dele! Ele não vai ousar se meter com você - concluiu Tiago, estufando o peito.

-- Falou tudo, Pontas - Sirius também estufou o peito, e o efeito disso nele era muito mais visível do que em Tiago.

Remo sorriu e meneou a cabeça. Estivera pensando em dar um puxão de orelha neles por esconder os pertences dos primeiranistas, mas não tinha moral nenhuma no momento...

-- Que raposa velha, vocês viram! Tentando nos azarar pelas costas! - indignou-se Tiago.

Porém nesse momento eles adentraram o Salão Principal e foram recebidos por uma ovação ensurdecedora. É claro que os sonserinos vaiaram até não poder mais, no entanto uma só mesa não pôde abafar os aplausos e gritos aprovadores das outras três. Na mesa dos professores, o Prof. Dumbledore parecia ter o traseiro comichando para levantar-se e aplaudi-los de pé como os outros, mas conteve-se enquanto a Profª. McGonagall tentava conter um sorriso apertando os lábios até eles quase sumirem. Sirius e Tiago empertigaram-se ainda mais e jogaram as mãos para o alto.

-- Ei, sentem-se logo e parem de se exibir - era Mark Brown, o capitão do time, que estivera aplaudindo-os de pé e gritando como louco um segundo antes. - Tem lugar para vocês também, Lupin, Pettigrew.

Eles se acomodaram junto ao restante do time da Grifinória.

-- Então, preparados? - perguntou Eladora Hooper, artilheira, uma quartanista simpática de olhos amarelados como seus cabelos curtinhos.

-- Nós sempre estamos preparados, cara Dora - Sirius piscou um olho para ela, que corou imediatamente.

-- E então, Davi - Tiago dirigiu-se ao garoto a seu lado - você descobriu quem vai ser o novo jogador da sonserina?

Davi Gudgeon era quartanista e artilheiro também. Tinha uma grande cicatriz perigosamente próxima do olho direito, devido a um acidente com o Salgueiro Lutador em seu primeiro ano. Ele cochichou em resposta:

-- Dá uma espiadinha para a mesa da Sonserina - Tiago e Sirius esticaram os pescoços para os sonserinos que se amontoavam todos de costas para eles. - Eles estão escondendo alguém, que coisa mais infantil...

-- Eles querem fazer surpresa. Tsk, tsk, tsk... - quem disse foi uma outra garota, Magnólia Stimpson, a nova goleira do time. Ela tinha os cabelos negros e brilhantes como seus olhos emoldurados por cílios longos. Sirius não parava de secar a garota nos treinos, mas ela tinha um namoradinho do quarto ano. Dessa vez não foi diferente, seus olhos encontraram os da garota, que desviou para o prato imediatamente, escondendo o rosto com os cabelos compridos.

Um garoto forte e razoavelmente alto para seus treze anos, que estivera comendo calado até então, manifestou-se. Gilberto Wimple, o novo batedor do time, era negro e tinha os cabelos rastafari.

-- Eu estive tentando espionar os treinos deles, mas não tinha jeito. Eles colocavam uns setimanistas monstruosos de plantão nos cantos do campo. Tentei ainda espiar de onióculo pela torre da Grifinória, mas o novo batedor se movimentava bem e eu não consegui identificá-lo no ar. Sei que tem os cabelos negros e curtos, mas não sei quem é.

-- Cabelos negros e curtos? - Tiago pareceu confuso. - Não existem muitos sonserinos de cabelos curtos...

Mas Sirius tinha jogado seus talheres com força no prato e espiara outra vez a mesa das cobras.

-- Régulo - disse ele com os dentes cerrados.

-- Como? - todos o encararam de olhos arregalados.

-- Tenho certeza que é meu irmão. É a única explicação para tanto suspense - Sirius limpou a boca engordurada pelo bacon num guardanapinho de papel, seu sarcasmo característico no rosto. - Estão querendo que ele rivalize comigo. Que idiotas! Régulo pode até ser forte fisicamente, mas é muito gentio para ser batedor. É capaz de pedir licença antes de arremessar os balaços nos outros. Bem, talvez não, se tratando de grifinórios... mas, em todo caso, não tem força de caráter. Ele daria um ótimo artilheiro, ou mesmo goleiro, mas nunca batedor. Enfim - Sirius deu um suspiro de desdém - pior para eles que não sabem aproveitar o talento dos jogadores...

-- Aliás, qual é mesmo o segredo do sucesso do time? - perguntou Magnólia.

-- Aaaaaaaaaaah, são as varinhas! - explicou Eladora sombriamente, ao que Magnólia arregalou os olhos.

-- É verdade - concordou Mark. - Por isso eu avisei vocês para virem ao jogo com as varinhas. Não pensem duas vezes antes de usá-las em DEFESA, nunca atacando.

-- Mas eles são tão ruins assim? - perguntou Gilberto.

-- Isso é fato - Mark continuou de modo crítico. - Por culpa da má distribuição de papéis, como Sirius disse. Aqueles artilheiros, os Lestrange, se dariam muito melhor como batedores, são uns brutamontes, apesar de espertos, mas não conseguem se mover muito rápido no ar por causa de seu peso. Dolohov não funcionaria em nenhuma outra função, mas isso não significa que seja um bom batedor. Avery é um incompetente como apanhador. Bem, mas qualquer apanhador é incompetente comparando-se com o nosso Tiago, não é mesmo? - "Eu sei, eu sei. Sou imbatível." resmungou Tiago enquanto todos balançavam as cabeças em concordância. - Rosier é esquelético e lento, péssimo goleiro. Acho que só a Black foi um acerto.

-- É. Ela é podre por dentro, mas temos que admitir que é uma excelente artilheira - ponderou Eladora.

-- Gostei da parte de ser podre por dentro - Tiago também limpou a boca no guardanapo e eles começaram a se levantar.

-- Minha priminha é doente, isso sim. Louca, sádica. É de dar pena... - Sirius concordou levantando-se também. Mas seus comentários foram abafados pela nova ovação que receberam ao se dirigirem para o Saguão de Entrada.

Remo e Pettigrew, que só estiveram ouvindo a conversa do time (e comendo, é claro) seguiram os garotos para o campo e acomodaram-se nas arquibancadas vazias enquanto eles dirigiam-se para os vestiários.

-- Posso me sentar aqui?

Remo olhou para o alto - bem, nem tão alto assim - para encontrar o rosto risonho de Lily.

-- Claro! Por favor - Remo levantou-se e indicou o acento ao lado para que ela se sentasse.

Lily corou diante de tanta educação e cavalheirismo.

-- Obrigada - disse ela timidamente e só depois que sentou foi que Remo tornou a sentar-se a seu lado.

O tempo estava bastante frio e o sol estava fraco, apesar de não haverem nuvens no céu. A visibilidade estava perfeita e o vento assobiava em seus ouvidos. As arquibancadas começavam a encher-se conforme os alunos deixavam o Salão Principal. Alice e Frank também sentaram-se ao lado de Lily, mas ficaram entretidos um com o outro.

-- Então? - Remo dirigiu-se a Lily - pelo que vejo...

Porém foi interrompido por um ruído de sucção. Ambos olharam para o outro lado de Remo, onde Pedro chupava um pirulito com entusiasmo.

-- Ignore - Remo fez um gesto de impaciência com a mão e voltou a encarar a ruiva endireitando-se no assento. - Vejo que está bem animada para o jogo, Lily.

-- Oh, sim! Desde que vim para Hogwarts sou fascinada por quadribol.

-- Verdade? Isso me surpreende realmente...

-- Por quê?

-- Bem, não sei, sempre achei que você não ligasse muito.

-- Eu definitivamente sou um desastre em uma vassoura e acho os balaços perigosos e assustadores, mas admiro o esporte sim. É bem interessante para quem está acostumada com esportes trouxas, como futebol... - ela concluiu a frase com uma careta de repugnância.

-- Futebol? Ah, sim, já ouvi falar. Deve ser bem sem graça mesmo sem vassouras e com uma única bola.

-- Com certeza. Mas e você? Por que não joga também, como seus amigos?

-- Hum... digamos que eu não seja muito do tipo esportivo. Tenho um certo pavor de altura e os balaços me inspiram... pânico.

Os dois riram gostosamente e a conversa continuou animada enquanto as arquibancadas enchiam-se de torcedores. A maioria esmagadora usava acessórios vermelho e dourado ou agitavam bandeiras com o leão da Grifinória.

Enquanto isso, o time estava agitadíssimo nos vestiários. Sirius acabara de contar uma piada para descontrair e todos se dobravam de rir. Tudo parecia duas vezes mais engraçado diante de todo o nervosismo e eletricidade.

-- Ai, meleca! - Mark limpou uma lágrima no uniforme. - Ufa! Já chega, rapazes. Vocês... vocês sabem que eu... hum... não sou bom em discursos...

-- Aaaaaaaaaaaaaaaaahhh - queixou-se Tiago falsamente decepcionado.

-- ... e nem preciso dizer nada. Tenho certeza... bem... tenho certeza que todos vamos dar o nosso melhor nesse campo... e... esse é só o primeiro jogo, mas... mas precisamos de um bom resultado se quisermos ganhar o Campeonato de Casas...

-- E nós queremos! - Tiago interrompeu-o.

-- E vamos conseguir! - acrescentou Sirius

-- Pois estamos muito bem preparados - concluiu Tiago.

-- E confiantes - emendou Sirius, estralando os dedos e o pescoço tranqüilamente.

-- É isso. Obrigado pelo apoio - disse Mark sarcasticamente fingindo-se de zangado por terem completado o seu discurso. - Então... VAMOS ESMAGAR AQUELAS SERPENTES!

-- Yeahhhhhhh! - Todos jogaram-se para o alto e gritaram com entusiasmo.

Em seguida começaram a sair do vestiário enfileirados, carregando suas vassouras firmemente e marchando para o meio dos aplausos e vivas que vinham das arquibancadas. O time sonserino já estava todo enfileirado próximo à Madame Marsh, a juíza.

E realmente, lá estava Régulo Black, vestido de verde e prata como os demais e carregando uma vassoura que reluzia de tão nova. Régulo encarou o irmão mais velho com dignidade, de olhos cinzentos para olhos cinzentos. Provavelmente o olhar de Sirius era o mais gelado, já que faltava em Régulo aquele ar de sarcasmo sempre presente no outro.

Quem mais parecia se divertir com a troca do olhares era Bellatrix Black, uma setimanista de cabelos negros lisos e brilhantes até o meio das costas. Ela seria muito bonita se não tivesse uma expressão dura e esnobe, com um brilho nos olhos profundos que lembrava muito à crueldade insana. Assim que Sirius desviou seu olhar do irmão e alinhou-se com os demais companheiros ao redor da juíza, seus olhos encontraram os da garota, que contorceu o rosto em puro desprezo e cuspiu no chão sustentando o olhar do primo.

Sirius limitou-se a devolver o desprezo na mesma intensidade e voltou sua atenção para Madame Marsh.

-- Capitães, cumprimentem-se - ordenou ela.

Mark Brown adiantou-se para apertar a mão enorme de Rodolfo Lestrange, o capitão do time adversário. Pelos breves segundos em que eles sustentaram o cumprimento, quase podia-se ouvir o som dos ossos de Mark estralando, mas o garoto encarou Lestrange nos olhos impassivelmente, em desafio.

-- Ok, montem suas vassouras. Ao meu sinal, agora.

Todos obedeceram e observaram Madame Marsh soltar o pomo de ouro, que passou zunindo, nada mais que um borrão dourado, e no segundo seguinte já tinha sumido. Tiago sorriu nostálgico para a bolinha veloz e admirou-a sumir no horizonte sem nuvens. Foi arrancado de seus devaneios pelo apito agudo da juíza e deu um impulso de imediato, subindo ao mesmo tempo em que a goles era lançada para o alto e os balaços eram libertados.

"Começou a partida mais esperada de todas e quem toma posse da goles é Hooper" - quem narrava a partida era Mundungo Fletcher, um quintanista ruivo da Lufa-Lufa de cabelos emaranhados e mal cuidados. Ele era vigiado de perto pela Profª. McGonagall. - "Hooper passa a bola pra Brown - não - é interceptada por Black, ei, aquilo foi uma cotovelada! - PAM! - Mas que belo balaço de Black! E atingiu Black em cheio! Xiiii isso tá ficando confuso..."

E soou o apito de Madame Marsh, não tinha nem meio minuto de jogo. Bellatrix estava um pouco descabelada, já que quase caíra da vassoura ao ser atingida por um balaço certeiro de Sirius. Tiago deu um viva lá do alto e uma pirueta.

-- É isso aí, Almofadinhas!

Sirius tinha seu melhor sorriso de desdém no rosto e encarava a prima em desafio.

-- O que é isso, Srta. Black? Pênalti para a Grifinória - vociferou a juíza.

-- EI! Eu levei um balaço no estômago e você vem ralhar COMIGO? - a garota estava furiosa.

-- Mais respeito quando se dirigir a mim, garota. Você deu uma cotovelada em Hooper!

-- E ele atirou um balaço em mim! - a sonserina apontou Sirius, que deu uma risada venenosa antes de retrucar:

-- Será que você se esqueceu que isso é quadribol, priminha? Ou então que eu sou um batedor? Minha função é acertar os jogadores do seu time, portanto é problema seu se os seus batedores não dão conta do recado.

Os olhos de Bellatrix tornaram-se fendas mínimas e perigosas. Dolohov, um dos batedores, rosnou e cerrou os punhos. Régulo apenas olhava do irmão para a prima parecendo um pouco culpado por não ter chegado a tempo. Bellatrix voltou-se para Régulo:

-- E você, incompetente, onde estava que não me defendeu?

-- Eu não pude chegar a tempo, me descul...

-- Não se desculpe, seu fraco. E da próxima vez se jogue na frente dessa mer...

-- Já chega! - Madame Marsh explodiu. - Em suas posições AGORA!

"E depois do chá de cozinha da família Black, quem vai cobrar o pênalti é Hooper, naturalmente. Concentração agora. Um pouquinho de suspense para Rosier - E É PONTO PARA A GRIFINÓRIA!"

A torcida vibrou. Lily deu um grito de felicidade que assustou Remo. Lá no alto, Tiago deu dois loops seguidos e Sirius vibrava com os demais jogadores.

"Voltamos à partida então, depois dessa jogada espetacular de Dora, digo, Hooper. Quem sai com a bola agora é Gudgeon. Ele dribla Lestrange e passa a bola para Brown - UAU - Brown teve que desviar de um balaço de Dolohov e perdeu a bola para Lestrange! Black com a goles agora e ela avança com tudo para o aro da direita - NÃO - ela está blefando! - QUE BELA DEFESA de Stimpson! Grande... - PAM - FOI FALTA!"

E o apito soou pela segunda vez. Foi uma confusão! Dolohov atirara um balaço em Magnólia bem depois de a defesa já ter sido feita. A garota foi salva de cair da vassoura por Gilberto e Mark, que ampararam ela a tempo. Sirius nem perdera tempo acudindo a garota, partiu para cima de Dolohov e meteu-lhe um balaço nas fuças.

-- Acaba com ele, Almofadinhas - foi o grito de Tiago. Ele assistia tudo de cima e conjurou um saquinho de pipocas só de gozação, como se estivesse assistindo de camarote. É claro que tomou cuidado para a juíza não perceber que tinha usado mágica e escondeu a pipoca quando Avery se aproximou. Lily bufou lá das arquibancadas.

O nariz de Dolohov começou a sangrar descontroladamente e os gritos de Madame Marsh podiam ser ouvidos a quilômetros de distância.

-- ... tanta violência em menos de cinco minutos de jogo! Que absurdo! O gol já tinha sido feito, de que adiantou tudo isso? Pênalti para Grifinória e Sonserina. E veja se estanca esse sangue, Sr. Dolohov. Consegue continuar, Srta. Stimpson?

Magnólia estava pálida e segurava a barriga com força, mas balançou a cabeça afirmativamente e postou-se em frente aos aros esperando. Parecia um pouco atordoada, mas decidida.

"Black se prepara para a cobrança. Eu não gostaria de ter tanta atenção da Black voltada para mim - AI - está bem, professora, o jogo... - NÃO! - e Black marca... Está empatado, minha gente!"

Bellatrix fez questão de deixar a garota mais zonza do que já estava com movimentos da goles antes de arremessá-la e a goleira ficou desnorteada. Acabou correndo para o lado errado.

Sirius seria capaz de azarar a prima nesse momento, mas acabou indo amparar a grifinória. Enquanto isso, a Profª. McGonagall deu um cutucão em Mundungo e pode-se ouvir algo como "mais imparcialidade, por favor".

"Muito bem, agora Brown se prepara para fazer a cobrança... - UAU! COMO ELE É RÁPIDO! - é isso mesmo, senhoras e senhores, ele MARCOU - vinte a dez para a Grifinória!"

A partir daí, Régulo passou a marcar Sirius enquanto Dolohov encarregou-se de Gilberto Wimple. Dolohov era bem mais agressivo enquanto Régulo parecia hesitar no contra-ataque. Apesar disso, defendia muito bem os ataques de Sirius e em quase todas as vezes chegava ao balaço antes que ele atingisse seu alvo. E a disputa pelos pontos estava acirrada. Toda vez que Grifinória marcava um ponto, Sonserina também marcava e eles não conseguiam muita vantagem. O jeito seria Tiago encontrar o pomo logo. E por falar em Tiago...

O garoto sentia-se livre e completo. Todas as vezes que voava era como se fosse a primeira. Sentia que nascera exatamente para isso. Que sensação maravilhosa! Porém ele não tinha muito tempo para apreciar a sensação, tinha que ficar atento. Sentia sua atenção fisgada por cada pequeno reflexo dourado nas arquibancadas, mas quase sempre era o reflexo de algum relógio ou de jóias que os torcedores usavam. Mais de uma vez achou que Snape estava fazendo seu relógio reluzir de propósito, porém logo parava, pois Avery seguia Tiago de perto. Sendo assim qualquer distração para Tiago acabaria distraindo o apanhador deles também.

Avery acompanhava cada movimento de Tiago, algumas vezes de mais longe e outras de bem perto, quando aproveitava para insultá-lo. O grifinório, porém, não estava nem ligando para o outro. Tinha sua atenção dividida entre esquadrinhar o campo em busca do pomo e prestar atenção à narração de Mundungo. Todas as vezes que a Grifinória marcava, ele executava piruetas para extravasar - além de se exibir, é obvio.

"Lestrange com a posse da goles. Passa para Lestrange, que PERDE a goles para Gudgeon. Ser pequeno tem suas vantagens, heim? Gudgeon passa para Hooper, que dribla Black e passa para Brown, muito próximo das balizas agora - ele vai lançar - INCRÍVEL defesa de Rosier. Ele deu uma cabeçada na goles - e é bem provável que tenha sido por acidente - e quem pegou foi Black. Ela vai como um tiro em direção às balizas - OPA - esse balaço lambeu o cocoruto dela. Passa essa bola, garota, senão você vai... pronto, eu avisei! Perdeu a goles para Gudgeon novamente e ele cruza o campo sem obstáculos, ou quase... - CUIDADO - Ufa!... Black chegou bem a tempo ou Gudgeon teria se espatifado com o balaço. Goles com Hooper, com Brown, Gudgeon, Brown novamente, perigosamente próximo às balizas. Lestrange tenta pegar a goles e... não consegue! - lá vai Brown e - ELE MARCA mais dez pontos para seu time! Noventa a oitenta para a Grifinória! Uma jogada belíssima de Brown..."

-- Isso! - Tiago girou ao redor de si mesmo tão veloz quanto um peão. - Só mais alguns pontos de vantagem agora e eu acho esse pomo nem que eu tenha que esquadrinhar esse campo inteiro.

-- Falando sozinho, Potter?

-- Não. Na verdade estou compondo um poema. Idiota... - Tiago deu as costas para o garoto e distanciou-se como um foguete.

Com a vantagem do gol, quem saiu com a goles foi Eladora Hooper, porém antes que os outros jogadores pudessem se preparar, Bellatrix levou a mão até as vestes e sem erguer a varinha, azarou Eladora, fazendo-a ficar atordoada e tomou a goles enquanto a garota pendia perigosamente na vassoura. Madame Marsh não viu a azaração e não parou o jogo, mas Sirius tinha assistido a aproveitou um balaço arremessado por Régulo.

-- Ah, não vai não, sua nojenta - murmurou ele com os dentes serrados e um olhar de fúria.

Arremessou o balaço com toda a força que conseguiu reunir em direção à garota, que só teve tempo de arregalar os olhos e levar o braço à cabeça, protegendo-a. Mas o balaço nunca chegou a atingi-la. Régulo também foi pego de surpresa e só teve tempo de jogar o próprio corpo na frente do balaço num gesto desesperado, sendo atingido no peito e derrubado da vassoura.

-- NÃO, seu estúpido! - foi tudo o que Sirius conseguiu gritar, não sabia se de raiva ou de preocupação, antes de se atirar no ar para alcançá-lo.

O apito de Madame Marsh soou no momento em que Bellatrix ia arremessar a goles no aro mais próximo, aproveitando-se da distração. A sonserina ficou furiosa. Xingou Madame Marsh por ter interrompido seu momento de glória e nem se importou com o primo, pelo contrário, pareceu muito satisfeita com o que viu. A juíza ficou ralhando com ela pelos maus modos.

Sirius alcançou Régulo dois segundos antes de ele se espatifar no chão. Segurou-o pelas vestes e largou-o sem muito jeito quando alcançou o chão. Antes de tudo, seu olhar percorreu rapidamente o corpo do irmão, que parecia um pouco atordoado pela pancada, mas não estava machucado. Então Sirius começou a gritar enfurecido enquanto Madame Pomfrey não os alcançava:

-- O que você tem nessa cabeça, Régulo? Podia ter se machucado seriamente por causa daquela demente egoísta. Esse balaço era para aquela vaca, você não tinha nada que se meter. Aliás, foi muito bem feito, pra ver se você aprende a não ser cavalheiro com gente estragada que nem essa aí...

-- Ela é nossa prima, Sirius, como você pôde...

-- Você pode até considerar ela SUA prima, assim como os outros Black são SUA família, mas me deixa fora disso, ok? Meu sangue não fala por mim e eu não vou engolir o que penso de Bellatrix só porque ela tem o mesmo sangue idiota que eu.

-- Não diga isso da NOSSA família! - Régulo parecia indignado. - Você dá mais valor a esses idiotas de sangue sujo e amantes de trouxas do que...

-- CALA ESSA BOCA! Eles são a minha família, se você quer mesmo saber.

Régulo calou-se pálido, com uma expressão de mágoa profunda.

-- POR QUE VOCÊ SE CALOU, SEU ESTÚPIDO? VOCÊ NÃO TEM QUE ME OBEDECER, VOCÊ NÃO TEM QUE OBEDECER A NINGUÉM. REAJA, VAMOS! ME INSULTE, COVARDE...

Sirius fez menção de abaixar-se, talvez para bater no outro, ou talvez esperando levar uma bofetada, porém Tiago segurou seus ombros e ele deixou-se ser impedido, dando graças aos céus intimamente por não ter ocorrido nenhuma das possibilidades.

Todo o restante dos jogadores já estava no chão assistindo à briga e Madame Pomfrey abriu passagem.

- Com licença, deixem-me examiná-lo...

- Não precisa - Régulo pôs-se de pé e agarrou a vassoura com determinação. Sustentou o olhar do irmão com toda dignidade que conseguiu reunir diante da mágoa que sentia. - Eu estou ótimo, obrigado.

- Mas, meu filho, você levou uma pancada feia no peito...

- Já disse que estou bem.

- Madame Pomfrey! - Mark e Davi adiantaram-se, apoiando uma Eladora branca como cera. - Dê uma olhada nela, parece que ela foi azarada...

Isso distraiu a atenção de Madame Pomfrey por um tempo. Sirius abaixou-se e enterrou as mãos no cabelo. Tiago sentou-se a seu lado.

- Ai ai, já está mais do que na hora de acabar com essa partida, não é mesmo? - suspirou o apanhador.

- Se você está esperando nós conseguirmos mais vantagem, esquece. É mais fácil nós perdermos mais jogadores depois dessa.

- Na verdade eu ainda não avistei o pomo, mas não se preocupe, vou achá-lo num segundo.

- Não estou preocupado, droga - Sirius levantou-se novamente e pôs-se a andar. - Droga. Ele me irrita, sabia. É sempre todo certinho, exemplar... uma marionete na mão dessa gentinha, um idiota patético...

- Calma, Sirius. Esquece isso, ele está bem...

- Era para aquela sádica aquele balaço, por que ele tinha que se jogar na frente? Se ela tivesse dito pra ele se matar ele teria feito com orgulho...

- Ele vai ter que cair do hipogrifo para aprender, Sirius, não adianta você tentar colocar isso na cabeça dele.

- Não adianta mesmo. É um cabeça de vento.

- Atenção! Todos a seus postos. - Madame Marsh deu um impulso para o alto e os outros seguiram. Eladora parecia ter-se recuperado. - Eu não sei quem foi que azarou a Srta. Hooper, mas não vou hesitar em penalizar qualquer tipo de infração. Vamos jogar QUADRIBOL agora.

O apito soou. Tiago subiu acima dos outros e começou a circular o campo atentamente.

- Onde está você, pominho? Vem pro papai aqui, vem.

Ouviu-se um urro da torcida, porém Tiago já não prestava mais atenção de tão concentrado que estava em sua busca. Sobrevoou as arquibancadas seguido de perto por Avery e tornou a subir quando não o avistou. Avery seguiu-o, sem tirar os olhos do grifinório. Tiago percebeu isso ao mesmo tempo em que outro urro veio das arquibancadas. Alguém marcara novamente. Tiago não queria saber de quem era o ponto, tornou a olhar nas arquibancadas e viu.

- Veja, Remo! - Lily cutucou o amigo, que também estava de pé comemorando o gol de Davi, e apontou diretamente para cima deles.

Um rufar de asas pequeninas e prateadas ao redor da simpática bolinha dourada. O pomo estava bem acima de suas cabeças, quase ao alcance da mão de Lily, que não ousou se mexer muito para não espantá-lo. Os outros ao redor deles começaram a apontar e falar excitados também. Remo arregalou os olhos.

-- Oh não! Sabe o que isso significa, Lily?

A garota empalideceu no mesmo instante e os dois viraram-se em tempo de ver um borrão dourado e vermelho tornar-se cada vez maior e menos nítido devido à velocidade. Tiago cruzava o céu e o campo em direção ao pomo. Quando Avery se deu conta do que acontecera, já tinha ficado muito para trás.

-- Remo! Ele está mergulhando... muito rápido... SOCORRO! - Lily gritou e agarrou as vestes de Remo, enterrando o rosto em seu ombro.

-- MAMÃE! - gritou Pedro apavorado logo ao lado.

Remo queria dizer para ela não se preocupar, mas não conseguia dizer nada e seus olhos estavam pregados em Tiago que mergulhava com a mão estendida. Tiago ouviu um zunido às suas costas que indicava ter escapado de um balaço por muito pouco. Porém não se deixou abalar. Estava quase lá e sua vassoura tremia tal a velocidade adquirida na descida brusca bem acima das cabeças dos torcedores, que gritavam de excitação e temor. Não viu quem estava logo abaixo, só via o pomo. Sua mão se fechou sobre ele ao mesmo tempo em que desviava o curso numa manobra incrível, fazendo os cabelos de Remo e Lily voarem com o deslocamento de ar provocado bem acima de suas cabeças.

-- Ooooooooooooooooh! - ouviu-se a exclamação das arquibancadas.

E no segundo seguinte Tiago já estava de volta ao ar urrando de felicidade e exibindo o pomo seguro na mão direita.

-- Ele pegou, Lily! ELE PEGOU! - Remo sacudiu a ruiva.

-- Não pode ser! - Lily finalmente ergueu o rosto para o alto e procurou Tiago. - Eu não acredito! Potter conseguiu! AAAAAHH!

Remo quase caiu com o abraço da ruiva, que pulava e gritava junto com o restante da torcida. Os sonserinos estavam perigosamente carrancudos e gritavam palavrões para os jogadores, tanto aos grifinórios por ganharem quanto aos sonserinos por sua incompetência.

"QUE ESPETÁCULO! Potter executou um mergulho perfeito e capturou o pomo de ouro. É isso mesmo, senhoras e senhores! Vitória da Grifinória por duzentos e sessenta a oitenta! Que jogaaaaaaaaço, meus amigos!"

-- Eu peguei, Almofadinhas! Olha aqui! Eu consegui!

-- Grande Pontas! É assim que se faz, garoto!

Sirius e Tiago se chocaram violentamente no ar e logo os dois já não eram mais visíveis, sob os outros cinco jogadores.

-- Isso merece uma super comemoração. O que acha, Pontas? - gritou Sirius com a voz meio abafada pelos outros colegas.

-- Demorou!

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N.A. Eu amo quadribol! Acho que se assistisse a uma partida ao vivo agiria igualzinho a Lily XDD. Deu um trabalhão escrever esse capítulo, mas eu gostei do resultado, espero que vocês também gostem. Não sei se vocês repararam, mas eu uso a maioria dos nomes da versão em português (Remo, Mundugo, Pedro, Tiago...) mas alguns eu simplesmente não resisti e tive que colocar em inglês. Depois que vi Bellatrix, não consegui mais usar Belatriz. E Franco Longbottom também está fora de questão, concordam?

Rodrigo Balck Potter obrigada pelas reviews, pelos elogios, incentivos, sugestões e por acompanhar a fic! Bem, taí! Vitória da Grifinória em sua homenagem! ;-P e o próximo capítulo vai ter a super comemoração uhuahuahuahua bjo

aRTHuR BLaCK sim, sim, eu entendo como é ficar sem net... mas muito obrigada por ler e comentar. Espero que continue gostando! Pois é, não postei antes pq num deu o tanto de reviews que eu pedi : mas tô felix do mesmo jeito rsrsrs

Aline como assim: desculpa pela review gigante? Eu amei! O.O eu tenho que concordar, o pompom do Remo foi o melhor . bjux

Tete Chan eu tb amo os foras da Lily e a arrogância do Sirius ; sei q demorei pra postar, mas será que compensou a demora? Fazer a Lily ir ao baile com o Remo? hummmmmmmm sem comentários ;D

Super capítulo merece super reviews. Próxima atualização: sábado.

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No próximo capítulo...

-- E não poderíamos comemorar sem você, Aluado - ponderou Tiago.

-- Exatamente. Nós somos os marotos. Os quatro marotos. Já não nos separamos mais nem mesmo nas noites de Lua Cheia e você vem com manha dizendo pra nós festejarmos sem você? - Sirius fez-se de indignado.

Pedro concordou enfaticamente com a cabeça. Tiago exemplificou para reforçar:

-- Seria como tentar andar sem uma perna...

-- Calçar um só pé de sapato... - Sirius continuou sua linha de raciocínio.

-- Comer goiabada sem queijo...

-- Torradas sem geléia...