CAPÍTULO DEZESSETE
Mapa do Maroto
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No dia seguinte, domingo, os quatro grifinórios dedicaram-se aos deveres já que o sábado fora completamente perdido. Durante as duas semanas seguintes, porém, eles dedicaram-se ao mapa de Hogwarts. Sempre que possível, se refugiavam na Sala Precisa com uma pilha de livros e enquanto Tiago e Sirius pesquisavam, Pedro ajudava Remo a terminar o desenho. Com a vantagem de ser um ratinho, Pedro havia explorado as partes do castelo que faltavam ao mapa e descreveu-as a Remo.
Terminado o desenho, eles passaram aos complicados feitiços. Conseguiram indicar e identificar as pessoas no mapa antes da próxima Lua Cheia, porém tiveram que colocá-lo de lado pela semana seguinte, ocupados em conciliar as aulas com as aventuras noturnas na Casa dos Gritos.
Como de costume, Lily perguntou sobre o sumiço repentino de Remo a seus amigos.
-- Dessa vez o próprio Remo está doente - mentiu Tiago, pesaroso.
-- Sério? E o que ele tem?
-- Hum... - Tiago aparentemente não tinha planejado sua mentira com antecipação.
-- Caxumba - respondeu Sirius, num ímpeto.
-- Caxumba? - perguntaram Lily e Tiago ao mesmo tempo. Ambos se encararam.
-- Eu... hum... eu não sabia... - disfarçou o garoto. - Só sabia que estava doente...
-- É, caxumba sim - continuou Sirius. - Sabe, é contagioso, então ele teve que ir pra casa. Além disso, ele precisava de repouso, né? Você sabia que em alguns casos, se a pessoa não repousar pode até ficar estéril?
-- Oh! Eu... eu não sabia - Lily enrubesceu.
E quando Remo voltou, Lily ficou toda preocupada com a saúde do monitor e não deixava que ele se esforçasse de maneira alguma.
-- Você se recuperou muito rápido, quem sabe não terá uma recaída... É melhor não se arriscar - dizia ela quando Remo tentava protestar.
Até que Remo gostou dos cuidados exagerados da garota. Isso mostrava que ela realmente se importava com ele. Ele não estava acostumado a isso, a não ser quando se tratava dos outros marotos. Lily mostrou a Remo um livro grosso cheio de contos infantis e ofereceu-se para ler alguns deles. Eram bem interessantes, apesar de infantis. Achava curioso o modo como os trouxas costumavam personificar animais e incluir tanta magia nos contos mesmo sem acreditar. Percebeu que as bruxas eram sempre malvadas e as fadas eram boas. Era toda uma cultura diferente e Remo encantou-se por esse mundo de fantasia.
Durante aquele mês eles ocuparam-se com esse livro. Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida, Pinóquio. Nesse último, Lily tinha comparado Remo com o Grilo Falante.
-- Sempre achei que você parecia a consciência personificada de seus amigos. Sempre tentando passar algumas lições de comportamento para eles, mas sendo ignorado como se fosse um simples inseto. É sério!
Remo não pode deixar de rir da comparação, entretanto achou que tinha muito fundamento. Os Três Porquinhos foi um pouco frustrante para ele, que torcia secretamente para o Lobo Mau. Chapeuzinho Vermelho então foi uma tortura. Saber que o lobo foi morto e que retiraram a vovozinha de dentro dele foi um pouco chocante, por mais que ele achasse terrível o fato de o animal ter devorado a velhinha.
Mas o conto que mais havia comovido Remo foi o da Bela e a Fera, pois ele não pôde deixar de comparar a si mesmo com a fera. Um príncipe amaldiçoado transformado em uma besta assustadora. Porém, a maldição do príncipe acabou tendo uma cura, não é mesmo? E quanto à sua própria maldição? Nada poderia libertá-lo, muito menos um "amor verdadeiro". O lobisomem tratou de disfarçar a melancolia que a história havia lhe causado, tentando convencer a si mesmo de que ele não tinha do que reclamar quando tinha amigos tão leais quanto os seus.
E por falar neles, passada a transformação, eles voltaram a reunir-se para terminar o mapa.
-- Nós precisamos de um nome para o mapa, vocês já pensaram nisso? - perguntou Remo na noite em que eles preparavam a camuflagem do pergaminho.
-- Achei que isso já tinha sido decidido - Sirius deu de ombros. - Eu sempre pensei nele como o Mapa do Maroto, que é o que ele é.
-- Sim... eu gostei - analisou Tiago.
-- Eu também, eu também - manifestou-se Pedro.
-- Ok - concordou Remo. - Então eu vou colocar o nome no mapa...
-- Aluado? - Sirius fez sua carinha de cachorro.
Remo suspirou e colocou os cabelos para trás das orelhas.
-- O que foi, Almofadinhas?
-- Será que eu posso fazer isso? Eu queria colocar uma pequena introdução também, o que acham?
-- Introdução? - questionaram os outros.
-- É, uma introdução. Dê-me o mapa, eu vou fazer, esperem um segundinho.
Sirius apossou-se do mapa e debruçou-se sobre ele para que os outros não pudessem ver o que fazia até que tivesse terminado.
-- Pronto. Aqui está.
No alto do mapa, a caligrafia inclinada e rebuscada de Sirius dizia as seguintes palavras: "Os Srs. Almofadinhas, Pontas, Aluado e Rabicho, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar O MAPA DO MAROTO".
-- Gostei da introdução, Almofadinhas - elogiou Pedro.
-- Eu também - disse Sirius em resposta.
Porém Tiago fez uma careta.
-- Por que o seu nome primeiro?
-- Pontas, meu caro, eu coloquei os nomes por ordem de popularidade...
-- Ora essa, e quem disse que você é o mais popular? - indignou-se o rapaz.
-- Ninguém precisa dizer, isso é óbvio demais...
-- O seu nariz que é óbvio demais. Dê-me o mapa, eu vou concertá-lo.
E com um aceno de varinha, Tiago colocou seu apelido primeiro e o de Sirius por último.
-- Agora está perfeito. Eu sou o melhor jogador de quadribol dessa escola e portanto...
-- Melhor jogador? Quanta arrogância! - agora era Sirius quem estava indignado. - Você não é melhor do que eu!
Sirius arrancou o mapa das mãos de Tiago e inverteu as posições, deixando o apelido de Tiago por último.
-- Além disso eu sou o preferido das garotas e você é um frangote...
-- Ei, vocês dois, vamos parar com essa discussão infantil... - Remo tentou interferir com sua voz apaziguadora, porém Tiago estava fora de si.
-- Frangote! Eu posso não ser perfeito, mas você também não é nenhum Dom Juan. E depois eu é que sou o arrogante? Meu nome não vai ser o último!
-- Está bem então - Sirius agitou a varinha o voltou os apelidos na ordem em que tinha colocado da primeira vez. - Assim está perfeito, está por ordem de tamanho.
-- Nada disso. Isso é pretexto para colocar o seu nome primeiro!
-- Claro que o meu nome vem primeiro, porque eu sou o melhor!
Durante todo esse tempo, Pedro alternava o olhar de um para o outro, como se assistisse uma partida de pingue-pongue particularmente rápida.
-- Ora seu...
-- BASTA! - gritou Remo antes que Tiago pudesse dizer ou fazer algo de que pudesse se arrepender. Puxou o mapa das mãos de Sirius e em seguida continuou com sua voz calma. - Eu vou resolver isso. Vou embaralhar os nomes e não quero saber de reclamações. A ordem que cair não poderá ser mais mudada. É mais do que justo.
Sem esperar por respostas, Remo apontou a varinha para o escrito e os apelidos começaram a mudar de posição vertiginosamente, embaralhando-os de modo que não era possível identificá-los até que o maroto levantou a varinha, fazendo a troca cessar. Logo em seguida, ele lançou um feitiço para que a posição não pudesse mais ser alterada e então eles puderam ler: "Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas...".
Se os outros não tivessem visto que não houve trapaça, teriam acusado Remo de fixar seu apelido em primeiro de propósito, porém sabiam que não era possível. Tiago ficou um pouco carrancudo por seu apelido ser o último, mas estava satisfeito porque, pelo menos o Almofadinhas não era o primeiro. Sirius também não protestou, apesar de um pouco decepcionado. Já Rabicho parecia mais do que satisfeito por seu nome ser o segundo.
-- Pronto, assim está bom - continuou Remo com naturalidade. - Então agora precisamos de uma senha para ativar o mapa.
Depois de uma pausa um pouco tensa, foi a vez de Tiago se manifestar.
-- Bem, nós estamos fabricando um artefato para bruxos malfeitores, certo? Então nada melhor do que um juramento.
Sirius deu um sorriso de desdém.
-- Que coisa mais idiota. Você quer dizer um juramento do tipo: "Juro solenemente não fazer nada de bom?". - sugeriu com uma risada debochada.
Quando encarou Tiago, Sirius esperava encontrar deboche no olhar do outro também, porém os olhos do garoto brilhavam por detrás dos óculos.
-- Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom! - repetiu ele sonhador. - Perfeito!
Sirius cogitou por alguns instantes debochar da cara de Tiago, porém chegou à conclusão de que suas idéias eram mesmo fantásticas, mesmo que por acidente.
-- Eu sou perfeito! Todo mundo sabe disso - acabou concluindo em voz alta.
Tiago torceu o nariz para o amigo, porém os dois já pareciam ter esquecido da discussão que tiveram havia pouco tempo. Remo tinha uma sobrancelha erguida, como se esperasse que os outros se virassem pra ele e dissessem "brincadeirinha!", mas os dois pareciam sérios.
-- Se vocês dizem... Bem, agora falta a senha para desativá-lo.
-- Isso, falta a senha para desativá-lo - repetiu Pedro desnecessariamente, fazendo os outros o encararem como se só agora percebessem a presença do maroto.
-- Ora, você está aí Pedro? - perguntou sarcasticamente Sirius, fazendo Pedro corar. - Sempre tão notável...
-- Tem que ser algo poético - ponderou Tiago.
-- Isso, tem que ter classe - continuou Sirius.
-- Se o objetivo já foi atingido, então... o malfeito está feito... - Tiago continuou meditando.
-- Malfeito Feito! Isso é pura poesia - concluiu Sirius.
-- Eu sou um gênio - foi a vez de Tiago gabar-se.
-- Ei, mas fui eu quem desenvolveu a idéia - protestou Sirius.
-- Uma idéia que foi minha - calou Tiago.
-- Está bem, está bem, não vamos brigar pelos direitos autorais das senhas também, ok? - impacientou-se Remo. - Vamos ao trabalho agora.
-- Isso mesmo. Falou e disse - concordou Pedro com suas observações sempre tão cheias de significado.
Então eles começaram a pôr em prática tudo que tinham pesquisado. Foi bastante trabalhoso, mas enfim chegou a hora de testar.
-- Pronto, vá em frente Pontas - Remo passou um pergaminho em branco para Tiago, aparentemente muito velho e mofado.
Tiago recebeu o pergaminho e tocou-o com a ponta da varinha depois de limpar a garganta:
-- Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom - recitou ele polidamente, fazendo com que linhas de tinta começassem a formar-se a partir do ponto em que fora tocado em direção às extremidades, como uma teia de aranha. O desenho caprichado e detalhista de Remo tornou a aparecer no pergaminho, com inúmeros pontinhos que se movimentavam em sua superfície. Cada pontinho possuía uma identificação.
Eles passaram alguns minutos simplesmente admirando o pergaminho, encantados com sua obra prima. Até que Remo sacudiu a cabeça e apontou a varinha novamente para o mapa.
-- Malfeito Feito - murmurou ele e da mesma maneira que apareceram, as linhas sumiram.
-- Yeaaaaaaah - comemorou Tiago. - Conseguimos!
-- E você achou por algum momento que nós não conseguiríamos? - inquiriu Sirius com seu sorriso atravessado.
-- Claro que não, Almofadinhas. É só força de expressão - justificou-se Tiago.
-- Bem, finalmente - suspirou Remo, aliviado.
-- Pois é, agora nada mais de Filch no nosso pé - comemorou Tiago.
-- Nós temos Hogwarts nas palmas de nossas mãos agora, literalmente - sorriu Sirius.
-- Esse é o nosso tesouro, rapazes - Remo encarou os amigos com seriedade. - Temos que tomar muito cuidado com ele, certo?
-- Não se preocupe quanto a isso, Aluado - Sirius deixou claro que ele não se preocupava.
-- Isso mesmo, vamos cuidar dele com muito carinho. Isso ainda vai pertencer aos meus filhos, se querem saber - disse Tiago estranhamente sério.
Sirius começou a gargalhar do comentário do outro.
-- Que coisa mais melodramática, Pontas. Seus filhos com quem, com a Pimentinha? - ironizou antes de soltar um latido como risada. - Agora seus planos para o futuro incluem o matrimônio também, é?
Tiago ficou emburrado com o descaso do amigo.
-- E se incluírem?
-- Bem, cada louco com sua loucura - Sirius encolheu os ombros, porém ainda ostentava uma expressão debochada.
Sirius deu uma última olhada no Mapa do Maroto e achou suas bordas extremamente vazias, em comparação com o restante. Bem que eles poderiam explorar a floresta se quisessem. Na verdade, como um animago, ele sentia que todas as portas se abriam para eles. Entretanto com toda certeza Remo não concordaria... Mas seria realmente necessário que ele concordasse? Achou melhor não comentar nada por enquanto, porém fez uma nota mental para conversar com Tiago sobre essa idéia.
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Os dias seguintes foram um pouco conturbados devido à proximidade do Baile de Inverno. Tiago e Sirius eram abordados por garotas a todo o momento, algumas diretas outras nem tanto, entretanto todas desejavam serem convidadas por eles. Algumas eles dispensavam no mesmo instante, por serem "feias". Outras eles simplesmente desconversavam. Remo não disse nada aos amigos, porém fora convidado por três garotas e dispensou-as com muita delicadeza dizendo que não iria ao baile. Pedro fora convidado por Heloísa Popkin, uma terceiranista lufa-lufa gordinha que só o convidara por precisar de um par mais velho para poder ir ao baile. Aceitou no mesmo instante, pois não tinha esperanças de ter outra chance.
-- Grande Rabicho, passou a perna em todos nós - disse Tiago entediado durante o almoço na véspera de Lua Cheia.
Pedro ficou encabulado e atirou-se em seu prato sentindo sua fome dobrar de tamanho. Tinha superado seus amigos, afinal!
-- O que? Vocês ainda não escolheram suas acompanhantes? - espantou-se Remo.
-- Não - respondeu Tiago desanimado.
Sirius mantinha-se aparentemente distraído com sua lasanha. Remo levantou uma sobrancelha ao encarar os amigos.
-- Você não ia convidar a Laura Peasegood, Pontas?
Tiago deu de ombros, encarando suas ervilhas com desânimo.
-- Ia, mas acho que demorei demais e ela já arrumou outro acompanhante.
-- Mark Brown convidou ela para o baile - esclareceu Pedro com a boca cheia de batatas.
-- E você, Almofadinhas?
-- Eu o quê? - Sirius torceu o nariz em descaso.
-- Sinceramente não sei o que houve com o Almofadinhas - censurou Tiago. - Ele dispensou todo mundo! E olha que não foram poucas. Acredita que ele deu um fora espetacular em Dot Lunardelli? E o chega-pra-lá que ele deu em Paty Pontner? Humpt!
-- Eu não gosto de ser convidado - defendeu-se o garoto com sarcasmo. - Ainda não me rebaixei ao ponto de aceitar convites de garotas. Eu vou convidar quem eu quiser. Além disso quem é você pra me censurar, Pontas? Você deixou Natalie Pritchard roxa de raiva quando recusou o seu convite.
-- A garota ficou realmente roxa, achei que ia explodir! - confirmou Pedro sombriamente.
-- Natalie perdeu a graça. Fica se atirando no meu pescoço e só quer saber de me beijar! Sabia que eu nunca troquei mais de cinco palavras seguidas com ela sem que ela me interrompesse ou grudasse em meus lábios como um peixe?
Remo tentou não demonstrar, mas ficou chocado com a indignação do rapaz. Sinceramente não esperava que Tiago um dia fosse reclamar porque uma garota o agarrava ao invés de tentar conversar. Sirius também pareceu chocado, porém em outro sentido.
-- Pirou, foi? Pra que você queria conversar com ela? Você tem a nós, seus amigos, para conversar. Garotas são chatas e só sabem dar risadinhas e dizer coisas idiotas. Eu nunca quis trocar mais do que cinco palavras com nenhuma delas, é muito mais produtivo ocupá-las com beijos.
-- Me desculpe, Almofadinhas, mas eu tenho que discordar de você - Remo encarou o amigo com seriedade. - Existem garotas muito inteligentes e interessantes com quem vocês poderiam passar o tempo mais proveitosamente. Vocês é que não sabem escolher suas companhias, ou ainda, não sabem conversar com elas.
Sirius e Tiago encararam o amigo boquiabertos e então se entreolharam.
-- Aluado, você me trouxe à memória uma certa conversa que tivemos no Dia das Bruxas... - começou Sirius com seu sorriso enviesado.
-- Você já conseguiu uma acompanhante? Heim? - inquiriu Tiago, com um sorriso maroto brincando nos lábios.
Remo ficou vermelho imediatamente e encarou-os com dignidade.
-- Não convidei ninguém e nem pretendo convidar, já está decidido.
Sirius e Tiago entreolharam-se novamente em conspiração.
-- Isso pede medidas drásticas, não é mesmo, Pontas?
-- Sim, teremos que encontrar a companhia ideal para Aluado.
-- Pois é, tem que ser uma garota bem assanhada para agarrá-lo, de outra forma ele não vai se soltar nunca! - sugeriu Pedro.
-- Vocês não ousem! - desesperou-se Remo. - Não há como vocês me obrigarem.
-- Você é que pensa! Nunca se sabe o que pode te esperar por esses corredores escuros durante uma ronda... - sugeriu Sirius com o mesmo sorriso safado de Tiago.
Remo arregalou os olhos e ficou ainda mais vermelho.
-- Não! Por favor, não façam nada!
Tiago virou-se para Sirius com uma mão no queixo, coçando uma barba invisível.
-- Você acha que devemos dar uma última chance a ele, Almofadinhas?
-- Bem, por mim nós agiríamos logo só para castigá-lo, porém em consideração às transformações que ele está prestes a sofrer, acho que poderíamos dar um prazo até, vejamos, até sexta da semana seguinte, de acordo?
-- Perfeitamente. Mas veja bem, Aluado, se você não agir até lá, nós entraremos em ação.
-- Eu não acredito! Como vocês têm coragem de me pressionar desse jeito?
Sirius parecia já ter esgotado sua curta paciência.
-- Ora, Aluado, quem te ouve pode pensar que nós estamos condenando você à forca! É só um baile, meu caro!
-- Relaxe, caro Aluado. Você só tem que convidar alguém, não estamos te obrigando a beijar quem quer que seja. Só queremos que você se divirta um pouco!
-- Nós todos estaremos acompanhados, então nada mais justo que você também esteja - concluiu Pedro.
-- É, Rabicho - Remo voltou-se para ele furioso. - Só tem uma falha nesse seu plano. Esses dois carrascos aqui ainda não têm companhia - Remo apontou para Sirius e Tiago, que pareceram vacilar por alguns instantes.
-- Se é isso que está te preocupando, vamos resolver o problema agora mesmo. Venha, Almofadinhas - Tiago levantou-se, seguido de um curioso Sirius em direção à mesa da Lufa-Lufa.
-- O que você tem em mente, Pontas? - cochichou Sirius enquanto eles atravessavam o Salão sem pressa nenhuma.
-- Milka e Zilka Jenkins - respondeu Tiago simplesmente.
-- As gêmeas da Lufa-Lufa?
-- Exatamente. Convenhamos, elas são muito bonitas, não é mesmo?
-- Sim, sem dúvida, mas como você pode ter certeza de que elas não foram convidadas ainda?
-- Ouvi Popkin contando a Rabicho que ninguém da turma dela havia sido convidada ainda. Sabe, elas são do terceiro ano e não podem ir a menos que sejam convidadas...
-- Mas elas são muito certinhas, vão querer ir embora muito cedo do baile...
-- Exatamente - Sirius encarou Tiago como se ele fosse algum ser extraterrestre. - Veja bem, Almofadinhas, se elas deixarem o baile mais cedo, poderemos dançar com tantas garotas quanto quisermos até o fim da festa, o que me diz?
Lentamente, a perplexidade de Sirius foi substituída por seu clássico sorriso maroto, fazendo algumas garotas suspirarem a seu lado, porém eles nem notaram. Haviam alcançado a mesa da Lufa-Lufa. Tiago limpou a garganta e bagunçou os cabelos antes de dirigir-se a duas garotas idênticas, de cabelos negros escorridos abaixo da cintura e franjas delicadas que chegavam aos olhos negros ligeiramente rasgados, suas feições marcadas por traços orientais.
-- Boa noite, garotas - cumprimentou galanteador.
-- Noite - cumprimentaram as gêmeas em uníssono, tendo as faces rosadas instantaneamente.
-- As princesas já encontraram seus príncipes para o Baile? - perguntou Sirius com a voz rouca, aproximando o rosto da mais próxima e encarando-a nos olhos brilhantes.
Ambas se entreolharam e sorriram abertamente, fazendo seus olhos rasgados tornarem-se ainda menores. Em seguida encararam os dois rapazes cheios de expectativa.
-- Acabamos de encontrar dois belos príncipes - respondeu a mais próxima de Sirius, encarando-o de volta nos olhos cinzentos.
-- Ótimo! - Sirius tomou sua mão e beijou-a, sem desviar o olhar.
-- Estamos encantados, senhoritas! - Tiago copiou o gesto de seu amigo.
As duas garotas ficaram realmente muito vermelhas com isso.
-- Nós não poderemos ficar até muito tarde - explicou uma delas.
-- Oh, que pena - Sirius fez-se de desconsolado. - Mas não se preocupem, devolveremos vocês sãs e salvas quando desejarem.
-- Nós buscaremos vocês em frente à sua sala comunal então - disse Tiago endireitando-se.
-- Às quinze para as oito - completou Sirius.
-- Até lá, então - disseram ambas.
-- Até - despediram-se eles com acenos de mão e viraram-se.
Não puderam ver as carinhas satisfeitas e os suspiros de ambas, nem mesmo os olhares invejosos e raivosos que elas receberam de todas as direções.
-- Yeaaaaaaaah! Tudo resolvido - comemorou Tiago.
-- Finalmente vou deixar de ser assediado nos corredores - Sirius suspirou teatralmente enquanto eles voltavam a seus acentos. - Sinto que parti alguns frágeis corações, mas afinal que posso fazer se elas me adoram?
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O início de dezembro novamente foi muito cansativo para os quatro garotos. O tempo esfriou consideravelmente e começou a nevar. Porém nem mesmo a neve poderia impedir os três animagos de fazer companhia para o lobisomem, por mais que Remo protestasse. Sirius não chegou a tocar no assunto de levar Aluado para fora da Casa dos Gritos com os demais, porém a cada dia se convencia de que era o melhor a fazer. Achava a casa muito pequena e sem graça para contê-los por muito mais tempo. Porém não tinha tempo nem ânimo para discutir o assunto no momento. Eles lutavam por permanecer acordados durante as aulas e geralmente conseguiam, porém esperar que vencessem o sono durante a aula de Adivinhação da tarde de quarta-feira já era querer demais.
A sala era abafada, tinha um cheiro doce e místico além de a iluminação ser fraca. Isso tudo sugeria uma única coisa: sono. E eles desmaiaram sobre os grossos livros "O Oráculo dos Sonhos" e só despertaram com o berro de Tiago. A aula estava acabando e Lily deu com seu livro no cocuruto do garoto.
-- AAAAAAAI! Que é isso, Evans? Está querendo me matar?
-- Não, só te acordar - disse a garota simplesmente, sentando-se de frente para Sirius.
Lily deu uma olhada para Madame Gonfrei, a professora de Adivinhação, que estava ocupada na mesa de Alice e Marlene. Ao convencer-se de que ela não notara o berro de Tiago, a ruiva encarou Sirius com seus olhos faiscando. Os três marotos estavam sentados em uma única mesinha redonda e tinham dormido praticamente a aula toda.
-- Acho que vocês não entenderam o que Madame Gonfrei mandou que fizéssemos. Ela disse para nós interpretarmos nossos sonhos, não para sonharmos durante a aula.
-- Verdade? - perguntou Sirius sarcasticamente. - Poderia jurar que ela tinha dito para nós termos bons sonhos!
-- Engraçadinho - Lily torceu o nariz para o garoto. - Escutem, o que houve com Remo dessa vez?
Isso fez com que Tiago parasse de massagear o cocuruto e trocasse um rápido olhar desconcertado com Sirius.
-- A tia dele adoeceu novamente - mentiu Sirius, entre um bocejo e outro.
-- De novo?
-- É, a velha é muito fraquinha, coitada. Já está nos últimos dias e é muito apegada ao sobrinho, a pobre Mafalda...
-- Mafalda? - Lily encarou-o desconfiada. - Não era Josefa?
-- Não! Digo, sim! - atrapalhou-se o garoto, obrigando-se a despertar por completo. - Josefa Mafalda, um nome bem... hum... diferente.
-- Sem dúvida - a ruiva ainda encarou-os por alguns segundos esperando encontrar algo como um grande "MENTIRA" escrito em suas testas, porém deu-se por vencida diante dos três garotos que piscavam sonolentos à sua frente. - Ouçam, eu já reparei que quando Remo não está, vocês dormem durante as aulas ou ficam bocejando feito cães preguiçosos. O quê vocês ficam aprontando que não dormem durante a noite?
-- Bem... nós... hum... - Tiago tentava encontrar alguma resposta, porém seu cérebro parecia pesar toneladas no momento e era difícil raciocinar com as pálpebras pesadas.
Porém Sirius ajeitou-se na cadeira e inclinou-se para a monitora chamando-a, como se quisesse contar-lhe um segredo. Tiago e Pedro aproximaram-se também
-- Eu não pretendia te contar, mas já que você insiste - ele deu de ombros. - Nós levamos garotas para o nosso dormitório durante essas noites em que nosso amigo monitor não está.
Lily arregalou os olhos para Sirius e corou furiosamente, assim como Tiago e Pedro, que encararam o amigo com incredulidade.
-- Pois é, Evans, você pediu. E eu não deveria ter contado, então terei que alterar sua memória para que você esqueça o que eu disse.
Lily pareceu petrificada ao observar Sirius levar as mãos às vestes. Porém o garoto estendeu um sapo de chocolate para ela com seu sorriso sarcástico espalhando-se em sua face. Tiago e Pedro suspiraram aliviados.
-- A menos, é claro, que você finja que não sabe de nada - o garoto piscou para Lily, que explodiu:
-- Black! Você está mentindo! Como você ousa inventar uma coisa dessas para mim...
-- Shhhh! Calma, Evans. Nós podemos resolver isso facilmente: você não nos faz perguntas e nós não te contamos mentiras. É simples assim!
A monitora ia explodir novamente, porém Madame Gonfrei dispensou-os e ela saiu bufando de perto deles.
-- Caracoles, você quase matou ela, Almofadinhas! - exclamou Tiago enquanto eles desciam as escadas em caracol.
-- E a nós também - acrescentou Pedro, ao que Tiago concordou.
Pedro tentara apossar-se do sapinho de chocolate rejeitado por Lily, entretanto Sirius comeu e lambia os dedos enquanto falava.
-- Isso é pra ela aprender a não meter o nariz onde não é chamada. Vamos, temos que avisar o Aluado que agora ele tem uma tia chamada Josefa Mafalda, senão essa história ainda vai dar pano para manga. Certeza que ela vai querer uma confirmação de que nós não estamos inventando isso.
E não deu outra. Assim que Remo voltou a freqüentar as aulas, Lily aproveitou a primeira oportunidade em que eles ficaram sozinhos para questioná-lo. Tiago e Sirius estavam no treino de quadribol e Pedro tinha ido assistir. Remo, como sempre, preferiu ficar e colocar os deveres em dia. Lily logo juntou-se a ele.
-- Olá, Remo. Atrapalho?
-- Não, por favor, sente-se - Remo fez menção de levantar-se, porém a garota segurou seus ombros.
-- Não se incomode, Remo. Eu posso me sentar sozinha, obrigada - ela sentou-se a seu lado e virou-se para encará-lo nos olhos. - Então? Sua tia está melhor?
Remo suspirou antes de responder:
-- Na medida do possível... - já não sentia muita culpa em mentir para os outros por motivo de sua condição, porém sentiu um aperto no coração ao ter de fazê-lo encarando os olhos profundamente verdes de Lily. Tanto mais por ela parecer um pouco desconfiada.
-- Pobrezinha... Qual é o nome dela mesmo?
-- Josefa Mafalda.
-- Ah, sei... É um nome um tanto diferente...
Eles ficaram em silêncio por um momento, encarando a neve que caía contra a janela no lado de fora até que Remo voltou-se para Lily.
-- Então? Está ansiosa para o baile?
-- O que...? Oh, sim, o Baile de Inverno... - Lily suspirou e encarou as próprias mãos. - Bem, na verdade eu não vou ao baile.
-- Não vai? - Remo franziu a testa. - Ora, e por que não? Eu já vi diversos garotos te convidarem e o fato de você dispensá-los só me fez pensar que você já tinha acompanhante.
-- Pois é, não tenho. Eu... eu não gosto muito de dançar, sabe...
Remo sorriu e voltou a encará-la diretamente nos olhos.
-- E por que será que você pareceu tão hesitante ao afirmar isso?
Lily enrubesceu e fingiu-se de irritada.
-- Ora, Remo, assim não dá! Eu não consigo esconder nada de você! - ela deu um tapinha frouxo no braço do amigo. - Ok, eu admito. Gosto de dançar, mas... não sei, estou meio que correndo de garotos por enquanto. E não venha me dizer que "é só um baile, não é um pedido de casamento" - ela imitou a voz de Marlene, fazendo Remo rir. - Não deixa de ser um encontro e eu não quero dar esperanças a ninguém. Simplesmente não estou a fim, se é que você me entende.
-- Entendo. Entendo perfeitamente, acredite. Mas se você me permite, gostaria de dar um conselho também. Só acho que você deveria aceitar, sem compromisso. Só pra se divertir, como dizem meus amigos. Pra descontrair um pouco já que você gosta de dançar. Basta você deixar claro para seu acompanhante que não quer nada além disso.
Essas palavras fizeram Lily analisá-lo com a sobrancelha franzida.
-- Remo, você também não vai ao baile?
Remo desconcertou-se. Desviou o olhar para a janela novamente e calou-se. Lily interpretou o silêncio corretamente.
-- Eu não posso acreditar! Você vem me dizer que eu deveria ir ao baile quando você mesmo não pretende ir!
-- Mas o meu caso é diferente. Eu não sei dançar.
-- A-há! Você não sabe, não é mesmo? Isso é muito fácil de se resolver. Agora, você não disse nada sobre não gostar, heim?
Remo desconversou deliberadamente.
-- Bem, a questão não é só essa. As garotas costumam pensar que um convite para o baile é realmente um pedido para algo mais sério do que simplesmente companhia e também estou correndo disso por enquanto. Não pretendo assumir um compromisso desses tão cedo.
-- Ótimo, você se usou de minha própria desculpa, então vou me usar de seu próprio conselho. Deixe isso bem claro quando for convidar alguém. E quanto a não saber dançar, bem, eu sinceramente custo a acreditar que um maroto não saiba dançar. Ou, pensando melhor, o Pettigrew não é nenhum pé-de-valsa...
Ambos gargalharam antes de Lily continuar:
-- Então, o que me diz?
Remo encarou as próprias mãos por um momento, enquanto os pensamentos voavam velozes por sua mente. Ouvir o conselho de Lily tinha-lhe dado uma idéia um tanto louca. Lembrou-se da ameaça de seus amigos e que no dia seguinte venceria o prazo para que ele convidasse alguém. Ele não pretendia convidar ninguém, apesar de ter um pouco de receio quanto a reação deles. Porém, agora ele sentia-se tentado a vingar-se deles convidando a monitora para o baile. Sabia que Tiago ficaria possesso e isso serviria de lição para que eles não voltassem a pegar em seu pé quanto a não sair com nenhuma garota. Remo sentiu seu rosto corar só de imaginar-se a convidando. Num ímpeto, virou-se para ela e começou antes que se arrependesse.
-- Eu tenho uma idéia para resolver nossos problemas de uma só vez. Lily, você gostaria de ir ao baile comigo?
Lily surpreendeu-se com a pergunta e gaguejou em resposta.
-- E-eu... o quê?
-- Isso mesmo que você ouviu, Lily. Nós poderíamos ir juntos e você poderá se divertir e dançar. Ao mesmo tempo você poderia me ensinar a dançar, a menos, é claro, que você não esteja a fim de levar umas pisadas no pé...
-- É claro que eu não me importo com isso, Remo - Lily interrompeu-o com o sorriso mais doce que Remo já tinha visto em meio àquelas graciosas sardas. - Eu aceito. É uma troca justa.
-- Verdade? - Remo surpreendeu-se segurando a mão de Lily e tornou a enrubescer. Disfarçou arrumando os cabelos. - Bem, está combinado então. Prometo que serei um aluno exemplar e esforçado.
-- Eu não duvido disso - Lily parecia nem ter percebido o desconserto de Remo e continuou sorrindo para ele. - Agora já estamos em cima da hora! Quero dizer, eu não estava preparada para ir ao baile, não trouxe nenhum vestido especial para a ocasião e não haverá mais passeios a Hogsmeade para que eu compre um a tempo...
-- Oh, quanto a isso eu creio que posso dar um jeito... - Remo nem sequer percebeu o sorriso maroto que tomou conta de seu rosto.
-- Não, Remo! Eu te proíbo de ir a Hogsmeade comprar um vestido para mim! Não vou aceitar, não duvide disso.
-- Lily, deixe que eu...
-- Não se preocupe. Além do mais, eu tenho alguns vestidos mais simples, porém muito bonitos. Basta que eu dê alguns retoques e ficará bom. É claro que eu não serei nenhuma Cinderela, não é mesmo, mas...
-- Está bem, se você insiste eu não irei. Até porque duvido que alguma coisa não fique bem em você.
Foi a vez de Lily corar.
-- Oh, não diga isso. Obrigada.
-- Quando será minha primeira aula então?
-- Deixe-me ver... o que acha de sábado à noite? Nós podemos procurar alguma sala de aula vazia para praticar.
-- Por mim está ótimo. Agora, e quanto à música?
-- Deixe isso por minha conta. Marlene tem uma vitrola mágica maravilhosa, você acredita? Eu pedirei emprestado junto com alguns discos perfeitos para a ocasião.
-- Ótimo, estamos combinados então.
Logo depois de ter subido para o dormitório, Remo já estava arrependido do que fizera. Não por Lily. Seria realmente agradável tê-la por companhia para o baile. Era por Tiago que se arrependia. Seu impulso de convidar a monitora fora em função de um sentimento que ele definitivamente reprovava: a vingança. Apesar de suas intenções serem as mais puras possíveis, sabia que Tiago ficaria chateado com ele. Conhecia seu amigo e sabia que ele se sentiria traído. Mas agora já não havia o que fazer, Remo já estava até mesmo começando a gostar da idéia de ir à festa.
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N.A. Bem não tem muito que comentar sobre esse capítulo ou entregaria muito o jogo. Achei interessante mostrar que Tiago e Sirius discutem às vezes, mas são como crianças e logo se esquecem que estão "de mal". E brigam por coisas idiotas, inclusive... E quanto ao Remo, bem, ele vai ter que enfrentar o Tiago no próximo capítulo. Boa sorte pra ele!
dark angel você sobreviveu até aqui? Hehehe amei sua review, me diverti muito com ela. Curiosidade mata mesmo! Taí o capítulo! Espero que você sobreviva até a próxima atualização ;
Nessa Reinehr euhuehuehuehue eu já respondi sua review gigantesca (e maravilhosa) por e-mail e agora tenho uma segunda BETA! Brigada, gostei muito de conhecer você e ainda fiquei sabendo de algumas coisas interessantes sobre o Mundo Perdido! Também tenho uma nova palavra no meu vocabulário: fofily .
pumpumzada valeu mesmo! Continue acompanhando please!
Tete Chan esse capítulo ficou maior pra compensar. Você gostou da Lily safada, né? Bem, ela não embebedou a ponto de fazer uma besteira como ir para o dormitório masculino, foi só um golinho! rsrsrs kisses
Aline amei sua review e você sabe que eu amo suas interpretações e encenações, né? Eu choro de rir! Você não existe, moça! .
Beijos para todos que comentaram e que estão só acompanhando. Próxima atualização: sábado.
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No próximo capítulo...
-- Finalmente! Pensei que nós teríamos que lembrá-lo de que você é um maroto! - zombou Tiago. - Mas, então? Quem será sua dama?
Remo ficou ainda mais vermelho, se é que isso fosse possível. Abaixou a cabeça e murmurou para suas próprias mãos.
-- É a Lily.
-- Como? - Sirius pensou ter ouvido mal. Tiago realmente não tinha entendido e Pedro deixou o queixo cair.
-- Lílian Evans - a voz de Remo saiu um pouco mais audível, apesar de ainda não passar de um murmúrio.
-- Ferrou! - exclamou Sirius. Ele e Pedro viraram-se para encarar Tiago, apreensivos.
