CAPÍTULO DEZOITO
Aula de dança
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Finalmente chegou a sexta-feira. Eles tiveram a tarde livre e Sirius, Tiago e Pedro passaram a maior parte dela dormindo o sono atrasado. Remo ocupou-se com suas lições, que não eram poucas.
Depois do jantar, eles resolveram jogar snap explosivo na sala comunal e conversavam enquanto isso.
-- Rabicho, pare de espichar o pescoço para as cartas do Pontas e cuide das suas! - repreendeu Remo. - Eu já vi todas as suas cartas, mesmo que não me interessem.
-- Ora, seu rato curioso! Não meta esse focinho onde não é chamado - indignou-se Tiago escondendo suas cartas de encontro ao peito.
-- Só estava olhando para aqueles primeiranistas ali atrás - as bochechas de Pedro ficaram rosadas denunciando sua culpa.
-- Bem, não precisam brigar agora - disse Sirius com meio sorriso. - O jogo já acabou, vejam. Ganhei!
-- Não acred... - Tiago tinha espichado o pescoço para verificar as cartas do amigo, porém teve que se calar quando as cartas explodiram bem no seu nariz. - Ai, meleca!
Os outros começaram a rir dele, que tinha os óculos tortos no rosto enegrecido pela explosão, assim como as mãos dos companheiros de jogo. Com um rápido feitiço de Sirius, toda a sujeira sumiu.
-- Você trapaceou, Almofadinhas! - Tiago encaixou melhor os óculos no rosto para encará-lo. - Ganhou três vezes seguidas! Só pode ter trapaceado.
-- Tsk tsk, quanta dor de cotovelo! - desdenhou Sirius, jogando os cabelos para trás. - Eu não preciso trapacear para ganhar, Pontas. Além do mais, você não tem como provar, não é mesmo?
-- Cara de pau!
Sirius aumentou seu sorriso zombeteiro e tratou de mudar de assunto:
-- Então, Aluado, seu prazo já está esgotado. Conseguiu companhia?
-- Ooooooooh, é mesmo! Tinha me esquecido! - os olhos de Tiago brilharam maliciosamente. - Será que você vai precisar de um empurrãozinho maroto? Heim?
Pedro também encarou o amigo com satisfação, como se isso fosse a vingança perfeita por Remo tê-lo delatado aos amigos. Remo, porém, ficou extremamente vermelho e começou a torcer as mãos.
-- Eu... hum...
-- Xi, Pontas, acho que vamos ter que vestir nossas asinhas, pegar nossas flechas encantadas e sair pela escola distribuindo flechadas.
-- Que nada! Uma só será suficiente, já que somos certeiros e infalíveis. Você ainda vai nos agradecer, Aluado.
-- Na verdade, não será necessário - murmurou Remo apenas audivelmente, fazendo os outros arregalarem os olhos.
-- Como assim? - Sirius ergueu uma sobrancelha e trocou um olhar de dúvida com Tiago. - Não vai me dizer que você...
-- Sim, eu convidei alguém - cortou Remo.
-- Pelo chifre do unicórnio, EU NÃO POSSO ACREDITAR! - comemorou Tiago, escandalosamente. - Seu lobo safado em pele de cordeiro! Finalmente resolveu se revelar, heim?
-- Grande Aluado! - Remo quase enfiou o nariz na mesa com o tapa que Sirius lhe deu nas costas. - Sabia que você não iria nos decepcionar.
-- Parabéns, Aluado - Pedro ficou um pouco decepcionado por não ter sua vingança, mas cumprimentou o amigo com um tapinha camarada nas costas também.
-- Finalmente! Pensei que nós teríamos que lembrá-lo de que você é um maroto! - zombou Tiago. - Mas, então? Quem será sua dama?
Remo ficou ainda mais vermelho, se é que isso fosse possível. Abaixou a cabeça e murmurou para suas próprias mãos.
-- É a Lily.
-- Como? - Sirius pensou ter ouvido mal. Tiago realmente não tinha entendido e Pedro deixou o queixo cair.
-- Lílian Evans - a voz de Remo saiu um pouco mais audível, apesar de ainda não passar de um murmúrio.
-- Ferrou! - exclamou Sirius. Ele e Pedro viraram-se para encarar Tiago, apreensivos.
-- O quê? - o sorriso morreu instantaneamente no rosto de Tiago. Ostentava uma expressão de incredulidade, mas diante do silêncio de Remo, que ainda não tivera coragem de levantar o rosto, sua expressão passou para amargura e então raiva - A Evans aceitou sair com você? - rosnou o garoto com os dentes cerrados.
-- Não! - apressou-se Remo, só agora levantando os olhos. - Ela aceitou ir ao baile comigo, só isso. Só como amigos.
As narinas de Tiago estavam dilatadas e seus olhos estreitaram-se em desconfiança. Ele soltou o punho fechado com toda força na mesa.
-- Só como amigos? Por acaso você está me achando com cara de retardado? Pensa que eu não vejo e jeito todo carinhoso que você trata ela?
Remo continuou calmamente encarando-o nos olhos, apesar de sua voz sair um pouco trêmula:
-- Pois é isso: carinho é tudo o que eu sinto por ela. Ouça, Pontas, você sabe que eu nem pretendia ir a esse baile. Mas vocês praticamente me obrigaram! Então eu decidi que seria melhor chamá-la já que somos amigos... Pontas! Tiago, espere... droga.
Tiago tinha-se levantado furioso e subira as escadas correndo para o dormitório sem dar atenção aos chamados do amigo. Remo, com um aperto no coração, encostou a testa na mesa e enterrou os dedos no cabelo.
-- Droga. Eu sou um idiota mesmo.
-- Hum... - Sirius encostou a cabeça na mesa também e virou o rosto para o amigo. - Não esquenta com isso, Aluado. Você não fez nada de errado. O Pontas é que é um cabeça dura mesmo. Você vai ver, daqui a pouco ele esquece essa crise de ciúmes patética e pede desculpas. Você o conhece, sabe que é assim. Anda, não fica triste.
-- É - Pedro concordou solidariamente.
Remo levantou a cabeça ainda com as mãos no cabelo e suspirou. Permitiu-se um sorrisinho fraco quando viu a carinha de consternação de Sirius.
-- Eu realmente espero que isso aconteça, Almofadinhas - Remo deu outro suspiro triste e levantou-se. - Tenho que fazer a ronda hoje, vou chamar a Lily.
-- Melhor assim - Sirius levantou-se também. - Vou trocar uma idéia com o Pontas e quando você chegar ele já vai estar mansinho. Vamos, Rabicho.
Tiago quase atropelou a porta do dormitório e bateu-a com força assim que passou. Jogou-se na cama mergulhando o rosto nas almofadas vermelhas.
-- Porcaria! - resmungou contra a almofada. - Porcaria, porcaria, porcaria.
Achou-se imediatamente estúpido por ter sentido vontade de socar o amigo. Tudo por causa daquela garota. Teve ódio. Porém não dela, nem muito menos de Remo. Teve ódio de si mesmo.
-- Que droga, Tiago. Como você pôde ser tão imbecil? - repreendeu-se em voz alta.
Não tinha porque se enfurecer desse modo só por um baile. Como ele mesmo dissera, era só um baile, só um maldito baile, não significava que ela aceitaria sair com Remo. E que culpa tinha o amigo? Se havia algum culpado, eram Sirius e ele, que tinham forçado a barra com o lobisomem. Tiago merecia isso.
Sua autopunição foi interrompida quando ouviu a porta se abrir timidamente. Ouviu passos atravessando o aposento e sentiu o colchão afundar. A cama de Pedro rangeu, informando que ele tinha-se deitado.
-- Preciso te dizer que isso foi ridículo? - ouviu o tom sarcástico de Sirius.
-- Não - sua voz saiu abafada.
-- Que bom. Pensei que você tinha perdido a razão, Pontas. O Aluado não mereceu essa crise de ciúme. E você tem que concordar que ele é carinhoso com todo mundo, não é mesmo? Ele não se permitiria outro tipo de sentimento com qualquer garota, muito menos com a Evans. Você o conhece, sabe que nesses assuntos do coração ele se sente inseguro, indigno. Humpt! Isso é ridículo, eu concordo, ele não devia se privar desses sentimentos da maneira que ele faz. Mas não tomamos a medida certa quanto a isso. Além do mais, ele não faz o tipo "traidor" ou vingativo.
Tiago virou o rosto para poder respirar melhor, porém não interrompeu o amigo. Apenas ficou fitando o vazio com olhos desfocados. Sirius continuou:
-- E tem mais, a Evans não é propriedade sua e está muito longe de ser. Aliás, está longe de ser de qualquer um! Pobre Aluado, tsk tsk tsk... Ter que aturar aquela menina implicante e indomável! Gênio forte! Insuportável!
-- Humf! - Tiago bufou em protesto.
-- Está bem, gosto não se discute. Mas acho que você deve desculpas ao Aluado.
-- Eu... eu peguei pesado com ele, né? - perguntou Tiago, receoso.
-- A-ham - concordou Sirius. - Ele ficou sentido.
-- Droga. Eu sou um idiota mesmo...
Sirius sorriu. Remo tinha dito a mesma coisa sobre si mesmo.
-- Anda, Pontas. Levanta daí. Eu sei do que você está precisando: quebrar regras. Sempre funciona comigo. Vamos dar um pulinho na cozinha, que tal?
-- Oba! - Pedro pôs-se de pé de um salto, sem nenhum vestígio de sono.
-- Cadê aquele Rabicho sonolento que deitou agora há pouco? - cutucou Sirius. - Seu pançudo incorrigível!
A provocação devolveu o ânimo a Tiago e logo eles estavam aventurando-se pela Hogwarts silenciosa. Como sempre, foram recebidos com muito entusiasmo pelos elfos domésticos, que logo encheram seus braços e bolsos de tudo o que podiam carregar.
Enquanto isso, Remo e Lily caminhavam pelos corredores em silêncio, apenas ouvindo o eco que seus passos produziam.
-- Aconteceu alguma coisa, Remo?
Remo suspirou.
-- Nada que você precise se preocupar. Eu apenas tive uma discussão com Tiago.
-- Tinha que ser ele o motivo! Garoto detestável. O que ele fez dessa vez?
-- A culpa não foi dele, foi toda minha. Eu agi como uma criancinha magoada. Acabei chateando ele.
-- Me desculpe, mas não posso acreditar que você seria capaz de agir assim - falou a garota com sinceridade parando e voltando-se para ele.
Remo sorriu cansado, porém evitou encará-la nos olhos.
-- Pois acredite. E o pior é que eu não consigo me arrepender de verdade do que fiz...
Remo arriscou um olhar para a monitora e viu Lily franzir a testa em sinal de dúvida. Ele não conseguia se arrepender de tê-la convidado para o baile e não entendia a razão até mirar aqueles olhos verdes profundos, tão sinceros. Sentiu-se desconfortável e voltou a caminhar, fazendo com que ela o seguisse:
-- Mas eu não quero falar sobre isso, Lily, por favor.
-- Está bem. Se quiser se abrir, conte comigo, ok?
Remo apenas confirmou com a cabeça e nada mais foi dito até que eles se despediram no pé da escada em caracol que levava ao dormitório das garotas. Remo seguiu para o próprio dormitório com um peso imenso no estômago. Temia a reação de Tiago, apesar das palavras de Sirius. Com certeza os outros ainda estavam acordados, pois podia ouvir sua algazarra. Abriu a porta do dormitório cabisbaixo e arriscou uma olhada pelo aposento. Estavam todos amontoados na cama de Tiago aparentemente fazendo um piquenique. Um silêncio constrangedor caiu sobre eles assim que olharam para a porta.
Remo fechou-a atrás de si e caminhou silenciosamente até sua cama em busca de seu pijama. Sirius trocou um olhar significativo com Tiago, que se levantou e foi até o maroto.
-- Aluado? - chamou hesitante fazendo Remo virar-se. - Eu... eu queria pedir desculpas... por ter agido daquela forma com você... sabe... mais cedo...
Remo abaixou a cabeça e sentou-se na cama, seguido de Tiago.
-- Eu é que tenho que me desculpar, Pontas, por ter chamado a...
-- Não, eu insisto - cortou o outro. - Você não tem pelo que se desculpar, nós dissemos pra você chamar alguém e você chamou, eu fico feliz por saber que você vai ao baile e que vai se divertir conosco - Tiago deu um sorrisinho inseguro.
-- Mas... você não ficou bravo por ser a Lily?
-- Eu apenas fiquei surpreso e confuso, me desculpe por perder o controle. Não tenho o direito de sentir ciúmes dela. Além disso, se você me diz que só quer sua amizade, eu acredito em você.
Remo ficou sem ação. Não tinha certeza do que dizer, ficou encarando o amigo com uma confusão se fazendo em sua mente. Aquelas últimas palavras do amigo tinham feito uma desordem imensa em sua cabeça e ele sentiu-se ainda mais miserável, sem entender o porque.
-- Você me perdoa? - insistiu Tiago após algum tempo.
-- Claro - respondeu por fim, concentrando-se apenas no visível alívio de Tiago. Acabou por ignorar sua confusão interior e sorriu de volta para o amigo, sentindo-se um pouco mais leve.
-- Ufa! - os dois olharam para Sirius que tinha se aproximado com uma bomba de chocolate nas mãos. - Pensei que iam passar a noite toda discutindo quem devia desculpas a quem. Venha lanchar, Aluado, antes que Rabicho acabe com tudo!
-- Eu? - Resmungou Pedro, indignado, com a boca completamente cheia.
Voltaram a reunir-se todos na cama de Tiago, e Sirius tratou de descontrair o clima com suas piadinhas. Ele era sem dúvida um ótimo contador de piadas, porque fazia caras e bocas convincentes e não rendia-se ao riso até o momento certo, conservando seu tom de descaso o tempo todo. Ao deitar-se, Remo já nem se lembrava mais da discussão que tivera mais cedo com Tiago, muito menos daquele furacão de sentimentos que se passara há pouco tempo em sua mente.
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Tiago reagiu muito bem à notícia de que Lily daria uma aula de dança para Remo. Ou pelo menos disfarçou perfeitamente. Eles já tinham colocado em ordem os deveres e estavam ocupando uma das mesinhas da sala comunal. Tiago e Sirius jogavam xadrez de bruxo enquanto Pedro e Remo assistiam.
-- Sabe que eu nunca te vi dançar mesmo... - respondeu o garoto de óculos vagamente enquanto observava um comando de Sirius ao tabuleiro. - Talvez seja uma boa idéia, já que eu não pretendo ensinar nenhum garoto a dançar.
-- Muito menos eu - Sirius deu de ombros.
-- Quando vai ser a aula? - perguntou Tiago, aparentemente concentrado em escolher uma boa jogada.
-- Hoje à noite. Nós vamos procurar alguma sala vazia para praticar.
-- Você não está pensando... - começou Sirius levantando o olhar do tabuleiro para fitar Remo ao mesmo tempo desconfiado e ameaçador.
-- Não estou pensando em levá-la para a Sala Precisa, se é o que está imaginando. Sei muito bem que esse é um segredo maroto e não faria nada que vocês não concordassem.
-- Ótimo - respondeu o outro voltando a atenção para o jogo. - Ei! Cadê o meu bispo?
-- Bem, aqui está o que sobrou dele - Pedro indicou um montinho de cacos ao lado do tabuleiro enquanto Tiago ria de sua cara de bobo.
-- E vocês, o que farão hoje à noite? - perguntou Remo.
-- Eu não sei quanto ao Sirius, mas eu vou estar ocupado com Ewitch – Tiago deu de ombros.
-- Fílida Ewitch, aquela quartanista loira que não para de olhar para cá, cochichar com as amigas e dar risadinhas? - perguntou Remo, esticando o pescoço para olhar logo atrás de Sirius.
-- Ela mesmo, por quê? - Tiago encarou o amigo com a sobrancelha erguida.
-- Por nada - Remo encolheu os ombros.
-- Ela já espalhou para a escola inteira que vai sair com você, Pontas - disse Pedro, que espantosamente parecia saber de quase tudo o que se passava no castelo. - Está toda orgulhosa, se sentindo "a garota popular".
-- Bem, quem não se sentiria orgulhosa de sair comigo, meu amigo? - gabou-se Tiago.
-- Você quer mesmo que eu responda? - perguntou sarcasticamente Sirius, lançando um olhar de esguelha para uma certa ruiva absorta em sua leitura, sentada em um pufe perto da lareira.
-- Não - Tiago emburrou. - Cheque mate!
-- O QUÊ?
Sirius ficou furioso e Tiago deu uma gargalhada malévola, ao que os outros caíram na risada. Sirius recompôs-se e disse, colocando seu melhor sorriso safado no rosto.
-- Se é assim, eu não pretendo passar a noite de sábado em companhia do Rabicho - ele virou-se de frente para o restante da sala e fez uma pose relaxada, jogando o cabelo estrategicamente para trás e analisando todos os presentes. Ou melhor, todas as presentes.
Muitas garotas suspiraram e ruborizaram ao surpreenderem aquele olhar avaliativo até que Sirius fixou-se em uma e estendeu ainda mais seu sorriso insinuante. A vítima escolhida era Miranda Pennyfeather, uma sextanista de cabelos castanhos escuros, alta e magra. A garota sorriu de volta e virou-se para dar risadinhas juntando-se ao coro de suas colegas. Sirius voltou-se novamente para os amigos, satisfeito:
-- Pronto! Essa já está no papo. Só faltam combinar os detalhes, com licença, garotos.
Remo já estava muito acostumado com esse descaso para protestar. Limitou-se a rolar os olhos nas órbitas e dirigir-se a Tiago, que já começava outra partida com Pedro:
-- Mas e quanto às garotas que vocês convidaram para o baile?
-- O que tem elas?
-- Bem, achei que se vocês fossem sair com alguém, seria com elas, não?
-- Não mesmo! - respondeu Tiago, encarando-o como se ele tivesse dito uma besteira sem tamanho. - Senão até o baile elas já terão perdido a graça!
Remo bufou e achou melhor não comentar mais nada. Voltou sua atenção para o jogo com o intuito de ajudar Pedro a não perder vergonhosamente, como sempre.
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Depois do jantar, Remo foi o primeiro a voltar para a torre da Grifinória. Seus outros amigos já tinham tomado rumos diferentes e Pedro foi dar uma voltinha pelo castelo, colocando em prática suas habilidades de espionagem. Sentou-se em frente à lareira da sala comunal para esperar por Lily. Ela tinha esquecido o livro que estivera lendo durante a tarde no pufe mais próximo, então ele estendeu a mão para alcançá-lo. Era o livro de "contos de fada". Folheou-o distraidamente até que seus olhos bateram em uma das gravuras simples - estáticas, já que tratava-se de um livro trouxa - em branco e preto que indicavam o início de cada conto. Havia uma moça de traços delicados e sorriso encantador dançando com uma fera assustadora em vestes de príncipe. Ela não parecia assustada ou enojada, pelo contrário, encarava seu par com carinho. Não, não era somente carinho. Era amor. E seu olhar era retribuído da mesma maneira, ou ainda com um brilho de adoração nos olhos da fera. Mais uma vez Remo viu-se no lugar daquela criatura, amando e sendo correspondido tão pura e verdadeiramente.
Remo continuava a encarar a figura à sua frente, mas seus olhos se desfocaram e sua imaginação deu cor e movimento a ela. Eles valsavam suavemente em sua mente. Ele segurava aquelas mãos delicadas, tinha aquele sorriso dirigido somente a ele e podia retribuir sem receio, porque ela o via exatamente como ele era e o aceitava. Aqueles olhos verde-esmeralda brilhavam enquanto algumas mechas de cabelo vermelhas balançavam-se tocando sua face e seus ombros...
Remo sobressaltou-se, fazendo com que o livro caísse de suas mãos. Seu coração disparou a galopes em seu peito. Conhecia muito bem aqueles olhos, aquele cabelo, aquelas sardas e o sorriso encantador. Era Lily! Mas não, não podia ser. O que estava acontecendo com ele? Ele não devia ter imaginado isso!
Sem que ele tivesse tempo para se recuperar de seu susto, o retrato da entrada girou e dois olhos verdes risonhos o encararam.
-- Oh, aí está você, Remo... O que houve? Você está pálido, parece assustado! - ela adiantou-se até ele apreensiva.
A mente do garoto deu voltas rápidas para encontrar uma saída.
-- Eu acho que cochilei e me assustei quando o retrato girou.
-- Oh, sinto muito.
-- Não se preocupe. Nós... nós já vamos? - sentiu um friozinho na barriga ao perguntar isso. Já não tinha mais tanta certeza se deveria ter essa aula.
-- Sim, eu achei o lugar perfeito no caminho para cá - Lily, ao contrário, parecia muito entusiasmada. - Não está trancada, creio que não haverá problema se não esquecermos da hora. Espere só um minutinho, vou buscar a vitrola e os discos.
A garota subiu correndo as escadas e Remo deixou a cabeça pender para trás, fechando os olhos. Isso não podia estar acontecendo com ele. Ele não podia estar apaixonado. Não podia! Muito menos por Lílian Evans. "Calma, Remo." dizia para si mesmo "Talvez isso não esteja acontecendo. Talvez todo aquele episódio do ciúmes de Tiago tenha mexido com você. Respire fundo, ainda há uma esperança de isso não significar absolutamente nada." Mas logo seus pensamentos foram interrompidos quando Lily voltou do dormitório tagarelando como nunca e pedindo ajuda para carregar os objetos.
Lily também estava um pouco nervosa, afinal ela nunca tinha dançado com outro garoto - exceto seu primo Justin, que poderia ser desconsiderado já que tinha atualmente nove anos de idade - e agora iria dar aulas! Mas não era qualquer garoto, afinal. Era seu melhor amigo, Remo Lupin. Portanto ela seria a melhor professora de dança do mundo.
Eles entraram na sala vazia, encostaram a porta e Lily enfeitiçou-a para que o som não pudesse ser ouvido do lado de fora, de modo a não despertar curiosidade dos passantes. Remo colocou a vitrola sobre a mesa do professor e empurrou as carteiras para os cantos da sala com um aceno de varinha, de modo que eles pudessem ter maior liberdade de movimento. Enquanto isso, Lily escolhia os discos.
Remo tentava parecer calmo - e conseguia - entretanto tinha consciência de que suas mãos estavam geladas apesar das luvas e sua garganta estava seca. Lily finalmente achou uma música que a agradou e deixou-a pronta para tocar.
-- Prontinho. Agora vamos começar - ela voltou-se para encarar seu aluno, com um ar eficiente. - Venha até o centro, Remo.
O coração de Remo ainda não normalizara totalmente desde aquele sobressalto e essas palavras só fizeram com que tudo piorasse. Ele obedeceu em silêncio e colocou-se em frente à ela, implorando para que ela colocasse a música logo, pois podia jurar que seus batimentos cardíacos estavam claramente perceptíveis de tão fortes.
-- Me dê sua mão esquerda - ordenou a garota. - Oh, mas o que é isso? Tire essas luvas, Remo, assim não dá!
-- Oh, sim, me esqueci... - murmurou em resposta enquanto livrava-se das luvas e atirava-as na carteira mais próxima.
-- Isso, agora me dê sua mão. Puxa, que mão gelada!
Remo engoliu em seco e tentou parecer mais descontraído.
-- Ah, é... é porque eu estou nervoso... eu nunca dancei...
-- Eu também nunca dancei oficialmente, sabe. Costumava dançar em casa, com meu pai. Foi ele quem me ensinou. Aqui em Hogwarts só danço no dormitório feminino, entre quatro paredes com minhas amigas. Mas não se preocupe, sei que vai se dar bem. Vamos continuar, agora. Preste atenção, a mão direita da dama fica entrelaçada à sua esquerda, ok?
-- Um-hum - concordou Remo.
-- Então eu apoio minha mão esquerda em seu ombro assim e você coloca a outra mão em minha cintura.
Agora eles estavam muito próximos e era difícil evitar encarar seus olhos. Ou melhor, era impossível. Nunca estivera tão próximo assim dela e isso o deixava nervoso. Podia sentir o perfume de seus cabelos e contar as sardas de seu rosto. Quis terminar logo com isso para que a música finalmente começasse e abafasse as marteladas em seu peito. Ele levou a mão à cintura de Lily com um pouco de receio e tentou não corar. Um leve rosado atingiu suas maçãs, entretanto Lily não reparou, pois também estava se controlando para não ruborizar. Porém o toque dele era tão suave que ela quase nem percebia. Sustentou o olhar que recebia e continuou a lição.
-- Muito bem. Agora tente seguir meus passos dessa maneira: um e dois e um e dois. Isso, mais uma vez. Perfeito, agora com música.
"Finalmente" pensou Remo, aliviado, enquanto Lily alcançou a varinha na carteira ao lado e ordenou que a música começasse. O ritmo era calmo, para uma primeira tentativa. Lily voltou à sua posição e continuou.
-- Preste atenção no ritmo da música e tente encaixar seus movimentos. Devem ser suaves, por ser uma música mais calma. Isso, muito bom, Remo! Você tem jeito!
E eles começaram a rodar deliciosamente pelo centro da sala, como se desviassem de outros casais. A próxima musica foi um pouco mais agitada e a outra ainda um pouco mais. Os passos foram se alternando e complicando à medida em que o aluno evoluía na lição e Lily passou a deixar que Remo a guiasse sem nem perceber. Ele realmente tinha o dom. Ela amava dançar e Remo prometia ser um par maravilhoso. Logo ele já estava fazendo-a girar ao redor de si mesma ou ao redor dele e eles riam juntos. Remo não conhecia as músicas, provavelmente eram trouxas, porém Lily acompanhava todas com sua voz cristalina e afinada. E não se cansava! Ele tratou de concentrar-se somente na técnica da dança e na música, porém não podia deixar de admirar as covinhas de sua professora e sorrir junto com ela. Tão bela!
-- Remo, estou achando que você me enganou esse tempo todo - disse ela, falsamente desconfiada.
-- Por quê? - perguntou Remo sorrindo inocentemente.
-- Acho que você sempre soube dançar e inventou tudo isso para me convencer a ir ao baile! Você dança melhor do que eu!
Remo riu com vontade.
-- Ora, isso só quer dizer que minha professora é ótima! Estou começando a ficar com vergonha por você não cobrar nada pela aula.
-- Oh, assim eu fico sem jeito - e ela realmente corou, dessa vez de orgulho. - Bem, mas ainda não acabou. Agora vem a última parte: a música lenta. Vou escolher uma perfeita, espere um momento.
Assim que Lily se virou, o sorriso de Remo amarelou. Ele tinha esperanças de que ela se esquecesse dessa parte. Tinha tido sucesso em sua concentração até o momento, entretanto isso poderia colocar tudo a perder. Respirou fundo e se comprometeu a não perder o controle da situação. Isso era somente uma provação pela qual ele teria que passar e seria vitorioso. Tinha muito orgulho de seu auto-controle e não falharia agora.
Tale as old as time
(Um conto tão velho quanto o tempo)
True as it can be
(Tão verdadeiro quanto pode ser)
Os primeiros acordes da melodia pareciam vir acompanhados de uma paz e tranqüilidade contagiantes.
-- Aqui está. Essa música é maravilhosa.
A ruiva voltou-se para Remo sorrindo e ele esforçou-se para sorrir também. Ela começou a se aproximar e seu coração começou a acelerar.
Barely even friends
(Mal são amigos)
Then somebody bends
(E então alguém se curva)
Unexpectedly
(Inesperadamente)
-- Essa é a mais fácil. Apenas deixe-se levar pela música.
"Isso é exatamente o que eu não devo fazer" pensou ele, porém concordou com a cabeça. Lily chegou bem à sua frente e pegou ambas as suas mãos, pousando-as delicadamente em sua cintura delgada, apesar das grossas vestes de inverno. Remo engoliu em seco enquanto ela envolvia seus ombros com os braços. Já estavam próximos demais para continuar a se encarar, então Lily encostou levemente sua testa na bochecha do garoto e continuou a falar próximo a seu ouvido, provocando-lhe arrepios.
-- Siga o ritmo da música e me acompanhe.
Just a little change
(Só uma pequena mudança)
Small, to say the least
(Pequena, pra não dizer nada)
Eles começaram a se balançar e girar lentamente ao som da música. Remo fechou os olhos. Sentia-se entorpecido com o perfume de lírios que emanava de seus cabelos flamejantes, sua leve respiração contra sua pele, sua voz acompanhando a música bem baixinho, os braços que envolviam seu pescoço frouxamente, seus corpos se tocando acidentalmente vez ou outra. Tudo isso causava sensações inebriantes no rapaz. Uma calma e uma euforia ao mesmo tempo.
Both a little scared
(Os dois um pouco assustados)
Neither one prepared
(Nenhum dos dois preparados)
Beauty and the Beast
(A Bela e a Fera)
Milhões de pensamentos vagavam em sua mente. Alguns completamente sem sentido. Imaginou-se puxando-a para mais perto de si, sussurrando coisas românticas em seus ouvidos e fazendo seus olhos brilhar. Tentou imaginar a textura da pele de sua face, se ele pudesse tocá-la, o gosto daqueles lábios finos e vermelhos. Como seria poder beijar cada pedacinho do rosto dela?
Ever just the same
(Sempre iguais)
Ever a surprise
(Sempre uma surpresa)
Ever as before
(Sempre como antes)
Ever just as sure
(Sempre uma certeza)
As the sun will rise
(De como quando nasce o sol)
Porém ele não fez nada disso. Apenas continuou balançando-se conforme a música que embalava seus pensamentos. Já tinha se permitido fantasiar, agora era hora de voltar à realidade, portanto forçou-se a abrir os olhos. Acaso tinha direito de tocá-la dessa maneira? Não, definitivamente não. E não somente por Tiago. Já havia muito tempo que ele não tinha ilusões de ter qualquer tipo de relacionamento com qualquer garota. Simplesmente porque não tinha o direito de acabar com suas vidas.
Tale as old as time
(Um conto tão velho quanto o tempo)
Tune as old as song
(Uma canção tão velha quanto a música)
Não tinha ilusões de ter uma namorada, ou casar-se, constituir família. Ninguém merecia casar-se com um lobisomem. O que seria de sua esposa nas noites de transformação? Teria que se conformar com o abandono e ainda ser obrigada a cuidar de sua saúde debilitada pela manhã? E se tivessem filhos? Acaso não teriam vergonha de admitir para seus colegas que seu pai se transformava em um monstro uma vez por mês?
Bittersweet and strange
(Amarga e estranha)
Finding you can change
(Descobrindo que você pode mudar)
Learning you were wrong
(Aprendendo que você estava errado)
Não. Não podia sujeitar ninguém à uma vida de incertezas e sofrimentos como a sua. Esse fardo era seu e teria de carregá-lo sozinho pelo resto da vida. Sozinho sim, pois logo seus amigos teriam suas próprias famílias e já não restaria mais tempo para as aventuras como animagos. E eles eram perfeitamente dignos dessa vida, mas ele nunca seria. Não haveria nenhuma bela mulher para quebrar sua maldição. Ele não vivia em um conto de fadas.
Certain as the sun
(Certo como o sol)
Rising in the east
(Nascendo no leste)
Tale as old as time
(Um conto tão velho quanto o tempo)
Song as old as rhyme
(Uma canção tão velha quanto a rima)
Com esses pensamentos, Remo ouviu os últimos acordes da música e um suspiro de Lily ao afastar-se. Sentiu-se fraco e desamparado quando foi privado daquele contato tão inebriante. Mas uma parte de si mesmo agradeceu por essa tortura ter findado.
Beauty and the Beast
(A Bela e a Fera)
-- Bem, acho que já acabamos. Pensei que teríamos que ter mais de uma aula, mas essa já foi suficiente, não acha? - Lily bocejou ao final da pergunta.
-- Sem dúvida - a voz do grifinório saiu rouca e fraca.
-- Parece que não sou a única com sono. Já deve ser hora de voltar para a torre. Vamos?
-- Sim, vamos.
Logo eles já voltavam para a sala comunal carregando os discos e a vitrola. Nem imaginavam que havia uma pessoa acompanhando seus passos de volta através de um curioso pedaço de pergaminho.
Tiago estava sozinho no dormitório masculino. Tinha-se irritado com Ewitch e abandonado-a mais cedo do que esperava. Garotinha pegajosa, irritante. Teve que concordar com Sirius sobre não querer trocar mais do que cinco palavras com qualquer garota. Ela insistira o tempo todo para que ele dissesse coisas românticas e bonitas para ela, mas ele não era como Sirius, que sabia encantar as garotas com meia dúzia de palavras bem escolhidas, nem como Remo, que encantava com sua gentileza e cavalheirismo. Acabara sendo rude com ela e deixara-a falando sozinha em um canto qualquer do castelo.
Na verdade estava mais irritado consigo mesmo do que com a pobre garota. Estava nervoso e por isso apanhou o Mapa do Maroto no malão de Sirius e pôs-se a procurar o motivo de tanta inquietação. Lá estavam dois pontinhos muito próximos em uma sala do quarto andar. Eles giravam e rodopiavam pela sala, Tiago podia até imaginar uma música de fundo para acompanhar seus movimentos. Na mesma hora meteu a cara em seu malão e puxou sua capa da invisibilidade. Já que não passava de uma aula de dança, não haveria problema se ele assistisse, não é mesmo? Já estava quase alcançando a porta quando parou e pensou na estupidez que estava prestes a fazer.
Ele não garantira que confiava em Remo? E por que fraquejava agora? Voltou para a cama e pegou o Mapa novamente. Ficou roendo as unhas enquanto encarava o pergaminho e sua mente era assaltada por pensamentos inseguros, até o momento em que viu Remo e Lily tomarem direções diferentes na sala comunal. Então tratou de esconder a capa e o Mapa e fingir que estava dormindo.
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N.A. Por favor não me matem! Eu tinha que fazer isso... vai ser importante para a continuação da história. E, afinal de contas, quem nunca teve um amor proibido ou não correspondido? (suspiros) Desde que comecei a imaginar a história dos marotos eu sempre achei que seria impossível o Remo, convivendo tanto com a Lily, não se apaixonar por ela, sendo ela tão carinhosa e maravilhosa como é. Coitadinho do Remo, já pensou o tamanho da burrada que ele se meteu? Vai ter que guardar os sentimentos só pra ele por causa da lealdade a seu amigo e por suas idéias equivocadas sobre ser indigno de um romance! Não me chamem de cruel ainda, porque eu ainda vou judiar muito dele uhuahuahuahuahuhau. Oh, sim, e a música é Beauty and the Beast - Celine Dion.
Nessa Reinehr obrigada, obrigada, obrigada! Eu fico feliz em saber que faço você rir bastante! Rir é tão bom, não é? E agora, o que você vai fazer comigo depois desse capítulo "polêmico"? XD Acho que não fiz você rir nele. É mais provável ter feito chorar... Estou ansiosa pelo seu review, mulher! Sua opinião é muito importante pra mim, você sabe... Ah, e me desculpe por fazer o Sirius ir ao baile com outra garota que não você ;-
Mione Lupin amei suas reviews! Fico grata pelos elogios. Quanto a escrever bem, eu costumo revisar várias de vezes o que escrevo. Às vezes até fico enjoada do capítulo antes de postá-lo! Verdade! Mas vale a pena pra ouvir elogios como esse XD Além disso tenho duas betas maravilhosas! Sabe, eu escolhi fazer o 5º ano dos marotos justamente para justificar tudo aquilo que ficamos sabendo sobre eles, como a animagia e o mapa do maroto. Acho essas coisas fascinantes e quis descrevê-las exatamente como imagino. Eu amo o Almofadinhas! Sempre gostei de cães e quis fazê-lo adorável! A amizade deles é perfeita, sem dúvida – apesar de que a do Rabicho vai acabar se mostrando mais interesseira do que verdadeira, não é mesmo? Fazer o quê? Culpa da tia Jô... Lembra que eu perguntei no 14º capítulo se alguém tinha captado uma pista? A pista era sobre os sentimentos do Remo, que ele descobre nesse capítulo. Espero que tenha gostado da aula de dança! Continue lendo e comentando!
Lilian Kyoyama valeu pela review sofrida hehehe. Sim, a Lily vai ficar maravilhosa no baile! Pode ficar tranqüila! Foi bom você ter mencionado aquela cena do 3º filme. Foi exatamente nela que eu me baseei para fazer essa amizade do Remo e da Lily, mas acabei pensando da seguinte forma: se o Remo era aquele garoto todo tímido e isolado, que fugia das garotas e a Lily era tão meiga e doce com ele, como ele poderia não se apaixonar por ela? Eu acho que a Lily vai ficar sim muito triste quando souber da maldição do Remo, exatamente por ser tão atenciosa com ele! Mas ela é compreensiva, vai entender perfeitamente. Eu AMO reviews gigantescas! Não tem porquê se desculpar. Ah, e melhoras para seu pc!
Aline você sabe, Line, como nós duas sempre fomos apaixonadas por "contos trouxas", não é mesmo? Nós ainda nos divertimos lembrando as partes marcantes de cada um (como o "Wow" do cocheiro da Cinderela – clássico! – a musiquinha do grilo falante "Pra quem não tem sorte e quer viver longe do azar, é bom que experimente, tente um assobio!" hehehe – a música da Bela Adormecida "Aonde? Aonde?" - "Tá falando comigo" "Ih, chamaram ele de porco" hahahaha – eu sei, esse não é um dos contos de fada, mas Rei Leão é clássico também, não é?). Você ainda se acha maluca? Ou será que depois dessa eu consegui te convencer de que sou pior ainda?
LeNaHhH valeu por comentar! É bom saber que tem mais gente acompanhando! E gostando! Continue lendo, please! uhuahuahuhau gostou da reação do Tiago? Pois é, aquela ruivinha faz ele perder a cabeça!
Tete Chan olha a aula de dança aí hehehe. Pode ficar sossegada que minha Lily não vai ser desse jeito. Detalhar ainda mais? o.O Eu fico aqui achando que eu sou muito detalhista, me contenho para não descrever cada mínimo detalhe e você diz que as coisas acontecem rápido demais? PLOFT pois é, eu tento detalhar bastante... ficou bom esse capítulo? Brigada por acompanhar! Amo suas reviews cheias de carinhas!
Propaganda básica: pra quem gosta de slash Harry/Draco e Sirius/Remo, leiam minha nova tentativa de comédia Green Eyes! Visitem meu profile (através do link no meu nome, no topo da página).
Beijos para todos e até o próximo sábado!
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No próximo capítulo...
Assim que soou o sinal ao término da aula, eles avistaram a diretora da Grifinória esperando-os do lado externo e desejaram não ter que deixar a sala nunca mais. Porém o encontro foi inevitável.
-- Senhores, acompanhem-me - disse ela secamente, com os lábios reduzidos a uma linha severa. - Sr. Lupin, Srta. Evans, o diretor solicitou a presença de vocês também.
-- O diretor? - perguntou Sirius e Tiago engoliu em seco.
