Nota da autora: Bem, vamos lá... Muito, mas MUITO tempo mesmo sem poder escrever, eu admito, podem me esfolar depois rs (E QUE SAUDADE!). Porém bons, mas MUITO bons motivos para isso: Eu me formei na faculdade, fiquei noiva em Janeiro, passei no meu concurso, me mudei e me casei... Tudo isso em menos de dois meses (e não, eu não estou grávida! Ainda... rs) e ainda estou em processo de adaptação... Daí realmente fica bastante puxado escrever fic trabalhando fora feito uma louca, sendo esposa, dona de casa e etc... Mas lá vai mais um, e nem sei quando sairá o próximo, e meu agora marido é, como sempre, meu "muso" inspirador e total incentivador desse projeto e de todos os outros (Te amo, amor! Obrigada por levar a louça sempre!). Obrigada pelos reviews de todos, e pelos e-mails carinhosos. Quem eu consegui responder pessoalmente tb obrigada, aos que eu não consegui, juro que foi pq realmente tô atolada até a alma de trabalho e tem mês que eu mal abro a caixa de e-mails, acumula milhões e eu nem sei por onde começar. Se eu esquecer alguém me puxem as orelhas. Os meus agradecimentos e carinho para os amigos: Ísis Sothis, Cami la, Luyza gaga, Gabi, Natália Parreira, Raquel, Brousire, Bruna Granger Potter, Mademoiselle Rouge, Arthurcadarn/Lemom, Anita Joyce Belice, Orla Potter, Paula Lírio, Yasmine Lupin, Carol Malfoy Potter, Aillen Daw e Jasmin Tuk, Paty Black e Yakiko Di-Lua Lovegood. Espero que gostem do capítulo e comentem... Bjims da Lú.

7 – Nem tudo que reluz...

Gina desceu as escadas pulando os degraus. Ela estava vendo tudo em vermelho. Não estava muito preocupada com o plano agora, queria matar Eleanora só um pouco, e com sorte, muito.

Quando ela chegou ao salão principal Eleanora estava se despedindo de Harry. A súbita visão da outra garota dando um beijo estalado na bochecha de seu namorado fez com que ela momentaneamente quisesse mais satisfações da parte dele do que saciar seus instintos assassinos.

- Posso saber por acaso o que significa isso? - disse Gina, em um tom superior batendo com o sapato que sobrou, o qual ela havia tirado sabe se lá como em meio à descida, em cima da mesa. Harry deslizou o olhar para o chão por um segundo, e de relance notou a namorada só de meias, mas guardou a curiosidade quanto a isso para depois.

- Gina, eu não pude fazer nada! – suspirou – Nem mesmo comer sossegado – pensou tristemente enquanto via o último pedaço de pudim sumir, indicando o fim do horário do jantar - O Rony praticamente jogou a garota aqui como uma bomba e fugiu sorrateiramente... – continuou. Gina bufou, e uma mecha de cabelo ruivo esvoaçou em sua testa enquanto ela parecia contar até dez mentalmente para se acalmar.

- Eu não desconfio de você, Harry - o garoto sorriu triunfante. - Mas da sua capacidade de se safar desse tipo de situação eu realmente tenho que ter sérias dúvidas, meu amor... - Harry franziu a testa descontentemente.

- O que você quer dizer? – ele soou injustiçado. Gina bufou e sentou-se à mesa enquanto tentava se lembrar como fazer para conjurar o outro pé do sapato.

- O que eu ESTOU AFIRMANDO é que você não sabe como se safar desse tipo de situação constrangedora. E que se continuar assim o Rony vai continuar se achando o maior sabe-tudo do mundo e eu vou ter que azarar ele... – Harry sentou-se ao lado da namorada.

- E o que você queria que eu fizesse? – Gina apertou os lábios.

- O que eu queria ou o que eu esperava, Harry? – o rapaz deu de ombros.

- Tanto faz. Dá na mesma... – Gina sorriu maldosamente.

- Na-nã-nã... O que eu queria era que você lançasse a maldição do "ao contrário" nela e virasse aquela perua espevitada do avesso... – Harry arregalou os olhos ao ver a satisfação no rosto da namorada imaginando a cena grotesca de Eleanora com os órgãos internos do lado de fora, porém logo esta se dissipou e Gina prosseguiu. – E o que eu esperava era que, sei lá, você fingisse estar passando mal, com dor de barriga, todas essas desculpas esfarrapadas que os garotos estão carecas de dar para escaparem de nós garotas... – ele ficou calado.

- Desculpe te desapontar assim... – Gina percebeu pelo tom de Harry que ele realmente estava arrependido. Exageradamente arrependido. E ela sentiu que havia também exagerado. – E se serve de consolo, eu realmente estou com dor de barriga agora. Estou faminto... – Harry passou a massageou o estômago, e Gina segurou a mão dele carinhosamente.

- Vamos, Harry. Não foi nada... Peço desculpas também... – o menino sorriu com o canto dos lábios e Gina deu-lhe um leve beijo, ficando na ponta dos pés descalços.

- Agora vamos até a cozinha... – ela emendou. – Dobby vai lhe preparar um banquete, aposto. E no meio do caminho conversaremos sobre uma boa forma de nos vingarmos do Rony... – Harry sorriu.

- É... E você pode aproveitar e me explicar por que está sem sapatos... – Gina deu uma enorme gargalhada e os dois seguiram em direção à cozinha.

Enquanto isso Rony, que agora estava com uma expressão mal humorada, andava de um lado para o outro na sala comunal. Hermione fingia que lia um livro, mas na verdade já estava ficando tonta de tanto acompanhar disfarçadamente o namorado com os olhos.

- Você sabe o que foi que deu nela? – perguntou finalmente o ruivo esfregando o enorme galo que se formava em sua cabeça. Hermione rolou os olhos, colocando o livro de lado.

- Eu sei lá, Ron... Você e seus irmãos são um bando de esquisitos...

- Ouch! Essa doeu mesmo, Mione... – novamente os olhos da morena rolaram.

- Deve ter doído mesmo. Eu já disse que podia conjurar uma bolsa de gelo, mas você...

- Não! Estou falando sobre eu e meus irmãos sermos esquisitos...

- E o que tem isso demais? – Rony ficou com as orelhas vermelhas.

- O que tem isso? – Mione sacudiu a cabeça, sem entender - ISSO É A MAIOR CALÚNIA!

- Ah! Ronald! Faça-me um favor. Seus irmãos vivem arrumando encrenca naquela loja deles. Percy, que era o mais certo de vocês, mostrou-se o mais errado. Gui foi se meter em pirâmides, Carlinhos e os dragões eu nem vou comentar. Você é esta peste cabeça dura que todos sabem e a Gina com essa mania de esco... – Hermione parou a frase no meio. Não valia à pena trair o segredo dos amigos para ganhar a discussão. Rony apertou os olhos.

- O que a Gina tem mania de esconder, Mione? – a morena deu de ombros completamente embaraçada.

- Não era esconder o que eu ia dizer... – Hermione tentou consertar. Rony continuou olhando a namorada a espera de uma resposta convincente.

- Eu só quis dizer que a Gina esco... Digo, a Gina esco... escolhe demais as coisas... Ai! Rony! É isso. A Gina escolhe demais as coisas. É muito cheia de frescura pro meu gosto... – o ruivo não pareceu muito convencido.

- Se é o que você diz... Eu concordo pelo menos com o que você disse sobre os meninos...

- Viu só? Esquisitos. Es-qui-si-tos... – Hermione enfatizou para desagrado do namorado.

- Mas isso aí de eu ser teimoso é a maior calúnia de qualquer forma... Eu sempre dou razão a você – Hermione exalou forte o ar pelo nariz.

- O que você quiser Ronald...

- É sério Hermione... Assuma isso de uma vez. Eu sempre acabo dando razão para você...

- Porque você não quer se meter em encrencas. Não porque ache que eu esteja certa, Ron... – disse a morena com um sorrisinho cínico. Rony deixou o queixo cair.

- Que audácia a sua. Como se eu tivesse medo de você... – Hermione apertou os lábios.

- Ah! Quer dizer que você não tem medo, Rony?

- Não... – ele disse um pouco incerto.

- Nenhum medinho de mim, Ronald?

- Não... – respondeu um tanto quanto cabreiro.

- Você está me dizendo então que não tem o menor medo de me incomodar, chatear, magoar ou perturbar, mesmo Ronald Bilius Weasley? – Hermione perguntou séria encarando-o bem de perto. E foi aí que Rony vacilou e caiu como um patinho na armadilha.

- Não, Hermione Jane Granger... – ele não devia ter dito aquilo.

- Ótimo... – Hermione disse satisfeita recolhendo o livro sobre o sofá. – Consegui provar que você é teimoso... – o queixo de Rony caiu e ele ficou movendo os lábios sem conseguir articular as palavras.

- Mas, mas, mas... – gaguejou. – Isso foi trapaça, Mione... – a morena sorriu.

- Bem, se foi ou não eu não vou discutir, já que você vai TEIMAR que foi – enfatizou a palavra para desagrado de Rony. – E já que não tem mesmo medo de mim, não vai se importar em me dizer o que acha dos gorros que tricotei para os elfos domésticos de Hogwarts... – Rony ficou pálido.

- Eu... Eu... Eu...

- Você gagueja DEMAIS para quem é valente, Rony. E disfarça mal DEMAIS o que realmente está pensando. E eu estou com sono DEMAIS para conversarmos sobre essa sua gagueira e sobre o tom fantasmagórico da sua pele, mas acho que eu acabo de provar que você não só é teimoso DEMAIS, como também tem medo DEMAIS de mim, não estou certa? Nem tudo que reluz é ouro, sabia? Ou fui rápida DEMAIS? – ela sorriu e deu um beijo estalado de leve nos lábios entreabertos do ruivo, que ainda não havia conseguido articular uma resposta. – Boa noite... – ela disse em um tom cantarolado vitorioso, já no alto da escada para o dormitório.

Quando Rony saiu do estado catatônico, já era tarde.

- Hey! Mione. Não vale... Peraí. Qual era mesmo a pergunta? – ele foi resmungando pela escada, sem obter resposta.

Pouco tempo depois de entrarem na cozinha, Harry e Gina já estavam empanturrados de tanto comer. Os olhos do tamanho de pires de Dobby brilhavam de contentamento e alegria. Se havia algo que ele realmente adorava fazer era empanturrar Harry e companhia de comida e ser útil em geral.

- Harry Potter, senhor, aceita um pouco mais de pudim de claras? – Gina trocou um olhar com o namorado, que colocou a mão sobre o estômago dilatado. A menina sorriu e respondeu por ele.

- Melhor não, Dobby. Harry acabou de comer um boi inteiro... Olha só ele mal consegue abrir a boca... – Os olhos do elfo doméstico se apertaram em curiosidade.

- Deve ser para não deixar escapar os chifres... – a pequena criatura concluiu. - Dobby só não entende como o boi foi parar aí... – cutucou a barriga de Harry de leve, e o rapaz gemeu incomodado. – Dobby tem certeza de que Harry Potter comeu porco... Não será o focinho de tomada tentando sair, menina Wheezy? – Gina deu uma estrondosa gargalhada.

- Oh! Dobby! Sinto muito! Eu quis dizer que Harry estava cheio de comida até às orelhas...

Dobby olhou curiosamente para Harry, contonando-o para examiná-lo. Parecia não entender como o amigo podia ter comida dentro do ouvido. Gina abriu a boca para tentar explicar melhor, mas Harry impediu que Gina fosse mais literal, pois na verdade só iria piorar as coisas e ele precisava realmente se deitar para fazer a digestão.

- Obrigada Dobby... – os dois disseram em uníssono.

- Preciso me deitar... – Harry bocejou. Gina deu um muchocho baixinho enquanto os dois saíam da cozinha.

- Nem vem Harry Potter, você vai me ajudar a acabar com aquele débil mental do meu irmão...

Dobby ouviu a última frase de Gina de dentro da cozinha e deu de ombros, imaginando que a menina realmente falava diferente das pessoas normais.

Na volta para a sala Comunal, Harry e Gina caminhavam silenciosamente pelos corredores, tentando evitar um flagrante por Filch, Madame Norra, Snape ou mesmo Pirraça. Harry, que estava com o Mapa do Maroto no bolso, consultava-o esporadicamente, verificando se podiam seguir livres sem risco.

- Barra limpa... Ninguém está próximo a este corredor. A sala de Dumbledore fica ali adiante – ele apontou para a velha conhecida gárgula, enquanto guardava o mapa de volta no bolso das vestes – Podemos andar mais rápido agora, é só não fazermos muito barulho. Meu corpo está implorando pela cama... – Harry disse em tom baixo, puxando a mão de Gina.

- Ótimo... – disse com desânimo, antes de empacar. Harry demorou um segundo para notar o puxão.

- O que foi agora? – perguntou curioso. – Seu corpo implora por outra coisa? – perguntou em tom malicioso, puxando a namorada, mas seu braço ficou esticado no ar, a mão segura na dela. Gina bufou, exalando o ar vagarosamente. Parecia desapontada ou entediada.

- Ai Harry... Eu achei que fôssemos bolar um plano. Uma estratégia para tirar o sorriso da cara de trasgo do Rony... – Harry sorriu.

- Ah! É isso, então... – Gina fez um beicinho e acenou afirmativamente.

- Você anda ficando muito mimada, sabia, Gina Weasley? – a garota olhou para Harry com ar de superioridade.

- É para quem pode, sabia, Harry Potter? – o garoto sorriu, puxando a namorada pelo braço, e esta acabou cedendo desta vez.

- E será que eu posso? – perguntou ele aproximando seu rosto do dela. Gina entreabriu os lábios.

- Vejamos... – sussurrou a menina, causando arrepios ao namorado, que aproximou-se ainda mais, esperando consumar o beijo. – Não... – Gina disse rindo, enquanto empurrava Harry para o chão.

Harry caiu sentado e Gina correu. O fato de ainda estar descalça lhe dava a vantagem de uma corrida silenciosa. Harry seguiu atrás dela, tentando não fazer muito barulho.

Se ele tivesse checado o mapa novamente, veria que agora havia um pontinho, saindo da sala do Diretor, ou seja, se dirigido aos pontinhos nomeados como"Harry Potter" e "Gina Weasley". Mas Harry estava com o cérebro boiando em hormônios demais para pensar adequadamente.

- Você vai ver só uma coisa, Gina... – riu enquanto atirava os sapatos para um canto do corredor. Gina deu uma risadinha nervosa e estridente. Estava se divertindo com a brincadeira.

O pontinho estava descendo as escadas agora, enquanto Gina ria escorada na gárgula. Harry finalmente a alcançou.

- Peguei você – disse rindo enquanto enlaçava a cintura da menina e colava os lábios nos da namorada com toda a vontade.

- E parece que eu também peguei vocês... – disse um rapaz ruivo com cara de poucos amigos. Harry quase se engasgou com a língua de Gina, tal foi o susto.

Nesse momento, se houvesse hormônios de menos e cérebro de mais, os dois estariam vendo no mapa que os pontinhos "Harry Potter" e "Gina Weasley" estavam convergindo exatamente no mesmo ponto que o pontinho "Percy Weasley".