CAPÍTULO VINTE E CINCO
Maluca não! Sensível...
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A sala de Adivinhação estava um forno de tão quente. Era quase impossível permanecer ali por muito tempo sem começar a suar e sentir-se sonolento. Lily estava emburrada, como em todas as aulas. Achava aquilo totalmente inútil. Dirigiu-se para um canto afastado da sala seguida por Alice e Marlene. Porém antes que alcançassem a mesa, Madame Gonfrey manifestou-se com sua vozinha estridente.
-- Muito boa tarde, meus queridos. Peço que não se sentem ainda. Hoje nós vamos começar a interpretação dos sonhos de vocês e eu mesma gostaria de formar os pares aleatoriamente.
Lily bufou. Do jeito que era sortuda, sem dúvida cairia com algum idiota. "Só espero que não seja o idiota do Potter" pensou ela. Mas Tiago ainda nem tinha chegado na sala de aula.
Suas amigas realmente tinham muita sorte. A professora escolheu Marlene e Alice como parceiras. Pedro teve que se sentar com uma corvinal - que fez uma careta de desgosto. Lily sobrou. Já ia pedir para sentar-se com Alice e Marlene quando três garotos entraram respirando com dificuldade. Provavelmente deviam ter vindo correndo, pois se atrasaram. Lily cruzou os dedos "Remo, por favor. Por favor, o Remo".
-- Sr. Lupin, você faz dupla com Sr. Black. Está mais do que na hora separá-lo do Sr. Potter. Você - acrescentou, referindo-se a Tiago - fica com a Srta. Evans. Ela vai dar um jeito de fazê-lo se comportar.
Tiago sorriu desafiador e Lily ficou ainda mais emburrada.
-- Ótimo - falou Lily para si mesma.
-- Realmente ótimo - provocou o maroto.
Eles se dirigiram para a mesa ao lado de Remo e Sirius. Remo tinha uma ruga de preocupação na testa e Sirius sorria arrogantemente para Tiago, como não podia deixar de ser.
-- Meus queridos - a professora voltou a falar, quando já estavam todos acomodados. - Eu vou explicar o que vocês terão de fazer e em seguida terei de deixar a sala por alguns minutos. Prestem atenção e aproveitem para perguntar antes que eu saia.
Depois de uma rápida explicação, ela deixou a torre, com recomendações de que se comportassem. Lily encarou Tiago, inexpressiva.
-- Você primeiro, Potter. Diga-me com o quê tem sonhado nas últimas noites - falou com ar tedioso.
Tiago sorriu. A seu lado, Remo tentava fazer Sirius parar de prestar atenção ao casal e contar seus sonhos, mas Sirius tinha até se virado para assistir melhor.
-- Bem, vejamos, a noite passada eu sonhei que tinha apanhado o pomo de ouro bem debaixo do nariz do apanhador da Lufa-Lufa... o que será que isso pode significar? - disse com a mão no queixo, fingindo concentração.
Lily revirou os olhos.
-- Pule esse sonho, por favor. Poupe-me.
-- Ah! - os olhos de Tiago brilharam e ele adquiriu uma expressão meio sonhadora. - Essa noite eu sonhei que estava fazendo o Ranhoso dançar em cima da mesa do Sonserina bem no meio do jantar e...
-- Pare! - interrompeu a garota, impaciente. - Eu me recuso terminantemente a interpretar isso. Próximo, por favor?
Tiago encarou-a por alguns instantes. Ela folheava o livro sem realmente vê-lo e parecia não estar com a mínima vontade de encará-lo. O garoto lembrou-se de um certo sonho que vinha tendo todas as noites desde o Natal. "Isso não vai dar certo..." pensou ele.
Sem tirar os olhos do livro, a garota respondeu automaticamente:
-- Nada que venha de você dá certo, Potter.
Tiago levantou as sobrancelhas, ressabiado. Será que tinha pensado alto? Olhou para Sirius e este parecia não ter entendido o comentário. Encolheu os ombros.
-- Ok, ok, foi você quem pediu... Eu sonhei... com... sonhei com você! - ele sorriu de orelha a orelha.
Lily bufou novamente. Devia ter adivinhado. Encarou-o com um ar de tédio.
-- Nem quero saber como foi esse sonho. Vamos pular para outra parte... - ela voltou a folhear o livro, desanimadamente.
-- Peraí... acabaram-se meus sonhos e você ainda não interpretou nenhum!
Tiago não pôde reprimir um pensamento enquanto sorria esperançoso: "Será que você não está fugindo de interpretar meus sonhos?".
-- Eu não estou fugindo de nada, Potter. Acontece que seus sonhos são tão fúteis quanto todo o resto de você - disse ela irritada, ainda sem encará-lo.
Tiago ficou realmente desconfiado, agora. "Ela está lendo meus pensamentos?" Olhou para Sirius, e ele apontava para Lily e girava o dedo ao redor da própria orelha, como se dissesse que ela havia pirado. Remo agora desistira de tentar fazê-lo prestar atenção e escutava a conversa também. Encarava Lily intrigado. Tiago voltou-se novamente para a ruiva, irritando-se.
-- Tudo bem, então. Se os meus sonhos são assim tão estúpidos, suponho que os seus sejam bem mais interessantes, complexos e cheios de significados, Srta. Ninguém-Pode-Comigo Evans? - falou, carregado de ironia.
Lily estreitou os olhos perigosamente ao levantar a cabeça.
-- Você é quem vai me dizer isso, Potter. Você vai ter que interpretá-los, se é que você é capaz.
-- Vamos! Diga logo e veremos se sou capaz ou não!
-- Está bem. Eu venho tendo uns sonhos estranhos, como se eu sonhasse em capítulos, entende? A cada noite ele evolui um pouco mais. E não é um sonho comum, porque eu posso me controlar dentro dele, é quase como se eu estivesse em um vídeo game, sabe...
-- O quê?
-- A, esquece...
-- Ok, mas como é esse tal sonho? - Tiago começou a fazer pose de quem entende das coisas.
Lily encarou as próprias mãos e começou a contar.
-- Eu estou no meio de uma clareira na Floresta Proibida, então ouço barulhos de cascos e aparece um cervo magnífico e imponente diante de mim, então eu começo a acariciá-lo, sabe. É como se ele quisesse me dizer algo, é intrigante. Mas então de repente aparece outro animal, um... um Sinistro - ela levantou os olhos para fitar o garoto à sua frente desafiadoramente, mas Tiago estava pálido, totalmente assombrado encarando-a boquiaberto. - O que foi? - perguntou, seca.
Tiago engoliu ruidosamente. Deu uma olhada de esguelha para Sirius e Remo, mas não conseguiu distinguir suas reações. Tentou parecer natural.
-- Nada. Eu... hum... não prestei atenção no que você disse, pode repetir?
-- Eu não acredito! Depois, quando digo que você é um imprestável, eu é que sou a implicante! Eu desisto! Vou tentar interpretar meus próprios sonhos, com licença.
Ela escondeu-se por detrás do pesado livro O Oráculo dos Sonhos, ignorando completamente Tiago. Este, pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se aliviado por ela tê-lo ignorado. O que significava isso? Ela estava sonhando com ele e com Almofadinhas? O que mais essa garota escondia naquela cabecinha brilhante? "Será que a minha Lily tem idéia do que anda sonhando?".
-- Escute aqui, Potter - Lily inesperadamente jogou o livro com força em cima da mesa, levantou-se e aproximou seu rosto do de Tiago por cima da mesa, sussurrando ameaçadoramente. - Em primeiro lugar, não me chame de Lily. Em segundo lugar, eu definitivamente NÃO sou sua. Em terceiro lugar, eu estou tentando interpretar meus sonhos, mas já que você não quer ajudar, então também não atrapalhe.
Todas as cabeças estavam voltadas para eles agora. Ela voltou a se sentar, apanhando o livro novamente e escondendo-se atrás dele. O queixo de Tiago caiu. Olhou para o lado e encontrou a mesma expressão assombrada nos rostos dos dois garotos. Remo estava completamente sem cor e a boca de Sirius estava entreaberta, tolamente. Pedro estava longe demais para ter ouvido algo, mas olhava para eles com a testa franzida e os olhinhos apertados.
Coincidência uma ova! Aquela nanica esquentada, além de estar sonhando com eles, estava também escutando seus pensamentos! "Que garota maluca, eu heim!".
-- Cala a boca, Potter! Maluca é a vovozinha! - dessa vez Lily gritou, fazendo Tiago e a classe inteira sobressaltar-se, pois ninguém tinha tido tempo ainda de voltar a se concentrar em outra coisa que não fosse os dois. Ela fez menção de atirar o livro na cabeça de Tiago, mas ele segurou seu pulso firmemente.
-- Eu não disse absolutamente nada, Evans!
-- Não se faça de sonso, garoto. Eu ouvi muito bem o que você falou: Que garota maluca, eu heim? - ela engrossou comicamente a voz ao imitá-lo.
-- Ah, é? Pergunte a qualquer um então! Vamos, pergunte! Eu não abri a boca desde que você disse que iria interpretar seus sonhos sozinha!
Lily olhou à sua volta e várias cabeças concordaram timidamente com o que Tiago dissera. Olhou para Remo e ele encolheu os ombros, como se pedisse desculpas por ter que concordar com o amigo. A garota começou a ficar vermelha e sem jeito.
-- Mas... mas eu ouvi! Eu... eu juro que ouvi!
-- Então acho que você está ficando maluca MESMO, heim Evans? Paranóica! - Sirius ironizou.
Lily lançou-lhe um olhar de repreensão, pegou suas coisas e saiu pisando duro.
-- O que foi isso, afinal? - Sirius pôs em palavras o que Remo questionava com o olhar, porém de uma forma muito mais sarcástica do que Remo teria feito.
-- Aquela doida estava ouvindo meus pensamentos, vocês acreditam? - Tiago sussurrou para os amigos.
-- Caracas! - Sirius arregalou os olhos. - Sempre achei que ela não batia bem... Afinal, dispensar você, Pontas... tsk tsk tsk. Isso está mexendo com a cabeça dela, pobrezinha.
Remo parecia estar recuperando a cor e a voz.
-- E você não vai atrás dela, Pontas? - perguntou.
-- Tá brincando? E admitir na cara dela que estava pensando em como ela é maluca? Não, eu não sou suicida...
-- Está bem, então eu vou - Remo pegou suas coisas, jogando-as de qualquer jeito na mochila e saiu apressado. Tiago fingiu não se importar.
-- Cara! Ela sonhou com a gente! Como pode? - exclamou Sirius.
-- É! - Tiago sorriu marotamente. - E você ouviu como ela me descreveu? "Um cervo magnífico e imponente". E ainda por cima disse que me acariciava! - ele acrescentou, sonhador.
-- Cara, ela está gamadona em você. Só não sabe disso, é claro... - disse Sirius sarcasticamente.
-- Eu sei, eu sei... - Sirius soltou uma risadinha cínica pelo nariz diante da arrogância infundada do garoto. - Além disso, ela parecia ter medo de você Almofadinhas. Ficou toda encanada porque sonhou com um Sinistro. Deve estar achando que vai morrer a qualquer momento...
Os dois desataram a rir.
Enquanto isso, Remo corria pelas escadas em espiral, tentando alcançar Lily.
-- Ei, Lily! Espere!
Lily parou, encostando-se na parede até ele alcançá-la. Ela tinha uma expressão cansada no rosto.
-- Lily, eu... eu não acho que você esteja ficando maluca, sinceramente... - disse Remo um pouco sem fôlego devido à corrida, fazendo Lily sorrir para ele. - Mas, é sério! O Tiago me disse que você estava ouvindo os pensamentos dele...
-- O quê?
-- É isso mesmo. Eu estava reparando na conversa de vocês dois e não pude deixar de notar que você respondia sem ele ter comentado nada! Achei estranho isso, é claro, e depois ele me disse que você estava respondendo exatamente aos pensamentos dele.
-- Mas... eu não entendo... Eu tenho certeza que o ouvi falar que me achava maluca.
-- E não foi a única coisa que você escutou, eu tenho certeza disso. Eu vi!
-- Devo ter parecido uma maluca mesmo. Parece que ele tinha razão...
-- Não se preocupe, Lily. Não deve ser nada de mais... Talvez seja influência da atmosfera esotérica da sala de aula, só isso.
-- Pode ser... de qualquer forma, obrigada Remo.
O garoto sorriu com sinceridade.
-- Não precisa agradecer. Eu só acho que você tem se sobrecarregado demais com os estudos ultimamente. Pensa que eu não sei que você tem ficado até tarde repassando as aulas?
-- Oh, Remo, estou tão ansiosa com os N.O.M.s! Eu não consigo nem dormir direito se não anestesiar minha consciência com um pouco de estudo.
-- Vai com calma, Lily. Não adianta exagerar. Desse jeito você só consegue um colapso nervoso!
-- Ok, então eu estou indo para a torre da Grifinória relaxar um pouco, você vem? - Remo concordou com a cabeça e os dois continuaram a descer. - E vamos falar de coisas mais agradáveis?
Coisas mais agradáveis, para Lílian Evans, definitivamente não envolviam Tiago Potter. Pelo menos, não que ela soubesse...
-- Ok, então me conta direito esse seu sonho... - pediu Remo, tentando parecer só levemente curioso.
Lily desatou a falar e a dar detalhes, deixando Remo cada vez mais intrigado.
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-- O que você acha que pode ter acontecido, Aluado? - perguntou Pedro no dormitório, quando todos já estavam se preparando para dormir.
Remo contava sobre a conversa que teve com a monitora e tinha um livro (A megera domada, que Lily lhe emprestara) aberto e esquecido no colo.
-- Bem, eu andei pesquisando sobre sonhos premonitórios, mas isso não parece ser uma premonição. De acordo com ela, é um sonho esquisito mesmo, não é como se isso fosse realmente acontecer. É como se ela estivesse tendo a resposta de uma dúvida inconsciente através de uma visão. Ela não vive querendo saber qual o motivo das minhas ausências e de vocês ficarem tão cansados durante esse período? Talvez ela esteja obtendo as respostas para suas dúvidas e não saiba interpretá-las... ah, sei lá, é tão confuso!
Deitando em sua cama, Sirius coçou o queixo e apoiou a cabeça em um dos braços.
-- Mas o que eu não entendo é o fato de que o Pontas só escolheu ser um cervo depois de ver o desenho da Evans, não foi? - Tiago concordou com a cabeça. - Então como é possível que ela já vinha tendo esses sonhos antes mesmo de nós escolhermos os animais?
Remo suspirou e fechou o livro que tentava ler, desistindo e colocando-o de lado. Sentou-se na cama e uniu as mãos, apoiando os braços nos joelhos. Pedro achava que ele parecia um professor quando fazia essa expressão explicativa e séria, daqueles professores fanáticos por lecionar e que tentam de todo o modo fazer seus alunos se interessarem pela matéria e acima de tudo entenderem a aula. Os outros também se ajeitaram na cama, prevendo o que estava por vir.
-- Eu só posso imaginar o que aconteceu. Veja bem, existem algumas profecias que provocam os acontecimentos. Quero dizer, se Macbeth não tivesse encontrado as bruxas, ele provavelmente não teria assassinado o rei Duncan I.
-- Mac o quê? - perguntou Tiago enquanto Pedro e Sirius também faziam cara de dúvida.
-- Macbeth - repetiu o monitor. - É Shakespeare, mas eu não esperava que vocês conhecessem. O caso é que o general Macbeth ficou sabendo, através de uma previsão feita por bruxas, que estava predestinado a matar o rei Duncan I e tomar seu trono, então foi isso o que ele fez. Por isso, a profecia acabou provocando o acontecimento, entendem?
- O que é um gerenal? - perguntou Sirius.
Remo revirou os olhos diante das caras de ponto de interrogação dos amigos.
-- Não é gerenal, é general, e não vem ao caso. O que eu quero dizer é que de alguma forma o sonho de Lily provocou o que já estava predestinado a acontecer. Iria acontecer de qualquer jeito, mas o destino resolveu brincar um pouco com as coisas. De alguma forma, Lily previu e provocou isso ao mesmo tempo.
Sirius arqueou uma sobrancelha e Pedro pareceu confuso.
-- Eu acho que entendi - disse Tiago. - Mas então a Lily tem algum dom de vidente, é isso?
Remo deu de ombros.
-- Talvez. Mas não acho que esse seja o caso dela.
-- Como assim? - Tiago mexeu-se na cama.
-- Não sei se vocês já repararam, mas a Lily tem uma percepção incrível, sabe. Eu acredito que haja alguma coisa de diferente nela, sei lá, alguma habilidade que ela ainda não descobriu. Ela simplesmente detesta Adivinhação, por isso eu acho que talvez não seja vidência. Talvez esses sonhos tenham acontecido por acaso e isso não queira dizer que ela vai ter sonhos desse tipo para o resto da vida em resposta às suas dúvidas inconscientes. Mas ela tem todas as pistas que precisa: a Floresta, a Lua-Cheia, as marcas circulares ao redor dos olhos de Pontas, a cor dos olhos de Almofadinhas... só ainda não sabe como interpretá-las.
-- E espero que nunca saiba - Pedro murmurou para si mesmo, porém Remo ouviu:
-- Acredito que seja muito difícil mesmo com todas essas dicas, Rabicho. Quero dizer, quem poderia imaginar que três garotos de quinze anos seriam animagos?
Tiago deu um sorrisinho convencido e Sirius sentou-se na cama, arrumando os cabelos para trás das orelhas, com uma expressão compenetrada.
-- Agora que você disse, esse negócio de percepção faz sentido, Aluado. Isso pelo menos explicaria alguma coisa sobre ela ter escutado os pensamentos do Pontas na aula de hoje.
-- É mesmo - concordou Tiago, pensativo. - Será que minha maçã-do-amor tem algum poder fora do comum?
Sirius encarou o amigo com uma sobrancelha arqueada, porém Remo ignorou o apelido e continuou:
-- Eu acho provável, Pontas. Existem outras coisas que me chamaram a atenção também. Às vezes, tenho a impressão que ela consegue captar sentimentos intensos das pessoas. Quando eu estou próximo das transformações, às vezes ela sente na pele o meu próprio desconforto. Ela se sente cansada, sonolenta e dolorida quando está próxima de mim nesses períodos. Isso já aconteceu mais de uma vez. E também eu já vi os olhos dela se encherem de lágrimas só por ver alguma garotinha chorando nos corredores, ou simplesmente sorrir quando vê alguém radiante. Sabe, são coisas que, isoladamente, podem não despertar suspeitas. Mas juntando tudo...
-- É como se ela fosse um imã de sentimentos então? - sugeriu Sirius.
Remo levou uma mão ao queixo, apoiando o cotovelo com a outra mão e seus olhos fitaram algum ponto acima e a esquerda, como se ele buscasse algo em sua mente e então respondeu com os olhos estreitados:
-- Quase isso... não sei qual seria a palavra certa para descrever a habilidade de Lily, é como se ela fosse mais sensível ao que se passa ao seu redor... Isso! Sensibilidade é a palavra certa. Sensibilidade e percepção aguçadas.
-- Um sexto sentido? - tentou Tiago.
-- Perfeito. Acho que estamos chegando mais perto da realidade - disse Remo e Tiago quase pode visualizar o amigo dizendo "Dez pontos para a Grifinória, Sr. Potter!" em frente à classe e não pôde reprimir um sorriso.
Pedro passeava os olhinhos miúdos de um rosto pensativo a outro. Começava a sentir um calafrio diante da possibilidade de Lily ser uma bruxa com poderes fora do comum. Eles teriam que tomar cuidado com ela, não? Ela poderia descobrir sobre a animagia e, mesmo que o ratinho não tivesse sido incluído no sonho, Lily saberia sobre ele também. E se ela achasse que as detenções não seriam suficientes para puni-los e começasse a torturá-los psicologicamente ou algo do gênero? Quem sabe deixá-los sem comida? Ou ainda quem sabe ela não os mandaria para Azkaban? Porém seus pensamentos foram interrompidos pela voz grave de Sirius:
-- Muito interessante. Você já vem pesquisando sobre isso, Aluado? Parece que ela não tem consciência da própria "habilidade".
-- Bem, na verdade eu nunca tinha pensado muito sobre isso até hoje. Acho que posso procurar algumas informações na biblioteca sim.
-- Então faça isso - disse Tiago voltando a deitar-se e puxando as cobertas. - E nos mantenha informados, ok?
Remo concordou com a cabeça e colocou o livro de lado para ver se conseguia dormir. Porém o sono demorou a chegar e ele ficou observando o luar através da janela enquanto as respirações dos amigos se tornavam lentas e ritmadas - ruidosas no caso de Pedro. Sua mente foi assaltada por um medo diferente do que Pedro sentira um pouco antes. Se Lily tinha mesmo essa percepção avançada, seu segredo não estaria seguro por muito tempo. E ela já estava desconfiada, era só uma questão de tempo. Será que não seria melhor contar a ela então antes que descobrisse de uma maneira pior?
Mas só de pensar na reação da monitora, seu estômago deu uma cambalhota. Será que ela se afastaria dele? Sentiria repulsa? Medo? Pena? Não podia deixar de sentir-se temeroso. Tinha desenvolvido uma necessidade da companhia da ruiva, de suas risadas, de suas palavras sempre tão carinhosas, de seu cheiro... Recriminava-se muito por isso, porém não era o tipo de coisa que se pudesse evitar. Lily era tão cativante que gostar dela era uma fatalidade para qualquer um que se aproximasse o bastante, pensou ele. Isso não significava que ele iria render-se a seus sentimentos, não, nunca! Ele ainda se empenharia em ajudar Tiago - se ele fizesse por merecer, é claro. E agora também se comprometia a desvendar esse mistério que era Lílian Evans.
Sem que ele percebesse, o sono chegou e ele mergulhou em um torpor agitado e desesperador onde Lily chorava, brigava com ele por ter escondido sobre ser um lobisomem e dizia que por causa dele ela não teria boas notas nos N.O.M.s. Sobressaltou-se, com gotas frias de suor pingando no travesseiro, tremendo e agradecendo por não passar de um devaneio.
E ainda tinham os N.O.M.s para ele se preocupar! Precisava ser um pouco mais rígido com os amigos para que eles levassem mais a sério os estudos. Eles reclamavam, chiavam, esperneavam, mas acabavam fazendo de tudo para agradar "Aluado". Um sorriso veio chegando devagarinho e tomou conta de seu rosto cansado, enquanto seus pensamentos enveredavam por rumos mais agradáveis.
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Era manhã de sábado e em pouco mais de uma hora haveria o jogo Grifinória x Lufa-Lufa. Um garoto de cabelos negros curtos e olhos cinzentos caminhava solitário pelos frios corredores vindo das masmorras. Ele andava com o olhar vago, as mãos nos bolsos da capa e a franja caindo nos olhos. Planejara ir direto ao estádio de quadribol, porém seus pés o levaram por um caminho mais longo rumo a um corredor de onde desciam alguns grifinórios e corvinais ruidosos.
Na verdade ele esperava encontrar-se casualmente com seu irmão e, quem sabe, desejar-lhe boa sorte no jogo? Mas o que diriam seus amigos sonserinos se o vissem fazê-lo? E por falar neles...
-- Black, o que faz aqui? - ele girou nos calcanhares para ver Severo Snape caminhando até ele com a capa enfunando em suas costas e uma expressão carrancuda, como sempre.
Régulo esperou que ele o alcançasse e ambos continuaram a andar:
-- Só andando. Acho que me distraí.
-- Sei - disse o outro num tom seco e olhou fundo em seus olhos. - Você e essa sua fixação pelo seu irmão idiota.
-- Ele não é idiota - resmungou baixando a cabeça, só ele se achava no direito de xingá-lo. - Você não entende porque não tem irmãos.
-- Prefiro mil vezes não ter irmãos a ter um na Grifinória - o garoto de cabelos oleosos cuspiu a última palavra com escárnio. - Por acaso você não veio até aqui fazer alguma coisa estúpida como desejar boa sorte àquele metido a besta e seu fiel escudeiro Potter?
Régulo virou a cara para o outro lado à guisa de resposta.
-- Hunf, eu já imaginava - Severo deu um sorriso desagradável. - Pensa que ele liga para as suas preocupações? Pensa que ele lembra que tem um irmão de sangue, uma família? Aquele bastardo exibicionista - suas palavras pingavam ódio contido enquanto os olhos negros brilhavam sem calor. - Ele prefere aquela corja de sangues-ruins e seus fãs do que a pureza das raças, não está ligando se você deseja sorte a ele ou não.
Depois de alguns minutos de descida silenciosa, Severo continuou com seu tom indiferente:
-- Desista dele. Não adianta tentar consertá-lo. Ele já está irremediavelmente contaminado pela imundice de suas companhias.
Régulo não encontrou o que dizer. E nem teve tempo, pois ambos estacaram e voltaram-se para o lado ao ouvirem uma risada escandalosa. Sirius e Tiago saíam gargalhando de uma passagem ao lado, vestindo os uniformes do quadribol e seus risos morreram assim que encararam as duas figuras à frente. Régulo observou com apreensão os olhos dos grifinórios faiscarem e as mãos voarem para as capas em busca das varinhas. Três varinhas no ar e Régulo olhando de um para outro.
-- Ora, ora, ora, não te disse que ele estava se sentindo meio ignorado, Pontas?
-- É verdade, Almofadinhas. Sentiu falta das nossas brincadeiras, Seboso?
-- Não se metam comigo, seus imundos. Vocês não sabem do que sou capaz.
-- Isso me pareceu uma ameaça! - disse Tiago sorrindo de lado.
-- Uuuuuuuh, que medo - zombou Sirius se sacudindo, mas sem tirar os olhos do adversário. - E o que você pretende fazer conosco? Vai bater na gente com seu nariz? Afogar a gente no seu ranho? Fritar a gente com o óleo de seus cabelos
- UGHT! - Tiago e Sirius fizeram idênticas caras de nojo.
-- Pare com isso, Sirius - murmurou Régulo olhando com raiva para Tiago. Não se conformava em como aquele garoto se achava no direito de agir como se fosse uma parte complementar de Sirius, tentando ocupar um lugar que era, por direito, seu. Como eles ousavam agir assim diante dele? Sentiu-se afrontado. Certamente era tudo culpa daquele grifinório estúpido, que ficava envenenando a mente de seu irmão contra a própria família e as demais famílias de sangue nobre.
Só então Sirius pareceu notá-lo e lançou um olhar de desprezo a ele.
-- E quem você pensa que é pra me dizer o que fazer, Régulo?
-- Sou seu irmão! Será que eu vou ter sempre que te lembrar disso?
-- Você é meu irmão mais novo, me deve obediência. Suma daqui agora. Tenho que acertar umas contas com seu amiguinho.
-- Vocês dois pretendem azará-lo? Dois contra um? Deixe-me duelar com o seu amiguinho enquanto isso então - ele sugeriu puxando a própria varinha. Sabia que estava sendo estúpido, pois Tiago estava dois anos mais adiantado do que ele e teria maior vantagem.
-- SUMA DAQUI, RÉGULO - ordenou Sirius.
Mas antes que o outro protestasse, Severo Snape aproveitou-se da distração dos dois grifinórios e lançou uma maldição em Tiago, atirando-o com força contra a parede e fazendo-o perder o fôlego como se tivesse levado um soco brutal no estômago.
-- Desgraçado! - Sirius lançou um feitiço de desarmamento com mais força do que deveria, fazendo o outro ser arremessado contra o chão, uma vez que estava agarrado à varinha com toda sua força. O sonserino tentou contra-atacar, mas foi bloqueado por Sirius e atingido por um feitiço de Tiago que funcionou como um tapa no rosto, fazendo os cabelos sebosos encobrirem seu rosto. Sirius ia atacar novamente quando Régulo o desarmou.
-- Accio varinha!
-- Seu estúpido, o que pensa que está fazendo? - perguntou Sirius indignado enquanto Tiago levava uma rasteira de Snape por ter se distraído novamente.
-- O que está acontecendo aqui? - ouviu-se a voz de Lily esganiçada em choque e indignação.
Ela, Remo e Pedro tinham acabado de aparecer. Sirius aproximou-se de Régulo e tomou sua varinha de volta lançando-lhe um olhar feroz.
-- Discussão de família, Evans. Não se meta - rosnou ainda sem tirar os olhos do irmão.
Lily levou as mãos à cintura enquanto Tiago e Severo se levantavam, também se fuzilando com os olhos.
-- Ora essa, eu não sabia que Potter e Snape também faziam parte de sua família, Black. Remo, diga alguma coisa!
-- Você fala como se Lupin impusesse algum respeito a seus amigos, Evans - Severo Snape soltou uma risada cínica pelo nariz, Sirius e Tiago o encararam ameaçadoramente e Lily soltou uma exclamação de indignação, sendo contida por um gesto de Remo. - Aposto como ele tem medo de enfrentá-los. Sempre tão fragilzinho. Cuidado, não assoprem perto de Lupin ou ele pode se desfazer - escarneceu com fúria.
-- Saiba que nós o respeitamos muito, Seboso. Mas nós não esperamos que você entenda as implicações de uma amizade como a nossa, porque pelo que eu saiba você não tem amigos, não é mesmo? - retrucou Tiago com desdém.
Severo cerrou os punhos.
-- E ele não é nada fragilzinho como você pensa. Se você soubesse por tudo o que ele passa, tudo o que ele tem que enfrentar... - disse Sirius entre dentes.
Remo sentiu-se tomado por um pânico de proporções gigantescas. "Informações demais!" gritava sua consciência. Os olhos de Severo brilharam gélidos e Sirius arrependeu-se por ter aberto a boca, porém já estava feito. Não perdeu a pose e continuou encarando-o ferozmente.
-- E o que será que ele passa nos períodos em que some do castelo, heim? O que será que o monitorzinho esconde de tão grandioso assim?
-- Não é da sua conta, morcegão - rosnou Sirius com um olhar assassino ao sonserino.
Juntas estralaram. Remo inspirou profundamente e disse com firmeza:
-- Já basta. O Prof. Jigger vai ser informado sobre isso, Snape, Black - virou-se para os dois marotos - e Lily e eu cuidaremos de suas punições. Agora, vamos, dispersando.
Lily, apesar de chocada, pareceu muito satisfeita com a atitude de Remo. Severo ajeitou a própria capa e virou-se, parando somente para dirigir-se a Régulo em um tom baixo:
-- Quando você se tocar e resolver dar uma lição em seu irmãozinho, talvez eu possa te ajudar.
Régulo lançou outro olhar amargurado a Sirius, que o retribuiu com raiva, antes de virar-se e seguir pelo mesmo caminho do outro sonserino.
Tiago e Sirius também se puseram a andar, carrancudos, antes que Lily desatasse a ralhar com eles e foram seguidos por um Pedro maravilhado. Porém Lily estava preocupada com outra coisa.
-- Remo, você reparou no jeito que Régulo Black olhou para o irmão?
Remo franziu a testa. Eles puseram-se a caminhar rumo ao primeiro andar, pois o jogo começaria em breve.
-- Não. O que tem?
-- Não sei... mas eu o achei tão amargurado, sabe, decepcionado. Foi de cortar o coração, você tinha que ver... E seu amigo pareceu tão frio com ele que me gelou a espinha!
Remo encarou-a pelo canto dos olhos antes de comentar:
-- Sirius se preocupa muito com ele, mas demonstra isso do jeito errado. Ou melhor, não sabe demonstrar. Sirius sempre foi muito rebelde e enfrentou sua família desde pequeno, ao contrário de Régulo, que é muito influenciável. Ele é uma boa pessoa, mas foi criado com os princípios errados e adora a própria mãe. Sirius cresceu ouvindo que Régulo é um filho exemplar para os padrões dos Black, obediente, comportado, não se mistura com as raças impuras, sonserino, e isso acabou deixando Sirius meio amargurado com relação ao irmão.
-- Acho que posso entender a situação. É como Petúnia e eu, porém num grau mais preocupante, entendo... Engraçado, mas nunca tinha pensado em Black dessa maneira, como um rebelde por uma boa causa.
Remo sorriu e olhou dentro dos olhos verdes da monitora.
-- Existe muita coisa para você aprender sobre meus amigos, Lily.
Ela revirou os olhos antes de responder:
-- Bem, isso não apaga o fato de que eles estavam se enfrentando nos corredores, não é mesmo?
-- Oh, já estava demorando...
-- Como assim, Remo? - ela parou de andar e levou as mãos aos quadris. - O que você está tentando insinuar?
-- Nada não - sorriu e tocou em sua capa levemente para fazê-la continuar o caminho.
-- Humpt! Não tente me enrolar, Lupin!
Eles permaneceram em silêncio por algum tempo até que atingissem o gramado fora do castelo. Lily estava lutando contra seu impulso de perguntar a Remo sobre o que seus amigos se referiam quando discutiam com Snape. E o grifinório estava temendo que justamente isso acontecesse. Lily tinha percebido todo o pânico de Remo às palavras de Sirius e, naturalmente, sendo uma pessoa curiosa e preocupada com o bem-estar do monitor, desejava saber o que o afligira a tal ponto de tornar sua angústia tão perceptível. Enfim achou melhor mudar de assunto para não afligir Remo ainda mais:
-- No próximo fim de semana vai haver passeio a Hogsmeade, Remo. Vai ser no dia dos namorados, sabe. Frank e Alice, Marlene e Benji, acho que sobrei - resmungou Lily meio desanimada. - Será que você não poderia me acompanhar? Só para eu não ter que ficar segurando vela?
-- Sinto muito, Lily. Não vou pode... - e percebendo o que acabara de fazer, Remo corou e desviou o olhar.
Lily olhou-o com desconfiança. Agora já não tinha mais tanta força de vontade para mudar de assunto, sua curiosidade e preocupação atingiram proporções incontroláveis.
-- Por quê? Quem vai ficar doente dessa vez? - perguntou com sarcasmo.
Remo não respondeu. Recriminou-se por ter deixado isso escapar. O passeio seria durante a Lua-Cheia e Madame Pomfrey nunca permitiria que ele deixasse a enfermaria durante o dia. Baixou a cabeça.
-- Remo, quando você vai confiar em mim de verdade?
-- Como assim, Lily? - murmurou olhando os próprios sapatos enquanto ainda caminhavam e sentindo os olhos arderem. De repente toda a aflição que sentira na noite anterior voltou a embargar seu peito.
-- Não se faça de desentendido, Remo Lupin. Quem você pensa que engana com essas histórias de doença e de viagens? Você some durante uma semana inteira, depois aparece com olheiras e todo debilitado!
Remo suspirou tristemente em resposta.
-- Você não confia em mim? - a voz da garota era o mais doce e compreensiva possível, porém Remo conteve-se em encará-la nos olhos para não fraquejar, sentindo agora uma ardência na garganta além dos olhos.
-- Eu confio em você, Lily, eu... desculpe, eu não consigo... - sua voz tremeu e ele virou o rosto para limpar uma lágrima que escorreu por sua face. - Me desculpe, Lily. Quem sabe um dia eu te conte...
-- Oh, Remo, não fique assim - os olhos de Lily marejaram, ela pareceu muito arrependida de ter tocado no assunto e provocado essa reação no amigo. - Tudo bem, não vou insistir. Mas quando você precisar desabafar, eu vou estar sempre aqui pra você, ok?
Remo encarou-a com os olhos brilhantes e um fraco sorriso no rosto.
-- Obrigado - murmurou.
Lily buscou sua mão, apertando-a carinhosamente e sorriu. Remo achou que seu coração iria parar nesse momento. Desde o Baile de Inverno que ele vinha evitando tocar em Lily - não que já não evitasse tocá-la normalmente - e ela jogava todas as suas defesas para o alto num piscar de olhos, sem nem ao menos ter idéia de todo desconforto que causava com este simples ato. Concentrou-se em não corar e sorrir em agradecimento. Retirou sua mão com delicadeza da dela para poder indicar-lhe o caminho por entre os expectadores nas arquibancadas e seguiu logo atrás até encontrarem dois lugares vazios para sentarem-se. Pedro estava fora de vista, devia ter se sentando próximo do vestiário.
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N.A. A megera domada é uma peça de Shakespeare, pra quem não conhece. Quem já leu Macbeth, fique à vontade para me corrigir por qualquer coisa, porque eu só li o resumo XD Vai ter ainda alguma coisa sobre essas... hum... digamos, habilidades especiais de Lily mais para a frente. O capítulo 27 é inteirinho sobre isso, então todas as dúvidas serão esclarecidas, eu realmente espero... Próximo capítulo tem mais quadribol! Ueba!
Tete Chan achou curto? uhuahua, ok talvez tenha sido mesmo, sorry! Mas eu não me preocupo muito com tamanho dos capítulos, geralmente eles saem grandes (ou pequenos) por acidentes rsrsrs. Sim, Sirius e James se amam, e a maior prova disso é q eles vivem se esculhambando! Kissus!
MiLaChaN vc queria ter dado banho no Sirius, heim? Bem, quem não queria? O.o Pois é, a fic já está acabando... mas se vcs insistirem muito eu posso fazer uma continuação... XD Beijos!
LeNaHhH que bom que vc gostou dos efeitos sonoros! Eu amo quando o Sirius erra as palavras "trouxas". Oh, Aluiado e Almofadinhas realmente mereceram as pulgas por ficarem se esfregando na grama como cães o.O ihihihi. Eu escrevo bem? O.O aaah brigada! Bejo!
Mione Lupin hummm vamos todas dar banho no Almofadinhas! Viva! Fala a verdade, vc também gostaria de jogar batalha naval durante uma detenção né! Rsrsrs Bjão!
Nessa Reinehr Yeah, bastante Almofadinhas! Quem diria, né, James dando uma lição de moral no Sirius! rsrsrs de onde eu tiro essas idéias? Hummm ótima pergunta! Eu realmente não sei XD Quanto ao sonho da Lily, bem, fica a incógnita... será que ela vai descobrir? uhuahuahua Eu tenho que concordar com vc, Sirius ciumento é muito fofily! E aquela nuvem saindo da cabeça do Tiago foi hilária! Beijão moça!
aNiTa JOyCe BeLiCe oi moça! Vc por aki? Que emoção! Nem acredito que vc gostou, yupiii! Bem, eu sei que a Lily é do James e eu não mudaria isso jamais! Mas acho que o Remo já está apaixonado... só não está disposto a esperar o amor de Lily também! Acredito que ele seja do tipo de pessoa que fica feliz só por ver os outros felizes e ele sabe que a felicidade de Lily está ao lado de James. Bem, eu realmente espero ter esclarecido. Fiquei muito feliz com teu review! Beijasso!
Lika Malfoy caramba, eu ri muito com a sua review, vc se supera a cada vez, sabia? Principalmente com seus desmaios, quedas e "rolando de rir"! Ai, eu me divirto, Lika! Eu estava desapontada pq vc disse que não deixaria mais reviews enormes, mas que bom q não consegue eheuheuehe E agora vc ainda juntou Elbereth e os Valar pra dar maior ênfase às suas exclamações, foi? O.o beijoka, Linoca!
Já disse que amo as reviews de vocês? Eu amo, eu amo, eu amooo! Façam uma autora feliz, please! Próxima atualização: sábado.
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No próximo capítulo...
-- Oh, céus, Remo, eles vão colidir! - Lily, de olhos arregalados, levou as mãos à boca, como que para abafar as próprias palavras.
-- Tiago sabe o que faz, não se preocupe - por todos os anos que conhecia Tiago, Remo já aprendera de algum modo a confiar na habilidade do amigo, apesar de isso não impedir uma certa apreensão num momento como esse.
-- Não estou me preocupando - retrucou Lily, porém sem tirar os olhos dos garotos nem desfazer sua cara de assombro.
