Capítulo 7 - Não Se Pode Agradar Lesos e Insanos
-A barra está limpa agora? - Gina perguntava colocando a cabeça acima das águas.
-Ele se foi, deve estar na fortaleza dele. - Draco dizia - Podemos fugir daqui agora, vamos para aquela floresta.
Os dois haviam ficados submersos no mar para escaparem de Tom, que queria pegar Gina e matar Draco, ele devia ter pensado que eles usaram algum feitiço ou algo do gênero, entretanto, eles haviam perdido seus poderes dentro do livro. Enquanto nadavam em direção da praia uma voz começou a ecoar na mente de Gina. Era Hermione novamente.
"Gina! Gina! Você precisa me ouvir agora!"
-Então diga rápido! - respondeu ela.
-Eu não quero falar nada. - Draco disse olhando criticamente para ela.
-Shh! Não é com você, Draco. - Gina ficou brava - É a Mione.
-Xiiiiii, a loucura começou novamente! - disse Malfoy.
"Eu estou mantendo contato com você, este livro foi Tom Riddle quem criou no ápice de seus poderes, ele vai sugar sua vida e poderes, depois retornar com o seu corpo."
-Eu já sei disso. - os dois saíram do mar e começaram a correr nas areias em direção à floresta, que ficava ao leste da fortaleza, ainda estava um pouco distante.
"Bem, Gi, o que está nos ligando é o nosso colar da amizade, aquele que te dei no Natal passado. Você não pode perdê-lo de jeito nenhum, senão nosso contato estará partido."
-Sim, irei tomar muito cuidado, uff. - ela bufava enquanto corria incessantemente ao lado de Draco, estavam tão rápidos que já se aproximavam da floresta.
"Estou tendo um problema aqui, eu acho que já descobri a maneira de você voltar, só que preciso me certificar antes. Daqui a pouco volto a falar com você, mas prepare-se para o pior. E tome muito cuidado com o colar."
-Tudo bem. - respondeu Gina - Ela se foi, Draco.
-Era a Granger? - ele perguntou com um certo desdém.
-Ela mesma, ela está certificando a maneira da qual poderemos sair daqui. - disse - Mas só pode se comunicar por causa do nosso elo, este colar de amizade que temos.
-Então não o perca por nada. - disse Draco.
Os dois já deparavam-se com a floresta escura. Não dava nenhuma sensação agradável ver aquele lugar. Uma mulher de meia idade passava por perto dos dois, que arregalaram os olhos, ela parecia uma boa pessoa, mas podia denunciá-los a Tom.
-Crianças, vocês vão adentrar na floresta? - perguntou.
-É... Bem... É que... - Draco estava com medo de contar a verdade, ela poderia entregá-los a Riddle, e não seria nada bom.
-Tomem cuidado, dois leões fugiram do estádio, estão na floresta. - disse devagar - Agora tenho que ir, juízo.
-Ui, credo, essa mulher tinha um jeito tranqüilo que dava medo. - disse Gina.
-O que dá medo é a possibilidade de encontrarmos os leões... - disse Draco.
-Ah, vamos logo, estamos perdendo tempo. - disse a Weasley.
Os dois seguiram por dentro da estreita trilha que havia entre as árvores. Acharam melhor seguirem em silêncio, para que não chamassem atenção da fauna local. Gina ia na frente e Draco agarrava o braço dela aterrorizado. Qualquer barulhinho entre os arbustos fazia com que ele desse um salto e com que Gina desse um soco nele. Até o momento em que um barulhinho no arbusto tornou-se um problemão. Entre o verde surgira uma juba alaranjada e pêlos dourados. O rei da floresta os encarava com uma expressão faminta.
-Shh... - fez Gina para Draco que sussurrava coisas como "Ai minha mãezinha..."
O leão então saltou voraz em direção aos dois. Draco pulou para um lado e Gina para outro.
-Elevaimematarelevaimematarelevaimematar! - Draco exclamava desesperado enquanto tentava levantar daquela terra um pouco barrenta que o amarronzara levemente.
Por sua falta de silêncio o leão se interessara diretamente por Draco, que estava imóvel enquanto o animal andava em passos pesados na direção dele. Gina pegara uma grande pedra no chão e seguia atrás do leão enquanto ele encarava Draco. Gina fez a posição para atirar a pedra no leão, entretanto, ele percebera, levantando no ar e rugindo bravamente. Com o movimento empurrara Gina ao chão. O colar soltara e ela não percebera.
Draco descongelou instantaneamente, pegou outra pesada pedra no chão e atirara precisamente no leão, que rugira bravamente. Gina rolara com a sua pedra em mãos ainda, levantando mais distante do leão, em um ágil movimento, arremessando a pedra contra ele, dessa vez bem na cabeça. E não houve juba para proteger-lhe, ele desmaiou.
-Vamos, Draco. - Gina o pegou pela mão - Vamos correr daqui antes que ele acorde ou outro leão apareça!
-Eu concordo. - e os dois começaram a correr de lá, Gina nem imaginava que o colar havia caído de seu pescoço. Seu contato com Hermione estava banido.
O dia tornava-se noite rapidamente, e o pior, ainda não era hora de anoitecer, o céu que estava carregado de nuvens negras de chuva e encobria o sol.
Estavam exaustos de correr, entretanto, uma sorte rara atingira-nos. Encontraram uma cabana, protegeriam-se lá da chuvarada que estava prestes a cair.
-Nossa, essa linha horizontal foi das boas! - exclamou Draco.
-Valeu, uma cabaninha. - Gina disse sorridente olhando para cima.
Estava só no script, viu? Por mim, vocês ficavam na chuva...
-Narrador insensível. - Gina disse emburrada.
-A cabana parece abandonada. - disse Draco.
Os dois se aproximaram. Ela era bem velha, feita de barro e palha, pelo menos os protegeria da tempestade que cairia.
-Credo, isso daí tá caindo aos pedaços. Não é uma estadia suficientemente boa para um Malfoy.
-Quieto seu idiota, é melhor do que o porão do navio. - disse Gina.
-Olha o respeito, sua ruivinha esquentadinha. - disse bravo.
-Humpft, a porta está fechada. Anda, arromba a porta. - ela ordenou.
Draco deu uns passos para trás e ficara encarando a porta.
-Que você tá fazendo? - Gina perguntou impaciente.
-Pegando impulso para derrubar a porta. - disse Malfoy - É um, é dois, é três, e é... quatro, e é cinco...
-Vai logo!
-E é já! - disse correndo em direção da porta erguendo a perna direita. Seu impacto com a porta fora desastroso, tocara o pé na madeira velha, escorregara e caíra com o traseiro no chão de terra.
-Você é mais inútil do que eu pensava. - disse Gina.
-Ah é? E quem te salvou do leão? - perguntou.
-Você, e foi por sorte. - disse - Não sei se quero você ainda, muito frouxo para mim.
-O quê? - perguntou Draco "Eu não posso levar um fora agora, se conseguir sair daqui estou prestes a vencer a aposta!", dizia furiosamente a si mesmo.
-É que me preparei de mau jeito para o golpe anterior, agora derrubo a porta, você vai ver só. - disse estufando o peito.
Draco em um segundo chute, sem tanto preparo como o outro fora, abrira a porta. O lugar estava o tanto escuro e empoeirado.
-Isto daqui tá é bem ruim. - reclamou ele.
-O que você queria? Um quarto cinco estrelas? - Gina perguntou impaciente.
-Seria ótimo. - disse ele.
-Você vai me ajudar a botar isso daqui em ordem. - ela disse de seu modo mandão.
A cabaninha era bem rústica, tinha fogão de lenha, um banheiro nojento, uma cama de solteiro, arcos, armas... Devia ser uma cabana de caça. Gina correu empolgada e retirou uma lança da parede, virando em direção de Draco e apontando para ele.
-A-ha, leãozinho, venha e você vai ficar no espetinho! - disse piscando um olho para ele, que notavelmente gelou com o movimento brusco.
-Cuidado, Weasley. - ele deu um passo para trás.
-Que é isso. - Gina disse levantando a lança - Ai!
Algo passou pelos pés da garota, pelo rabo que sentiu se esfregar e o murmúrio estridente que ouviu, era um rato. Com o susto acabou se desequilibrando, caindo com a lança em direção a Draco. Uma onda vermelha caiu por cima do rapaz, os cabelos se misturaram com um forte carmesim. Sangue esvoaçara e um corte estava aberto no ombro de Malfoy.
Gina estava caída por cima dele, quando abriu os olhos a primeira coisa que viu foi a veste dele rasgada, misturada a um líquido carmim que escorria... Ela havia o ferido naquela brincadeira da lança.
-Oh, estou vendo a luz... Uma mão está vindo me puxar... - o ferido começara a murmurar.
Ela pulara de cima dele e ajoelhara ao seu lado. Ele estava morrendo? Estava fazendo a passagem? Que luz era aquela que via? E que mão?
-Me desculpa, eu fui idiota... - Gina começava a choramingar - Eu vou cuidar de você... Vou te botar na cama...
-Oh, sua Weasley idiota, você me assassinou... Eu estou indo para o paraíso...
-Paraíso? Pára de drama Malfoy, o último lugar para o qual você iria é o paraíso, você é mó capeta! - dizia irritada.
-Deus irá te castigar por dizer isto de tal homem santo, que sou eu. - Malfoy tinha os olhos sem foco.
-Santo? Minha nossa, você está ardendo em febre. - colocara a mão em sua testa - Delirando! Você está delirando Malfoy.
Gina colocou o rosto por cima de Draco e encarara profundamente seus olhos cor de prata. Ele estava com a testa suada.
-Eu morri e estou no céu? Estou vendo uma anja bem em minha frente. - dizia.
-Essa não, clichês de delírio! - Gina disse preocupada.
-Oh, me leve para a mamã... - dizia ainda mais fraco e com um tom de manha.
Tudo apagara em sua visão.
Acordou com uma gota d'água caindo-lhe no ombro esquerdo. Seu ombro tinha um grande curativo de gaze, esparadrapo e remendos. Gina estava ajoelhada ao chão colocando um balde onde caía uma goteira. A chuva fazia um forte barulho lá fora.
-Está caindo uma goteira em mim. - Draco disse com tom de desprezo.
-O quê? - Gina virou a cabeça para direção dele. Era notável que ela estava chorando há pouco tempo atrás, seus olhos estavam vermelhos e trêmulos.
-O que aconteceu? Por que você está assim? - perguntou sério.
-Eu perdi... o colar... da amizade... - disse começando a chorar novamente - Agora... nós nunca mais vamos sair daqui!
-Você é realmente muito burra! - Malfoy levantou, quase gritando, entretanto, uma pontada em seu ombro fez com que ele caísse de joelhos atrás de Gina.
Sua cabeça apoiou-se no ombro dela. Por incrível que pareça ele estava sentindo a tristeza dela, verdadeiramente. O sentimento melancólico fluía de um para o outro, e Draco agora entendia. Ele não via mais importância em apostas, ele percebera que era por ela que realmente deveria lutar, e que precisava dela, que tocá-la era realmente bom. Não podia negar, jamais, que ela era muito linda.
-Me desculpe. - disse virando o rosto dela para sua direção.
E seus lábios se juntaram. Dessa vez era diferente, havia mais sentimento naquele ato. Da outra vez não havia tanto, mas agora era verdadeiro. Aquele havia sido o melhor beijo que Draco Malfoy experimentara, e, com certeza, o melhor para Gina Weasley. À partir de então perceberam que um era feito para o outro, mesmo com suas diferenças. Gina amava Draco, por mais esquelético que ele fosse. Draco amava Gina, por mais sem seios que ela fosse...
-Você é realmente um idiota! - Gina disse se separando do beijo e olhando para cima - Tinha que estragar uma cena dessas? Insensível.
-Não ligue para ele. - disse Draco - No fundo ele está certo.
-Você também é um... bobão! - ela disse levantando-se - Vou dormir um pouco na cama, e você que durma no chão.
-Eu não! - disse Draco - Nós vamos ter que dormir juntos.
-Olha lá, hein! Sem perversão. - disse ela.
-Estou cansado demais para perversões. - ele disse sem muito pensar - Eu deito nos pés e você na cabeceira.
-Tudo bem, contanto que você não me toque. - disse seriamente.
"Se eu dormir no lado direito dos pés não vai ter goteira, he he!"
Após muitas horas de sono os dois estavam despertos.
-Estou com fome. - dizia Gina.
-Vou procurar por algo que possamos comer. - disse Draco.
Rapidamente caminhara até a porta e abrira-na, o sol nascia fracamente lá fora, o céu era meio alaranjado e rosado. As árvores reluziam de maneira bela em suas folhas.
-Leve uma lança. - disse Gina, pegando na parede e entregando para ele.
-Tudo bem. - disse ele - Acho que tem lenha no fundo da casa, você busca, porque estou com o ombro doendo para pegar peso.
-Sabe, até que você está fazendo bem menos drama do que quando se feria em Hogwarts. - disse Gina.
-E de que "drama" vai adiantar aqui? - perguntou Draco - Não vai nos tirar deste livro.
-Você está diferente. - ela disse saindo e caminhando para o fundo da casa.
Draco não sabia por onde começar a procurar por comida, nem o que poderiam comer... Algo dizia que devia ir para os fundos da casa atrás de Gina.
Ela havia achado as lenhas já cortadas e colhia. Seus olhos arregalaram-se, como se um raio passasse diante deles e dissesse que o pior estava por vir.
-CUIDADO! - ouviu a voz de Draco se aproximar.
Tudo fora muito rápido. O corpo dele já estava caído por cima do seu, ele gemia, desta vez acontecera algo grave.
-Ele está aqui... - Draco sussurrou.
Sua mão direita caíra ao lado dela, o mesmo líquido carmesim que ela bloqueara com os esparadrapos estava escorrendo pelo braço de Malfoy. Desta vez era em outro lugar que havia um ferimento que sangrava, Gina sentia o líquido quente escorrer em suas costas enquanto Draco a abraçava para a proteger por sobre a grama.
-Não pode acabar assim... - ela sussurrou tristemente.
Minha nossa! As coisas estão realmente sérias agora. O que acontecerá a estes dois agora? Não percam o emocionante reencontro com Tom Riddle no próximo capítulo de Sem Querer Querendo!
N.A: Desculpem pela demora. Este capítulo acabou ficando meio sério, mas é que a história está num ponto do qual não estou conseguindo fazer muita comédia. Mas toda boa comédia tem um momento em que as coisas ficam sérias... Não sei se isso é verdade mas estou procurando um argumento para me defender xD
Mandem REVIEEEEEEEWSSSSSS! Please, please, please?
