Capítulo II
Começou a trabalhar no dia seguinte e percebeu que ainda não estava no lugar que queria, afinal almejava ser muito mais do que uma simples secretária. Atendia todos com simpatia e fazia tudo o que o chefe mandava, talvez assim, pudesse subir na empresa. Gostava de todos no escritório, a única pessoa desagradável era a chefe das secretárias, uma mulher baixa e gorda, de cabelos castanhos presos em um coque muito bem feito e que vestia roupas sem graça, na maioria das vezes era roupas largas e pretas. Obrigava as funcionárias a se vestirem iguais a ela e a chegarem muito cedo, quem ousasse chegar um minuto a mais do que o determinado corria sério perigo de ser demitida.
Ginny obedecia à mulher, sem pestanejar, mas com o passar dos meses foi percebendo que a Sra. Mason (era esse o nome dela) estava com o único objetivo de fazer as outras secretárias continuarem naquele cargo, sem opção de promoção. Ao pensar nisso, sentiu ódio daquela megera, ela estava muito enganada se pensava que podia fazer isso.
Certa manhã, cansada de vestir roupas escuras (que por sina faziam muito calor), de usar um penteado que nem sua mãe usaria e de não poder colocar nem um pouco de batom, vestiu-se do jeito que sempre fazia. Com suas roupas normais, com o cabelo solto e sua maquiagem discreta. E que viesse a Megera-Mason, enche-la, não tinha medo.
Quando chegou no escritório, as demais secretárias a olharam com admiração. Pareciam inveja-la por tamanha coragem, mas ao mesmo tempo pareciam lamentar.
Sentou-se em sua cadeira como fazia todos os dias e começou a trabalhar. Cinco minutos depois, ouviu um trovão perto do seu ouvido. Logo constatou que era apenas a Sra.Mason.
"Srta.Weasley!"
"Pois não, Sra.Mason?"- disse Ginny calma.
"O que significa isso?"
"O quê?"
"Essa roupa? E esse cabelo?"
"Ah, meus trajes normais."
"Srta. Weasley, venha já para a minha sala."
Ginny seguiu a mulher como se nada estivesse acontecendo.
"Como ousa desobedecer a uma ordem minha?"
"Com todo respeito, mas eu não estou desobedecendo ordens. Minhas roupas não estão curtas, nem sujas e muito menos rasgadas e pelo que lembro é isso que diz o regulamento da empresa. Sobre meu cabelo e minha maquiagem, não diz respeito a Sra. e nem a ninguém, já que as regras não falam sobre isso. Agora com licença, Sra. Mason, tenho muito mais o que fazer."
E saiu sem deixar a mulher falar mais nada. Desde aquele dia começou a ser respeitada por todos, menos pela Sra.Mason que nunca perdia a oportunidade de colocar defeitos em Ginevra.
Já estava trabalhando no Escritório há cinco meses quando o chefe pediu a sua ajuda para resolucionar um caso. Sabia um pouco de direito, porque sempre estudava quando sobrava algum tempo. Pediu ao Sr.Lansten para estudar o caso ao que o homem concordou.
Quando chegou em casa, jantou e brincou com James até o menino adormecer. Depois foi para o seu quarto e estudou o caso durante toda a noite, só indo dormir quando já estava perto da hora de acordar. Não se importava com o sono, mas sim com o fato de que daquilo dependia seu futuro.
No dia seguinte, foi para o escritório o mais cedo que o seu cansaço agüentou e entregou o seu "parecer" sobre o caso. O chefe olhou com cuidado tudo o que Ginny tinha escrito e minutos depois a mandou voltar para a sua mesa.
No fim do dia, quando estava quase desistindo de receber alguma resposta, foi chamada pelo chefe. Entrou na sala e sentou-se na cadeira que o homem lhe indicava.
"Srta. Weasley, eu a chamei até aqui para informar-lhe que não será mais minha secretária."
Então tudo deu errado? Ia ser demitida?
"Por que? Por acaso eu cometi algum engano com a resolução daquele caso?"- disse aflita, mas tentando parecer calma.
"Não. O motivo de a Srta. não ser mais minha secretária é que agora será minha assistente."
Ginny continuou calada, não conseguia falar nada.
"Eu pedi que analisasse aquele caso, porque percebi o seu interesse em subir na empresa e eu admiro o seu esforço, por isso, acho que já chegou a hora de assumir uma posição que esteja quase no nível da sua dedicação."
Estava tão emocionada que não conseguia agradecer.
"E não agradeça. É merecido. Agora vá, pegue suas coisas e amanhã de manhã, instale-se na sala ao lado."
Saiu do escritório sem acreditar. Como era possível? Parecia muito um sonho tudo aquilo.
Foi para casa e contou a novidade à família que ao receber a notícia ficaram muito felizes. Sabiam o quanto a moça estava se esforçando.
No outro dia chegou cedo e arrumou as suas (poucas) coisas na sala. Recebeu a visita das secretárias que eram suas amigas, todos a parabenizavam, menos a Sra.Mason, que parecia odiá-la cada vez mais.
A partir desse dia tornou-se o braço direito do chefe. Todos os casos eram solucionados por ela, que apesar de não ter o curso de Direito, era uma excelente "advogada". Com o passar do tempo foi juntando dinheiro e com a ajuda de Brian (que era o seu chefe) conseguiu passar na faculdade de Direito, entrou logo no segundo ano, devido aos seus conhecimentos e, claro, a influência do chefe no meio jurídico.
Estava perto de realizar seu plano. Tão perto que nem mesmo ela acreditaria.
O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O.
(N.A: aqui faz 5 anos que o Draco deixou a Ginny na Igreja)
Draco considerava sua vida acabada. Apesar de só ter 25 anos.
Muitas vezes quis se matar tamanho era o arrependimento que sentia, mas era covarde o bastante para realizar tal "proeza".
Quando voltava para casa e via o rosto da esposa, odiava-se por sempre ter obedecido às ordens dos pais. Não havia esperanças de ter algum sentimento por Milla, a mulher era frívola demais, só falava em jóias e jóias. Não conseguia acreditar como foi capaz de escolhe-la ao invés de Ginny.
Pensava em Ginny e no seu filho. Os dois estariam vivos? O filho, sempre quis ter um filho e claro que sabia que tinha um com Ginny, mas não podia vê-lo, se é que ele estava vivo. Pensou que poderia esquecer o filho da mulher que amava, quando Milla tivesse o seu filho, mas esta nem mesmo estava grávida, fora tudo um golpe para ele casar-se com ela. Um golpe tão velho, mas tão eficaz. Realmente era um idiota.
Nada podia fazer quanto à sua idiotice. A única alternativa era arrepender-se, até quem sabe um dia, morrer. (N.a: Oia o drama...hahahahahha)
O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O.
Olhava um processo particularmente difícil. Procurou quem seria o advogado da defesa (sempre fazia isso para saber quais as chances que tinha de ganhar a causa) e gelou quando viu o nome Draco Malfoy.
Sabia que um dia o enfrentaria, claro que seria nos tribunais, para uma causa totalmente diferente da deles, mas mesmo assim não podia. Podia? Claro que não podia! Ver Draco depois de exatos oito anos. Não era mais a Ginny, agora era Ginevra, a advogada quase sem coração, que não se preocupava em arrasar os adversários, aquela que ainda não perdera nenhuma causa desde a primeira vez que pisou naquela sala.
O pior de tudo isso era saber que Draco Malfoy não acreditaria quando visse seu nome no processo. Iria atrás dela. E ela não sabia se estava pronta para encara-lo.
O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O.
Olhou o processo que estava em suas mãos. Com certeza já estava ganho. Mais fácil do que aquilo não existia. Encostou-se confortavelmente na cadeira e passando os olhos rapidamente pelo processo viu o nome Ginevra, rapidamente colocou o processo bem em frente aos seus olhos e olhou mais uma vez e constatou que não foi alucinação, realmente era o nome dela...o nome inteiro, não podia ser verdade. Ou podia? Ginny tornara-se advogada? Teria que comprovar.
Chamou a secretária e pediu que esta descobrisse onde a Srta.Weasley trabalhava. Dez minutos depois, a moça voltou com o número do telefone e Draco ligou para a mulher. A cada segundo de espera, seu coração batia mais rápido.Temia que se abrisse muito a boca o coração sairia por ela.
Depois do que pareceram séculos uma mulher atendeu:
"Lansten e Richardson Associados, Boa Tarde."- não era a voz de Ginny.
"Boa Tarde, por gentileza, a Srta. Weasley está?"
"Sim, senhor. Quem deseja falar?"
"Zabine, Blaise Zabine."- mentiu, sabia que Ginny nunca atenderia se soubesse quem realmente era.
"Vou passar a ligação."
Minutos depois a voz de Ginny foi ouvida.
"Boa Tarde. O que deseja, Sr. Zabine?"
Ficou calado alguns instantes. Estava muito emocionado para tentar falar alguma coisa.
"Sr.Zabine? o que deseja?"
"Ah, Ginny, não é o Blaise. Aqui é Draco Malfoy, como vai?"
Foi a vez da mulher se calar.
"Ginny, você está aí?"
"Sim, Sr. Malfoy, mas creio que o Sr. está atrasado oito anos. Passar bem."- e sem esperar resposta de Draco, desligou o telefone.
Sim, sabia que era muita cara-de-pau telefonar assim.
Mas não desistiria tão fácil.
Agora que descobrira Ginny, iria falar com ela.
Pessoalmente.
Chamou a secretária e disse:
"Por favor, arranje-me o endereço desse escritório Lansten e Richardson Associados. O mais rápido possível."
O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O.O. O
Nota da Autora: Oie! Bem, espero que tenham gostado...As reviews eu responderei próximo capitulo, ok? Mandem reviews com os emailzinhos de vcs...ta? Beijocas! E COMENTEM, PLEASE!
Manu Black
