Capítulo 5 – Ira

i.ra sf Paixão que nos incita contra alguém; cólera, raiva, ódio, fúria.

"-Me deixa sair – gritava Virgínia, ela estava nos aposentos do monitor-chefe, a porta estava trancada com algum feitiço não conhecido por ela, exatamente do lado oposto estava Draco, sentado tranqüilamente na poltrona.

- Só quando você responder à minha pergunta- ela sabia a pergunta, também sabia a resposta, mas seus olhos expressavam ira, seu rosto estava mais vermelho que seus cabelos.

- Está bem. – Draco até se assustou, viu a ruiva se aproximar – EU – beijou carinhosamente as bochechas do rapaz – TE – seus lábios estavam bem próximos – ODEIO! – e nisso deu uma joelhada nas... partes do rapaz.

- Ai! Você enlouqueceu garota! Oh, será que existe algum feitiço para não doer tanto? Ai! Você vai ver...este ano vai ser o pior ano da sua vida, Weasel. – mas Virgínia não mais se encontrava no quarto, saíra sabe-se lá como, mas saiu."

Virgínia se lembrava daquele dia, quando decidiu terminar com Malfoy. Ela não agüentava mais as atitudes dele; namorar escondido, implicar com O trio, azarar qualquer um, o jeito esnobe dele.

- Mas por que ele é assim? Comigo ele é, ERA gentil, carinhoso...e com os outros ele era,É! Um perfeito...MALFOY.

Decidiu, iria esquecê-lo. Seria difícil, claro, mas ela tentaria, nem que fizesse isso.

- Ficando com outro garoto! Como que eu não pensei em algo tão óbvio? Mas...quem?

Nesse instante um certo garoto de cabelos negros e olhos verdes apareceu. Bingo. Seria ele o escolhido.

- Ei Harry! Beleza?

- Beleza Gina...er... - Harry parecia nervoso.

- Algum problema? É sobre o time de quadribol?

- Não, não, nenhum problema...acho que vou indo...

- Harry o que está acontecendo? – Gina segurava Harry pelo pulso. O garoto voltou-se para ela.

- Vocêquerirahogsmeadecomigo? – o garoto disse em um só fôlego.

- Claro, por que não? Mas... você não estava com aquela garota do 5º ano? – a moça sorria.

- Ufa, ainda bem que você aceitou, você não é exatamente fácil de se convencer,sabe.

Ah... eu já terminei com ela a algum tempo... não iria dar certo.

- Então tá.Às 9 na porta principal?

- Certo, tudo por minha conta, héin! Tchau Gin! – e Harry saiu do Salão Comunal, deixando Gina com seus pensamentos.

"Viu Gina! Não foi TÃO difícil. Eu vou me empenhar em esquecer aquelezinho, é isso, eu vou ficar com o Harry, afinal, eu gostava dele, não gostava? Sem contar que ele é um ótimo amigo, é bonito,gentil...mas esse é o problema, ele é ótimo demais...como AMIGO. "

- Draquinho! Te achei! – Draco entrou em choque ao ouvir aquela voz, será possível que a garota não se tocava?

- Ai, faça-me um favor Pansy – disse ele sem nem se virar.

- Qualquer um.

- Me deixe em PAZ! Eu não posso nem fazer a minha ronda sem você encher?

- Mas Draquinho...ninguém vai se importar se nós...

- Garota, você não tem orgulho próprio?

- Hum – ela "pensou" um pouco – não.

- Imaginei...volte para seu dormitório ou leva detenção.

- Se você cuidar da minha detenção...

- Com a Granger.

- Humph.

- Agora vá, e me esqueça, eu não te quero, entende porra! – a garota saiu rumo às masmorras, ela podia ser meio fácil, mas nem por isso seria humilhada. Em sua mente pairava uma só palavra: VINGANÇA. Ela iria descobrir o que estava acontecendo.

Clap.Clap.Clap.

Som de palmas solitárias.

- Quem está aí? Pirraça?

- Com medo, Malfoy?

- Virgínia.

- Vejo que não me superou ainda.

- Haha – ele riu sem emoção – Se é o que acha.

- Dispensando a cadelinha, não? – ela se aproximava.

- O que você está fazendo acordada à essa hora andando pelo castelo?

- Não que lhe interesse, mas eu fui à cozinha.

- Pelo visto você não se contenta só com as refeições diárias...acho que amanhã nós vamos ficar sem o "café"... – ele disse como se estivesse constatando que o céu é azul.

- Espirituoso como sempre.

- Irônica como há pouco tempo... – ele a encurralou contra a fria parede de pedra.

- Pois é... se arrependimento matasse...

- Nós seríamos as únicas pessoas vivas no mundo.

- Oh, o que é isso? Sessão de frases clichê?

- Se assim você quer.

- Faz-me rir.

- "Nós não podemos realmente amar alguém com quem nós não possamos rir."

- Você não me ama, você nem sabe o que é amar.

- "Você só saberá o real significado do amor quando você se apaixonar."

- Seria idiota de sua parte se apaixonar por mim.

- "Quando se trata de amor, até os mais inteligentes são estúpidos."

- E mesmo assim, também tem o seu maldito orgulho.

- "É melhor perder seu orgulho à alguém que ama, do que perder seu amado ao inútil orgulho."

- E por último, eu te odeio!

- "O amor acende mais fogueiras do que o ódio pode extinguir." E eu sei que isso não é verdade – e em um movimento rápido ele a beijou, um beijo forte, onde ambas as partes sentiam a necessidade que tinham pelo beijo do outro, foi bem melhor do que as outras vezes...bem que dizem que o proibido é mais gostoso...

- Idiota! Me larga!

- Não Virgínia. Não dá pra entender? Eu sinto essa coisa estranha dentro de mim, e na minha cabeça eu me vejo te beijando e eu lembro do seu perfume... o que você fez comigo! Por que você fez isso!

- Eu sei o nome disso, eu sinto isso, mas eu vou esquecer, assim como espero que você o faça...

- Ah é... você sente isso pelo Pottinho, né?

- Não idiota, não é por ele, infelizmente é por você. Mas se ficar com o "Pottinho" significar te esquecer, é o que pretendo fazer. – E Virgínia saiu rumo à torre da Grifinória, enquanto Draco foi para as masmorras, mal sabiam eles que olhos verdes haviam presenciado àquela discussão.


"Gina, é difícil pra mim admitir isso, chega a ser até humilhante, mas... eu vi, eu sei... eu vi você e o Malfoy se beijando, eu vi vocês discutindo e...um ama o outro! Você faz a mínima idéia de como estou me sentindo? Do baque que isso foi pra mim? Héin? Saber que a garota que você ama na verdade ama o seu pior inimigo... dói. Dói aqui no peito, me sufoca. E para completar eu descubro que você está me usando... e o motivo! O motivo! Esquecer aquele filho-da... por que, Virgínia?

Pois bem. Não vou terminar com você, te amo muito para fazer isso, mas... é difícil. Não pense que vou esquecer – não vou – ou passar por cima disso. Prefiro ficar lúcido, e saber, que mesmo você estando comigo, você O ama. Não vou me enganar e acreditar que você é minha, nem que um dia será, bom, quem sabe um dia, né? Mas enquanto esse dia não chegar, tudo o que posso fazer é aceitar... e esperar. Aceitar esse sentimento, aceitar que eu não tenho o lugar que quero em seu coração; e esperar, esperar que um dia o sentimento, quem sabe, passe a ser por mim.

Sempre seu,

Harry."

- Não, eu não posso mandar isso pra ela... mas por que então eu simplesmente não falo com ela? Não... afinal, ela não disse que ia esquecê-lo? Esquecê-lo comigo...mas se esse é o preço, qual o problema? Tudo bem que eu iria viver uma falsa realidade, mas... e se eu fizer ela realmente gostar de mim? Ela já gostou de mim antes, não é mesmo? Talvez caiba a mim fazê-la minha, é isso... ela vai se apaixonar por mim... e se não, bem, melhor com ela do que sem.