Capitulo III - Amizades são amizades... negócios a parte?

No fim da primeira semana, os garotos e os adultos já podiam se considerar bons amigos.

Camus e Milo já haviam se adaptado ao ritmo de trabalho um do outro e eram uma boa equipe. Já se sentiam a vontade para reclamar quando algo saía errado e até riam bastante juntos. Milo estava sempre fazendo brincadeiras para descontrair e o francês nem se importava mais, já o achava divertido.

Hyoga ia várias vezes buscar Shun para jogar vídeo-game no hotel, para nadar ou para passear.

Milo nem se espantava quando chegava do trabalho e via Shun brincando com o russo. Apenas dizia:

- Hyoga, seu pai deve estar te esperando.

- Ah... eu estou indo então.

- Vou levá-lo, é tarde para andar sozinho.

- Eu sei me virar.

Então Shun sorria e dizia:

- Hyoga, deixe eu e meu tio levarmos você!

E o loiro nunca conseguia negar.

oOo

Era uma sexta-feira. A primeira parte do projeto seria apresentada na segunda-feira.

Já era tarde e Camus ainda achava defeitos em todo seu plano. Milo estava sentado na mesa ao lado, com os pés sobre ela.

- Você quer ajuda, Camus?

- Não preciso.

- Somos uma dupla, você sabe.

- Sei, Milo.

- Tem certeza de que não há nada que eu deva fazer?

- Non.

- Então tá certo.

- Milo...

- O que?

- Tira os pés de cima da mesa! Você parece criança...

Milo se sentou normalmente na cadeira, com a melhor postura possível.

- Pronto. E agora, posso ajudar?

- Non.

- Camus, hoje é sexta-feira.

- Eu sei disso.

- Que tal um happy hour depois do serviço?

Camus parou de desenhar e encarou o grego.

- Está me chamando para sair?

- Não... bem... sim. – respondeu levemente encabulado pelo jeito que Camus fizera a pergunta. – É sexta-feira! Você não gosta de se divertir um pouco?

Camus voltou a desenhar, mantendo seu ar sério.

- Tenho que continuar a dar os detalhes finais ao trabalho e vou fazer isso em casa. A apresentação é na segunda.

- Eu não me esqueci. Bem, então vamos lá em casa, pedimos umas pizzas e continuamos o trabalho lá.

- Não posso deixar o Hyoga sozinho no hotel até tarde.

- E você acha mesmo que ele está lá? – perguntou Milo, rindo.

- Certo, certo. Você venceu.

- Quer dizer que finalmente vai conhecer minha humilde casa?

- Oui Milo. Agora fique quieto que preciso terminar isso aqui!

oOo

Shun e Hyoga estavam assistindo um filme de terror.

- Hey Shun, tem certeza de que vai dormir essa noite?

Shun cruzou os braços e olhou sério para o amigo.

- Vou dormir melhor do que você Hyoga. – olhou para o pacote vazio. – Quer mais pipoca?

- Hun... quero!

- Ok, pausa aí o filme que eu vou fazer mais.

Hyoga assentiu com a cabeça e ficou olhando o amigo ir até a cozinha.

"Vou dormir melhor do que você, Hyoga.", pensou nas palavras de Shun e se deu conta de que realmente não estava tendo noites bem dormidas. Os sonhos que ele tinha com Shun eram cada vez mais freqüentes e o faziam acordar e custar a dormir de novo. "Que tipo de sentimento é esse que tenho por você, Shun?".

Shun estava voltando com a pipoca quando a porta se abriu.

- Hn... eu não disse Camus? Esses dois são inseparáveis!

- Papai? – Hyoga olhou para trás, vendo Milo e Camus na porta.

- Isso já era hora de você estar no hotel, Hyoga.

- É que o filme estava quase acabando, senhor Camus, ele já ia... – disse Shun.

Milo fechou a porta e pegou a valise da mão de Camus.

- Vou deixar isso no escritório. – sorriu. – Sente-se e fique a vontade amigo.

Camus se sentou ao lado do sobrinho e de Shun. Os garotos voltaram a assistir o filme.

- Filme de terror? Vocês não tinham nada mais construtivo para --

- Hey! Esse filme é ótimo! – exclamou Milo ao voltar para a sala. – Eu vou pedir as pizzas.

Enquanto esperavam as pizzas, Camus e Milo ficaram terminando o serviço no escritório e Hyoga e Shun terminaram de ver o filme.

Comeram as pizzas entre conversas animadas, ao som de um rock antigo que tocava no rádio da sala.

- Só quem inventou a pizza poderia fazê-la tão bem. – comentou Milo rindo.

- Bom, nós já terminamos. – disse Shun. – Vem Hyoga, vou te mostrar minha coleção de mangás.

- Ah, é verdade! Vamos!

Os dois saíram da sala.

- Mas eles já não tiveram tempo para isso? – reclamou Camus.

- Relaxe amigo! Ainda está cedo. Esquecemos de alguma coisa para o projeto?

- Non. Está quase tudo certo.

- Ah... – Milo se esparramou no sofá, colocando os braços atrás da cabeça. – Fico aliviado em saber disso.

- Eu também.

- Camus... você nunca se envolveu seriamente com alguém?

- O quê?

- Namorar sério, eu quero dizer.

- Ah... – Camus desviou o olhar. – Sim, mas faz tempo.

Ele não parecia querer falar no assunto.

- Às vezes eu acho que o Shun precisa de uma presença feminina sabe? Faz muito tempo desde a Ayumi e eu sei que não sou a melhor pessoa nesse mundo para cuidar dele. Mas... eu gosto de me divertir, acho que não estou pronto para me prender a alguém. – riu.

- Também acho que Hyoga precisa de uma mãe. Mas ele nunca esqueceu a mãe dele. Talvez rejeitasse outra mulher. Então decidi tentar conciliar as coisas, dedicando meu tempo ao trabalho e a ele. Hyoga é realmente como um filho para mim.

Milo sorriu.

- Acho que fomos destinados a ser eternos solteirões, meu caro amigo.

Se entreolharam e sorriram.

"As coisas estão indo longe demais.", pensou Camus.

oOo

Continua...

Kitsune Lina: Obrigada por me alertar a respeito das idades dos personagens! A verdade é que non me atentei muito para isso, a preguiça de rever a biografia deles foi maior! Rs Muito obrigada pelas reviews! E eu também queria o Milo para mim, mas fazer o que, se o sorvetão o faz feliz, eu perdôo! Hehe Beijos!

A eficiência baixou aqui! Em breve capitulo 4 on! (a fic tem 7 capítulos) Até mais!