We wish...
Por Ferfa.

;disclaimer: Harry Potter não pertence a mim, pro meu azar.
;spoilers: primeiro ao quinto livro.
;shipper: Harry Potter e Draco Malfoy.
;classificação: K+
;avisos: pós-Hogwarts e slash
;capítulos: 01 e 02
;sinopse: É Natal, mas Harry e Draco estão brigados. O filhinho deles, Niue, não consegue entender isso e, como último recurso, resolve pedir para o Papai Noel uma ajuda.

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Capítulo 02 – Para Papai Noel.

Nada mais deprimente do que ter trinta anos e receber a visita da mãe na anti-véspera do Natal. Claro, isso não seria tão ruim se ela não tivesse vindo ver "como andava seu bebezinho".

"Foi uma grande briga, não foi Draco?", perguntou Narcisa, dramática, parecendo estar à beira das lágrimas.

"Foi, mamãe", confirmou o homem, entediado.

"Não... não tem mais volta?".

"Não sei mamãe".

"E... Como Niue está enfrentando tudo isso?".

Foi o cúmulo.

"Está tudo ótimo, mamãe!", retrucou Draco, frio, querendo jogar o vaso que a mãe acabara de lhe dar na cabeça dela. "Niue está ótimo e eu também. E acho que agora é hora da senhora ir".

Antes que Narcisa pudesse reclamar do tratamento, ele a enxotou para fora de casa, batendo a porta ao voltar para sala. Como se ele precisasse de tudo aquilo.

Niue logo voltou para a sala.

"Pai?".

"O quê?".

O menino foi até ele, com um pergaminho e pena na mão.

"Me ensina a escrever?".

Draco só conseguiu rir, passando as mãos pelo cabelo loiro do filho. Niue tinha cada idéia...

"Você não acha que é muito novo para aprender?", retrucou Draco, sorrindo.

"Não!", respondeu Niue, decidido.

"Bom", o loiro suspirou. "Mas por que você quer aprender a escrever assim, tão de repente?".

"Para escrever uma carta ao Papai Noel!", explicou o menino inflando o peito de orgulho.

Aquilo só podia ser alguma idéia idiota do Potter. Não bastava aquele imbecil estar ensinando tradições trouxas a um garoto que respirava bruxaria. 'Seja paciente, Draco', disse para si mesmo.

"Eu posso escrever para você".

"Não!", respondeu Niue imediatamente, recuando alguns passos. "É um segredo, pai". E saiu correndo escada à cima.

Draco apenas deu de ombros.

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Ele acordou incrivelmente cedo no outro dia, ouvindo muito barulho no quarto de hotel que ele estava hospedado.

"Sr. Potter!", exclamou um elfo-doméstico, de nariz pontudo e colorido, parado na porta do quarto. "Perdoar, meu senhor. Perdoe Cook, Cook não quis acordar seu senhor! Cook só queria fazer o que o mestrezinho mandar! Cook mal! Cook quebrar seu nariz!". O elfo tinha se jogado de joelhos no chão.

Harry, que ainda mal acordara, não conseguiu entender quase nada do que estava acontecendo ali. Aliás, estava um pouco mais tonto do que o normal porque, novamente, tivera um sonho que não fora do seu total agrado.

"Aquilo era o absurdo mais delicioso que ele já tinha provado. Estar ali, no seu quarto, deitado em cima de Draco Malfoy e beijando-o com todo seu desejo enquanto a Ordem da Fênix comemorava lá embaixo era tudo o que ele pedira na vida.

Sentia o coração disparado. Sentia-se mais feliz do que conseguia se lembrar. Como ele fora tão burro a ponto de não perceber que estava completamente apaixonado?

E... Não fazia pouco tempo. Lembranças voltavam, enquanto o beijo se intensificava cada vez mais. A vergonha de ter visto, sem querer, Draco nu naquele mesmo quarto, há alguns meses, se trocando. A falta de ar que lhe ocorrera de repente, quando vira Draco perfeitamente arrumado para um jantar no Ministério. Os sorrisos que surgiam se pedir licença quando o loiro estava irritado.

Tudo ali denunciava isso.

Deus.

Será que ninguém tinha percebido?

'Harry, me conte o que está acontecendo. Você anda estranho', veio a voz de Hermione na cabeça dele. Num tom de alguém que sabia demais. Será que ela...?

Como podia, sem nem ele mesmo sabia, até aquele momento?

'Harry...', murmurou Draco, sem ar, quando eles se separaram. O que, realmente, foi ruim.

'Shhh', retrucou o moreno. Por um momento, eles se olharam nos olhos.

Como Harry amava aqueles olhos. Como Harry amava, desejava, precisava de daquele Sonserino rabugento e sem humor.

'Harry, sabe que isso não é certo...', insistiu Draco.

'Eu não me importo', retrucou Harry, descendo para o pescoço de Draco.

Aquela era a melhor coisa que poderia estar fazendo na vida".

"Sr. Potter?".

"Eu... Ahn... Hum, Cook!", Harry afastou seus pensamentos à força. "Cook não! Não faça isso!". O elfo tinha pegado um livro especialmente pesado de Harry e começado a bater em sua própria cabeça. "Eu não me zanguei com você, ok? Agora... Pare com isso!", disse, mais severo.

O elfo fez um reverência.

"Perdões, senhor. Cook estúpido, Cook terrivelmente estúpido. Cook só quer entregar encomenda do mestrezinho".

"Do Niue?", espantou-se Harry. O elfo concordou. "O que é?".

"Uma carta. Para o Papai Noel", explicou Cook, estendendo um pergaminho para Harry. "Como Cook não saber onde encontrar Papai Noel, veio até Sr. Potter. Cook se lembrar de ver senhor Potter de Papai Noel no ano passado. Cook escrever o que mestrezinho mandou!".

E, dizendo isso, sumiu.

Fora a coisa mais estranha que Harry já tinha ouvido.

Logicamente, a idéia de ter um elfo-doméstico fora de Draco. Mas Harry não podia negar que Cook era realmente muito útil e prestativo, apesar de continuar tendo os exageros da sua espécie.

Ele olhou com interesse a carta no seu colo.

"Para Papai Noel", dizia no envelope, numa letra tão ruim que o homem mal conseguiu entender.

"Cook escrever o que mestrezinho mandou!", lembrou a mente dele. Harry sorriu. Não sabia das habilidades literárias de Cook.

Abriu rapidamente o envelope, tirando de lá um pergaminho pequeno. A letra continuava ruim, mas, do pouco que entendera do elfo-domético, fora Niue que lhe pedira para escrever aquilo. Deveria ser alguma coisa importante.

"Papai Noel,

Não sei onde o senhor vive nem quem o senhor é, mas papai me disse que o senhor é o bom velhinho e sempre dá presentes para os trouxas. Eu não sou trouxa, mas queria pedir um presente também.

Na verdade, é sobre meus papais. Eu tenho dois papais: o pai e o papai. Eles se gostam muito e pai disse que eles gostam de mim também. Só que papai não está mais em casa faz tempo e eu acho que isso tem alguma coisa a ver com a história de que os dois são idiotas (segundo o que os papais disseram).

Eu queria que o papai voltasse, porque eu sinto muita falta dele. E eu acho que o pai sente também.

Seria o melhor presente que eu poderia ganhar, Papai Noel.

Niue".

Ele precisou ler a carta três vezes, e a cada vez sentia vontade de chorar. Seu Niue, seu pequeno filho mandara escrever aquilo. Queria os pais juntos novamente. Ele precisava fazer alguma coisa.

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"Vamos, Niue, pare de se mexer!", ralhou Draco, tentando, sem muito sucesso, fazer o filho vestir uma camisa. Afinal, o jantar de Natal já estava quase pronto e, mesmo que eles estivessem sozinhos naquele dia, ainda era alguma coisa para se comemorar. "Se não você não vai jantar e também não vai abrir os presentes".

Mas nem com isso o garoto se aquietou. Ele parecia tremendamente ansioso, por que, Draco não conseguia nem imaginar.

Depois de muita luta, Draco conseguiu vestir o garoto, quase na mesma hora que Cook, que parecia igualmente nervoso, veio anunciar que servira o jantar.

"Papai não vai vir?", perguntou Niue, enquanto eles desciam as escadas.

"Já lhe expliquei que não, Niue. Mas ele te mandou um presentinho".

Aquilo não poderia ficar pior. Eles comemoram em silêncio e o menino olhava para a porta de cinco em cinco segundos. Como se esperasse alguém. 'Não pense besteiras. Ele não vai vir. Ele nunca mais vai vir'.

O garoto não conseguiu se animar nem na hora de abrir os tão esperados presentes. Agradeceu a tudo e subiu para seu quarto, arrastando-se pelas escadas. Draco sentiu um aperto no coração e amaldiçoou todos os morenos de olhos verdes da Terra.

Ele se sentou à beirada da lareira, onde o fogo crepitava animadamente. Trazia um copo de vinho nas mãos e a lareira era a única iluminação da sala.

Aquele estava sendo o Natal mais deprimente de sua vida, sem dúvida.

"Mestre quer mais alguma coisa de Cook?", perguntou o elfo, com uma reverência.

"Não, Cook. Pode ir se recolher. Aliás, se quiser se embebedar com qualquer coisa, também pode".

O elfo-doméstico pareceu ficar horrorizado com as palavras, mas saiu correndo de lá.

O fogo, o vinho e Harry começaram a fazer um efeito sonífero na cabeça de Draco. Ele adormeceu sem nem ao menos perceber.

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A única iluminação era o fogo já no fim na lareira e o silêncio predominava. Oh céus. Aquilo era invasão de propriedade. Harry não conseguia acreditar que estava fazendo aquilo. Se não tivesse sido tão estúpido, ele poderia estar nesse momento com Draco, na cama e...

Bom. Não importava.

Tentava com todas suas forças não fazer barulho algum. Draco e Niue já poderiam estar dormindo e derrubar alguma coisa era a última coisa que ele queria.

Mas, quando viu o loiro esparramado numa poltrona, todas suas defesas caíram e ele deixou de se preocupar. Um sorriso surgiu em sua face sem que ele percebesse. A boca meio aberta, os fios loiros. Draco. Seu Draco.

Ele iria consertar tudo naquele momento.

Antes que conseguisse se controlar tempo suficiente para acordar o homem de um jeito decente, ele caminhou levemente até atrás da poltrona, ajoelhando-se e ficando na mesa altura que Draco estava.

Com uma mão, tampou a boca do loiro (ele certamente tentaria gritar) e deu-lhe um beijo calmo no pescoço.

Draco pulou.

"Sou eu", murmurou Harry. Ele esperou o loiro se aquietar para soltar a boca.

"Potter, seu maluco! O que está fazendo aqui? Nessa hora? E... merda, por que isso fez comigo?".

Ele parecia tão nervoso que Harry não conseguiu impedir o sorriso de aumentar.

"Vim te ver", disse simplesmente.

"Me ver? Eu deveria te denunciar por invadir minha casa! E assédio sexual".

Eles ainda estavam na mesma posição.

"Esta é minha casa também", disse Harry, antes de beijar um Draco desprevenido.

Como agüentara duas semanas inteiras sem aquele beijo? Foi a primeira vez que Harry se sentia vivo desde a briga. Ele acariciava o cabelo que tanto amava ao mesmo tempo que fazia a firme resolução de que nunca, nunca mais estragaria tudo.

"Potter!", ralhou Draco, pulando da poltrona. Ele parecia querer gritar e ao mesmo tempo voltar para Harry.

"O quê?", retrucou o outro inocentemente.

"Você está maluco!". O suspiro dramático, tão típico. "Quer dizer... Você vem aqui do nada, sem explicação nenhuma, no meio da madrugada e fica ai, com esses sorrisinhos idiotas e me agarrando como se eu fosse uma vadia!".

Ele parecia respirar com dificuldade.

"Eu só vim aqui a pedido de Niue".

"De... De Niue?".

"É. Bem...", Harry tirou a carta do seu filho do bolso. "Ele pede ao Papai Noel que faça seus papais viveram juntos de novo".

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E de repente tudo estava tão quente.

O beijo de Harry vindo inesperadamente, a surpresa e seu coração disparado. Aquilo era demais para ele. Queria entender o que estava acontecendo ali. Por que aquilo estava acontecendo justo com ele, quando o que ele mais queria era manter distância de Harry?

"Niue... Oh merda! Era por isso que ele queria aprender a escrever!", Draco parecia estar à beira de um ataque de lágrimas. Merda e merda. "Como... Como ele te mandou uma carta? Eu mato quem escreveu por ele".

"Hm, na verdade foi o Cook. Niue deve ter insistido bastante".

Ele odiava aquele tom casual, como se a situação fosse casual. Ele odiava com todas as suas forças.

"Potter, eu...".

"Harry".

Se ele queria testar a paciência de Draco, ele estava conseguindo. Dali a pouco o loiro esqueceria de que seu filho estava dormindo no andar de cima, esqueceria todas as normas de convivência em sociedade e faria uma loucura.

"Potter, explique-se. Niue te mandou uma carta. Fazendo um pedido absurdo".

"Bom, na verdade era para o Papai Noel", disse Harry, dando de ombros. "E como Cook já me viu vestido do bom velhinho...", o sorriso dele foi aumentando de novo. "... achou prudente me dar a carta. E sabe que eu não posso não atender um pedido do nosso filho, não? Acho que está na hora dos papais fazerem as pazes".

"Pazes? Eu e você? Depois de tudo aquilo? Você me chamou de aspirante à Comensal! E ainda por cima quebrou meu nariz", desdenhou Draco. Aquela era uma frase completamente absurda e impossível de acontecer.

"Eu... Eu estou arrependido. Eu queria que você me perdoasse, por tudo".

Com certeza aquela carinha de cachorro-sem-dono era proposital. Com certeza. Harry queria provocar. Harry queria ganhar seu perdão. 'Resista Draco! Ele é apenas um impostor maldito!'.

Mas aquele tom sincero... O olhar.

Merda de vida complicada.

"Um Grifinório completamente arrependido de alguma coisa? Submisso?", Draco disse, nervoso, tentando manter seu tom o mais sarcástico possível. Seu cérebro processava todas as informações rapidamente.

"Completamente", confirmou Harry, passando as mãos pelo cabelo.

Golpe baixo. Baixíssimo.

Draco mordeu o lábio.

Uma parte dele, cerca de noventa e nove por cento, queria mandar aquela conversa para o espaço e se jogar logo nos braços de Harry. Afinal, era Natal, tempo de esquecer as mágoas. Aquela briga estava indo longe demais... E Niue merecia aquele presente. Draco também. Porém, o um por cento do Sonserino orgulhoso que ainda estava ali relutava.

Harry se aproximou mais um pouco dele.

"Harry, se você fizer aquilo novamente...", ele murmurou, suas defesas completamente derrotas.

"Eu não vou fazer", disse o outro. Havia malícia no seu olhar, que ele aprendera com Draco.

"Promete?".

"Prometo".

Estava a um passo agora.

"E... ahn... você continua me achando um idiota?", perguntou Draco, inocentemente.

Harry sorriu.

"Claro".

E o beijou.

We wish you a merry Christmas

We wish you a merry Christmas

We wish you a merry Christmas

And a happy New Year

Fim

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N/A: pois é, acabou. Quem achou Niue fofo levanta a mão (o/). Enfim... Eu não resisti a participação especial da Narcissa. Ela é phoda demais... Sobre os comentários... eu fiquei com cara de idiota quando eu vi. Nossa, fiquei muito, muito feliz mesmo, com todos. Agradecimentos aqui embaixo. xD

E... ahn... sobre a fic... se vocês forem bonzinhos, eu posso até pensar numa possível continuação... Vai saber, né. Espero que o final tenha agradado. E sem comentários como eu sou brega, por ter colocado essa musica no final. rsss

Agradecimentos:

Narcisa Le Fey: Tadinho do Draco... xD Ele é só um pouco idiota... /roll eyes/

Srta. Kinomoto: Espero que o final esteja bom. u.u

Srta Potter Malfoy: Obrigada. Aqui está o outro. xD

AganishLottly: Eu não tinha pensado no motivo da briga (eu basicamente não penso em nada...). Mas daí li seu comentário e acrescentei umas falas do Draco dizendo porque ele ficou tão puto com o Harry. Digamos que a briga começou como uma banalidade. O.o'

Nicolle Snape: Calmaaa! Ai está o capítulo xD Sobre o Niue... Hm. O fato é que mpreg não me agrada muito, mas com certeza cai muito bem nessa fic. Vai saber né... xD

Lucca BR: LUCCAAAA! xD Obrigada, flor. O Niue é. Quando ele crescer foi roubar ele pra mim.

Clara dos Anjos: Okay /o/ Presente pra mamãe (?) Clara. xD

Lís: Idade mais fofa mesmo o

Fernando Miaise: O final /o/

Nan Cookie: É short sim... mas não fique triste. Estou começando a ter mais idéias com o Niue no meio... Vamos ver o que sai...

Hermione Seixas: Você acertou o pedido? xD Não demorou. /o/

Athena Sagara: Digamos que o bom velhinho não precisou fazer nada... O Harry deu conta do recado sozinho. xD

A.C. Mildred: Vamos fazer um fã-clube pro Niue. Rsss. Enfim... Eu realmente não queria deixar o mpreg claro, por causa daquela história de eu não gostar muito, mas enfim... Quem sabe... xD

Obrigada a todoooos os comentários. Fizeram essa pequena autora realmente muito feliz. Se eu esqueci de alguém, me desculpe MESMO. E muito obrigada pra quem leu e não comentou, também.