Filhos da Nova Era

Capítulo 6 - invasão

Heero havia realizado seu intento com sucesso. Interceptara a nave, entrara nela e imobilizara o piloto. Agora entrava na base, apontando uma arma para ele e forçando-o a lhe obedecer.

-Armas... armas são proibidas. Como tem uma?

-Não é da sua conta. Apenas pilote.

Foi pedido um código de reconhecimento, o qual o homem deu, com a voz trêmula.

-Você vem fazer muitas entregas aqui?

-Apenas uma vez por semana, senhor. Por favor, tire essa arma de perto de mim, prometo que não tentarei nada.

-É melhor para você que não tente nada. – respondeu ele, guardando a pistola – Caso contrário, não hesitarei em atirar.

Eles entraram em uma plataforma grande, mal-iluminada e com poucas naves.

-E agora?

-Alguém vem checar a mercadoria. Normalmente a pessoa que está de vigia.

-Tem muitas pessoas nesta base?

-Normalmente sim. Só às quartas e sábados que ficam apenas os vigias.

-E você sabe o que eles fazem aqui?

-Não, senhor. Só entrego matéria-prima. Aço e minérios. Não sei de nada que se passa aqui dentro.

Um homem apareceu de uma porta à direita, a cerca de uns duzentos metros da nave. Parecia ser a única saída da plataforma, sem contar as saídas para naves.

-Aí está o vigia. Eu faço a entrega e...

-Distraia ele.

-O quê!

-Distraia ele. Eu vou entrar.

-Mas...

-Não discuta. Se você disser qualquer coisa a meu respeito, eles me encontrarão. Mas aí não serei pego sozinho, vou falar que você é meu cúmplice.

-Eu entendi, senhor. Não falarei nada, eu juro.

O homem desceu da nave e conversou com o vigia. Heero ficou na cabine de controle, esperando que os dois fossem até os compartimentos de carga. Assim que viu o caminho livre, saiu e alcançou a porta.

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Duo acordou com vozes exaltadas. Demorou um pouco para se lembrar de onde estava e porquê. Ouviu a voz de Wufei ao seu lado.

-O quê está acontecendo!

Os dois se levantaram e foram até a cabine de controle, de onde vinha todo o barulho. Ficaram parados à porta, tentando entender o que se passava.

-COMO UMA COISA DESSAS FOI ACONTECER!

-Quatre, se acalme! Deixe ela falar, não vai adiant...

-FICA NA TUA, TROWA!

Duo se aproximou lentamente, para poder ouvir melhor o que Hilde tentava dizer.

-Eu .. eu não sei. Alguém driblou a segurança e... um empregado seu veio me acordar, os vigias estavam desmaiados e quando entrei no quarto de Alec ele... não estava lá.

Quatre deu um soco no painel e abaixou a cabeça. Duo olhou ternamente para Hilde, e depois para Quatre. O árabe limpou as lágrimas e se virou decidido.

-Aonde você vai, Quatre? – perguntou Trowa, mantendo a voz firme.

Apenas uma palavra saiu de sua boca.

-Voltar.

-Ei cara, se acalma.- Disse Duo, segurando o ombro de Quatre - Eu não entendi direito o que aconteceu mas acho que a gente devia pensar... não sei se é uma boa id...

Ele se desvencilhou bruscamente.

-Me deixe, Duo. – Ele saiu em direção à área de carga e desapareceu.

-Você não ia conseguir convencê-lo. – Disse Trowa – Ninguém iria.

-Ele irá ficar bem?

-Não devemos nos preocupar. Com uma cápsula, ele chega lá em menos de um dia. Vamos continuar nós três.

Só então Duo se virou para o monitor, onde Hilde ainda observava e ouvia tudo.

-Ei, vocês estão bem? E Amy?

-Estamos bem. Ela estava um pouco assustada, mas agora está dormindo. Estou preocupada, Duo.

-Porquê?

-Quem fez isso tinha um objetivo. Sabia exatamente onde era o quarto do menino, e sabia que Quatre ou qualquer um de vocês não estava em casa.

-O quê você está tentando dizer...

-Foi tudo pensado, Duo. Ele fez o mínimo de barulho possível, só lutou com os seguranças. Arrombou a porta e foi direto para o quarto de Alec. Nos metemos com alguém muito esperto...

-Então você acha que isso tem a ver com a base?

-Claro que sim! Tomem o dobro de cuidado. De alguma forma, eles sabem sobre vocês.

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Heero se escondeu em uma saliência da parede assim que ouviu passos. Havia seguido por um corredor extremamente escuro, e agora estava em um espaço um pouco maior, de onde saíam vários outros corredores. Ele fez o mínimo de barulho possível para observar o homem que acabara de avistar. Usava um uniforme azul-marinho e trazia uma pistola na cintura. Não devia ter mais de 17 anos. Andava devagar, e olhando para todos os lados. Ele deve ter ouvido quando eu bati naquela grade lá atrás... Estava realmente escuro, e o piloto não vira que havia uma espécie de cercado no meio do caminho. O soldado estava chegando perto, e Heero não tinha mais para onde ir, estava cercado por paredes. Bem, isso me força a mudar os planos...

Assim que o homem chegou perto o suficiente, ele deu um golpe muito bem calculado em seu pescoço. Instintivamente, o homem levou a mão à pistola, mas antes que conseguisse fazer mais alguma coisa, perdeu a consciência.

Da sala saíam vários corredores, mas o maior deles era o único iluminado. Heero ajeitou o chapéu, prendeu a arma no suporte e adentrou o corredor. Começou a ver com mais freqüência soldados vestidos como ele, indo e vindo. Todos eram muito novos, assim como o garoto que ele imobilizara. Ele parecia ser o único com mais de vinte anos. Quando o corredor acabava, se abria em um salão grande, com plataformas dos lados e um grande espaço no centro. Lá havia uma grande movimentação. Parecia que eles estavam organizando containeres com matérias-primas. Ele correu os olhos pelo espaço todo, até achar o que procurava. Sala de controle.

-Empilhem toda a carga que puderem hoje!

-Sim, comandante.

O homem alto e moreno, a quem todos chamavam de comandante Black subiu o lance de escadas que levava à plataforma. Olhou para baixo. Havia feito um ótimo trabalho com aqueles garotos.

-Pai?

Ele olhou para baixo. Seu filho o encarava. Tinha os cabelos escuros como ele, mas os olhos eram da mãe. Era um pouco alto para um garoto de 12 anos, e sua seriedade fazia com que se parecesse ainda mais velho do que realmente era.

-Aqui estão os horários de entrega e as cargas, parece que está tudo em ordem.

-Está bem, obrigado.

-Parece que Dvorak mandou um recado, é pro senhor retornar.

-Vamos lá ver então. Está fazendo algo?

-Não.

Os dois abriram a porta da sala de controle.

-Estranho. Wolfgang não devia estar aqui? É ele que normalmente cuida dessa sala.

-Deve ter saído. – o garoto foi até um painel e acessou o computador central. O homem se limitou a sentar e observar.

Heero estava escondido atrás de uma máquina velha, no canto da sala. Observava tudo com atenção. Quando ouvira que alguém se aproximava, resolvera não se expor, para não arriscar sua missão. Havia conseguido um disquete com a planta da base, não podia ser pego.

Um soldado entrou esbaforido pela porta, atraindo a atenção de todos.

-Comandante, temos um intruso.

-Intruso, como assim?

-Encontramos Hans caído perto da entrada de naves. Estava desarmado e sem o uniforme.

Droga...


N/a: olá! olá! mais um cap... só vou escrever uma coisa... postem reviews!

Tina Chan: oie! pelo menos uma q respondeu ao meu apelo! É, acho que eles ainda vão sofrer um pouco na minha mão... hehehehe.