Filhos da Nova Era
Capítulo 7 - Encontros e desencontros
-Os três parados! – Heero se levantou e apontou as duas pistolas, uma para cada homem. O soldado estava desarmado, logo ele estava em vantagem.
-Você! Como entrou aqui!
-Isso não vem ao caso agora. Fiquem quietos se não quiserem sair fer...
Um tiro zuniu no ar. Heero se jogou ao chão.Foi muito rápido! Mal vi ele sacar a arma!
-Amarre-o. – ordenou o Comandante Black, triunfante. Ninguém escapava de sua pistola.
Heero passou a mão pelo braço. O tiro havia passado de raspão. Mas ele não iria se entregar, não facilmente.
-Comandante Black, aqui é Dvorak. – o garoto, impávido mesmo diante daquela confusão, ainda operava o computador. O comandante Black se virou para o monitor, onde um soldado se dirigia a ele. - Deu tudo certo, estamos com o menino.
-Encontraram resistência?
-Nenhuma. Como sabíamos, nenhum deles estava em casa.
Enquanto isso o outro soldado tentava amarrar Heero com uma corda, mas ele lutava. O garoto não era fraco, e Heero havia perdido um pouco de sangue.
-Mas ainda acho que devíamos ter pego a garotinha... – continuou a falar o soldado, do videofone.
Heero acertou um soco no estômago do adversário. Black parecia não ligar para a batalha, conversava normalmente com Dvorak.
-Já lhe disse, não teria tanto impacto quanto seqüestrar um membro da família Winner...
Heero parou. Teria ouvido direito? O soldado se aproveitou de sua distração e imobilizou-o.
-Eu sei, mas este garoto está dando trabalho.
-Pelo amor de Deus! É só uma criança! Se virem! – o monitor desligou, e o homem se virou para Heero. – Tranque-o em algum depósito, depois fazemos alguma coisa a respeito.
Quatre...
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-Acho que chegamos. – era a primeira vez em horas que alguém falava. Duo, Trowa e Wufei haviam chegado à colônia que Heero indicara. Pousaram a nave em um galpão destinado a isso e foram atrás do hotel.
O homem os atendeu com ar gentil, perguntando se iriam querer quartos separados.
-Na verdade a gente queria saber se um amigo nosso já não está hospedado aqui...
-Ah, claro. – O homem puxou uma lista de nomes de uma gaveta. – Estes são os hóspedes atuais.
Trowa correu os olhos pela lista.
-Aqui está. Duo Maxwell, quarto 302.
-Quê! Ah, ele não perde essa mania!
O recepcionista os olhou intrigados. Trowa disfarçou um sorriso.
-Não ligue pra ele, faz tempo que não vemos nosso amigo... pode nos dar uma chave?
Eles subiram as escadas carregando as malas, pois acharam que seria muito arriscado usar o elevador, julgando pela aparência dele.
-Porque o Heero não usa o nome dele, pra variar um pouco? – continuava a reclamar Duo.
-Heero Yuy ainda é um nome conhecido para as pessoas.
-Mesmo assim, ele podia usar outro. Só espero não ter uma surpresa na hora de pagar a conta...
Eles abriram a porta do quarto. Não havia vestígio algum de que alguma pessoa estivera ali, a não ser algumas latas de conserva vazias.
-Ele já devia estar aqui.-comentou Duo, largando a mala.
-O recepcionista falou que faz dois dias que ele não aparece. – disse Trowa – Mas ele também falou que Heero faz isso com frequência.
-Acho que devíamos ir até a base. – disse Wufei.
-Não, é melhor esperarmos. – respondeu Trowa.
-Vou ligar para Hilde, a essa altura Quatre já deve ter chego. Talvez tenham notícias do garoto...
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cleck-cleck-cleck-cleck-cleck-cleck-cleck-cleck-cleck-cleck
Heero havia sido trancado em uma sala velha, com algemas presas a um cano. Estava lá há quase um dia, e fazia duas horas que friccionava as algemas contra o cano enferrujado, tentando desgastá-lo. Ou, no mínimo, levar quem estivesse ouvindo à loucura. A porta se abriu.
-Ei, você! Pare com isso agora!
Heero continuou de costas para a porta, movendo a corrente da algema com mais força.
-Eu disse para parar!
O homem chegou mais perto. Ele virou-se, exibindo as mãos soltas do cano. Passou a corrente das algemas pelo pescoço do soldado. Ele largou a arma, e tentou alcançar Heero.
-Miseráv...
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-Como ele está?- perguntou Trowa a Hilde
-Agora, um pouco mais calmo. Mas não sabe o que fazer. Achou que seria melhor se viesse, mas não pode fazer nada. E não quer chamar a polícia.
-Acho que é até melhor, se nossas suposições forem certas.
-A esposa dele acabou de chegar, estão conversando agora. Eu estou ficando nervosa, o clima está muito pesado e não posso fazer nada a respeito. Já falaram com Heero?
-Chegamos no hotel, mas não o encontramos. – respondeu Duo. – Que hora pra se atrasar...
-Eu tendo o maior trabalho e você falando mal de mim?
Os três pilotos se viraram. Parado à porta estava Heero, com uma camiseta ensangüentada na manga e um casaco por cima das mãos ainda algemadas.
-Cara, finalmente! O que aconteceu?
-Fui pego. – ele entrou e fechou a porta.
-Você tá bem? – perguntou Trowa apontando para o braço dele.
-Foi só de raspão. – respondeu ele, colocando as algemas sobre a mesa.
-Eu te ajudo – disse Duo, desligando o videofone e indo até sua mala. Surpreendentemente ele tirou de lá um alicate que mais parecia uma tesoura de jardim.
-Não vou nem perguntar porque você carrega isso... - comentou Wufei
-Onde está Quatre? - perguntou Heero.
-Voltou para a colônia, par...
-Alguma notícia do filho dele?
-Como você sabe?
-Ouvi uma coisa ou outra na base.
-Então realmente foram eles!
-Era de se esperar. Agora eles têm uma chantagem, não podemos explodir tudo ou entrar lá e sair atirando.
-Heero está certo, vamos precisar de um plano. - disse Trowa.
CLECKT
As algemas se soltaram e Heero se viu com as mãos livres, mas totalmente esfoladas no pulso. Sem ligar muito, ele tirou um disquete do bolso e colocou em seu lap-top, em uma mesa no canto do quarto. Uma planta esquemática apareceu, com indicações de cada lugar.
-Foi mal ter reclamado de você, cara! - disse Duo, chegando mais perto para observar. Wufei e Trowa também se aproximaram e Heero explicou exatamente como o lugar era, e tudo que vira e ouvira lá.
-Você chegou a ver o que eles fabricam? - perguntou Trowa, a uma pausa do amigo.
-Não, estavam apenas descarregando materiais. Mas enquanto andava pelo lugar, me lembro de ter visto uma sala com alguns mobile suits caindo aos pedaços.
-Provavelmente estão lá desde que a base foi desativada. E quanto às pessoas que estavam lá?
-Todos uniformizados, como uma tropa de elite. Mas eram muito novos, a maioria tinha menos de vinte anos. Havia também um comandante, do qual já falei e um garoto. E... - ele tirou um papel do bolso. - Este é um dos compradores do que eles fabricam, talvez o único.
Duo pegou o papel.
-Simon Swift. Cara, como você conseguiu isso?
-Um piloto de nave me deu a informação. Ele acabou me saindo mais útil e confiável do que eu imaginei...
-Acho que é melhor reunirmos informação sobre esse cara. - disse Trowa – Então poderemos discutir um plano.
-Não vamos perder muito tempo? - perguntou Wufei.
-Não há com o que se preocupar. - respondeu Trowa. - Eles não farão nada com Alec, pois sabem que se o fizerem nós revelaremos o que sabemos. E eu acho que eles não querem ser descobertos por enquanto.
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-Quatre? - Hilde entrou na biblioteca devagar. Quatre estava sentado em uma poltrona, imóvel.
-Os rapazes ligaram e Heero voltou...
Quatre levantou os olhos.
-Ele está bem?
-Está. Parece que ele entrou na base e confirmou que foram eles realmente...
-Já esperava por isso. - Ele baixou os olhos novamente. Hilde notou uma pequena mala ao lado da poltrona.
-Então você vai para lá novamente?
-Sim, nem deveria ter vindo para casa. - Ele fez uma pausa. Hilde chegou mais perto.
-Eu vou com você. - Ela disse decidida.
-Você não precisa fazer isso...
-Você não entende? Eu quero fazer isso! Não posso ficar parada mais tempo, de certa forma me sinto um pouco culpada...
-Não havia nada que você pudesse fazer.
-Você me confiou seu filho e eu falhei ao protegê-lo. Não, Quatre eu vou de qualquer jeito. Vamos trazê-lo de volta!
Quatre não pôde deixar de sorrir com a determinação e otimismo dela.
-Vamos, então.
N/a: Dessa vez eu demorei um pouco mais pra postar, mas é q nessas duas semanas eu não tive tempo pra praticamente mais nada... mas e ntão, como ficou esse cap? Eu realmente me diverti com o Heero fazendo aquele barulhinho irritante...
Tina Chan: então quer dizer q posso judiar deles? (risada maléfica). quanto a deixá-los vivos, não se preocupe, não pretendo matar ninguém por enquanto...
